sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Calma, Maca!

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Calma, rapaz!


Então
Eu resolvi afundar os negreiros
Afogar capitães e marinheiros
No mesmo sal do mar que me sugava os restos corroídos
Foi quando esta voz sussurrou ao meu ouvido:
- Calma, Rapaz!

Então
Eu resolvi incendiar a casa grande
Queimar as sinhás e sinhôs
Com o mesmo fogo do ferro que me fritava a carne
Foi quando esta voz sussurrou ao meu ouvido:
- Calma, Rapaz!

Então
Eu resolvi contaminar os alimentos
Para liquidar os donos do algodão e do fumo
Com o mesmo veneno que me inflamava o banzo
Foi quando esta voz sussurrou ao meu ouvido:
- Calma, Rapaz!

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Então
Eu resolvi alvejar a cabeça do capitão do mato
Para dominar o campo de batalha em que eu vivia
Com o mesmo trabuco que me atingia as costas quando eu fugia
Foi quando esta voz sussurrou ao meu ouvido:
- Calma, Rapaz!

Então
Eu resolvi cortar a garganta da princesa de maio
Para exterminar de vez as falácias da abolição
Com a mesma navalha que me decepava os dedos de negro fujão
Foi quando esta voz sussurrou ao meu ouvido:
- Calma, Rapaz!

Então
Eu resolvi seqüestrar o dono da fábrica
Para reparar as deficiências do meu salário que é o mínimo
Com a mesma neutralidade que me seqüestraram a força ativa
Foi quando esta voz sussurrou ao meu ouvido:
- Calma, Rapaz!

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Então
Eu resolvi socar a boca do primeiro filho da puta que aparecesse
Para sangrar a oligarquia dos que sempre nos calam
Com o mesmo punho cerrado que sempre nos socaram
Mas esta voz ainda sussurrou ao meu ouvido:
- Calma, Rapaz!

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Poema do livro Gramática da Ira / Fotos sequestradas da net!

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A COOPERIFA NÃO PÁRA

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SÉRGIO VAZ MANDA AVISAR!!



"Povo lindo, povo inteligente,
as boas notícias não param de chegar!
A DGT Filmes e Cine SESC convidam para o lançamento do documentário
'POVO LINDO, POVO INTELIGENTE!' O Sarau da Cooperifa
De Sérgio Galiardi e maurício Falcão.
Dia 1 de setembro às 21hs
Após exibição haverá coquetel com a presença dos poetas da Cooperifa e realizadores do projeto.
Entrada franca
CINE SESC
Rua Augusta, 2075
São Paulo"


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Louco, hein!!

Tá difícil de acompanhar tantas ações que, direta ou indiretamente, envolvem o Irmão Sérgio Vaz e sua família cooperiférica!

Mas todos sabem o quanto eles merecem....
Até quem torce contra deve estar emocinado no fundo do dentro...

Eu, daqui, fico na manha, tão longe tão perto, mexendo os pés e vendo passar a banda!!
O corpo fica, mas o coração dobra as barrancas deste Tietê íntegro como num sonho antigo, seguindo as monções das entradas e bandeiras desta "Nau dos Divergentes" que refundam a Capitânia dos Paulistas de agora, desvairando o coro dos sempre contentes descontentes, propóem ainda outros possíveis caminhos de desenvolvimento!

Nelson Maca - COOPERIFA.BA - em declação de AMOR E FIDELIDADE!

ENTREVISTA COM GOG

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ENTREVISTA EXCLUSIVA COM O RAPPER E POETA GOG
- DIRETO DE BRASÍLIA


Por Alessandro Buzo (Agosto de 2008)

Agora a chamada anuncia a entrevista de GOG para Alessandro Buzo, respondendo as mesmas questões que respondi outro dia e que foram publicadas, primeiramente, no blog Suburbano Convicto e, depois, no Buzo Entrevista

Já li a entrevista do irmão GOG, sempre convicto e conseqüente.
Ele expõe e se expõe sem excessos sobre as mesmas questões profundas do hip hop e sobre pessoas e movimentos como na minha entrevista.

Veja um trecho:

Buzo - Movimento Hip Hop ?

GOG
- Está no divã pela falta de estratégia. As grandes expressões do Hip Hop não se reúnem, não conversam, não trabalham estratégias, logo não temos um objetivo definido, e sim um cartilha decorada, muito falada, mas praticada por poucos. A Revolução Pessoal está em primeiro lugar. O Sistema Opressor percebe facilmente isso, e se o problema é dinheiro, é resolvido facilmente. Eles compram! É claro que temos que ocupar espaços, só que temos que respeitar princípios, e separar o que prejudicará o coletivo, jogando o movimento no descrédito. Mesmo diante de toda essa realidade, é claro, existe muito amor, muito trabalho, muita força de vontade, só que se tudo isso não for canalizado, será em vão, perda de tempo. Essa não é uma conclusão particular, minha. A história conta isso. Portanto, é hora de acordar!”

Quem tiver na disposição para acompanhar as reflexões do Irmão na íntegra, o bate papo tá no blog:

http://www.suburbanoconvicto.blogger.com.br/



Nelson Maca – Blackitude.Ba

Eleitos do Gueto em Prólogo

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Eleitos do Gueto lança o Cd Prólogo


"Sabe aqueles caras que fazem as coisas acontecerem, naquela de amor mesmo pelo bagulho?
Então, estes são os caras da Eleitos do Gueto, grupo de rap de Salvador formado em meado de 2007 que desde já vem construído sua história no cenário nacional.
Composto por Dj Jarrão, Lord e Sinho, eles tem em comum, além da comunidade, a iniciação ao Cristianismo com uma maneira muito própria de viver esta fé, eles são a rua, o hip-hop sem chavões, sem impor nada a ninguém
simplesmente fazem a parte deles e somam aonde podem.

O grupo laça seu primeiro trabalho intitulado Prólogo.

Esse cd indica o renascimento de uma nova ordem, o resgate do orgulho do rap, novos caminhos e horizontes, mensagens de auto ajuda e valorização, verdade, disciplina e determinação, é isso que se traduz ao escutar o Prólogo trampo independe na 'dependência só do Deus dos crentes', beats próprios, letras e levadas acidas , tudo que o hip-hop precisa pra se manter brilhante e autêntico."

contatos:
eleitosdoguetobrasil@hotmail.com
www.myspace.com/eleitosdoguetobrasil
http://www.eleitosdoguetobrasil.blogspot.com/
Tel: 71 8842-8643

(RELEASE - DIVULLGAÇÃO)
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Salve a todos!


Tá dado o recado do Eleitos do Gueto!

Conheço o Jarrão há um bom tempo, e sei que o cara e seu grupo são verdadeiros no movimento e neste trampo que chega agora às ruas!

Mas sabe de uma:
não é pra ficar só numas de conversinha, de parabéns e tal...
Tem que colar mesmo, ouvir o cd e, principalmente, comprá-l0.
Esta produção, independente, merece toda nossa atenção e irmandade.
Temos que colar também na divulgação.

Os contatos diretos dos caras tão aí....

Ah!
O Blequimobil enpancou na capa, hein!

Vida longa para o cd Prólogo e para o grup Eleitos do Gueto!


Nelson Maca - Blackitude.Ba



sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Nelson Maca (eu) em entrevista com Buzo (ele)

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ENTREVISTA EXCLUSIVA E EXPLOSIVA COM NELSON MACA,
DIRETO DA BAHIA PRETA


Por Alessandro Buzo (Agosto de 2008)

Essa é a chamada da entrevista que dei pro parceiro Alessandro Buzo - Suburbano Convicto.

Gostei!
Acho que consegui expor um pouco minha visão sobre questões profundas do hip hop e sobre pessoas e movimentos que gosto e acredito.
E mais uma pá de assuntos provocadores do Maquinista Buzão!

Quem tiver na disposição, e me aguentar, o bate papo tá nos blogs:

http://www.suburbanoconvicto.blogger.com.br/

Acho desnecessário dizer aos que acompanham minhas andanças e falanças que Buzo é um grande parcerio de Sampa. Conheci-o na internet, encontrei-o na na Cooperifa, li os seus livros, escrevi sobre eles, participei da coletânea que ele organizou ano passado (Suburbano Convicto: Pelas Periferias do Brasil), acompanho pelo youtube o que ele apresenta no Programa Manos e Minas, capitaneado pelo rapper Rappin Hood e exibido na TV Cultura de São Paulo (Buzão: Circular Periférico)... e por aí vai longe...

Buzo, Maquinista, empolgado em responder as perguntas, boas e provocativas, esqueci-me de duas coisas:

1- Obrigado pelo espaço!
É muito importante o diálogo que estabelecemos em nossas vidas e em nossos trampos.
É estratégico; é bélico.
Valeu a moral e confiança.

2- Boa sorte sempre em tuas empreitadas que, a cada dia, ganham corpo e abrangência.
Nas trilhas que você abre, sigo na humildade.
Aonde você for, os seus podem ir também!

Com Respeito, Nelson Maca

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Fotos de Marilda Borges
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Dois momentos de Buzo com parte da negrada da Blackitude!
Abaixo: Dj JOE, Buzo, Nelson Maca, DJ Edilon e Penga!


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quarta-feira, 20 de agosto de 2008

IMPERDÍVEL! Não diga que não avisei!!

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em nome d'Oquadro

2 x “Oquadro” em Salvador:
Show no TCA e Oficina em Escola Pública


O grupo de Rap Oquadro faz show no dia 25 de agosto na Sala do coro do Teatro Castro Alves no Projeto Segundas Musicais.
Antes, porém, desenvolve oficina junto à comunidade.

A oficina intitulada Ritmos da Diáspora Africana acontece no dia 22 de agosto. O local escolhido é a Escola Estadual Fábio Araripe Goulart, no bairro Teotônio Vilela, e será ministrada por Edson Ramos (educador) e Eduardo Régis (historiador) em parceria com os integrante do grupo musical. A oficina está voltado para um grupo de 30 alunos, classificados pela direção da instituição, como em situação de risco. Abordará a história da formação artístico-musical no continente americano com a migração forçosa dos negros. Com isso pretende mostrar como a música pode servir de agente social positivo nas comunidades periféricas.


Oficina
: Ritmos da Diáspora Africana
Dia 22, sábado, na Escola Estadual Fábio Araripe em Teotônio Vilela.

Show
: em nome d'Oquadro
Dia 25, terça-feira, às 20h na Sala do Coro do Teatro Castro Alves /
Campo Grande. R$2,00 (R$1,00 meia)

Contatos: (73) 3633-5139, (73)91912221 e (73) 91213777

www.myspace.com/oquadro
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JEF - Oquadro / Reprise em Fragmentos

Oquadro, grupo de grande talento (mesmo!) de Ilhéus, faz mais esta apresentação imperdível em Salvador. Viu, negão, não fique aí, pensando que a capital domina “naturalmente” a cena baiana. Aliás, se você me apontar um grupo de rap (com formação de banda) na ativa superior ao quadro, no Brasil, ganha um doce. Não existe centro nem capital para o talento e a criação. É sério: vá mesmo ao TCA e curta um dos melhores shows do Brasil. Se perder essa barbada, só não venha dizer, depois, que eu não te avisei! O trabalho musical e o trato do texto poético se equilibram de maneira tensa e bela no trabalho destes guerreiros do interior baiano. O fato de o grupo usar, para fazer rap, guitarra, baixo, percussão e bateria com muito groove e verdadeiro feeling agrada mesmo aos antigos fiéis da formação DJ + MC’s como eu. Vou aproveitar, então, negona, para reforçar o convite, chamando-a, mais uma vez, para a Sala do Coro do Teatro Castro Alves no dia 25 de agosto, para uma celebração verdadeiramente digna de nossa Bahia Preta.

Se liga aí...
Pra ninguém ficar chorando migalhas, a entrada custa R$2,oo.
Isso mesmo: 4 churros (no carrinho...)!
E tem mais: a meia custa R$ 1,00.
Juro!
Uma latinha no mercado...

Como diz Dona Chica, minha mãe, para quem não for, somente uma sovada de pau no lombo! rsrsrsrsrs

Enfim,
para fechar bem esta “intimação”, segue aí fragmentos da conversa que tive com o parceiro Jéferson – o JEF.
Quem quiser ler na íntegra está nas postagens de dezembro aqui mesmo na Gramática da Ira.
O JEF e o Freeza estabeleceram contatos imediatos com a Blackitude e tornaram-se nossos irmãos - pela sincera amizade e cumplicidade como estamos construindo a cena estadual.

A cada novo dia, um dia atrás do outro.
- Você me entende?

Então vamos às idéias desse querido aguerrido guerreiro:

Gramática da Ira (GI) - Como o Rap chegou até vocês? Como é ser da cultura hip hop em Ilhéus?

Jéferson (JEF) - Pra cada um chegou de um jeito, eu conheci em minha área Banco Central (distrito de Ilhéus), através de um primo que sempre trazia uma fitas da furacão 2000, botava no som da casa dele no volume e no grave mais alto. Ele dançava muito, e nessa época eu tinha uns 13 anos, não sabia diferenciar, mas muito daquilo q eu chamava genericamente de “Funk” já era Kraft Werk, Run-DMC, MC Twist, entre outros. Depois q eu escutei a coletânea “hiphop cultura de rua” com Thaíde, Código 13, etc, é que eu passei a entender as diferenças e peculiaridades da cultura, a ponto de ter minhas preferências.

GI - As letras d’oquadro são bastante politizadas. E os componentes? De que movimentos sociais vocês participam? Qual a atuação de vocês?

JEF - Um é professor, outro jornalista, outro pintor de carro, e assim vai. Infelizmente vivemos num universo onde a política se faz necessária para a relação entre as pessoas, política de propriedade, política de segurança, política de comportamento e pensamento, política de educação (...) chego a acreditar q o fato de usarmos roupas é uma convenção política, já que todos sabem o que há por baixo delas. Por isso mesmo acredito que política é coisa de seres inferiores, ou seja, não evoluímos a ponto de dispensá-la. Mas enquanto isso não acontece, e como sei que cada um, de certa forma, tem a mão no volante do mundo, quero contribuir da melhor maneira, com as melhores ações, melhores pensamentos, seja individual ou coletivamente, independente de qualquer movimento ou partido q venha nos rotular ou nos determinar um certo panfletarismo. Nós somos os movimentos.
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GI -Sei que vocês admiram Fela Kuti. O que ele representa para a musicalidade d’oquadro?

JEF - O homem foi um grande gênio. Quando escutei Fela pela primeira vez, fiquei tentando entender o groove, às vezes parecia funk, às vezes parecia jazz, às vezes parecia samba, outras com os grooves latinos. É isso, é tudo numa coisa só, é a nossa África musical, que se manifestou e se manifesta de forma parecida em diversos lugares diferentes do mundo.

GI -Fale um pouco da formação do grupo. Quem é quem?

JEF - Somos: Rans, Freeza e Jéferson na voz// Ricco no contra-baixo// Rodrigo Da Lua na guitarra// Dieques na percução// Victor na bateria// e DJ Reneudes.

GI -Vocês têm algum trampo na praça? Fale um pouco disso.

JEF - Gravamos algumas músicas em um alguns estúdios, algumas num estúdio caseiro de um amigo, outras no estúdio de Comunicação Social da UESC, através de um projeto de fim de curso de Rans. Pra época foi importante, inclusive são as que estão no nosso myspace, mas sabemos o quanto está distante do que imaginamos para uma gravação. Por isso estamos tendo paciência pra sair com a qualidade devida.

GI - Como foi a experiência de vocês com o teatro?

JEF - O melhor foi perceber que a música que fazíamos tinha muita coisa em comum com o teatro feito pela “Casa dos Artistas”, aqui em Ilhéus. Pensávamos parecido. Aprendemos muito.

GI -Que perguntas vocês gostariam de deixar para os leitores do blog Gramática da Ira?

JEF - Você já se olhou no espelho hoje??

GI - Valeu, família, fica aí o espaço para as considerações finais de vocês.

JEF - Queria deixar bem claro que essas respostas representam o meu ponto de vista enquanto membro do’quadro, mas não de todo o quadro, afinal somos oito, e uma hora ou outra podemos discordar de alguma coisa. Agradeço a todos que sempre comparecem quando vamos aí a Salvador, Maca e toda a rapa da Blackitude, Rangel, Da Ganja, Dimack, os caras do Afrogueto, Quilombo Vivo, os caras do freestyle, Elementos X, Zambo, Ministéreo Publico, Sereno, Fal, Chiba, todo mundo. Valeu, Abração.
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Caravanas a caminho de Palmares se cruzavam na trilha,
se juntavam e seguiam lado a lado.
Ai de quem se metesse a tentar impedi-los de seguir em sua caminhada...
Eram varridos como ciscos incômodos e mal quistos!
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Nós, também, estamos, permanentemente,
Em Guerra Preta Estratégia Quilombola!
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One People! One Love!!

Nelson Maca

"Quem é do Gueto, sabe!"

O resto é conversinha de mamão pra boi babão dormir!!



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domingo, 17 de agosto de 2008

Vote em H.Aço


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Horário Eleitoral

Não vote em playboy de espécie alguma!

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Homem De Aço
( Dmn)


“O caminho na verdade é difícil, eu sei. Quem não sabe, levou, por escolher um atalho. Onde a trairagem insiste, o amor próprio não existe. Feliz o preto que chega até os vinte. O mesmo que destrói a sua base e, quando está na pior, diz que é uma fase, está sempre de olho no quintal do vizinho. Se tiver que trampar, lutar não é seu caminho. Culpa os pais por ser assim e diz: vocês fizeram muito pouco por mim. Só queria ter de tudo, pra não dar valor, e ver o mais pobre te chamar de senhor. Igual a todo playboy que está no poder. Não sabe o quanto custa um pão, pra sobreviver. Não sabe o que é difícil, nem dificuldade. Não sabe o que é viver distante da cidade. Eu sei o quanto é difícil suportar. Derramo o meu suor e sei valorizar. No limite da humildade, faço o meu espaço. Me considero um H.Aço...”


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sábado, 16 de agosto de 2008

Cooperifa em Festa!!

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Lançamento do livro
Cooperifa, Antropofagia Periférica
de Sérgio Vaz

Dia 20 de agosto; 20hs; no Sarau da Cooperifa

O Livro conta a história do sarau que reúne centenas de pessoas da periferia de São Paulo em torno da poesia
Em "Cooperifa, antropogafia periférica", Sérgio Vaz, poeta e criador da Cooperifa conta um pouco da sua trajetória de vinte anos de poesia e agitação cultural, e sobre o sarau da Cooperifa, movimento cultural que congrega centenas de pessoas em torno da poesia, e que tem setransformado em grande foco de resistência na cultura brasileira.

Do primeiro livro em 1988 à produção da Semana de Arte Moderna da Periferia, está tudo ali, numa pequena viagem nesses vinte anos de correria do poeta.

Local: Bar do Zé batidão
Endereço: Rua Bartolomeu dos Santos, 797 Chácara Santana - Zona sul/SP

Infs. 5891.7403 / 72074748

Aeroplano Editora
Categoria: Não-ficção
Número de páginas: 284
Formato: 12x19cm
Preço: R$25,00 (na Cooperifa)
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"Caravanas a caminho de Palmares se cruzavam na trilha,
se juntavam e seguiam lado a lado.
Ai de quem se metesse a tentar impedi-los de seguir em sua caminhada...
Eram varridos como ciscos incômodos e mal quistos!"

Sérgio Vaz,
tuas vitórias também são as minhas, irmão!
Totalmente junto,

Nelson Maca - Cooperifa.Ba

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quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Só um toque: se toque!



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um toque



sim, eu quero tocar teu corpo
porém, antes, quero tocar tua mente!



Benjamin Zephaniah


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terça-feira, 12 de agosto de 2008

Passado: Privilégio ou Merecimento

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Negros e Brancos no Brasil:
um passado que absolve, mas condena!*


O dia que o Brasil encarar de frente seu conflito racial será um momento de coragem e ousadia em prol da sobrevivência da salutar diversidade étnica. Para tanto não se pode mais fugir da necessidade explícita de um movimento geral de Reparação pelas perdas materiais e simbólicas, físicas e psicológicas, legais e morais, sofridas pelo povo negro como herança de nossa experiência histórica. Não tem como desviar da rota que nos apontam as Ações Afirmativas. Nunca é demais lembrar que o Brasil foi o último país a abolir o sistema de produção escravista, não apresentando até hoje um plano com “justiça de transição”, único que pode possibilitar o ritual de passagem de um regime escravocrata e racista para uma ordem democrática e igualitária que não seja pautado nas falácia da democracia racial nem na estratégia da ideologia do branqueamento.

Isso deve ser compreendido e pautado, com certeza, como política de Estado. Não há como equalizar as feridas ainda abertas sem acertar as contas com os traumas do passado. Sem um olhar retrospectivo, sem resolver as demandas da escravidão e seus desdobramentos, não haverá a consolidação da cidadania do povo preto. Aqui também trata-se do Estado de Direito, do fortalecimento do regime de Direitos Humanos no Brasil.
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Se nós, negros, não enfrentarmos o debate do racismo arraigado nas estruturas de nosso estado, tratando-o não como uma vingança ideológica, subjetiva e pessoal, mas como uma questão histórica, social e coletiva, quem o enfrentará? Temos que nos manifestar de todas as formas possíveis a respeito disso, encarar a questão como uma espécie de guerrilha preta mesmo quando sem armas de fato e sangue aparente.

Não há como enfrentarmos efetivamente esse problema grave da história do negro no país com desconhecimento das verdades factuais e apagamento de nossa memória coletiva. Isso não é, apenas, um direito individual de cada homem e mulher negra, mas uma obrigação de toda a sociedade brasileira. Não tem como apagar a urgência de tomada de posição vanguardista daqueles que trazem em suas veias laços consangüíneos africanizados. Principalmente para nós, conhecer a história é vital na luta pelo direito à identidade étnica e à herança material do país.
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Nosso maior drama, então, é o seguinte: não há justiça sem informação. Só nos confedera buscar sempre e tornar pública as informações precisas sobre a atuação da escravidão, a construção do preconceito e a devastação do racismo. Saber de seus mecanismos, para evitar sua reutilização mesmo dissimulada. Dói, eu sei, mas é uma questão de sobrevida sabermos quando e como ocorreram esses crimes, quais circunstâncias, porque os africanos foram e continuam sendo atingidos, explorados, torturados, mortos, subjugados e exterminados. Mais que um direito, conhecer a verdade, nosso passado e nosso presente, é uma questão essencialmente ecológica.

Esse é o ponto. Assim se desenvolverá o exercício de reconstrução e auto-preservação de nossa soberania física e cultural. Por isso nossa necessidade e responsabilidade de investigar, processar, punir, reparar os casos que ainda esperam por soluções. E se nós não fizermos isso, outros farão... por nós... porém do jeito que eles sempre têm feito!
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Não há como ser patriota. Devemos, sim, condenar dia e noite nosso sistema político e social. Para defendermos o Estado como nosso de fato, primeiro ele deve privilegiar o enfrentamento da discriminação e do racismo como doença estrutural. O Estado deve assumir o enfrentamento de seus próprios vícios em prol do direito à Justiça dos descendentes de escravos e das vítimas de seu racismo institucional, reinterpretando, reavaliando, revisitando o conflito que nos determina, situação absolutamente incompatível com o grau de desenvolvimento do país.

Aqueles que criticam as posições oriundas do movimento negro mais destemido, como as cotas em universidades públicas, atestam temer que a revisão das leis possa criar um regime separatista no Brasil (como se já não existisse tal realidade bipartida). No fundo, o que pauta tal desconfiança é o medo de perder privilégios que pensavam eternos e hereditários. Procuram passar à população a idéia de que o fim da escravidão promoveu a ruptura integral com o passado colonial brasileiro.
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*Lendo a excelente entrevista da Professora Flávia Piovesan sobre a discussão da Lei da Anistia no Brasil , escrevi esta espécie de livre comparação. Utilizo os principais argumentos da professora aqui, porque achei incrível como discutir punição dos assassinos e torturadores do golpe militar no Brasil tem a mesma “tensão” que discutir Reparação e Ações Afirmativas.

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

DOM SÉRGIO VAZ AVISA LÁ...

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Dom Sérgio Vaz de la Perifa e Gran Famiglia


Vem aí

Cooperifa, Antropafagia Periférica

Dia 20 de agosto quarta-feira 20hs

"Neste novo livro eu conto um pouco da minha história, desses vinte anos de poesia, em que lancei meu primeiro livro em 1988, lá no antigo bar do Zé Batidão, na periferia antiga de fartos campos para jogar futebol de várzea e dos deselegantes justiceiros que habitavam os becos das quebradas.
Para se ter uma idéia, quando eu lancei o primeiro livro "Subindo a ladeira mora a noite" lá no Zé, a gente nem sabia como era um lançamento de livro, então, o Batidão preparou uma enorme travessa de salada de maionese com frango a passarinho e passei a noite com meus amigos construindo esta história que agora presenteio vocês.
Conto sobre o nascimento da Cooperifa, numa fábrica abandonada em Taboão da Serra, e como participei da Bienal do livro vestido de mendigo ao lado de Plínio Marcos. Falo sobre a criação do Sarau da Cooperifa, no Garajão, até a Semana de arte moderna da periferia. Estas e mais mil e outras histórias."

Coleção Tramas Urbanas
Editora Aeroplano
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Sem comentários:
Todo respeito ao irmão de fé, sangue e convicção!!

Nelson Maca - Cooperifa.Ba
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Na foto: Mácio, Sérgio Vaz, Sales, Zé batidão e Cocão (Todos da Cooperifa)
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sexta-feira, 8 de agosto de 2008

FIEL!

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Fidelidade
"aos irmãos das literaturas divergentes que não convergem"


Escrevo, agora, tão e somente, para aqueles que confio.

A vocês dedico, mais uma vez, a minha fidelidade na luta que inspira e sustenta nossa escrita poética. Porque nossos caminhos se entrecruzilharam, irmãos, neste capítulo de nossas vidas. Logo, da harmonia de nossa relação depende o sucesso de nossa empreitada que, logicamente, interfere em nossas histórias individuais.

Discordantes que somos, cada qual deve ter uma dúzia de conflitos cotidianos para cuidar, mas, juntos, devemos galgar o poder, e não ficar almejando raspas messiânicas do equilíbrio irregular que eles sempre nos oferecem. Estou organicamente envolvido com nossos projetos literários.

Sei que faço parte de uma cena divergente da harmonia de poucos e portadora do caos de algumas nações perdidas dentro da ordem e do progresso do brasil. Sei do peso de minhas palavras, porque sei que elas não são ocas.

Ao contrário, são pesadas demais, rio negro enlameando as correntes diáfanas dos belos solimões, mas que jamais assimilará sínteses amazônicas. Café amargo sem leite, rasgando a garganta dos parceiros desavisados. Pedra de raio pontiaguda, rachando o crânio dos hipócritas de dentro e de fora de nossa esfera cotidiana.

Sou também um desses rabiscos vândalos na página pura da nossa literatura nacional. Pixação em prédio oficial. Cagada na entrada, no meio e na saída da casa grande brasileira.

Só escrevo literatura porque sei que cada pegada indócil de minha antipoética influencia, para o bem ou para o mal, o ânimo ou o trabalho de cada um que me lê, levando-me a sério. Por isso não gostaria que minhas palavras fossem pura e simplesmente o fruto podre que nasce de uma postura ego-centrada.

Para quem me comedia, uma expressão clássica das ruas: "tô cagando e andando pra vocês"!

Gostaria, aqui, apenas, de exorcizar esses vermes!

Mas que fique bem claro: antes de ser escritor, sou um ativista da Negritude Rebelada, cria do Movimento Negro, da Periferia Abandonada e da Literatura Divergente. Por isso minha dificuldade de conviver pacificamente com situações que tenho combatido durante minha vida quase inteira, e que vejo emperrando nossa caminhada. Vejo algumas de nossas palavras mais rebeldes sendo açucaradas pelas pechinchas enganosas do mercado do desprezo (deles).

Desde meus treze catorze anos, minha literatura tem sido meu único e possível refúgio de identidade positiva e liberdade. Além de fonte africológica de prazer espontâneo!

Sem medo de ser mal interpretado, dentro de minhas mais arraigadas convicções, sei que tenho talento na escrita que faço. Sei também que quem quer que seja que respeite meus escritos em sua ilegalidade primeira os lerá pela mesma convicção, ou seja: somos impossíveis, mas somos fiéis.

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Outro dia alguém me disse:
- Hoje posso ir aonde a voz me chama!

Foram me chamar...
- Eu estou aqui. O que é que há!?

Time will tell!



Nelson Maca - Sempre fiel!

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quinta-feira, 7 de agosto de 2008

IRA - Cine Clube


Preâmbubo:

Enquanto isso, na sala da justiça!




REVERSOS


(Fique aí, sonhando, vá... )





Vídeo Premiado nos Festivais:

-Prêmio de Melhor Ficção Independente no 14º Gramado Cine Video - Gramado/RS
- Prêmio Alexandre Robatto no X Festival Nacional a Imagem em 5 Minutos - Salvador/BA 2005
-1º lugar na categoria ficção do Festival Curta Natal de Cinema e Vídeo 2006- Natal/RN

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"Na Bahia, jovens negros são mortos como moscas"

Réus ou vítimas, condenados ou inocentes, insuspeitos ou suspeitos...
Dos dois lados, a única unanimidade:
todos Pretos!

...De um lado, a polícia; de outro, o ladrão...
Quem nos protege de quem?

A carne mais sangrada no matadouro baiano é a carne do preto,
independente da voz da ordem e dos braços da execução!

Fogo cruzado:
os jovens pretos estão no meio do tiroteio, agora, às dúzias,
nessas ondas de chacinas que, finalmente,
ganham visibilidade, mas que sempre existiram.

Você já foi à Bahia Preta, Nêgo?
Então vá, pra ver só!!


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Guerra Preta,
Para sua Paz!
Guerra Preta,
Só você quem faz!!



Nelson Maca - Blackitude.Ba


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segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Black American Dream?

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Or Black American Way of Life??

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Ou Guerra Preta Estratégia Quilombola?

Eu só tava pensando se..., irmão.
Você já pensou se nós..., brother?
Hein, truta!?
Malungo, quem seguraria a gente caso...?
Mano, custa nada sonhar, né?
E quando...

Guerreiro, Barack Obama é sonho ou realidade, Preto Véio!?


Nelson Maca

Apenas pensando nas coisas que meu Mestre, Carlos Moore,
falou sobre as eleições lá...


*Vídeo: Coco Tea


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Pelas Periferias do Brasil - Volume 2


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"Pelas Periferias do Brasil"

Em Setembro sai o Volume II!!

Tive o prazer de participar do Volume 1
juntamente com uma pá de parceiros fortes.

Desde já,
boa sorte a todos que participam deste novo capítulo de nossa guerrilha literária periférica.

Alexandre de Maio
espancou na Capa de novo!
Fico imaginando o que ele preparou para o miolo,
criando sobre letra de GOG...

Parabéns Alexandre!

Com certeza,
passo, agora, de autor a leitor de

Pelas Periferias do Brasil

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Com Respeito Sempre,

Nelson Maca - Blackitude.Ba

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domingo, 3 de agosto de 2008

Um poema engajado!


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Vida

- para Samuel Vida

As ilusões todas perdidas
As perdas novas e antigas
As dores ardendo feridas

Ainda nos resta
Vida
Ainda nos cabe
Vida
Ainda nos conforta
Vida

Remexendo velhas feridas
Revivendo lutas perdidas
Renascendo forças antigas

Ainda vemos
Vida
Ainda temos
Vida
Ainda cremos
Vida

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Caravanas a caminho de Palmares se cruzavam na trilha,
se juntavam e seguiam lado a lado.
Ai de quem se metesse a tentar impedi-los de seguir em sua caminhada...
Eram varridos como ciscos incômodos e mal quistos!

África!
One People! One Love!
Um só povo! Um só amor!


A morada da divergência bélica e do enfrentamento consciente!
Nós, também, estamos, permanentemente, em

Guerra Preta
Estratégia Quilombola!


Nelson Maca
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sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Diversão Consciente!

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Sacudindo a Bahia Preta

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