quinta-feira, 13 de março de 2008

É Nóis Por Nóis! - Parte 3

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Sobre Hip Hop

Gramática da Ira- Como você define o hip hop que você acredita e pratica (movimento? cultura? cena? ...?). Defina sua escolha!

Dudu do Morro Agudo: Cara, tô a quinze anos no hip hop, já vi e ouvi muitas histórias, já vi sonhos serem destruídos e pessoas renascerem por causa dele, e hoje, mais maduro, percebo que o hip hop funciona bem socialmente como movimento, grupos organizados que fazem trabalhos que acreditam ser o melhor para a quebrada, cidade, estado, país e mundo, cada um na sua proporção de tamanho, mas também não posso definir o hip hop somente socialmente, organizacionalmente, tem também a galera que quer fazer e faz a parte da arte só e somente, que quer ser artista e pronto, não quer discutir política pública e nada que tenha a ver com reunião chata e eu também respeito essa parcela, não tem como ignorar e eles sã importante para o processo.
Eu particularmente gosto de ver mudança, gosto de trabalho coletivo, a massa pensando junto, por isso o hip hop que eu pratico vem em forma de Movimento, usando todos os elementos que existem no hip hop, mais o que não existem, integrando tudo isso, pensando com a molecada, até eles se descubrirem como formadores de opnião e dar continuidade no processo, até a periferia deixar de ser enganada, eu acredito nisso.

Sacolinha: Cultura, o tempo todo. Pois ele salva, resgata e dá auto-estima. É pai para o órfão e ganha pão pra muitos. Isso é cultura e não movimento, muito menos cena.

Alessandro Buzo: O Hip Hop é uma cultura e em torno dele se faz um movimento.

Jairo
: Hip Hop é um movimento muito serio, no meu entender ele deve ser usado para informar, levar menssagens positivas, xingar tbm, delatar os que causam toda essa merda em que vivêmos, corrupção, televisão, toda essa covardia que vem desde, desde o descobrimento até hoje.
E tem haver muito com a cultura, é só observar o preconceito que rola da dita camada da elite. Musica do povo pro povo, a giria a maneira de falar de se vestir, periferia é periferia em qualquer lugar, e queira ou não queira isso é cultural
O Hip Hop é um movimento cultural.
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Gramática da Ira- Cite projetos nacionais que você considera essencial - na linha de sua definição.

Dudu do Morro Agudo: Cara, sem maqueagem, vou citar os que eu realmente acredito, Movimento Enraizados e MHHOB.

Sacolinha
: Ação Educativa, Enraizados e Núcleo de Hip Hop de Suzano. Os outros não conheço a fundo para citá-los.

Alessandro Buzo: Suburbano Convicto (SP), Movimento Enraizados (RJ/SP), Blackitude (BA), NPN (MG), Ponte Preta Jd Leme (SP).

Jairo: Cooperifa pra mim é o mais importante pq foi ali que descobri que posso fazer. Tem a Ponte Preta no Jd Leme, o Favela Toma Conta com Alessandro Buzzo, a propia Blackitude que tem mostrado pra nós como é a luta em Salvador, Panelafro, Samba da Vela... etc. vixe mano!!! São varios, más ainda é pouco.
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* Alessandro Buzo,
35 anos, escritor, autor de 4 livros e organizador de um quinto. Promove o evento "Favela Toma Conta" e frequenta o Sarau da Cooperifa. Atualiza diariamente o blog: http://www.suburbanoconvicto.blogger.com.br/.

* Dudu do Morro Agudo (DMA) produz, compõe e canta desde 1994. A partir de 2001, DMA passa a fazer shows. Participou de CDs de vários grupos. Seu primeiro CD solo é ROLO COMPRESSOR, que imprime a marca do ativista do Movimento Enraizados. A música tema do álbum já se transformou em peça de teatro e Já foi gravada em duas versões, com o Raggaman Jimmy Luv (SP) e com o Raggaman J3 (ES).

Jairo é Integrante do grupo de rap Periafricania, faz parte do Quilombo Cultural Cooperifa e mora na Zona Sul de SP.
Sacolinha é escritor e agitador cultural, entre outros corres, trabalha com literatura na Secretaria de Cultura de de Suzano, São Paulo.

*Aqui embaixo tá o Buzo, no meio o Dudu - também conhecido como DMA - lá em cima a cena de uma amizade que chega a dar inveja de bonita que é!

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