domingo, 1 de setembro de 2013


Escritor mexicano Alejandro Reyes lança
o livro 
Vozes do Porão no Sarau Bem Black
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Evento acontece quarta-feira (04/08) no Sankofa African Bar e terá bate-papo, rodada poética e pocket-show com o rapper brasiliense GOG  
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A literatura produzida atualmente nas periferias brasileiras  é o tema do novo livro do  escritor mexicano Alejandro Reyes,  Vozes do Porão: Literatura Periférica/Marginal no Brasil (Editora Aeroplano), que o autor lança no país. Depois de passar pelo Rio Grande do Sul e São Paulo,  Alejandro chega a Salvador esta semana para uma série de atividades realizadas em parceria com o Coletivo Blackitude – Vozes Negras da Bahia.
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O ponto de partida é o Sarau Bem Black desta quarta (04/08), evento já marcante do calendário da cidade, que acontece semanalmente no Sankofa African Bar, no Pelourinho. Apresentado por Nelson Maca, Álvaro Réu e Mil Santos, participação das poetas juvenis Lucinha Black Power e Luiza Gata e discotecagem do DJ Joe – que esta semana toca raps do GOG. O Sarau, que começa às 19h30, conta com bate-papo, que terá as participações especiais do rapper brasiliense GOG e do poeta paulista Berimba de Jesus. No final da noitada poética, GOG fará um pocket-show.

Esta é a segunda vez que o Sarau Bem Black tem o prazer de receber Alejandro  Reyes. Foi no evento que ele lançou, em 2011, seu premiado romance 
A Rainha do Cine Roma (Leya), que fala sobre meninos de rua e cuja história se passa em Salvador, onde ele morou. Da ficção para o ensaio, Alejandro estudou com atenção a agitação literária que sacode as periferias das grandes cidades brasileiras, com foco em São Paulo.
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Com uma obra também voltada para a marginalidade, ele faz uma análise literária e política deste movimento, alimentada pelas experiências do movimento zapatista e de outros movimentos latino-americanos. Fruto de uma tese de doutorado na  Universidade da Califórnia, o trabalho, explica o escritor, tem “ intenção de contribuir para pensarmos juntos — escritores, ativistas, sonhadores das perifas múltiplas do nosso mundo — como construir alternativas neste momento de crise global”..
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Na quinta (05/09), Alejandro se encontra com os estudantes da Universidade Católica, no campus da Lapa (9h) e da UFBA, no Auditório I do PAF 5 (19h);  no dia seguinte, segue para o MAC/Feira de Santana, onde é convidado do evento Chá de Conversa e Som / Cultura , Resistência e Movimentos Autônomos; e no domingo (07/09), encerra sua programação no Museu Street de Salvador – MUSAS, na Gamboa de Baixo. Em todos os encontros, o autor autografa Vozes do Porão e fala da literatura marginal, periférica e divergente e temas relacionados como zapatismo, mídia independente, autonomia artística e política.
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Autor - Alejandro Reyes nasceu na cidade do México, é escritor, jornalista e tradutor. Viveu nos Estados Unidos, na França e nove anos no Brasil, inclusive em Salvador. É mestre em Estudos Latino-Americanos e doutor em Literatura Latino-Americana pela Universidade da Califórnia em Berkeley. É ativista e membro do coletivo de mídia alternativa Rádio Zapatista. É autor de Vidas de Rua, Contos Mexicanos, Sueños en tránsito: crónicas de migración, Vozes dos porões. Seu romance A Rainha do Cine Roma foi finalista do prêmio Leya (Portugal), menção honrosa no Prêmio SESC (Brasil) e ganhador do Prêmio Lipp 2012 (México/França) pela versão em espanhol. É tradutor do Manual prático do ódio, de Ferréz, entre outros livros, e editor de Metamorfosis, coletânea de escritores de Tepito e outros “bairros bravos” da cidade do México. Atualmente reside em Chiapas, México.

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Lançamentos Vozes do Porão: Literatura Periférica/Marginal no Brasil

Quarta (04/09): Sarau Bem Black - Sankofa African Bar - Pelourinho – 19h30
Bate-papo com Alejandro Reyes (México) e GOG (Brasília) e participação de  Berimba de Jesus (São Paulo). Pocket-show com GOG. Entrada gratuita. 
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Quinta (05/09): UCSal / Lapa – 9h às 12h
Mesa redonda: Literatura e Divergência: Literatura Periférica, Marginal e Divergente
Com: Alejandro Reyes, Nelson Maca, GOG e Berimba de Jesus.
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Quinta (05/09): UFBA / Auditório 1 - PAF VI – 19h
Mesa redonda: Discutindo a divergência na Literatura Brasileira
Com: Nelson Maca, Alejandro Reyes, GOG e Henrique Freitas; organização: Jorge Augusto
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Sexta- (06/09): MAC/Feira de Santana – 19h

Chá de Conversa e Som / Cultura , Resistência e Movimentos Autônomos: Literatura-Marginal-Periférica-Divergente, Zapatismo e Mídia Independente
Bate-papo com Alejandro Reyes; Mediadores: Nelson Maca e Bel Pires
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Domingo (7/09): MUSAS –Museu de Street Salvador/Gamboa de Baixo – Contorno
Hip Hop, Literatura e Autonomia Artística e Política
Com: Alejandro Reyes, Nelson Maca, GOG e Ativistas do Hip Hop-BA .Mediação: Julio Costa

segunda-feira, 5 de agosto de 2013



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Dupla de rap cubana Las Krudas faz show em
 Salvador e participa do Sarau Bem Black
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Pela primeira vez em Salvador, a dupla de rap cubana Las Krudas participa de duas atividades promovidas pelo coletivo Blackitude: Vozes Negras da Bahia: o Sarau Bem Black desta quarta (07/08) e, no dia seguinte, o show Mulheres Negras – Música e Poesia (08/08). Ambos acontecem no Sankofa African Bar, no Pelourinho. Formada pelas MC´s, poetas e atrizes Odaymara Cuesta e Olivia Prendes, a Las Krudas faz um rap politizado, que trata de temas como racismo, machismo e homofobia.
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As artistas vieram ao Brasil para participar do festival Latinidades, que terminou  semana passada, em Brasília. Também passaram por São Paulo, onde foram convidadas do sarau na ONG Ação Educativa. Em Salvador, cidade que sonharam conhecer pelas afinidades culturais, a agenda das Krudas  começa quarta com bate-papo e pocket show no Sarau Bem Black, a partir das 19h30 e com entrada gratuita.
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Realizado semanalmente, o evento poético tem apresentação de Nelson Maca, Álvaro Réu e Mil Santos, participação das poetas juvenis Lucinha Black Power e Luiza Gata e discotecagem do DJ Joe, que nesta edição toca música das convidadas. Formado em 1999 em Cuba, a Las krudas é um dos importantes nomes do hip hop da Ilha. Em 2006, as artistas migraram para os Estados Unidos, fixando-se em Austin, de onde já saíram para se apresentar em vários países. Além das convidadas, o sarau segue com sua habitual rodada poética e com microfone aberto ao público.
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    Na quinta-feira, a dupla retorna ao Sankofa African Bar para fazer uma apresentação completa, numa noite que exalta a força e criatividade femininas. As MC´s dividem a noite com a cantora de black music baiana Donna Liu e com a atriz gaúcha Vera Lopes. A programação começa às 19h30 com discotecagem da DJ Nai Sena, que toca também em outros momentso da noite. Depois, segue com a performance de Vera, que declama poemas dos autores negros Oliveira Silveira, Conceição Evaristo, Geni Guimarães  e Cuti Silva. Vera interage com as poetas Lucinha Black Power e Luiza Gata – que mostram textos de Solano Trindade, Paulo Leminski e Sérgio Vaz . Na sequência, Donna Liu mostra seu repertório envolvente e dançante e passa o microfone para as Krudas se apresentarem. O ingresso para o show custa R$10 e R$ 15 (casadinha).
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Vera Lopes  - Com mais de 30 anos de carreira, a atriz gaúcha tem atuado no teatro, cinema, recitais poético-musicais e comerciais, entre outros papeis. Estreou no teatro em 1978 e participou de vários grupos, como o Caixa Preta, em Porto Alegre, com o qual montou espetáculos como Hamlet Sincrético,  com direção Jessé Oliveira. No cinema gaúcho,  estreou no  premiado curta O Dia em que Dorival encarou a Guarda (1986) e participou de longas  como Neto Perde sua Alma (1998),Neto e o Domador de Cavalos (2005).  Atualmente morando em Salvador, Vera, que também é Bacharel em Direito, tem como foco de seu trabalho as expressões artísticas baseadas na cultura negra.
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Donna Liu - Iniciou carreira em 1996 na música gospel. Trabalhou com o maestro Sergio Souto e com  Manuela Rodrigues. Integra os projetos Opaxorô, do Mestre King, e Tocandomblé do grupo O Kontra, idealizado por Nei Sacramento. A música negra sempre acompanhou sua carreira, a exemplo do Rap, da Soul, do Rhythm and Blues (R&B), do Samba, do Blues e do Jazz. Lançou recentemente o vídeo clipe de sua composição “Meu Alvo” pela produtora Carcamano. Donna Liu é presença marcante no último álbum do rapper Afro Jhow, Sem Luta não há Vitória. Também participou do álbum Sinceramente de Mr. Dko, além de trabalhos de outros rappers de Salvador, como DaGanja, Deneshi e o grupo Primazia. 
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Dj Nai Sena - Fruto da primeira turma do Curso de Formação do DJ Jarrão, essa jovem e promissora artistas toca vertentes da música jamaicana como raggamunfin, dancehall e reggaeton. Integra os coletivos soteropolitanos Boom Clap Rec e Colé de Mermo Records, onde atua como Dj Residente. Participou de eventos como a II Semana Baiana de Hip Hop, Batalha de rimas 3º Round, Eliminatórias para o Duelo de MCs Nacional, Festival MARIA, festa de aniversário da Briga de Vira Lata e UFC  - Unidade de Freestyle Criativo, Mutirão de Grafite no Garcia e Baile Black – Casa Fora Do Eixo Vitória da Conquista.
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SARAU BEM BLACK
Convidadas: Las Krudas (Cuba/EUA)
Quando: quarta-feira (07/08), às 19h30
Onde: Sankofa African Bar, no Pelourinho
Entrada gratuita
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SHOW BLACKITUDE – MULHERES NEGRAS – MÚSICA E POESIA
Atrações: Las Krudas (Cuba), Donna Liu (música, BA) e Vera Lopes (poesia, RS). Participações da DJ Nai Sena e das poetas  Lucinha Black Power e Luiza Gata
Quando: quinta-feira (08/08), às 19h00
Onde: Sankofa African Bar, no Pelourinho
Ingresso: R$ 10 e R$ 15 (casadinha)

sexta-feira, 26 de julho de 2013


ÁFRICAS – NOSSA REPATRIAÇÃO!  
:: Para Jorge Washington



Quando Áfricas, do Bando de Teatro Olodum, estreou há 6 anos, minhas filhas estavam com 6 e 8 anos. Não me esqueço desse dia, pois notei uma expressão comum nas duas: leveza e alegria. Assistimos agora a estreia da temporada que se encerra neste final de semana. Fomos com muitos amigos e saímos felizes. Por isso sugiro a você que vá assistir Áfricas, que leve não só as crianças, mas seus jovens e velhos, para que possam experimentar essa felicidade. Como bem diz a sabedoria da canção popular: o que existe na vida são momentos felizes.
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Esse espetáculo tem a capacidade de nos sequestrar. Sua vibração me lembra os mestres da observação cautelosa nos atentando para o fato de que a leitura que interessa estabelece tensão, condição essencial para transformação, para a renovação da compreensão da realidade. Saio de cada vivência de Áfricas reafricanizado. Essa fruição de elementos e signos positivos elevam nossa autoestima e recompõem a nossa Grande Família.
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A peça flui a partir da potência da oralidade, tendo como mote a experiência de crianças que, num mundo que lhes é hostil, encontram histórias que as redefinem positivamente. Dessa forma são reconectadas à tradição africana, que exercerá sobre elas um magnetismo efetivo, transferido ludicamente ao expectador. Sendo o presente da peça numa feira, esta nos desperta para nossa riqueza cultural concreta que precisa ser vivida e preservada. Da memória do ancestral africano aos conhecimentos do senhor das ervas, os personagens permitem uma dupla reflexão sobre nós mesmos: o desrecalque de nosso entorno, de suas demandas físicas e abstratas, e um recuo às tradições que nos devolvem um pertencimento original e nos relocalizam historicamente. Impossível não pensar no grande paradoxo da Negritude baiana e brasileira, repleta de agressões e estigmas, porém que guarda um tesouro simbólico inesgotável de objetos, narrativas e mitos. Vejo aí a grande potência de Áfricas: engendrar elementos primordiais para nossa significação profunda.
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No perverso universo de conceitos, valores, formas e tratamentos que são despejados cotidianamente sobre os corpos e vidas da comunidade negra e, mais pontualmente, de nossa infância e juventude, a experiência que nos proporciona essa realização do Bando de Teatro Olodum não me diz outra coisa senão que pertence às obras de arte que conquistam uma dignidade imprescindível à nossa emancipação. Trabalhos como esse são uma reserva ecológica de humanidade, amor próprio e autoestima. Apontam caminhos de superação do racismo cotidiano.
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Tudo no palco se faz múltiplo e diverso, descentramentos das lógicas que colonizam nosso corpo e nossa mente. Há um trânsito fértil entre a música, a dança, o canto e a representação em si, em consonância com a pesquisa atenta das especificidades negras. Com cenografia enxuta, o uso das combinações tradicionais de cores dá uma identidade fundamental à ambientação, e tem seu complemento no sofisticado figurino. O “tambor falante” de uma das crianças que conduz a peça costura as várias estórias encenadas. A música negra se faz extensão do corpo e gestos dos atores. Canto e dança se integram organicamente ao universo sonoro. As coreografias são estratégicas ao andamento. Fundamentais na manutenção da tensão, navega nesse atlântico negro o barco multicor dos contos encenados.
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Nas realizações da arte participativa, há sempre o risco da essencialização do ideológico em detrimento do estético. Esperta, Áfricas estende dois fios condutores: o pensar a condição do povo negro e a construção de um espetáculo que prenda e divirta. Nisso acertou: tensiona e relaxa sem perder o tom da linguagem que a justifica. Cutuca a vida concreta ao mesmo tempo em que dá fruição à fantasia. Apesar de seu sobretudo infanto-juvenil, seu traje é para todas as pessoas e idades.
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Áfricas fica em cartaz no Teatro Vila Velha até domingo, 27/07, com início às 16h. Dessa montagem, saí de novo pensando no que foi que me fisgou ali. Há poucos dias, minhas filhas, agora com 12 e 14, sugeriram assistirmos de novo. Áfricas, em toda nossa família, engendra desejos reiterados de revivê-la por dentro, porque nos representa. É apresenta mais uma via na construção de nossas subjetividades. Aproxima e coletiviza através de uma identidade partilhada! Nossa repatriação.
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* Nelson Maca
Articulador do Blackitude e Sarau Bem Black, professor da UCSal, poeta divergente e membro do Conselho Estadual de Cultura

domingo, 9 de junho de 2013

Cuti no Sarau Bem Black


Sarau Bem Black recebe o escritor paulista Cuti
  
Autor lança no evento, na próxima quarta (12/06), o livro Kizomba de Vento e Nuvem



            
Realizado semanalmente no Sankofa African Bar, no Pelourinho, o Sarau Bem Black tem se firmado como um ponto de encontro de autores de todo o país - sobretudo os que fazem uma literatura divergente, periférica, alternativa. Na edição da próxima quarta (12/06), o evento tem o prazer de receber o escritor paulista Cuti, 61 anos, um dos autores mais importantes da literatura negra brasileira, que lança no evento o livro de poemas Kizomba de Vento e Nuvem (Maza Edições). O Sarau, que começa às 19h30, tem entrada gratuita.

           Cuti estreou na literatura em 1978, com o livro Poemas de Carapinha. De lá para cá, publicou também contos, ensaios e peças de teatro.  Kizomba de Vento e Nuvem reúne 106 poemas divididos em três partes: Preto no Branco; Afetos e Desafetos e Matutando. Seguindo a organização do livro  Negroesia (2007) - último livro de poesia de Cuti - , Kizomba navega pelas águas da identidade, das paixões e da reflexão sobre vários aspectos da sociedade brasileira.



            A programação do Sarau será aberta com bate-papo com Cuti, que fala sobre o novo livro e sobre sua trajetória literária. Ele também apresenta seu novo site, que traz novos textos e conteúdos de áudio e vídeo. Depois, o evento segue com sua programação habital, alternando poetas residentes e da plateia. O Sarau é apresentado por Nelson Maca e Mil Santos e conta com a participação das poetas juvenis Lucinha Black Power e Luiza Gata. A trilha sonora, sempre com artistas da black music nacional e internacional, fica a cargo do DJ Joe

            A agenda de Cuti em Salvador inclui o minicurso Perspectivas do Conto Negro-Brasileiro (dias 13 e 14) e uma nova sessão de autógrafos de Kizomba de Vento e Nuvem sábado, dia 15, às 17h, no CEPAIA-UNEB, Largo do Carmo, organizado pelo Clube de leitores/as Negros/as Quiomboletras Bahia. Cuti é pseudônimo de Luiz Silva. Formado em Letras (Português-Francês) na Universidade de São Paulo, em 1980, é mestre em Teoria da Literatura e doutor em Literatura Brasileira pelo Instituto de Estudos da Linguagem – Unicamp (1999/2005). Foi um dos fundadores e membro do Quilombhoje-Literatura, de 1983 a 1994, e um dos criadores e mantenedores da série Cadernos Negros, de 1978 a 1993.
Informações: Nelson Maca (91304618) e Ana Cristina Pereira (Assessoria): 91765755



SERVIÇO

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O que: Sarau Bem Black
Lançamento: Kizomba de Vento e Nuvem, de Cuti (R$30)
Quando: quarta-feira (12/06), às 19h30
Onde: Sankofa African Bar, Pelourinho
Entrada Gratuita

2
O que: Clube de leitores/as Negros/as Quiomboletras Bahia
Lançamento: Kizomba de Vento e Nuvem, de Cuti (R$30)
Quando: sábado (15/06), às 17h
Onde: CPAIA – Santo Antônio
Entrada Gratuita


3
Livros de Cuti à disposição:
1. Kizomba de vento e nuvem (poemas): R$30,00

2. Dois nós na noite (peças de teatro): R$20,00
3. Literatura negro-brasileira: R$24,00
4. Lima Barreto: R$24,00


terça-feira, 28 de maio de 2013

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Grupo de rap Fúria Consciente lança CD
 Na Busca da Ampla Visão
no Sarau Bem Black


               Um dos grupos mais antigos e atuantes do hip hop baiano, o Fúria Consciente inicia uma nova etapa em sua trajetória de 15 anos, com o lançamento do CD Na Busca da Ampla Visão, nesta quarta-feira (29/05), no Sarau Bem Black. Além de bate-papo sobre o trabalho, produzido nos últimos dois anos, o Fúria faz um pocket show no final do evento, que começa às 19h30 no Sankofa African Bar, noPelourinho, e tem entrada gratuita. Para saudar o grupo, o poeta Giovane Sobrevivente, do Choque Cultural, faz uma performance especial no Sarau, e participa do show.
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Criado 1998 em Lauro de Freitas, o Fúria Consciente tem uma atuação marcante no  hip hop local . Formado pelos  MC’s  Duendy 1º, Yogi Nkrumah, Jean, Din e pelo DJ Kiko, integra  a PCE – Posse de Conscientização e Expressão, organização atuante do hip hop de Lauro de Freitas, tem trabalhado em escolas e comunidades periféricas, além das apresentações artística. Com o lançamento de seu primeiro CD, o Fúria, como carinhosamente é chamado, aposta todas as fichas no trabalho, gravado num processo árduo no estúdio Freedom Soul REC, do DJ Leandro. São 15 músicas falando sobre arte, educação e crítica social como Sem Treta, Ampla Visão, Pedagogia Combativa e Tem que Trabalhar.
Além dos convidados, o Sarau Bem Black segue com sua programação rotineira: apresentação dos poetas residentes e microfone aberto para a plateia. Apresentado por Nelson Maca, Mil Santos e Álvaro Réu, o sarau conta com as poetas adolescentes Luiza Gata e Lucinha Black Power e discotecagem do DJ Joe. Nesta semana, ele tocará músicas do Fúria Consciente entre uma performance e outra, criando o clima que é marca do Bem Black.

SERVIÇO
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Evento
: Sarau Bem Black - Lançamento do CD Na Busca da Ampla Visão, do Fúria Consciente, com pocket show  e participação de Giovane Sobrevivente
Quando: quarta (29/05), às 19h30, no Sankofa African Bar, Pelourinho
Entrada gratuita
Informações: 9176.5755 / 9130.4618
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FÚRIA CONSCIENTE
Formado por ativistas e militantes do movimento negro, o grupo de rap Fúria Consciente surgiu em abril de 1998 no Colégio Lomanto Junior, quando YOGI NKRUMAH, DUENDY1° e ABEU se conheceram e fizeram um rap sobre os 450 anos de Salvador. A partir desse momento, os seus jovens integrantes resolveram oficializar o grupo que, apesar do preconceito, da falta de recursos e incentivo, trilhou seu caminho no hip hop baiano,  influenciado pelo  panafricanismo e com olhar crítico para a realidade local. A africanidade é um tema muito explorado pelo grupo em suas letras. Músicas como “Corrigindo a História”,  “Pedaço do Movimento”, “Quem Somos”, “Mulher Gera o Mundo”  e “Reaja” causaram --impacto na cena underground da música baiana, influenciando grupos de rap e até no planejamentos pedagógico das escolas públicas de Lauro de Freitas. Atualmente formado pelos  mc’s  DUENDI¹º, YOGI NKRUMAH, JEAN e DIN e pelo  DJ KIKO, o grupo integra  a PCE– Posse de Conscientização e Expressão, organização atuante do Hip Hop de Lauro de Freitas. E vem desenvolvendo projetos em várias frentes, em projetos de cunho educacional,  como o Revendo a História - no qual suas letras foram utilizadas por educadores como fonte de pesquisa sobre a História do Negro no Brasil - e social, a exemplo do 1º Festival de Cultura pela Redução de Danos no Complexo Penitenciário Lemos de Brito (Corpo III). O Fúria já tocou com grandes nomes da música, sobretudo do rap, em Salvador e em várias capitais do país, como Racionais MC´s, Gog,  MV Bill, Facção Central, Ilê Aiyê, Lazzo Matumbi e Gerônimo. 

segunda-feira, 1 de abril de 2013







Marcelino Freire e Aloísio Menezes apresentam o show Cantos Negreiros no Teatro Solar Boa Vista

Um dos nomes de destaque da nova geração da literatura nacional, Marcelino Freire participa de duas atividades esta semana em Salvador com o coletivo Blackitude: Vozes Negras da Bahia: ele apresenta o show literomusical Cantos Negreiros, em parceria com o cantor Aloísio Menezes, sexta-feira (05/04), às 20h, no Teatro Solar Boa Vista, Engenho Velho de Brotas; e participa da edição desta quarta  (03/04) do Sarau Bem Black, também às 20h, no Sankofa African Bar, no Pelourinho.  

Cantos Negreiros é um conjunto de contos e cantos. Esta é a terceira vez que Marcelino e Aloísio fazem a performance juntos, sendo a segunda em Salvador. Originalmente, o escritor, pernambucano radicado em São Paulo, tem sido  acompanhado pela cantora paulista Fabiana Cozza. Este novo encontro conta também com a presença do percussionista baiano Jorjão Bafafé.

A apresentação tem como base textos do livro Contos Negreiros (Record), obra vencedora do Prêmio Jabuti 2006 na categoria Melhor Livro de Contos. A leitura é intercalada  pelos  “cantos” afro-brasileiros de Aloísio. "Trata-se de um espetáculo que mistura palavras faladas e cantadas, um embalando o outro", resume Marcelino. Os ingressos custam R$ 10 (inteira).  

O aquecimento para o show de sexta acontece no Sarau Bem Black.  O encontro, realizado  semanalmente há três anos e meio,  recebe a visita de Marcelino Freire pela  terceira vez. E para marcar positivamente sua presença, alguns de seus contos serão lidos por 5 convidados: o ator e diretor Chico Assis, as atrizes Danielle Anatólio, Josiane Acosta e  Vera Lopes e o músico Zezé Olukemi. Além do próprio autor. Para completar o ciclo de leituras, as poetas juvenis Lucinha Black Power e Luíza Gata lerão micro-contos produzidos na oficina que Marcelino fez com o grupo Este Tal Recital (Sarau Bem legal) em 2011.


O Sarau Bem Black faz parte das ações etno-culturais do Blackitude e tem apresentação de Nelson Maca, Mil Santos e Álvaro Réu. Conta com as participações fixas de Luíza Gata e Lucinha Black Power e do DJ J.O.E, responsável pelas intervenções musicais que já são a marca do evento. A cada semana, o repertório é cuidadosamente escolhido, a partir do formato de cada edição. A programação mantém a habitual jornada literária, com erntrada franca e microfone aberto a todos os interessados em declamar. 




MARCELINO FREIRE-Nasceu em 1967, em Sertânia, PE. Viveu no Recife e, desde 1991, reside em São Paulo. É autor, entre outros, dos livros “Angu de Sangue” (Ateliê Editorial) e “Contos Negreiros” (Editora Record – Prêmio Jabuti 2006). Em 2004, idealizou e organizou a antologia “Os Cem Menores Contos Brasileiros do Século” (Ateliê). Alguns de seus contos foram adaptados para teatro. Participou de várias antologias no Brasil e no exterior. Criou a Balada Literária, evento que, desde 2006, reúne escritores, nacionais e internacionais, pelo bairro paulistano da Vila Madalena. É um dos integrantes do coletivo EDITH, pelo qual lançou, em 2011, o livro de contos “Amar É Crime”. Prepara para este ano o lançamento de seu primeiro romance, "Só o Pó", publicado pela Editora Record. 




ALOÍSIO MENEZES-Começou sua trajetória musical cantando na noite em bares da capital baiana, tendo experimentado variadas formas de sons, sempre ligadas às raízes africanas. Já participou do Bando de Teatro Olodum, atuando e cantando em montagens como o “Novo Mundo”, “Ó Pai Ó”, “Woyzeck" e "Medeia Material” com Vera Holtz e Guilherme Leme, sob a direção de Marcio Meirelles. Integrou a primeira Ópera Negra baiana, Lídia de Oxum, ao lado de Margareth Menezes e Lazzo. Paticipou da ala de canto do Bloco Cortejo Afro e hoje segue carreira solo.




JORJÃO BAFAFÉ -Nasceu no Terreiro de Jagum, de onde é Ogan, e lá aprendeu a tocar percussão, ainda aos 8 anos, com os alabês. Foi um dos fundadores do Afoxé Badauê, participou do Araketu e criou, em 1982, o Bloco Ókánbi, que hoje preside. Profundo conhecedor dos ritmos de matriz africana, este mestre da percussão tocou por todo o mundo com grandes nomes da música, como Jimmy Cliff, Margareth Menezes e Lazzo. 



FICHAS
Sarau Bem Black recebe Marcelino Freire
Quando: quarta (03/04), às 20 horas
Onde: Sankofa African Bar, Pelourinho
Participação: Chico Assis, Danielle Anatólio, Josiane Acosta, Vera Lopes e Zezé Olukemi
Entrada franca


Cantos Negreiros : com Marcelino Freire, Aloísio Menezes e Jorjão Bafafé
Quando: sexta (05/04), às 20 horas
Onde: Teatro Solar Boa Vista – Engenho Velho de Brotas
Quanto: R$ 10 e R$ 5 (meia)


Mais informações: blackitude@gmail.com


terça-feira, 18 de dezembro de 2012





Negritude, Consciência e Literatura: um Triângulo Vigoroso


Lançamento da antologia poética Cadernos Negros - Volume 35
no Sarau Bem Black com a presença dos escritores locais 


O Sarau Bem Black realiza mais uma edição especial nesta quarta-feira (19/11) no Sankofa African Bar, Pelourinho. O encontro poético-musical, que acontece semanalmente há mais de três anos, tem a honra de receber o lançamento baiano da antologia Cadernos Negros - Volume 35, da Quilombhoje, com a presença de Guellwaar Adún, Jairo Pinto, Luiz Carlos de Oliveira, Mel Adún e Vânia Melo, cinco dos vinte e dois que celebram a poesia nessa edição.

O Sarau Bem Black faz parte das ações etno-culturais do Coletivo Blackitude: Vozes Negras da Bahia e tem apresentação de Nelson Maca, Zezé Olukemi e Álvaro Reú. Conta com as participações fixas das poetas mirins Luiza Gata e Lucinha Black Power – que também integram o Sarau Bem Legal – e do DJ J.O.E, responsável pelas intervenções musicais que já são a marca do evento. A cada semana, o repertório é cuidadosamente escolhido a partir do formato de cada edição.

Com entrada gratuita, a programação começa às 19h30. Além da habitual jornada literária do próprio sarau e da sessão de autógrafos, acontecerá um bate-papo com os autores que também recitarão no evento. O livro será vendido no local pelo preço de R$ 20,00.

 


Cadernos Negros - Volume 35

Na estrada há mais de 30 anos, no Volume 35, a antologia Cadernos Negros livro reúne mais de 100 poemas Afro-Brasileiros, em que cada autor e autora nos mostra compromisso com a poesia que vem marcando a publicação ao longo dos últimos 35 anos, o que faz dessa a série de maior fôlego na história da literatura negra no Basil. No seu todo, publica contos e poemas de autores autodenominados afro-brasileiros, discute conceitos e significados da literatura negra e as relações desta com a literatura canônica. Com isso chama a atenção para questões cruciais em nossa sociedade, como a diversidade, a cidadania, etc.

A série Cadernos Negros permite uma multiplicidade de experiências na escrita que  vai dos jovens autores àqueles que têm uma trajetória mais consolidada. São textos combatente em que "Na poesia, mesmo rindo, a palavra dói a cada esquina, pois o som é bisturi com que a metáfora rasga o gesto e faz nascer o contínuo choro a lavar, nas entrelinhas, o peito", no dizer do escritor Luiz Silva (Cuti), outro autor participante da antologia.




SERVIÇO


Lançamento do livro Cadernos Negros vol 35 – Poemas Afro-Brasileiros.
Data: 19 de dezembro (quarta-feira)
Horário: Dia 19 a partir das 19h:30min
Local: Sankofa African Bar - Pelourinho
Preço do livro: R$ 20,00
Entrada Franca

sábado, 27 de outubro de 2012





Donna Liu lança clipe
e faz 
pocket-show no Sarau Bem Black


O Sarau Bem Black realiza mais uma edição especial nesta quarta-feira (31/10) no Sankofa African Bar, Pelourinho. O encontro poético-musical, que acontece semanalmente há três anos, tem a honra de receber uma das mais promissoras cantoras da cena mpb-soul-rap soteropolitana: Donna Liu. Atuando também como baking vocal do rapper AfroJhow, ela possui uma considerável carreira solo. E é um pouco desta trajetória que apresenta na próxima edição do Sarau Bem Black, quando exibe, em primeira mão, o clipe Meu Alvo, que conta com a participação de Mr Dko. O trabalho tem direção e produção de Max Gaggino, que assinou clipes recentes para os rappers Mr Armeng e AfroJhow.

O Sarau Bem Black faz parte das ações etno-culturais do Coletivo Blackitude: Vozes Negras da Bahia e tem apresentação de Nelson Maca, Robson Véio, Zezé Olukemi e Álvaro Reú. Conta com as participações fixas das poetas mirins Luiza Gata e Lucinha Black Power – que integram o Sarau Bem Legal – e do DJ J.O.E, responsável pelas intervenções musicais que já são a marca do evento. A cada semana, o repertório é cuidadosamente escolhido, a partir do formato de cada edição. Esta semana, por exemplo, o Dj J.O.E trará a música incendiária da cantora americana Betty Davis.

Com entrada gratuita, a programação começa às 19h30. Além da habitual jornada literária, acontecerá bate-papo com Donna Liu e, ao final, um pocket-show com as participações de Daganja, AfroJhow, Mr DKO, Dj Akani e dos grupos Primazia e Bota a Casa pra Tremer. "Donna Liu canta e encanta com a sua voz magnífica no cenário da música baiana. O álbum promete uma grande fusão de ritmos, dentre eles o jazz, blues, samba e o rap. E em primeiríssima mão todos poderão entender, curtir e compartilhar este projeto através da linguagem áudio visual”, afirma AfroJhow. A noite conta também com a vendagem de CDs, livros e camisetas de produção local.






Donna Liu


Iniciou sua carreira em 1996, cantando música gospel em várias igrejas evangélicas da capital baiana, Donna Liu, cantora e compositora, apresenta composições inovadoras e inspiradoras para um público que anseia coisas novas no mercado fonográfico atual. Jorge Benjor, Baden Powell e Elis Regina são as principais influências musicais desta nova MPB.

Donna Liu já trabalhou com nomes consagrados da música - como o maestro Sergio Souto e a cantora Manuela Rodrigues - e da dança como o professor, coreógrafo e dançarino, Mestre King, no projeto Opaxorô. Além de já ter feito parte de diversos grupos de música, dança e teatro, esta novidade da música negra brasileira aprimorou suas técnicas e conhecimentos vocais com uma formação em Fonoaudiologia na Universidade Federal da Bahia - UFBA. “A música exige de você muito estudo e disciplina” afirma a cantora e fonoaudióloga.

A música negra, em suas diversas vertentes, sempre acompanhou a brilhante carreira de Donna Liu, a exemplo do Rap, da Soul, do Rhythm and Blues (R&B), do Samba, do Blues e do Jazz. Foi a partir dessas influências que ela fez a montagem musical "Samba por um triz", em 2010, resgatando sambas clássicos da nossa música, através de releituras de sambistas conhecidos. Ela acredita que o “Samba também é Black music”! As composições de Donna Liu são inspiradas em histórias pessoais, reais, que aconteceram em sua vida, a exemplo de “Meu Alvo”, “A gente se entende” e “Minha Preta”.

Donna Liu é uma presença marcante no último álbum do amigo e parceiro Afro Jhow Sem Luta não há Vitória, colocando sua voz em quase todo o disco como back vocal, nas construções vocais e em parceria com o rapper nas composições, mostrando a sua versatilidade musical. A cantora também participou em duas faixas do álbum Sinceramente de seu irmão Mr. Dko (rapper), lançado recentemente e em outros trabalhos de rappers atuantes em Salvador como DaGanja Mc, Deneshi e o grupo Primazia. Integrou-se recentemente ao projeto “Tocandomblé” do grupo “O Kontra”, idealizado pelo multi- instrumentista Nei Sacramento.

Com aspirações de conquistar o público simpatizante e admirador da Black Music, Donna Liu divulgará em breve novas composições, como apresenta agora o clipe da música Meu Alvo, com identidade e respeito à ancestralidade africana, contando com o apoio do povo baiano. “Seja o que for tudo se revela diante das águas”

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SERVIÇO

Evento: Sarau Bem Black recebe Donna Liu
para lançamento do clipe Meu Alvo e pocket show
Participação: AfroJhow, Daganja, Dj Akani, Mr DKO e dos grupos Primazia e Bota Casa
Quando: Quarta (31/10), às 19h:30min
Onde: Sankofa African Bar, Pelourinho

(Panfletos: Penga / Foto de Donna Liu: Leo Ornelas)


terça-feira, 23 de outubro de 2012


Um Sarau Bem Black Emocionante



Para todos que acompanham, entendem, curtem e torcem pela continuidade do Sarau Bem Black, a próxima quarta-feira marca um momento realmente bacana para nossa auto-estima, força e permanência.

Receberemos duas pessoas queridas, com dois trabalhos ilustres que nos colocarão para cima, principalmente, por dois motivos simples e vitais: nós criando e nós estudando nós mesmos.

Falo da Gleice Oliveira e do Ba Kimbuta.

Vozes Negras da Bahia: um Sarau Bem Black

A Gleice, frequentadora assídua do Sarau Bem Black, está em fase de conclusão do Curso de Letras na UFBA. E como tema de seu trabalho final (TCC) "Vozes Negras da Bahia: Um Saru Bem, Black", ela escolheu o Sarau, o que é uma grande honra para nós.

Honra por saber que podemos também "rasurar" o cânone acadêmico, derrubando as portas no peito, e levando, por nós mesmos, nossa literatura para dentro de espaços que sempre nos quiseram segregados, fora.

E o melhor dessa subversão é que a Gleice vai defender seu trabalho dentro do Sankofa African Bar, como exercício acadêmico, mas também por ser ela parte orgânica do Sarau Bem Black. Ajudará, assim, a diluir os limites entre a casa e a rua, a universidade e a comunidade.

A defesa será às 18h lá mesmo no Sarau Bem Black!

E essa fita não pára por aí, pois ela me chamou para ser um dos orientadores de deu TCC. Logo, comporei sua banca. Na condição de Professor Universitário, serei um dos pareceristas de seu TCC.

Pode acreditar!

Pra completar a cena, esperamos que você compareça, fortalecendo essa menina-mulher da pele preta que mora no Bairro da Boa Vista do São Caetano.

Tudo nosso!! Tudo em casa! E eles dizem que somos inimigos do livro, da leitura, do estudo, né!




"Universo Preto Paralelo"

O Ba Kimbuta é um rapper talentosíssimo lá do ABC Paulista, circulando entre Santo André a Mauá. Está em Salvador desde a última sexta feira, inclusive participou, afetiva e efetivamente, de nossa Semana de Fela. que movimentou a o centro histórico na última semana.

Ele está de férias em Salvador com a família e vai ser o outro destaque do próximo Sarau Bem Black, quando faz o pre-lançamento na Bahia de seu CD Universo Preto Paralelo. "Pré" porque ele volta para o Sarau do dia 14 de novembro, com sua banda completa, para o lançamento definitivo.

Nesta quarta, além de trazer seu CD, que será vendido no local por R$ 10, ele bate papo sobre sua carreira e militância política e faz um pocket-show acompanhado do Dj Joe, residente do evento.

Quem viu sua performance na semana de Fela sabe do que estou falando!

Unidade de Poesia Preta

Então tudo conspira para esta quarta ser um grande sarau. Estamos contentes com o vigor que tem se estabelecido nosso encontro poético semanal. Nesta quarta-feira, ainda mais, nos fortalecemos com a presença desse irmão e dessa irmã, negros e da base, que tão bem realizam sua linguagem artística e acadêmicas. Aproximem-se mais e curtam esse momento com a gente. Venham constatar como o Sankofa African Bar tem se transformado na casa do acolhimento daqueles que insistem em ser críticos e Independestes sem perder a Postura, a Elegância e o AXÉ.

Enquanto o estado inunda as periferias pretas de policiais, nós fortalecemos nossa Unidade de Poesia Preta.




Ficha: Sarau Bem Black

Local: Sankofa African Bar - Pelourinho
Data: 24/10/2012
Horário: a partir das 18h

18h: Defesa do TCC : Vozes Negras da Bahia: Um Sarau Bem, Black
Autora: Gleiciele da Silva Oliveira (Letras -UFBA)
:: Banca examinadora: Denise Carrascosa Franca (UFBA), Nelson Maca (UCSal) e Ana Lucia Silva Souza (UFBA)
Horário: 18h / Entrada franca

20h: Lançamento: CD Universo Preto Paralelo
Artista: Ba Kimbuta (São Paulo)
Horário: 20h / Preço do CD: R$ 10,00

Gleice Oliveira

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Sou Gleiciele da Silva Oliveira, nascida em Santaluz, no sertão da Bahia, filha de Maria Ginai da Silva Oliveira e Antonio Raimundo de Oliveira, negra e moradora da Boa Vista do São Caetano, região periférica de Salvador. 

Ingressei na Universidade Federal da Bahia em 2006, no curso Letras Vernáculas, após participar do cursinho pré-vestibular Universidade para Todos, uma vez que sempre estudei em escolas públicas. Durante o curso, participei de alguns projetos como o Diálogos Cotistas: qualificando a permanência na UFBA (Ceafro), ALiB: Atlas Linguístico do Brasil (ILUFBA) e Etnoescrituras: proficiência multimodal de leitura e escrita em contextos extraescolares (ILUFBA). 

Atualmente, participo esporadicamente do grupo de pesquisa Literatura como performance: narrativas de si, políticas de si, coordenado por Denise Carrascosa (ILUFBA). Conclui a licenciatura em 2010 e atualmente sou educadora no núcleo EJA RMS do Sesi, alfabetizando jovens e adultos no cenário da construção civil.



Ba Kimbuta
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Em 1996 Bá Kimbuta se identifica com a luta e mergulha de corpo e alma no movimento hiphop, e logo funda a banda Uafro, onde atua como vocalista e compositor. Na sua história de resistência mantêm sua ancestralidade como foco de emancipação do povo negro. 

Organiza com outros irmãos a associação Negroatividades, fortalecendo o movimento negro em Santo André e São Paulo, promovendo debates e reflexões sobre a luta de gênero, a luta racial e a luta de classes. Ainda com a Negroatividades produz diversos eventos como o Grito da Periferia, documentário exibido pela TV Cultura em 1999, e discussão sobre saúde da população negra em 2000. 

Com a banda Uafro participou das coletâneas Revolução com a Nossa Cara, tributo a Celso Daniel, Nós na Fita e Projeto Viajar. Junto à comunidade organiza o fórum de entidade negras de Santo André, e a luta pela aprovação do feriado 20 de novembro em Santo André, e outras cidades da região. Com o coletivo Uafro grava o vídeo-clipe Descobrimento Segundo Adal e o vídeo do Projeto Canja com Canja. Ba a co-fundador da Escola de Cultura Negra Bantu, co-produtor do dia da Cabeça Preta, Jantar Africano, Pão e Vinho Cultural. 

Desde 2006 integra o grupo Amandla como compositor, percussionista e vocalista, grupo que se utiliza do Rap para denunciar as atrocidades cometidas pelo capitalismo. É membro militante do grupo de juventude negra Kilombagem que promove intervenções, palestras e debates em torno de questões políticas e sociais. 

Faz parte dos grupos Estimulamente, da Banca Audácia, e do Projeto Conde Favela. Em 2012 lança seu primeiro trabalho Universo Preto Paralelo, que é apanhado de sua história, somados a muita musicalidade, aprofundando temas raciais, de forma poética e contemporânea, elevando o rap a diversas vertentes da música negra como: afrobeat, funk, jazz, soul, samba, reggae, entre outros gêneros musicais.



segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Fela Day Fela Week Fela Forever




Fela Day, Fela Week, Fela Forever
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Aniversário do artista nigeriano Fela Kuti  ganha semana
comemorativa
em Salvador, de 15 a 21 de outubro


Realizado anualmente em vários países, o Fela Day marca as comemorações pelo nascimento do músico e ativista nigeriano Fela Kuti (1938-1997), em 15 de outubro.  Em Salvador, vários projetos culturais se juntam numa semana de atividades com diferentes ações, mas que têm um objetivo em comum:  promover um grande reencontro com a imagem forte, a música envolvente e com as idéias revolucionárias do pai do afrobeat.

A programação começa nesta segunda, com o projeto Qual é a da Noite?, que apresenta peças teatrais de temática negra no Sankofa African Bar, no Pelourinho, a partir das 19h. Na ocasião, será reapresentada a peça CÂNCER, do Grupo Ditirambos, que  conta a história de uma conflituosa relação entre um proprietário e seu inquilino. Em cena Du Vado Jr., Jean Pedro e Vinícius Carmezim. Bertho Filho assina texto e direção. Antes da peça, será exibido o dcoumentário Fela Kuti: A Música é a Arma (53'), dos diretores Stéphane Tchal-Gadgieff e Jean Jacques Flori. Após a peça, quem comanda a noite é o Sistema KALAKUTA, com um muito afrobeat, numa homenagem ao músico e ativista nigeriano.

Amanhã,  o evento ganha a rua, na tradicional roda  de break da Praça da Sé, comandada pelo grupo Independente de Rua . Diante os painéis grafitados nos Fela Days de 2009 e 2010 e embalados pela batida do afrobeat, dançarinos se alternam na roda, que terá microfone aberto para improvisadores do hip hop, ou seja,  do rap free-style, desenvolverem suas rimas na hora. Durante a noite, o grafiteiro Lee27 fará um dos 4 painéis temáticos que comporão uma mini-exposição a ser inaugurada na sexta, durante a Festa Afrobeat .

O Sarau Bem Black, que acontece às quartas, também no Sankofa, dá seguimento à programação. Fela Kuti é o tema central da noite, com muita música e poesia tematizando  questões da negritude. Na abertura da noite, será reexibido o filme Fela Kuti: A Música é a Arma. O DJ Joe, residente do projeto, promete uma sequência inesquecível  de músicas de  Fela Kuti - diretamente dos vinis!,  entre uma performance e outra. Do lado de fora do bar, o artista Finho empresta seu talento para a grafitagem do segundo painel temático.

Temas como pan-africanismo, afrobeat, negritude e o próprio Fela Kuti estarão em pauta, quinta, num encontro entre os envolvidos nas atividades da semana, mas com entrada aberta aos demais interessados. A partir das 19h, acontece a terceira exibição de Fela Kuti: A Música é a Arma, seguida de pequenas falas e depoimentos dos realizadores dois projetos que integram o Fela Day. O grafiteiro Zezé Olukemi executa o terceiro painel.

Nos dois últimos dias acontece a confraternização entre  realizadores, artistas, incentivadores, apoiadores e, logicamente, público em geral. Na sexta, acontece uma edição  especial da Festa Afrobeat, com o Sistema Kalakuta. Os DJs Sankofa, Dudoo Caribe, Riffs e Edbrass se revezam, tomando conta da pista numa sequência ininterrupta de afrobeat e gêneros afins. A festa conta também  com poetas e rappers que soltarão seus versos sob bases musicais, exibição de filmes e clipes e grafitagem ao vivo de Neuro, que pintará o quarto painel que comporá a mini-exposição no local.

Finalizando essa sequência de homenagens a Fela Kuti, a cooperativa Rango Vegan une-se à Omosholá Artes Africanizadas para uma grande confraternização, domingo,  em torno da moda conceitual e da alimentação saudável. A tarde terá exibição de documentário, discotecagem, feira, desfile de roupas africanas e venda de produtos alimentícios da Rango Vegan, confeccionados sem nenhum ingrediente de origem animal. A Omoshalá também exibe suas roupas nos outros eventos da semana.

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FICHA
Evento: Fela Day, Fela Week, Fela Forever
Quando: de 15 a 21 de outubro de 2012
Onde: Sankofa African Bar, Praça da Sé e Cooperativa Rango Vegan,


PROGRAMAÇÃO

:: Segunda (15/10), Sankofa African Bar, Pelourinho, 19h
Projeto Qual é a da  Noite?
Exibição de filme:  Fela Kuti: A Música é a Arma (53'),
dos diretores Stéphane Tchal-Gadgieff e Jean Jacques Flori.
Apresentação da peça: CÂNCER (Grupo Ditirambos)
Música: Sistema Kalakuta
Entrada: R$ 10,00 / Casadinha: 15,00

:: Terça (16/10), Praça da Sé, 19h
Roda de break com o grupo Independente de Rua
Especial com música afrobeat
Microfones abertos: rap free-style
Grafite ao vivo: Lee27
Entrada franca

:: Quarta (17/10), Sankofa African Bar, às 19h
Sarau Bem Black- Especial Fela Kuti
Exibição de filme:  Fela Kuti: A Música é a Arma
Música: Dj Joe - Especias Fela Kuti
Grafite ao vivo: Finho
Entrada franca

:: Quinta-feira (18/10), Sankofa African Bar, às 19h
Mini-palestras e bate-papo sobre Fela, afrobeat e o pan-africanismo
Exibição do doc: Fela Kuti: A Música é a Arma
Mini-palestras: Nelson Maca e Fábio Mandingo
Bate papo: integrantes dos projetos que compõe a semana
Música: Dj Sankofa - Especial afrobrat
Grafite ao vivo: Zezé Olukemi
Entrada franca

:: Sexta (19/10), Sankofa African Bar, 21h
Festa Afrobeat com Sistema Kalakuta
(Djs Dudoo Calibre, Edbrass, Riffs e Sankofa)
Exibição do doc: Fela Kuti: A Música é a Arma
Particpação: Poetas e Rappers
Grafite ao vivo: Neuro
MIni-exposição de grafite: Finho, Lee27, Neuro, Zezé Olukemi
Entrada: R$ 10,00

:: Domingo (21/10), Cooperativa Rango Vegan, 15h
FelaVille? / Rango Vegan + Omosholá
Exposição, desfile e comerciaçialização de roupas africanizadas
Música afrobeat, Rap, Reggae, Exibição de curtas e Lanches
Mni-exposição de grafite: Finho, Lee27, Neuro e Zezé Olukemi
Entrada franca


Mais informações: Nelson Maca (9130-4618) / Edbrass (82402034) / Dayane (93300746)

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Fela Kuti: Pai do Afrobeat

O feito que consagra Fela Kuti é a elaboração da música Afrobeat. Chegando ao auge nas décadas de setenta e oitenta, representa uma fusão da música tradicional da Nigéria com as inovações do Highlife de Ghana, além de ritmos cubanos e elementos do jazz. Tudo potencializado no encontro, pontual, com as guitarras e baixos da soul music norte-americana. Definitivamente, há um Fela antes e um depois de sua descoberta de James Brown, que chega em sua vida juntamente com Malcolm X. Daí resultou uma música de pegada brutal justaposta por letras de alta tensão política e racial. Fela afirmou que a politização profunda de sua música, sua descoberta da africanidade real, se deu quando morou nos EUA. A responsável por isso foi Sandra Smith Isidore, sua namorada então, que pertencia aos quadros do Black Panters. Foi ela quem primeiro questionou Fela sobre a importância do que falavam suas letras. Também apresentou a ele a auto-biografia de Malcolm X e a música de James Brown

As canções de Fela quebram totalmente as convenções tradicionais das músicas ocidentais e/ou “comercias”. Para se ter uma idéia, são músicas de 15, 20 minutos ou mais. Introduções longas, improvisações, repetições, chamamentos e respostas. O mais genial é a junção desses elementos em suas performances ao vivo, por se tratar de um instrumentista múltiplo, religioso praticante no palco e também um grande dançarino. Some-se a isso a competência de seus músicos juntamente com os coros e coreografias de suas esposas e não haverá limites conhecidos.

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Documentário: Fela Kuti: A Música é a Arma

Documentário sobre Fela Anikulapo Kuti, dirigido, em 1982, por Stéphane Tchal-Gadgieff e Jean Jacques Flori, "Music Is The Weapon" revela detalhes sobre o artista e a história da música africana. O filme centra-se em declarações do nigeriano  que estabeleceu a relação explosiva entre a música tradicional africana, as novidades do higlife de Gana, os ritmos afro-cubanos e, destacadamente, a influência do jazz e da black   music. A soma deste lastro musical juntamente com a vivência de Fela Kuti com o Movimento Black Power e com o Panafricanismo estabelece a fusão primordial da experiência afrobeat: arte e ativismo revolucionários bem captados neste registro histórico incomparável.

Além da localização da genialidade de Fela Kuti, o documento apresenta imagens do cotidiano do artista, como sua propriedade, a República Kalakuta, e sua casa noturna, África Shrine - ambas declaradas territórios independentes dentro do país. O filme é uma mostra concreta do enfrentamento que faz o “Presidente Negro” ao seu conflitante e violento cotidiano da Nigéria nas décadas de 60 e 70, principalmente. Incrivelmente dançante, a música de Fela Kuti cresce magistralmente sua tensão nas performences ao vivo. Além de tocar vários instrumentos, acompanhado de incrível big band África 70 (depois Egito 80), e de um corpo de dançarinas formado por suas esposas, ele próprio era  cantor e dançarino. Enfim, além de sua expressão estética permeada por suas práticas religiosas e espirituais, o vídeo valoriza o pensamento político do artista mais revolucionário que a África.

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