quinta-feira, 31 de julho de 2008

terça-feira, 29 de julho de 2008

Incondicional!

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Inspiração!


A poesia divergente do Rap

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Rap, música e literatura: interstícios

A Literatura Negra brasileira é uma das formas de articulação do discurso imaginário dos afro-descendentes, que têm seus elementos físicos e culturais apagados ou distorcidos através dos diversos estereótipos erigidos por um discurso central, oficial e hegemônico. Entende-se, aqui, o rap como um dos possíveis desdobramentos dessa literatura, que, na cultura hip hop, é conceituado como poesia ritmada: ritmo e poesia (rap: rithm & poetry).

Jovens negros e mestiços de comunidades periféricas encontram, na cultura de rua, o contexto ideal para engendrar seus discurso literário, político e afirmar suas diferenças.

Os temas clássicos da literatura universal e as utopias da modernidade vão dar lugar a um discurso mais voltado para o cotidiano e o particular. Temas que se voltam para a experiência histórica da escravidão e para a cor preta da pele como elementos que introduzem conflitos da sociedade brasileira atual. Esta que pratica um racismo institucional, empurrando a maioria dos afro-descendentes para os bolsões de miséria.

É por essas veredas que muitos rappers fazem ancorar suas narrativas, questionando as atrocidades desse sistema historicamente opressor. Essa produção híbrida, que habita as fronteiras entre a literatura e a música, coloca em termos límpidos e tensos o conflito racial brasileiro.

A literatura do Rap segue no contra-fluxo das práticas literárias ou musicais convencionais.

Na discussão da Literatura Negra me interessa, profundamente, a reversão que se faz de termos usualmente referentes a negros e pobres. Intreressa-me muito comprrender mais o binômio negro-favelado. Nossa literatura ativista pormove sua ressemantizaçãop, transformando-lo em termo composto de afirmação.

Isso reflete um dos principais ganhos do Movimento Negro, pois rearticula uma fala calcada na consciência de ser negro, no resgate da ancestralidade, no esvaziamento de discurso hegemônicos discriminatórios, na revisão dos estereótipos, na construção de uma imagem positiva do negro; e na postura de sujeito da própria história.
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A rebeldia da negritude literária também instala a diversidade no enfrentamento ao assimilacionismo. O caráter transgressor do texto poético também questiona os modelos sociais oficiais. Uma espécie de programa de lutas, antes de tudo, a arte visa participar da reconstituição da nossa identidade de negro.

A Literatura Negra brasileira funda-se desta ideologia, revelando vozes que se reconhecem e se orgulham da sua condição étnica. Essa escritura busca oferecer aos membros do grupo no qual é fundada a consciência histórica e mítica necessária para o renascimento de uma auto-referência positiva.

O termo Literatura Negra faz-se representativo por tratar das coisas dos negros, apresentando traços ideológicos e estilísticos específicos de uma voz elabora seu o discurso em primeira pessoa. Nas articulações dessa literatura, localiza-se a cosmovisão do negro – a bem dizer, nossa “negrovisão”.

Essa escritura se constrói no esforço lingüístico em compor, no tecido gramatical e simbólico, um discurso que almeja fundar uma cidadania pela soma das reminiscências de uma ancestralidade perdida e dos valores do novo mundo que lhe são afirmativos, sem, contudo silenciar as adversidades sofridas no passado ou na atualidade. Criando a polaridade, para não comungar com os mitos do branqueamento e da democracia racial, aponta-se a necessidade de reverter os valores negativos atribuídos a si pelos textos historicamente privilegiados.

Não tem como não ser divergente e tranformadora do meio!

O discurso do rap faz parte dessa Vanguarda. Compreendo-o, aqui, como poética alicerçada na verossimilhança. Tecida como relato de uma experiência concreta e com função pragmática no contexto externo ao discurso. Além de estabelecer valores estéticos peculiares, é lógico!. Um voz contestadora que alia beleza formal e busca de identidade revolucionária. Também experiência da Literatura Negra, no Rap, o negro deixa de ser aquele de quem se fala (o outro - o assunto), para tornar-se o enunciador do discurso acerca de si próprio (o eu - o agente).

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O escritor da Literatura Negra rejeita uma identidade que lhe é atribuída de fora. Assume as rédeas de sua historicidade através de um discurso poético regido por leis que correspondem a princípios essenciais e constantes e que atuam como uma espécie de carta de intenções sócio-políticas. Na inversão da ordem dos paradigmas literários convencionais, os negros se tornam heróis: o vencido se torna o modelo, o objeto se faz sujeito. O negro recupera sua voz.

No resgate de nossas tradições e de nossos heróis, e da valorização do homem comum, nossa poética estabelece um jogo de contrários, expondo as condições sociais adversas dos negros brasileiros.

Os textos que mais interessam à caracterização da Literatura Negra são aqueles em que os traços da negritude estão aflorados, evidentes. São traços temáticos e lingüísticos demarcadores de uma originalidade discursiva negro-mestiça. No caso do Rap, não é sob o elemento língua isoladamente que sua arte se estabelece. Elementos musicais sem fronteiras se irmanam aos verbais, estabelecendo narrativas orais de um impacto de dimensão, muitas vezes, imprevisíveis.

Transitando em construções que revisitam a história política e cultural do negro brasileiro, passado e presente, o Rap reúne um complexo de operações que, observadas no seu todo, permite uma compreensão que melhor se aproxime da completude do fenômeno enquanto referencial de comportamento de sua comunidade de origem. Embora fazendo parte do cotidiano da população ao longo do ano, e com muitos produtos nas lojas de música, o ponto culminante, a via de escoamento mais eficaz para tais performances, são os eventos. Com destaque para os que envolvem, simultaneamente, os quatro elementos da cultura hip hop: o break, o dj, o grafite e o rap.

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Uma reflexão cuidadosa das práticas desenvolvidas no âmbito do hip hop, permite uma maior aproximação no sentido de perseguir o modo de operação do imaginário de um segmento segmento da população. Os compositores de rap (MCs – Rappers) dialogam com formas diversificadas de cultura. A base dessas discussões se localiza, evidentemente, nos paradigmas estabilizados pelo modelo mundializado pelos negros norte-americanos, porém extrapola o purismo da busca de valores convencionados especificamente no mundo negro.

O legado da tradição literária e musical do rap brasileiro caminha por fontes ímpares como as performances musicais do repente, do samba, dos blocos afro, da música romântica, da música clássica...

Não é diferente o diálogo estabelecido nos textos lingüísticos do rap (letras) que aproveitam toda e qualquer informação acessível ao compositor. Num processo de apropriação, nos moldes antopofágicos, são requeridos para si, inclusive, traços formadores de culturas não-negras.

Na música e na letra, o que melhor representa a cultura engendrada pelo hip hop é o uso do sampler sem sentimento de culpa num diálogo cultural que, se de um lado, constrói uma negritude positiva e declarada, de outro, despreza purismos e ignora a angústia da influência. [..........]


Trecho do livro -

"Poetas do Rap: diga de lá, que, de cá, digo eu!"

Em construção, para logo, porém sem pressa!!

Com Respeito,
Nelson Maca - Tipo acadêmico, mas não professor (rsrsrsrs)

Foto 1: Gomez (Elemento X)
Foto 2: Lázaro (Opanijé)
Foto 3: NegoJuno (Quilombo Vivo)
Foto 4: Aspri e Negra Íris (RBF)
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sábado, 26 de julho de 2008

Uma reflexão crítica sobre negros em Cuba

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PICHÓN:
Race and Revolution in Castro´s Cuba,
a Memoir


Novo livro de Carlos Moore
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Solicitação pelo link:http://www.amazon.com/Pichon-Race-Revolution-Castros-Memoir/dp/1556527675/ref=sr_1_1?ie=UTF8&s=books&qid=1216250777&sr=8-1


Salve a todos!
Segue a primeira notícia e o link para compra do novo livro de meu mestre, Carlos Moore!

Em breve estarei publicando o release completo do livro e uma entrevista com o escritor e ativista aqui no http://www.gramaticadaira.blogspot.com/, que poderão ser reproduzidos pelos interessados. Por enquanto, o livro está saindo em inglês por uma editora norteamericana, mas, desde já, inicio, também aqui, uma campanha para que tenhamos uma tradução em português.

Este livro é mais uma peça fundamental para a compreensão dos mecanismos do racismo em toda a diáspora negra, pois demole mitos ararraigados em nossas mentes, como aquele que compreende o racismo como fenômeno sócio-econômico e não racial!

Ao contrário,
Carlos Moore tem feito uma longa cruzada, demonstrando que a supressão do regime capitalista não introduziu a igualdade racial em países como Cuba!

Então, tá:
muito em breve, aqui, no Gramática da Ira:
release completo e entrevista com meu mestre!

Nelson Maca - Blackitude.Ba

sexta-feira, 25 de julho de 2008

Sabotage é Timão

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Então, tá, parceiro, já que você pediu, vamos homenagear o timão também!



Então...
já que tocou no porco, no final do vídeo, fica tudo dedicado ao Sérgio Vaz, ao Alessandro Buzo e ao Paulo Roberto Frugis...

Uma porcaria só... rsrsrsrsrs


Nelson Maca entre irmãos - Somente!
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Quartinhas de Aruá: Homenagem a Solano Trindade

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Projeto Quartinhas de Aruá


Homenagem ao centenário de nacimento do poeta

Solano Trindade


Quando: dia 30 de julho

Onde: Biblioteca Betty
Rus Gustavo dsos Santos, 36, Boca do Rio
Entrada franca
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quinta-feira, 24 de julho de 2008

V de Vitória da Bahia!

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Cara, pense bem:

Maracanã lotado.... Flamengo em primeiro lugar...

E eis que chega nosso Vitorinhha da Bahia e....


Dedico essa Vitória ao "flamenguita" DJ J.O.E., Pé Frio da Baixa Fria

Dois amores:
Sim, continuo Corintiano, é claro!
Nessas paradas de futebol sou um polígamo exposto e declarado!!

Nelson Maca

Lindomar 3L - Das Ruas Mineiras

.Das Ruas Mineiras / Lindomar 3 L

Chega às lojas de o esperado Cd de Lindomar 3L - Das Ruas Mineiras

Natural de Uberaba, Minas Gerais, Lindomar ficou conhecido nacionalmente através de sua inspirada particpação ao lado de Rapadura na faixa Periferia tem talento, do CD Aviso às gerações
(último trabalho lançado por GOG).

O trabalho conta com participações especiais, entre elas GOG.
As produções ficaram por conta de Ariel Feitosa, Diogo Santos, Marboy Thugz e Rapadura.

A produção executiva é da Só Balanço e a distribuição é da Marola Discos.

Contatos:
(34) 3316.4159 / lindomar3l@hotmail.com

Para mais detalhes e "canja" do rapper: myspace.com/lindomar3l

Veja também no :
www.gograpnacional.com.br

(Divulgação)
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Acompanhei um pouco esse processo ao lado do GOG.
Ouvi, em primera mão o cd quando estava trabalhando no livro do Poeta lá em Brasília em maio.
Não quero comentá-lo, isso fica para cada qual...
Quero, apenas, dizer que me sinto parte disso tudo, pois, como sempre digo, a família é grande e dispersa, mas vai, aos poucos, se reagrupando, se fortalecendo!
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Caravanas a caminho de Palmares se cruzavam na trilha, se juntavam e seguiam lado a lado.
Ai de quem se metesse a tentar impedi-los de seguir em sua caminhada...
Eram varridos como ciscos incômodos e mal quistos!

Assim, hoje, refazemos nosso caminho de Palmares, irmão...

Vamos nos juntando aos poucos
Mesmo que eles sempre digam que estamos inventando o conflito
Mesmo que eles sempre digam que estamos praticando o racismo ao contrário
A cada dia, cada pedra assentada nesta muralha nos confedera
Nos liga, no une, nos irmana, nos fortifica, nos empretece
Nos reafricaniza, Brother

Blacks com Atitude,
Liga Africana Atual,
Confederação dos Nagôs!

Nós, também, estamos, permanentemente
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Em Guerra Preta Estratégia Quilombola!


Nelson Maca - Só Balanço.Ba
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terça-feira, 22 de julho de 2008

Bléquimobil Manda Avisar:

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"Com um novo formato, onde irá privilegiar artistas que estejam lançando produtos a cena,

a 'Fora de Órbita Rap' recebe o grupo Eleitos do Gueto para divulgar seu EP de estréia intitulado de 'Prólogo',

além do Dj Leandro residente da festa desde 2007 e Dj Índio, com o qual irá travar uma batalha nos toca-discos,

além de Mc Coscarque que apresenta a festa desde seus primórdios com seus improvisos empolgantes."


"Então se todo mundo está Fora de Órbita, qual vai ser a sua?
"

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SERVIÇO
: Fora de Órbita Rap
Local: Boomerangue, Rio Vermelho
Data: 27/07/2008
Horário: 18h
Ingresso: R$10 na portaria, R$5 nome na lista da comunidade do Orkut.
Realização: Positivoz Rec.
Patrocínio: Estúdio Freedom Soul Apoio: Bocada Forte
Contato: 71 88770274 (Rangell) ou positivoz@gmail.com

(DIVULGAÇÃO)
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domingo, 20 de julho de 2008

Respeito, mon!

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Respect - Aretha Franklin




Jump to It

Cara, muitas coisas não sabemos no que vai dar, mas, fatalmente,
dão no que dão!
Eu tive mestres ao lado, mas nem imaginava o quanto me ensinavam.

Hoje, por exemplo, tô lembrando do Almir que me fez gostar dos bailes blacks de Curitiba, principalmente nas noitadas do Studio Moustache.
Pode acreditar: tem preto em Curitiba!

Eu, de menor, grandão, morria de medo que me pedissem documento.
Nenhum professor do CEFET ou outra escola que passei me ensinou o amor próprio,
bélico e suave, preto e humano,
como esse cara: o Almir - que dançava muito!

Foi com ele que ouvi pela primeira vez esta negona aí de cima!
Nunca me esqueci e, até hoje, ouço-a com cara de descoberta do mundo!
Sua música torna tão viva minha turma de passinhos ensaiados no salão de festas do Conjunto Mauá, lá no bairro do Capão Razo.
De lá, nossa área, seguíamos para o Moustache - lá na avenida Paraná.
Meu pai Oxalá!, eu era feliz sem pensar em ser feliz!
Era apenas!

Beto, Vera, 100, Claudio, Almir, Nilza, Nilton... os blacks de então...
Essa é pra nós, hein!

Depois conheci o Sérgio Vaz e o GOG.
E soube que eles curtiam as mesmas viagens em Brasília e São Paulo!
Ouvi Bar Kays sampleado por GOG!
Assisti Marvin Gaye no Blog do Sérgião.

Caramba!,
Exu encruzilhou mesmo nossos caminhos, parceiros!

Agora posso dormir feliz...
Contente de ter conhecido estes dois poetas que fizeram reviver atualizada aquela turminha da adolescência!
Sei que tenho uma história preta e que ela não parou no tempo, irmãos!

Nelson Maca - em retiro mental...
Mas sempre em estratégia quilombola!

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Maca,
quando eu ouço Areta Franklin,
parece que me transporto para aquele mundo novamente.
Um mundo de magia, o meu, onde eu ainda não conhecia a dor.
Adoro esses momentos como este vídeo, como essas lembranças,
aliás, Black music parece Methiolate para a alma.

"Tem certeza que a gente não se conhece de nenhum baile Black das antigas?"

Que bons tempos negão... que bons tempos.

No sapatinho,

Sérgio Vaz,
Colecionador de pedras
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Oh Camaradas!


Eu só chegava em casa de camisa suada.
Fui do Grupo de Dança Magrello's Pop Soul e Magrellos's Pop Funk.
Todos eram só o osso! Hoje, nem tanto.

Passinhos eram ensaiados na porta da minha casa e a rua logo enchia,
crianças, jovens, nossos pais...
E muita música:
A noite, tudo era apresentado no baile.
E o melhor!
Sempre terminava com as românticas,
aqui chamadas de "música lenta".
Cada preta...

Salve nossas origens!

GOG - Blackitude e Cooperifa . DF
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Pra falar bem a verdade:

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Qualidades Pessoais de um Guerrilheiro Urbano


- Carlos Marighella

O guerrilheiro urbano é caracterizado por sua valentia e sua natureza decisiva. Tem que ser bom taticamente e ser um líder hábil. O guerrilheiro urbano tem que ser uma pessoa preparada para compensar o fato de que não tem suficientes armas, munições e equipe.

Os militares de carreira ou a polícia governamental tem armas e transportes modernos e podem viajar com liberdade, utilizando a força de seu poder. O guerrilheiro urbano não tem tais recursos a sua disposição e leva uma vida clandestina. Algumas vezes é uma pessoa sentenciada ou está sob liberdade condicional, e é obrigado a usar documentos falsos.

No entanto, o guerrilheiro urbano tem certa vantagem sobre o exército convencional ou sobre a polícia. Esta é, enquanto a polícia e os militares atuam a favor do inimigo, a quem as pessoas odeiam, o guerrilheiro urbano defende uma causa justa, que é a causa do povo.

As armas do guerrilheiro urbano são inferiores às do seu inimigo, mas vendo desde o ponto de vista moral, o guerrilheiro urbano tem uma vantagem que não se pode negar. Esta superioridade moral é o que sustem ao guerrilheiro urbano. Graças a ela, o guerrilheiro urbano pode levar ao fim seu trabalho principal, o qual é atacar e sobreviver.

O guerrilheiro urbano tem que capturar ou desviar armas do inimigo para poder lutar. Devido a que suas armas não são uniformes, já que o que possui foi tomado ou chegou a suas mãos de diferentes formas, o guerrilheiro urbano se vê com o problema de que tem uma variedade de armas e uma escassez de munições. Além disso, não tem onde treinar o tiro.

Estas dificuldades tem que ser superadas, o qual força ao guerrilheiro urbano a ser imaginativo e criativo, qualidades que sem as quais seria impossível para ele exercer seu papel como revolucionário.

O guerrilheiro urbano tem que ter a iniciativa, mobilidade, e flexibilidade, como também versatilidade e um comando para qualquer situação. A iniciativa é uma qualidade especialmente indispensável. Nem sempre é possível se antecipar tudo, e o guerrilheiro não pode deixar se confundir, ou esperar por ordens. Seu dever é o de atuar, de encontrar soluções adequadas para cada problema que encontrar, e não se retirar. É melhor cometer erros atuando a não fazer nada por medo de cometer erros. Sem a iniciativa não pode haver guerrilha urbana.

Outras qualidades importantes no guerrilheiro urbano são as seguintes: que possa caminhar bastante; que seja resistente à fadiga, fome, chuva e calor; conhecer como se esconder e vigiar, conquistar a arte de ter paciência ilimitada; manter-se calmo e tranqüilo nas piores condições e circunstâncias; nunca deixar pistas ou traços.
Na frente das dificuldades quase impossíveis da guerra urbana, muitos camaradas enfraquecem, se vão, ou deixam o trabalho revolucionário.

O guerrilheiro urbano não é um homem de negócios em uma empresa comercial, nem é um artista numa obra. A guerrilha urbana, assim como a guerrilha rural, é uma promessa que o guerrilheiro se faz a si mesmo. Quando já não pode fazer frente às dificuldades, ou reconhece que lhe falta paciência para esperar, então é melhor entregar seu posto antes de trair sua promessa, já que lhe faltam as qualidades básicas necessárias para ser um guerrilheiro.

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É pra você mesmo, Brother Bobo da Côrte!

Nelson Maca - Blackitude.Ba

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Augusto da Maia - o texto prometido

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Tópicos de poesia na Bahia

Por: Augusto da Maia

Em 1913 o Poeta Pedro Kilkery escreve no “Jornal Moderno” – “olhos novos para o novo...” - e anunciava: “o verso é livre, vivamo-lo”, adiantado que estava à postulação do verso livre pelo modernismo paulista. Porém a poesia baiana negligenciou o próprio Kilkery enquanto poeta, tendo o concretismo paulista que vir exumar sua produção enterrada no esquecimento pelo academicismo baiano. Ela não ouviu seu chamado, tanto assim que reduziu sua participação na empreitada do modernismo brasileiro, na visão do historiador Cid Teixeira, a um livro não lançado por Godofredo Filho, e fundação da revista “Arco & Flecha”. Nessa publicação, o modernismo baiano assumia, segundo dizer do mesmo historiador, a contraditória posição de vanguarda tradicionalista, e ele completa: Enquanto, em São Paulo, a década de vinte marcava o rompimento brusco e panfletário da inteligência mais atuante com os postulados estéticos do século XIX, na Bahia, parnasianos caudais e simbolistas de vôo rasteiro fassilizavam o prestígio de um dacadentismo cultural que podemos chamar de belle époque épigonica dos becos e botecos da antiga metrópole colonial.

É até entendível que a Bahia não tenha olhado com os devidos olhos o Manifesto Futurista que, aqui, apareceu publicado em um jornal da capital bem antes do Oswald conhecê-lo na europa e trazê-lo à digestão antropofágica do modernismo. A Bahia, que só veria o pólo industrial quase quarenta anos depois do modernismo, e quiçá por isso, atrelada é claro à sua tradição academicista, não tinha ouvidos vivos ao manifesto de Marinetti, isso se entende. O que é para nós um peso é o fato que, de lá pra cá, a poesia feita na Bahia pouco somou ao contingente da literatura feita no Brasil nem ao menos solidificou um diálogo com esta.
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Desde Dorival Caymmi e João Gilberto a Glauber, Tropicalismo, Carlinhos Brown e Antonio Risério, só para citar alguns, a Bahia esteve dentro das discussões sobre música, indústria cultural, Cinema Novo, etc... e a poesia sempre à margem desses acontecimentos. O que logo refuta o possível argumento de que tal qual faltava à Bahia, na época do dito manifesto, maturação socioeconômica e espiritual, para a compreensão de suas propostas, faltou, ao longo desse tempo, a mesma maturação para o acompanhamento de seus processos posteriores. O avanço e a participação das outras linguagens, acima citadas, nos discursos de construção da Bahia, seja como realidade social ou elaborações identitárias, passando pelas letras de Caymmi aos filmes de Glauber, indicam sim, que a Bahia pôde e pode estabelecer diálogos com a produção literária desenvolvida no Brasil e na América Latina, para sermos modestos.

A poesia na Bahia carece é de seriedade. Para ser curto e grosso: precisa de trabalho. A marca de um retorno às estéticas ante-modernistas, ou um punhado de procedimentos modernistas, ou ainda, quase românticos ocasionalmente, idiotizam e ridicularizam a poesia “oficial” da Bahia - que eu nem ousaria chamar de poesia contemporânea. Certos discursos autorizados pela tradição acadêmica, que esse mesmo discurso ratifica e amplia sempre mais e mais, em detrimento do diálogo com as “poéticas divergentes“. Tome-se aqui, grosso modo, o conceito de divergência como a contra-corrente da poesia acadêmica, tal qual a entendemos nas palavras de Nelson Maca. Uma poética de afirmação de uma outra realidade, de participação e construção dela.
.Quando Caetano Veloso lançou “Cinema Falado”, seu único filme, uma jornalista do Jornal Folha de São Paulo escreveu uma crítica, atacando-o de forma contundente, onde ela dizia que Caetano estava, com aquele filme, remexendo as carniças da vanguarda. Portanto, antes que tal equívoco se processe sobre as minhas palavras, corro a esclarecer que não estou propondo que a Bahia instaure uma vanguarda e saia proferindo novidades estéticas aleatórias (até porque a noção de vanguarda hoje e mesmo o seu conceito está bastante abusada e com certo exagero, prostituída). Não é isso, até porque as transformações estéticas e mesmo conteudísticas não se processam de maneira fácil, nem através do desejo particular de um e outro. O que propomos aqui, e isso consciente de suas possibilidades concretas, é que a poesia da Bahia ao menos se atualize; e aí, tome-se com muita atenção essas palavras. Atualizar, aqui, não deve ser entendido como deixar de copiar os procedimentos estéticos dos pré-modernistas, ou modernistas ou de algum deles, e copiar procedimentos estéticos de vanguardas posteriores ou de poetas sulistas ou ainda latinos americanos contemporâneos.
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Atualizar a estética da poesia baiana é solidificá-la através de discussões e movimentação literária interna e pô-la em diálogo com o que está sendo produzido fora da Bahia, seja em São Paulo, Recife, Argentina, Nova Zelândia ou Egito. E digerir, à maneira oswaldiana, esses diálogos. Buscar, ao menos buscar, antes, “somar a contribuição milionária de todos os erros”, que repetir erros, ou ainda acertos, que já deram a sua contribuição. E não se trancar nesse deserto estéreo da poesia de antes, no agora, que se jubila todo ano com o prêmio Braskem de Literatura ou com a publicação de coletâneas entre compadres. Isso é pouco para a poesia na Bahia de tradição-inventiva. Tirar a poesia da Bahia dessa calmaria litorânea é obrigação de todos que dizem ter compromisso com a literatura a cultura e a sociedade.

Mas nunca tudo está perdido (e talvez, tenhamos nos livrado de uma afonia maior graças a intervenção incansável e providencial de Zeca de Magalhães, e a certo “Fetiche” de Antonio Risério), pois, as “poéticas divergentes” se proliferam, ainda que lentamente, nos Blogs, becos e livretos, recitais (uma nova cena se forma). A poesia da Bahia esboça uma reação, agora, alicerçada em alguns nomes que demonstram força suficiente para movimentar e revitalizar o fazer poético baiano. Seja através da preocupação com a revisão e revitalização dos conteúdos e o caráter de “militância ideológica” deles, como, Nelson Maca, Hamilton Borges. Seja, ainda, na experimentação de procedimentos estéticos, como forma de atualização das artes e da linguagem (revolução através da forma revolucionária como quis Maiakovski) e cá, em Salvador, temos há mais ou menos, cinco anos, essa preocupação iniciada pelo poeta James Martins com o Recital Pós-Nada, mais a prosa de João Gabriel Galdea com a Série de Livretos denominada “HAIAI”, os Blogs e os livretos de Igor
Adorno e Leopoldo Madrugada, e mais.
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Fora isso, há ainda, uma série de outras atividades que, talvez, sem querer, ratifiquem a autorização de discurso concedida à tradição acadêmica da poesia baiana, na medida em que, se comportam como reprodutores desse discurso autorizado, publicando sites, blogs e revistas que não ajudam, não contribuem efetivamente na articulação de um debate que estabeleça a construção conjunta de uma nova realidade à poesia da Bahia.

Talvez muitos confiem no gênio, na esperança dele. Eu não. Não creio nem no gênio nem na enxurrada de revoluções pessoais que ora e outra nos deparamos, entre conversas e projetos. Fico com o que disse o Maiakovski, quando perguntado, em entrevista ao escritor americano Michael Gold, sobre se os jovens russos estavam imbuídos das mesmas idéias revolucionárias da poesia russa daquela época e quais os melhores entre os jovens poetas da Rússia:

- “A Rússia toda está imbuída dessas idéias. Mas para que citar os melhores escritores jovens? Isto não é importante. O mais importante é que milhares de homens e mulheres que oito anos atrás não sabiam ler, agora, tendo jogado fora todas as velhas concepções de literatura, lêem os mais ousados dentre os jovens escritores modernos. Esta ascensão geral do nível de cultura é mais importante do que seria o fato de terem surgido dez Tóstois, ou Dostoievski. A arte infalivelmente brota de semelhante solo.”
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Quero com isso chamar atenção para o fato de que a revitalização da linguagem poética da Bahia não é mera especulação, para satisfazer caprichos pessoais nem puro formalismo barato e alienado. É antes, o oposto: é a elaboração da literatura como ferramenta de libertação do homem e de fortalecimento do idioleto e/ou dialeto cultural através de um processo dialético (particular x universal) frente às imposições de massificação e mercado que avassalam os indivíduos e as culturas.

Como disse o Pound: uma nação que negligência sua língua, sua literatura, está fadada ao declínio e ao fracasso. Ora, sem querer restringir ao determinismo de causa e efeito, mas sim chamar atenção ao inter-relacionamento dos organismos sociais e culturais, não imaginem que é mera coincidência a nossa desatualização poética com os índices alarmantes da educação no estado: 41% de analfabetos funcionais senso 2001, e Salvador, a pior entre as grandes capitais em interpretação de texto. Manchete de uma recente pesquisa do governo federal, só pra citar algumas... O estabelecimento de uma literatura atualizada, na Bahia, passa inevitavelmente pela questão de formação de um público consumidor-leitor e construção do habito da leitura, e esta igualmente pelo processo cognitivo do sujeito. Portanto, atualizemo-nos antes que seja tarde. Ou mesmo que seja tarde, porque: antes tarde do que nunca.

augustodamaia@hotmail.com

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Mais Augusto da Maia:

Para ler entrevista e poemas, vá até as postagens do mês de MAIO!
Vale a pena, hein!


Nelson Maca
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segunda-feira, 14 de julho de 2008

Hip Hop: Inimigo Público?

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Hip hop x Poder Público:
Enquadrando a rebeldia ou fortificando a obediência?


“Projetos” envolvendo governos oficiais, artistas e ativistas do hip hop me deixam sempre com a pulga atrás da orelha. Vivo o problema por dentro, pois a Blackitude também tem dialogado com eles.

Geralmente, jovens são contratados para realizar performances, trabalhos..., recebendo estrutura, material, remuneração, etc. Porém não têm autonomia para determinar locais, estabelecer horários, escolher temas, exigir valores.

Tudo parte sempre de um pacote “democrático” que já vem pronto.

O principal intuito dessas "parcerias", segundo as belas falas dos "especialistas em juventude, principalmente negra", que "assessoram" e "intermediam" o poder público é a busca de socialização e incentivo à juventude carente, como salvar da criminalidadae, afastardas drogas, etc e muita xurumela!

Historicamente, "eles" se aproximam, principalmente, de linguagens e atividades emergentes, que crescem com tendências mais rebeldes – e mais perigosos se tornam quanto mais independentes permanecem.

No hip hop, essas "amizades" já não são novidade também, pois, há um bom tempo, artistas, grupos e coletivos de hip hop participam, oficialmente, das comemorações, propagandas, campanhas, conselhos, etc.

O grande sonho de grande parte dos “ativistas” são as tais “Casas do Hip hop”.
Então...

Mesmo rapidamente, é preciso incentivar a polêmica, colocando-a na perspectiva das motivações dos dois lados dessa moeda: o poder e o povo (governantes de um lado, ativistas e artistas do outro).

Antes de mais nada, tais iniciativas geram “renda”, embora, quase nunca, garantam às condições estabelecidas nos contratos nem obedeçam uma pauta trabalhista. Com certeza, a possibilidade de remuneração, mesmo arbitrária e injusta, é o maior “incentivo” na hora de estabelecer certas parcerias. Quem não quer “trabalhar”, ter “salário“ e, ao mesmo tempo, estar fazendo uma coisa que “ama”? Como se sabe: há os que vivem para isso e os que vivem disso. Difícil, a princípio, é perceber as diferenças a olho nu!

Falo aí, sempre por nós, apenas, de renda, não de ideologia e estética.

Nesse sentido, penso que os opositores que afirmam que os jovens estão se equivocando ao participar de tais projetos devem apontar possibilidades que tragam renda sem que eles precisem se enquadrar em exigências alheias à negociação de sua arte.

Eu, por exemplo, preciso dar respostas e apontar alternativas, pois minhas desconfianças são eternas!

Já declarei, publicamente, para matérias da grande imprensa, que vejo como até incoerente esta aproximação. O hip hop nasceu das contradições de nossa realidadade. Fazer hip hop dentro do sistema vigente é o nosso maior contra-senso.

Olhe bem: “nosso”!
Não me boto fora deste paradoxo!

Para mim, ideal e politicamente, o contexto vital para a rebedia social e a transgressão artística das linguagens e ações do hip hop ainda são as ruas, praças, pátios, mantendo sua característica social peculiar: o enfrentament0.

Julgo muito difícil conciliar, harmoniosamente, rebeldia com política partidária sem perdas efetivas para o hip hop - Sempre!

Nelson Maca - Acima de tudo, refletindo-se!!
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sexta-feira, 11 de julho de 2008

GOG no programa Provocações

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Salve, Negrazzz! Salve, Negrozzz!
Salve Todos que são do equilíbrio na bio-diversidade!

O poeta Sérgio Vaz da Cooperifa, São Paulo, postou, lá no http://www.colecionadordepedras.blogspot.com/, a entrevista do rapper, parceiro e irmão GOG, Brasília, no programa Provocações da TV Cultura. Achei bacana fazer o mesmo no blog Gramática da Ira, Bahia, para fortalecer a corrente, brotha! Pode ter certeza, Sista!! Para dizer, novamente, que estamos juntão: Blackitude + Cooperifa + Só Balanço.
Não é ponte aérea, é ponte de concreto.

Nelson Maca

Parte 1



Parte 2



Parte 3




"Caravanas a caminho de Palmares se cruzavam na trilha,
se juntavam e seguiam lado a lado.
Ai de quem se metesse a tentar impedi-los de seguir em sua caminhada...
Eram varridos como ciscos incômodos e mal quistos!
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Liga Africana Atual, Confederação dos Nagôs, Blacks Com Atitude
A família é grande e dispersa, mas mãe só temos uma:
África! One People! One Love! Um só povo! Um só amor!
A morada da divergência bélica e do enfrentamento consciente!
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Nós, também, estamos, permanentemente, em

Guerra Preta Estratégia Quilombola!"
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quinta-feira, 10 de julho de 2008

Ithamar Assumpção - Embalos

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Era uma vez um pretinho que não tinha aqueles baratos todos
dos meninos do povo eleito, mas, por essas encruzilhadas da vida,
não se sabe bem como e porquê, Oxalá fez que ele virasse fã do
Exu Ithamar Assumpção.

Mas, agora, ele sabe o que aconteceu:
quem sabia muito mais das coisas sabia muito menos que ele!



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quarta-feira, 9 de julho de 2008

Negro Drama sem Máscara

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Negro drama

eu não li, eu não assisti
eu vivo o
negro drama
eu sou o
negro drama
eu sou fruto de
negro drama

(Racionais MC’s)

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Definitivamente,
minhas palavras não são para alegrar nenhum ouvido.
A Ira de minha Gramática faz-se em versos bélicos dolororos,
mas não é para o deleite do verme voraz de minha carne!
Para as baratas traiçoeiras que me mordem e, depois, assopram!

Nem playboy condoído
Nem burguesinho inteligente
Nem gatinha curiosa
Nem menininha solidária
Nem afrikan boy
Nem afrikan girl

Não quero alheios pedaços de sucessos avessos!
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Tornei-me poeta porque escrever em versos, para mim,
tornou-se uma imposição vital.
Questão de sobrevivência - ecológica,
corporal e mental.

Tudo mais que eu faça, fora desse limite humano,
será perfumaria barata:
Belas Artes!
"Autonomia do processo estético":
Graça!

Alfazema:
para ser jogada sobre o cadáver da beleza "em si".


Mas não se iluda, "patrão", pois estou atento...
Resolvi não partir ainda.
Decidi sobreviver com razão e saúde!
Minha resposta, agora, é uma só:
eu resolvi ficar!

Mas não!
Definitivamente, não!
Não veja meu canto exasperado como ondinha de palco!
Palavrinhas de livro bonito em estante galante!

Canto, sem espanto, nossa tragédia!
Encaro de frente nosso Negro Drama Sem Máscara!

Sem ocultar a dor, para que não pensem que nosso ritmo
é descompromissado;
é descontraído;
é rebeldia sem causa!
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Nelson Maca em Rebelião Total!

Escrevendo em memória de Tupac Amaru Shakur, Malcolm X,
James Brown e do meu Mestre, Luís Orlando da Silva!

Suas vidas compromissadas e suas mortes tortuosas e prematuras
deram-me uma nova perspectida de luta,
inspiração na escrita
e vontade de vida!

Apesar de tudo e de todos que querem nos ver na lama
- pessoal, material, simbólica, corpórea, mental -
mais, cada vez mais,
reencontro e amo minha família destroçada!

"Guerra Preta
Para a sua Paz
Só você quem faz!"

domingo, 6 de julho de 2008

VNP - Vagabundos no Poder

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Bandidagem Autoridade

(e que tudo mais vá pro inferno!)

CENA 1

O Mau Ladrão:
- Você é ladrão!

O Bom Ladrão:
- Eu não sou ladrão...

Quando a polícia pega um ladrão preto e miserável
desses que cometem pequenos delitos, para comer
ou então para alguma necessidade imposta pelo sistema
bate muito, e o próprio povo apóia isso.
Ele não tem como se defender no tribunal
e passa anos preso sem dinheiro para contratar um advogado
muitas vezes sem direito a uma simples visita de parentes
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CENA 2


O Bom Ladrão
:
- Você é ladrão?

O Mau Ladrão:
- Eu não sou ladrão!!

Mas quando o ladrão é rico e poderoso
desses que cometem altos delitos, para enriquecer
para comprar carrões, mansões, helicópteros
ou investir milhões na bolsa de valores
a polícia não o prende, é chamado de doutor
e o povo acredita neles
Ele nunca precisa se defender,
porque nunca vai à júri de fato
porque tem sempre os melhores advogados
e até juízes estão ao seu lado
Muitas vezes é um político que governa alguma cidade, estado
ou até mesmo o país.
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E você...
De que lado você samba, Negro?

(Nelson Maca - lendo Fela Kuti)
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sábado, 5 de julho de 2008

Poetas do Afro Colapso / Geraldo Cristal Vivão

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Os órgãos se movem

Em um lugar prateado,
nadando sobre a aura e,
de uma forma ou de outra,
eles aparecem sempre de repente
em forma da luz dos vagalumes, éter, microtons,
variando, ampliando os pensamentos
que querem ser renovados.

Há algo dentro de você que quer liberdade
ou lhe controlar sempre.
O silêncio, o nada, o tudo, o vazio.
Os órgãos são como moleques exercitando o ódio,
o amor para a eternidade sem fim.

Geraldo Ninrode Cristal,

o Poeta Maldito
Groove Visceral Orgânico Artezanal
Tenho o amor e o ódio,
tenho o mel e o fel
fique a vontade,
mas não se espalhe.
Você que escolhe!

(02/07/2008)
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Sempre Juntos... Brother!

Nelson Maca