domingo, 30 de janeiro de 2011

.
.
Sarau Bem Black
- especial -

.

Sankofa African Bar - Pelourinho
Quinta-feira, 03/02
19:00 - Concentração
20h: Poesia!


Com: Iara Nascimento, Heider Gonzaga, Lázaro Erê,
Lucinha Black Power, Luiza Gata, Nelson Maca,
Rone Dundum, Sandro Sussuarana, Zezé Olukemi
e muito mais...

Dj Joe Blackitude toca músicas que prestam
homenagem a Yemanjá!

Venha e traga seu poema!
A Vibração Poética da Blackitude é Positiva!


* Nesta semana, excepcionalmente, o Sarau Bem Black acontece na quinta feira, dia 03 de fevereiro. Na quarta (o2) é dia de ir ao bairro do Rio Vermelho, para saudar e levar presente para Yemanja. Trata-se de uma das festas religiosas-populares mais cativantes que a Bahia Preta possui!

Quem sabe do que falo, sabe o que é, não sabe!?

* Estamos preparando um Sarau especial pra todos vocês e nós. Amanhã, confira aqui a programação completa de quinta!


Nelson Maca - Blackitude.Ba



.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

O preço da passagem!

.
.
A Encruzilhada é d'EXU!

.

Passageiro


O passageiro do trem dos esquecidos
Dobrou a esquina de sua sina
E descarrilhou cidade adentro
Entrou rasgando os muros, as paredes,
Des-cercando as amarras cegas das cercas
Arrebentando as farpas dos arames farpados
Anti-gado que desacata vaqueiro
Levou no peito aberto de frente
Os portões de ferro do centro
Libertando seu destino traçado à revelia
Sem seu ciente sem seu consentimento

Mas enquanto o vento do novo initinerário
Quebrava a esquina da paisagem
Uma brisa de antes reacendeu a brasa antiga
Fogo brando nas quebradas da memória
Marca profunda das quebras do mundaréu

Por isso o trem sempre volta ao limite do início
Com tudo com postura com impulso com pulso
Com memória com história comemora
Compassado no futuro

Agora corre livre como pensamente avulso
Vai por dentro vai por fora pela margem pelo centro
Driblando falácias descentrando malidicências
Abrindo portas malentidas a pulso
Dizendo aos surdos saiam da frente

Acordando voraz mordente os dormentes
Porque o sol primeiro nasce para combatentes
Os batentes de sua gente
Porque trem que é trem vem e vai
Não fica ancorado feito guindaste de cais

E passageiro que tem sina de passageiro
Passa lento passa ligeiro passa sempre
Não fica parado no trem em movimento

Poema de Nelson Maca (eu)

.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Elizandra Souza visita Sarau Bem Black

.
.
Sarau Bem Black

.
Sankofa African Bar - Pelourinho
Quarta-feira, dia 19.01.2011
19h:3omin. - Concentração / 20h - Poesia!


Marcando o retorno das poetas erês
Lucinha Black Power e Luiza Gata
que apresentarão ao sarau a linda
Julia Gonçalves,
uma erê vinda direto de Curitiba-PR

Participação
Elizandra Souza (São Paulo)


Venha e traga seu poema!

A Vibração Poética da Blackitude é Positiva!!


.......................

Elizandra Souza

.

Elizandra Souza, escritora e ativista, publicou o livro de poesias "Punga" a quatro mãos com o poeta Akins Kintê, grande artista, nosso amigo e parceiro do Sarau Bem Black. Ela é trambém uma das reponsáveis pela Agenda Periférica, publicação mensal da ONG Ação Educativa que mapeia os acontecimentos culturais das quebradas paulistanas.

.


Baiana radicada em Sampa, nessa nova de pasagem pela Bahia Preta, Elizandra fez presença no Sankofa Bar quarta-feira passada (12), recitando palavras afiadas. Nesta semana ela volta como convidada do Sarau, para mostrar um pouco mais de sua poesia. É uma honra para nós recebê-la; por tudo que representa ao movimento literário divergente do Brasil.


Um poema de Elizandra Souza:

Menstruação


Sangre mais uma vez
Expele de teu corpo
o embrião não fecundado
Junte todo o amargor
e sangre outra vez!

É dolorido,
mas sinta com intensidade essa cólica,
esse mal estar,
mas sangre mais uma vez!

Sangre nessa hipócrita sociedade
junte todas as dores expelidas,
retire da calcinha
esse absorvente encharquecido
E joque fora todos esses sangrados.

Mas Menstrue e Ação!



- Sentiu?

..................

Nelson Maca - Blackitude.BA

"A Encruzilhada é d'EXU!"


*A boa foto de Elizandra foi feita pelo Lázaro Erê!

...

sábado, 15 de janeiro de 2011

Lançamento/ HIP HOP: Dentro do Movimento

.
.
O Maquinista não Pára

.
Alessandro Buzo lança novo livro dia 20.01.11


Salve, Rapa!

O Maquinista do Trem dos Suburbanos Convictos, meu amigo Alessandro Buzo, lança seu novo livro na próxima quinta-feira, dia 20 de janeiro às 19h:30min. A rapa vai se reunir lá na Livraria Suburbano Convicto - Bixiga, para celebrar mais esta ousadia da Periferia Orgulhosa que insiste em manter a cabeça em pé!

Desta vez o assunto do escritor das quebradas do Itaim Paulista é Hip Hop. E, novamente, o parceiro está sendo publicado pela editora Aeroplano do Rio de Janerio. Eu, Nelson Maca, Poeta Exu Encruzilhador de Caminhos, e a Blackitude, fujona e rebelada, daqui do nosso quilombo da Bahia Preta, saudamos a chegada e desejamos uma longa estrada ao novo "rebento" do Maquinista.

Uma pá de gente boa deu entrevistas e depoimentos para a obra. Não há dúvida que se trata de um bom panorama para aqueles que gostam e querem compreender a cultura Hip Hop no Brasil sem intermediações estranhas no ninho.

Eu também tive o prazer de conceder entrevista para esse trampo. Na humilde, dei algumas idéias sobre o que penso e porque estou no hip hop nacional. Achei bacana ter "baiano" na fita. Não que eu me ache ou queria representar alguém ou algum lugar, mas porque trabalho com determinação e sinceridade pelo Hip Hop BA vivo e original para além do eixo RJ-SP.

.
Espero, em breve, ter o Buzo por aqui novamente. Há algum tempo, tamo matutando a gravação do quadro Suburbano Convicto (que ele apresenta no Programa Manos e Minas / TV Cultura-SP) em Salvador com os "buffalos soldiers" da Blackitude. Parece que agora o barato tá mais perto de virar...

Então será uma boa ocasião para lançarmos "HIP HOP: Dentro do Movimento" e também exibirmos publicamente o filme "Profissão MC", outra autoria do Alessandro Buzo. Quem sabe o Criolo Doido - rapper fenomenal - que desempenhou o papel de protagonista na "ficção" não vem junto!

Já pensou: cinema, literatura, televisão, sarau, hip hop... tudo junto com os Suburbanos Convictos da Bahia Preta? Viiiiixe!!!

A Encruzilhada é d'EXU!!


Nelson Maca - Blackitude.BA

............................................

A Resenha do Livro



"HIP HOP : Dentro do Movimento"

"Alessandro Buzo entrevistou cerca de 70 pessoas no ano de 2010. Assunto: HIP HOP. Falou com grandes nomes do RAP NACIONAL Com militantes do Acre, Piauí, Bahia e vários outros estados. Conversou também com a Lucia Teninna da Argentina, onde está em andamento a articulação para o lançamento do livro em beve.

Segundo o autor, muita gente boa ficou de fora porque, por vários motivos, não foi possível desdobrar contatos efetivos durante os meses de produção do livro. Mas a rapa reunida na história não é pouca. Por isso uma das intenções da empreitada é que a ela sirva de fonte de pesquisa, para que os interessados tenham acesso ao que se pensa de 'DENTRO' do Movimento.

Tudo que você queria perguntar sobre HIP HOP, e não sabia pra quem, Alessandro Buzo perguntou pra nomes de destaque como Dexter, GOG, Thaíde, Rappin Hood e outros. Pegou depoimentos de pessoas bacanas - como Fernando Bonassi, Negra Li , etc - sobre o Hip Hop.

Enfim, o livro é mesmo o que diz a Heloisa Buarque de Holanda no prefácio: '- Uma história de Rap em três meses ... Será? Hesitei um pouco, mas resolvi arriscar. Na semana passada recebi a primeira versão dos originais prometidos e me surpreendi. Para uma professora de longa data como eu, uma história do RAP obedeceria a metodologias de mapeamentos, pesquisas em diversas fontes, análise e interpretação de dados, enfim, rituais do pesquisador ou do historiador acadêmico. Mas o livro que o Buzo me ofereceu não ía por ai. Era um papo de mano, praticamente ao vivo, uma conversa de mesa de bar, gostosa, cheia de pistas e novidades.'

.

O 'Maquinista' Alessandro Buzo diz que a idéia era essa mesmo, por isso 'DE DENTRO DO MOVIMENTO' é a nossa história - como já foi dito pelo filme 5X Favela no cinema - só que agora na literatura também é 'POR NÓS MESMOS'

Para Buzo - ainda que ele se declare suspeito pra dizer - 'além de lindo, o livro é um documento histórico do HIP HOP, não escrito apenas por mim, mas por cada um que deu entrevista (teve gente que não quis, outros não trombei) ou depoimento...'

E essas pessoas são:

Dário (Porte Ilegal-SP), Nelson Triunfo (SP), Alexandre de Maio (SP), Rappin Hood (SP), Markão II (DMN-SP), Thaíde (SP), Cleber (Ao Cubo-SP), Tio Fresh (SP Funk-SP), Toni C (SP), DJ Cia (RZO-SP), Crônica Mendes (SP), Douglas (Realidade Cruel-SP), Pregador LUO (SP), Freitas (Radar Urbano-SP), B Dog (Rapevolusom-RJ), DJ Cortecertu (Central Hip Hop – SP), Juliana Penha (de SP, atualmente mora em Portugal), Maria Amélia (SP), Cabal (SP), Jéssica Balbino (MG), Celso Athayde (CUFA-RJ), DJ Fex (Arquivo Negro-PR), Gaspar (Z´Africa Brasil-SP), GOG (DF), Augusto do Hip Hop (Acre), Gil BV (PI), DJ Raffa (DF), Ariel Feitosa (DF), Japão (Viela 17-DF), Nelson Maca (Blackitude-BA), Léo da XIII (RJ), Dudu de Morro Agudo (RJ), Mandrake (Portal Rap Nacional SP- Atualmente SC), DJ Dico (de SP, atualmente mora em Portugal), Zinho Trindade (SP), Fex Bandollero (SP), Grand.E (SP), Mikimba (SP), Aninha (Atitude Feminina-DF), Pathy de Jesus (SP), Re.Fem (RJ), Nina Fideles (DF, atualmente SP), Bonga (SP), Dingos (SP), MC Marechal (RJ), Emicida (SP), Kamau (SP) e Parte Um (SP)"

Há depoimentos de Adunias da Luz (SP), Paula Lima (cantora), Fernando Bonassi (escritor e roteirista-SP), Negra Li (cantora-SP), Tubarão (Du Lixo-SP), Tom (Função RHK-SP), Renato Vital (SP), Jefferson Leandro (Tonhão-MG), Zulu Tiquinho (SP), Corvo (Família Pic Favela-SP), Gordinho (Primeiro Ato-SP), Tio Pac (cineasta da Cidade Tiradentes-SP), Lúcia Tennina (Argentina) e Walter Limonada (SP).

Participaram ainda Criolo Doido (4a capa) e Gil Ponés.

'Vão dizer que é formação de quadrilha... mas é apenas o 'RAP', aquele que nasceu na periferia e é 'NOSSO' na alegria e na tristeza, nas fase boa, ou nas 'osso'. É nosso, por nós mesmos. Boa leitura!', complementa Alessandro Buzo."

(DIVULGAÇÃO)
...........................................

A Celebração da Obra!

.

FICHA

Lançamento / HIP HOP: Dentro do Movimento
Autor: Alessandro Buzo (Suburbano Convicto)

Editora: Aeroplano (Rio de Janeiro)

Data: 20 de janeiro de 2011 - às 19h:30min
Local: Livraria Suburbano Convicto / 11-2569.9151
- Rua 13 de Maio, 70 (2º andar) - Bixiga - SP

email - suburbanoconvicto@hotmail.com

Fonte: www.buzo10.blogspot.com


"O Trilho Poético Suburbano é Convicto!"

.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Da Bahia Preta sem véu de alegoria

.
.
Tá chegando a Gramática da Ira

.


A Guerra Preta tá chegando...


Enquanto isso, vamos nos juntando "À caminho de Palmares"!


1. Suburbano Convicto - Org. Alessandro Buzo.

.
A morte do negreito

[...] Há muita cerveja gelada nos bares / aqui a pouco o samba invade o fundo dos quintais / Muitas versões do agora serão contadas / Nos açougues escolas estádios barracas de frutas / E haverá sermões para nós em duzentas igrejas ao cair da tarde / E haverá inúmeras pesquisas acadêmicas acerca de nosso extermínio / E haverá muitas gargalhadas das piadas que se contam de nós / Aqui: é a mesma história batida de sempre / Não tenho nem mesmo um pingo de lágrima para derramar por ele / Não há nada aqui que possa despertar minha pena / Nem mais ninguém pra temer ou fugir / Trata-se de uma história conhecida demais / Nossa demais [...]

*Participei da coletânea como escritos com o poema A morte do Negreito e com o conto Qualqué coisa, liga nóis


2. Colecionador de pedras - Sérgio Vaz

.


Salve a Voz de Sérgio Vaz
Quando o G.O.G. me apresentou ao Sérgio Vaz, não foi apresentação, foi formação de guerrilha: nós três e a rapa toda que faz e que curte a Blackitude, celebrando a vida na Bahia preta. Testemunhei, corpo presente, a força maior de sua arte: o pensamento a mil, os pés no chão e um sorriso do tamanho dos lábios! Palavras retas. Um poeta nosso. Tal a pessoa, sua poesia está despojada de ornamentos inúteis. De casca de erudição. Estética e humanamente, dilui o limite entre a realidade e sua representação, a vida e o
verbo, a verdade e a beleza. No campo de batalha cotidiano, um poeta que nos comenta - que nos interessa. Cooperifados pela nossa luta e nosso sonho, enfim, anulamos os atravessadores. Sérgio Vaz é poeta, e, como poeta, sabe ser simples. Como simples, sabe tecer o coletivo. Como coletivo, sabe ser nós. E, como nós, faz-nos grandes ao seu lado. Se você, leitor, quer saber mais do que ora comungo, leia esse incansável colecionador de pedras. Conheça esse ladrilhador de imagens. Eu, que não tive a felicidade de escrever O milagre da poesia, ou o “Bruno matador” (Pé de pato), sinto-me, poeticamente, vingado por Sérgio Vaz. A tempo: em nossa humanidade tão desumana, ser simples é muito complexo. Deus para entender? Então, SaravAxé e BoAventura!!

* Escrevi a orelha do livro: Salve a voz de Sérgio Vaz


3. A Rima Denuncia - GOG.

.

O Poeta do Rap: do Vinil ao Livro
Para estabelecer o formato final da obra, foram
horas de audição e transcrição das letras; dias em frente ao computador; dezenas de e-mails trocados. Além dos encontros, para revisões parciais do material. Peso Pesado! Aliás, esses foram momentos de trabalho árduo, mas também de fruição, de prazer, de alegria e amizade. O GOG cantava duas, três ou mais vezes trechos ou músicas inteiras, ensinando-me, primeiro, a ouvi-lo, para, depois, recriá-lo para vocês em palavras que riscam ariscas as páginas brancas deste livro.

* Organizei os originais
e escrevi o posfácio: O Poeta do Rap: do Vinil ao Livro


4. TarjaPreta – Zinho Trindade

.

Zinho Trindade e o legado de Solano

Aqui, no espaço profundo deste livro urgente e pungente, não encontro apenas imagens familiares de Solano, mas, emocionado, agradeço ao Tempo e ao Espaço por me permitirem recompor mais um laço dessa família gloriosa, orgulhosa e ativista. Recebi o convite do Zinho para comungar essa publicação como quem recebe o bilhete premiado com o preço da passagem do meio. Porém, em viagem de retorno, no útero da Black Star Line. Para mim, figurar a história dessa obra e, por extensão, dessa família - que nos interessa, representa e complementa - significa, primeiramente, uma confraternização de parentes que se reencontram. Uma celebração afirmativa de nossa Resistência Ativa. Mais um passo largo no compasso da espiral que tangencia o batimento vital do passado de nossa unidade original

*Organizei o livro e escrevi o prefácio: Zinho Trindade e o legado de Solano

.................


A Encruzilhada é d'Exu... é d'Exu!!

.

Rango Vergan manda avisar!

.
.
Noite de Pizza!

.

Depois de longos 2 meses,
a primeira Noite de Pizza do ano!

Dia 15 de JANEIRO de 2011


Dando boas vindas ao novo ciclo que se inicia nesse ano de 2011, nada melhor do que confraternizar ao som de um maravilhoso MPB do grupo 4 em Cordas, além, é claro, de muuuita pizza pra matar a saudade!

Fora isso, estamos elaborando sucos ainda mais saborosos e refrescantes, pra incrementar ainda mais a noite.

Que 2011 traga bons frutos para todos nós!

Sabedoria, serenidade e coragem!


Garanta sua presença e reserve logo sua vaga!


NOITE DE PIZZA

Dia 15 de JANEIRO de 2011 | 18hrs | R$10
[entre e coma à vontade]

:: Rua do Passo, Nº 40, Pelourinho | Próximo a Igreja do Carmo


Quer falar conosco?!

(71) 3488 2756 | 8837 4963 | 8821 4260

rangovegan@gmail.com


(DIVULGAÇÃO)


.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Sarau Bem Black + Rapadura X.C. = Rasta pé, moçada!

. .
Sarau Bem Black 40º

.

Sankofa African Bar - Pelourinho
Quarta feira - 12.01.11
19:30 - concentração // 20h - Poesia

Venha e traga seu poema!

A Vibração Poética da Blackitude é Positiva!




Rasta Pé, Moçada!!


O Sarau Bem Black recebe o "RAPentista" Rapadura Xique Chico ao som de Jorge Alfredo e Chico Evangelista

Eis que chegamos à segunda edição do Sarau Bem Black de 2011 com muito vigor e alegria. Aliás, super-motivados!, pois os últimos saraus foram emocionantes...

E tudo indica que na próxima quarta a tensão positiva se instalará novamente nas quatro linhas do gramado sagrado do Sankofa African Bar, embaixada cultural de Ghana na Bahia Preta.

.

E vai ser daquele jeito memo: Iara Nascimento, Lázaro Erê, Rone Dundum, Sandro Sussuarana, Nelson Maca e Robson Véio (na retaguarda, contamos sempre com a Laila) têm a responsa de não deixar arrefecer os 40º da noite poética mais Black da Bahia Preta.

.

E mais o apoio das poderosas presenças de todos os amigos que têm fortalecido o sarau. O público se renova a cada quarta. Tá lindo demais!


Erês e Trapezungas via Embratel

Mais uma vez, sentiremos no salão, n o tablado e no coração a ausência de nossas poetas-erês Lucinha Black Power e Luiza Gata.

.


No entanto, elas declamarão por telefone, lá da casa da vó, em Curitiba. E, pra compensar, já tá confirmada a presença do poeta trapezunga Israel, que volta ao sarau, para segurar essa onda.


Rapadura Xique Chico na Fita Embolada

.
Além do time acima, o Sarau Bem Black dessa semana conta com a ilustre visita do “RAPentista” Rapadura Xique Chico que volta a passar uns dias por acá.

Cearense estabelecido em Brasília - hoje levando suas rimas pelo brasilsão inteiro - Rapadura será nosso convidado especial de quarta.

.

Aproveitaremos a ocasião para apresentar - pra quem ainda não conhece - sua “Fita embolada”.


Dj Joe comanda o Rasta Pé da Moçada
.


Pra embalar a balada em grande estilio, o J.O.E, nosso DJ residente, tocará as músicas de uma dupla simplesmente iluminada: Jorge Alfredo e Chico Evangelista. Você se lembra do discaço "Bahia-Jamaica"?

Se não me falha memória, essa bolacha foi lançada em 1980. Acho que a maioria dos frequentam assiduamente o Sarau Bem Black não tinham nem nascido ainda.

Mas é daquele jeito: "Nóis é ponte!".

.

Não posso esperar para ouvir isso, pois eu simplesmente sou apaixonado por essa obra-prima da Bahia Preta sem véu de alegoria - que nos redime e fortalece.


Quem tem fé vai a pé!

E quarta é apenas o bom começo, pois quinta tem Bonfim!

Então, depois do Sarau Bem Black, é ir para casa, descansar um pouquinho e, quinta de manhã, seguir para a Lavagem do Bonfim! Parada obrigatória...

Nunca esquecendo que quem tem fé vai a pé!

Promete, viu!


Terreiro da Salvação pela Cor e pelo Groove!

.

Então é isso, vejo você quarta feira lá no Sankofa African Bar, a casa real de nossa inspiração afro-poética em movimento.

Sim!, procure chegar cedo, hein, pois o Sankofa tem ficado pequeno nas últimas quartas feiras...


Sempre com "Calma, Rapaz"!

.


..........

Assinado: Nelson Maca
Poeta Exu da Bahia Preta
Cúmplice do Sérgio Vaz e do GOG



foto1. flyer by Penga-Designer
foto2. Lázaro Erê (grupo Opanijé)
foto3. Rone Dundum (grupo Opanijé)
foto4. Lucinha Black Power
foto5. Rapadura Xique Chico
foto6. Fita embolada (Rapadura)
foto7. Dj Joe
foto8. Jorge alfredo e Chico Evangeista (Bahia-Jamaica, 1980)
foto9. panorâmica do Sankofa African Bar
foto10. Nelson Maca e Robson Véio pedem "Calma, Rapaz!"

.

sábado, 8 de janeiro de 2011

Racismo não! Pára!!

.
.

O racismo não pára

- o racismo não pára

tá na cara
tá na pele
tá na folha
se escreve
é palavra
é Brasil

- o racismo não pára

tá na página
tá na estrofe
tá no verso
tá na imagem
é textura

é Brasil

- o racismo não pára

tá ao lado
tá ausente
no passado
no presente
é corrente
é Brasil

- o racismo não pára

tá na mente,
tá no agora
no passado
na memória,
é história,
é Brasil

- o racismo não pára

tá no nectar
tá no sumo
na semente
no consumo
é cultura
é Brasil

- o racismo não pára


tá no fruto
tá no suco
na folhagem
no charuto
é produto
é Brasil

- o racismo não pára

tá no copo
tá no prato
no varejo
no atacado
é mercado
é Brasil

- o racismo não pára

tá no nível
tá no plumo
tá na cerca

tá no muro
é concreto
é Brasil

- Racismo não!!
Pára!!
.
.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

O Sarau Bem Black não Para

.
.
Sarau Bem Black

.
Sankofa African Bar - Pelourinho
Quarta-feira, 05/01/2011
19:30h: Concentração - 20:h: Poesia


:: microfones abertos ::
Venha e traga seu poema...
A Vibração Poética da Blackitude é Positiva!

......



Na Ponta dos Dedos Negros: primeiro Sarau Bem Black de 2011 homenageia Tiago Ramses

Quarta feira, dia 05 de janeiro de 2011, iniciamos um novo ano de Sarau Bem Black. Na última e emocionante edição de 2010, semana passada, muitos me perguntaram quando retornaríamos. Eu achei erstranha aquelas perguntas, pois davam a impressão que sarau é algo como um trabalho formal para nós... escola, faculdade ou coisa parecida.

Tem também aquele lance que o Lázaro Erê lembrou no twitter: dizem que o ano novo, na Bahia, começa semente depois do carnaval.

- Dizem...

Pois bem, o Sarau Bem Black continua normalmente esta semana, porque a poesia é nosso gás natural, o metanol que alimenta nosso reator poético vital.

Ainda mais depois de ler o que li no blog Na Ponta dos Dedos Negros. Caramba, o texto fala de maneira objetiva, política e afetiva do Sarau Bem Black, sem perder a ternura. Como bacana ler o quanto somos realmente importante apara algumas pessoas. Dá uma vontade grande de avançar ...

- Sabem aqueles testemunhos...?

Quem comanda o Na Ponta dos Dedos Negros é um cara que é tipo uma concordância entre os freqüentadores do Sarau Bem Black, do hip hop e do movimento social negro da Bahia Preta: Tiago Ramsés. Ele, sozinho, é um dos principais meios de comunicação da vida ativa da cidade.

Conheço o Tiago há uma cara e gosto muito dele. Pinta no sarau sempre, inclusive fez um dos flyers utilizados na divulgação na net. Exatamente agora, acabo de descobrir - pelo twitter - que, juntamente com o belo texto que cito acima (e que reproduzo abaixo), ele apresentou um novo flyer para 2011, atento aos elementos que regerão nossa africanidade inquieta nesse ciclo temporal que se inicia.

Gostaria de lembrar, ainda, que, na próxima quarta feira - dia do primeiro Sarau Bem Black do ano - é o dia do aniversário do Tiago Ramses. Gostaría então de dedicar desde já nossa próxima ação poética a esse parceiro e convidá-los para comemorarmos juntos essa que só pode ser uma data importante para todos nós. Porque nossa família é grande e dispersa , mas mãe só temos uma:

- África! One People!! One Love!!!

“Quem é do Gueto sabe!”

Parabéns Tiago Ramsés


(Nelson Maca – Blackitude.BA
Poeta Exu Encruzilhador de Caminhos)
...........................................................

Texto de Tiago Ramsés:

domingo, 2 de janeiro de 2011

Em 2011 tudo muda, mas algumas realmente precisam mudar. E a estratégia agora é fortalecer aqueles e aquelas que te fortalecem. Em 2010 o Sarau Bem Black foi um evento que me renovou enquanto poeta e também em alguns momento deu-me fôlego para enfrentar dificuldades na caminhada. Por isso faço questão de contribuir e fortalecer o sarau para que mais pessoas possam ir as quartas-feiras prestigiar a boa poesia que ecoa pela cidade.

Para ajudar nesta divulgação produzi em 2010 este flyer:

.


Agora em 2011 o flyer acompanha as têndências, pois como o ano será das águas nada como homenagear uma grande mulher como Angela Davis.

.


Salve os verdadeiros e as verdadeiras, porque nós sabemos quem é de mentira.

Se você quiser ajudar na divulgação clique no flyer e depois salve-o no seu pc e espalhe a notícia.

Fonte: http://pontadosdedosnegros.blogspot.com/2011/01/saraubemblack-2011.html
...................................


Dois Poemas de Tiago Ramses

.


O início do fim

O início do fim começa agora
Porque os pulsos marcados pelas algemas ainda doem
E as feridas não cicatrizarão tão facilmente
O início do fim começa agora
Porque o racismo não tira férias
E a consciência adquirida não está a venda
Só ela pode corra as amarras e tirar as vendas
Para fazer você entender, compreender
Que
O início do fim começa agora
E não é hora de brincar
Mas sim de matar
Matar as princesas brancas de nossa histórias
Da nossa história
Trazendo toda nossa ira negra à tona
Para marcar sua presença
O início do fim começa agora
O dia hoje será negro
Tão negro como meu black cabelo
Que virou moda
Tão negro como meu corpo
Que é o padrão
Padrão mna mira da bala perdisada
Da chacina
Que nos elimina
Todo santo dia
De orixá
E assim não alimenta ninguém
Mas engorda muitas estatísticas
O início do fim começa agora
E você não percebeu?
Olhe-se no espelho e tente
Tente perceber o que o rolo compressor do racismo
Vem fazendo a você
Pare para pensar
Hoje será um dia negro
O início do fim começa agora
E essa revolução tv nenhuma vai transmitir
E nem malhação vai reproduzir na ficção
Ficção que a minha vida real
Não se encaixa
Em nada
Em nada
Lembrando que as mulheres negras estão presentes
Fortalecendo os laços de nossa unidade
O início do fim começa agora
Porque a revolução boa começa em casa
Racismo eu só lamento
O início do fim começa agora
............................


O amor...

Que o amor seja doença infecciosa
Sem cura
Levada e espalhada pelo mundo a cada brisa dos ventos
Torne-se nação
Seja erguida sua bandeira no alto do mais alto ponto da Terra
Que ensinem nas escolas a cultivar o amor semelhante a como cultivamos uma árvore
Seu legado seja perpetuado a cada nova geração
Amor seja respiração, alimentação e transborde pelos poros do corpo
O amor precisa estar gravado nos ossos
Sentido em cada sentido
Ressentido
Revisto
Resgatado
Acreditado
Multiplicado
PRATICADO
Escrito nas paredes da cidade
Tatuado no corpo e na alma
Manda pelo correio ou simplesmente por email
Aquecido pelo sol
O amor precisa ser parte, ou melhor...
...o amor precisa ser inteiro em nossas vidas
O amor precisa

Para ler mais poemas de Tiago Ramses:
http://ramsescompoesia.blogspot.com/


.

sábado, 1 de janeiro de 2011

Negro Amor

.
.
Amor de carapinha


Resolvi fazer aquele poema de amor
que ainda não fiz para você,
Negra!

Andei tão obstinado,
no exercício de minha Ira poética,
que, em tempos de paz interior
e trégua mundana,
amar em silêncio e sigilo
superou qualquer necessidade de divulgar
meu erotismo ao público.

Apesar de segredar um íntimo
que nos torna cúmplices em desejos,
me nego a ser o poeta que cantará
as ondulações de sua presença.

Falo a você como falo a uma irmã, amiga,
parente distante ou conhecida apenas.
Sem apologias traiçoeiras,
faço desses versos meu capítulo das negativas.

Sei que você me entende,
sei que algumas mulheres me entenderão...

Dedico também
este testamento lírico a vocês,
poetas libatas,
que dissecam meninas de carapinha
como peças de consumo pontual...
que descamam seu dorso
como fossem peixes de rabo grande
na rampa do mercado...
que desembrulham seus corpos sagrados
sem cerimônia...
que desnudam suas intimidades
como trufas de chocolate africano
enroladas em versos de celofane
para consumo ariano...

Meu amor já foi bem mais além
daquela quebrada
que não tem mais volta.

Apagaram-se em mim
as princesinhas, deusas, cinderelas
ou qualquer dessas heroínas nórdicas
saídas de contos de fadas alheios
que nos desviam do caminho de casa...
que aterram a profundeza
de nossa erótica ancestral...

Também não me convencem mais
esses derramamentos convencionais.
Esse eco-eco anti-antigo
de gatona, gata, gatinha
me incomoda.

Quem sabe aquela pantera
ainda animalize minha inspiração.
Pantera dentro e fora da casa,
que circula pelas ruas da cidade.
Pantera no particular e no público.
Uma fera em cima da cama
e fora dela.

Uma mulher que,
na dimensão da história
e no andamento do tempo,
amplia em energia vital
os limites do corpo objeto,
o desejo da matéria.
Reintegra o princípio do prazer,
a potência sexual profunda
reafirmada no corpo
do futuro que virá infalível.

Para que nosso Amor,
amanhã,
não seja mancha seca de esperma,
apenas lembrança,
na página amarelada pelo desuso.

Não, não sou eu que anunciarei
moças prontas pro abate
nas feiras galantes.
Não exporei
peitos de mulheres leiteiras
nas vitrines de açougue.
Não pendurarei
ancas robustas em ganchos
oferecidas como peça nobre.
Não pesarei
coxas e pernas temperadas
para forno, fogão e mesa.

Meu poema não será a alavanca
que suspende a ereção do Sinhô.

A fita métrica com que meço
o perímetro do seu tórax
só quer revelar
o tamanho exato
do seu amor pela liberdade...
A grossura de suas coxas de carnes rijas
e a lisura de sua pele
são a dimensão
de que se pode atravessar
os amplos caminhos da exclusão.
Sua barriga assim
em contraste com as curvaturas
acima e abaixo
pode absorver os golpes baixos
do escravismo sexual.

Assim,
sem olhos esbugalhados,
sem boca salivando,
sem pau duro,
resolvi fazer aquele poema de amor
que ainda não fiz para você,
Negra.

Para dizer que te amo
muito além dos jardins.

Nelson Maca (02/01/2011)

.