sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Gramática da Ira: Daria um filme!!

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Gramátida Ira por DJ Mario 77 e Vj Guga

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Outubro de 2008!

Para o final deste mês,
mês de aniversário de 1 ano do Gramática da Ira,
guardei um presente muito especial para partilhar com todos vocês!

O DJ Mário 77 e seu parceiro de criação e correria, o Vj Guga Calazans, prepararam um clipe com imagens que apareceram ao logo do último ano, aqui, no Blog!

- Gostei muito!!

O que mais me emocionou foi ver, no clipe, grande parte de meus amigos, parceiros de luta, de vida e correria. Amigos, filhas, etc.

Nossos livros, nossos blogs, nossas referências....

- Viram aí?

Já postei uns dois clipes dos caras, aqui,
com os raps dos Irmãos Preto Seda e MC Gótico Neurótico!

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Aliás, três, pois eles são os realizadores do incrível vídeo promocional do livro “Pichón: Raça e Revolução na Cuba de Castro” do Mestre Carlos Moore.

http://www.youtube.com/watch?v=9V3mzLVr734

Esse clipe, em si, já é bonito e bem feito, mas, quando vocês lerem o Pichón, verão a sagacidade dos dois parceiros em sintetizar um livro gigante em tudo com tanta precisão. Eles destacam, bem, momentos precisos do livro. Despertam-nos o desejo de lê-lo imediatamente.

Ponto para os caras.
Eles atingiram em cheio seu objetivo nessa peça de arte-publicitária!

Já parabenizei os dois em particular. São gente da família que toma café em pé na minha cozinha...
Mas gostaria de repetir o agradecimento de público:

- Parabéns, parceiros!
Valeu Guga! Valeu Dj Mário!

Logo eles estarão batendo um papo com a gente em entrevista e matéria do Gramática da Ira. Por enquanto enquanto, sintam-se todos convidados para visitar os trampos dos caras no Youtube. É só digitar “Caixa do Lixo Vídeos” na busca e já é!!

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Vejam também:
www.myspace.com/djmario77
www.myspace.com/vjgugacalazans


Nelson Maca: Blackitude.Ba
Expessando Seus Sentimentos!
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*As fotos são do myspace dos caras!
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Alumínio: Negras Raízes da Rocinha

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Alumínio Roots

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FIRE REGGAE ALUMINIO ROOTS
Carruagem de Fogo e convidados

NOVO CD - S.O.S. AMAZÔNIA

07, 14, 21, 28 de novembro - sexta-feiras, 21h

NA ZAUBER MULTICULTURA
Ladeira da Misericórdia 11, Pelourinho

info.: 71 87625994 / 88484832
www.aluminioroots.com.br / www.rootscult.com

"Cultura em Movimento para Todas as Tribos - Jah Vive!"

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E esse é pra vocês:

Gaspar, Liliane Braga e toda Família Z'África-Brasil!!


"Todos em frente, todos ao ataque!!"


Nelson Maca
Blackitude.BA / Stand By

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Não Sorria: Você está na Bahia do Racismo!

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SALVADOR: UMA CENA COTIDIANA


Taxista simula assalto e passageiros são agredidos por policiais
Sucessão de equívocos ocorreu após show no Pelourinho


Por: André Luís Santana – jornalista (DRT BA 2226) 71. 9106-1512

Um taxista, motivado pelo racismo, simula uma tentativa de assalto, acusando os passageiros - três jovens negros - e despertando a atenção de uma viatura da Polícia Civil de onde saem três policiais armados que, antes de qualquer esclarecimento, xingam e agridem os jovens, deixando, inclusive, um deles nú em via pública. Na delegacia para onde foram levados, mais uma sucessão de humilhações e desrespeitos. O que era para ser um fim de festa tranqüilo para os amigos, Ítala Correia, Saturnino Silva e Henrique dos Santos, virou um pesadelo que tem custado sair da lembrança dos jovens.

Na madrugada de sábado para domingo, 26, após assistirem ao show da Banda Lampirônicos, no Centro Histórico de Salvador, os jovens, todos moradores do bairro da Boca do Rio, resolveram pegar um táxi, para garantir mais conforto e segurança na volta para casa. Ledo engano. Entraram no Corsa JRA 1505, do taxista César Augusto da Silva Purificação Santos, de 49 anos (Alvará A-1753), no Terreiro de Jesus. Próximo dali, após passar pelo Campo da Pólvora, o motorista iniciou uma crise de pânico, gritando e demonstrando medo.

A princípio, os jovens tentaram acalmar o taxista, pois pensaram se tratar de algum repentino problema de saúde. No início da Ladeira da Fonte Nova, o motorista, ao avistar uma viatura – um Eco Sport da Delegacia do Adolescente Infrator / DAI, parou o taxi e saiu gritando que estava sendo assaltado. "Até então, ainda não entendíamos o que estava ocorrendo. Primeiro pensamos que ele passava mal, estava tendo uma crise de epilepsia. Depois pensamos que o carro estava sendo assaltado por alguém que estava do lado de fora. Foi uma tensão terrível", explica com tristeza a produtora cultural Ítala Correia, de 21 anos.

Quando os jovens conseguiram sair do carro, já que o motorista havia travado todas as portas, já encontraram três policiais com armas em punho apontadas para eles. "A partir daí foi muito xingamento, humilhação. Revistaram minha amiga de forma abusiva, levantando a roupa dela e xingando-a de puta, vagabunda e outros palavrões. Tive que ficar nú em plena rua", relembra o garçom, Saturnino Silva, de 30 anos.

Na confusão para sair do carro, Ítala caiu e bateu o queixo no chão. Mesmo sangrando, a jovem continuou a ser agredida verbalmente pelos policiais, atendendo ao desespero do taxista que continuava afirmando que os jovens o assaltariam. A jovem foi atendida no 5º Centro de Saúde, no Vale dos Barris, e levou cinco pontos no queixo, além de apresentar manchas roxas pelo corpo."Como eu já sai do carro correndo, pois achava que nós é que seríamos assaltados, os policias apontaram a arma para mim e chegaram a engatilhar. Tive que me jogar no chão. Por pouco não fui morto", conta o jogador de basquete Henrique dos Santos, de 28 anos, que havia participado, na manhã de sábado, do campeonato de Basquete de Rua, promovido pela Central Única das Favelas – CUFA. Policiais da 1º Delegacia, no Complexo dos Barris, alegaram que a roupa do esportista (camisa e bermuda largas), foram as razões para despertar o medo no taxista.

"Também, olhem como vocês estão vestidos, olhem para o cabelo de vocês, era o que dizia um dos policiais que nos atenderam na Delegacia, justificando a ação do taxista", conta Henrique.

Os jovens acreditam que a ação policial, ainda na Ladeira da Fonte Nova, só não foi pior porque o tio de Ítala, o comerciante do Pelourinho, Wilson Santos, também morador da Boca do Rio, conduzia seu automóvel, junto com a esposa, e acompanhava o táxi que levava os jovens. Ao ver a movimentação policial, Wilson soltou do carro e se colocou na frente dos agentes, entre as armas e os jovens, tentando convencer os policiais do equívoco que ocorria.

No Boletim de Ocorrência, assinado pelo agente Júlio César dos Santos Batista, está descrita a calúnia e simulação de assalto, com a alegação do taxista de que "os jovens fizeram movimentos bruscos dentro do carro". Os amigos explicam que o próprio motorista perguntou se havia alguma porta aberta e todos foram verificar, respondendo negativamente. Depois disso, o condutor travou todas as portas e iniciou o desespero repentino.

Os três jovens já deram queixas em todas as instâncias que tiveram acesso: como o Disk Racismo, a Gerência de Táxi da Prefeitura de Salvador – GETAXI e o Procon, ainda restando ir à Corregedoria da Polícia Militar e ao Ministério Público. Eles esperam que a ação preconceituosa do taxista e a abordagem abusiva dos policiais não fiquem impunes. "Somos jovens de bem, trabalhamos, não usávamos drogas, nem estávamos cometendo nenhum delito.

Toda a suspeita e agressão foram motivadas pela nossa cor, nossos cabelos. É um absurdo que ainda tenhamos que conviver com atitudes como essa", revoltasse Ítala. "Poderíamos estar todos mortos. Aí seria alegado que estávamos envolvidos com o tráfico de drogas. Já imagino as manchetes: Tentativa de assalto termina com morte de três assaltantes", assustasse Saturnino, referindo-se às práticas constantes no noticiário baiano, quando se trata do assassinado de jovens negros da periferia.

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Conheço todo mundo aí
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inclusive o tio de Ítala, que vinha no carro de trás, e André, jornalista que escreveu a matéra.

Escrevo com lágrimas de Horror e de Raiva!

Ítala é um doce de menina que temos visto crescer sempre presente na cultura hip hop de Salvador, inclusive com grupo de rap e produção de eventos.

Além disso, acostumei-me a vê-la nos corredores da Universidade Católica de Salvador, onde eu ensino Literatura Brasileira, e ela frequentava o curso de Comunicação-Publicidade.

Durante a produção de uma exposição de graffiti na Galeria da Caixa Cultural de Salvador, trabalhamos, também, na casa dela, com suas duas irmãs. E a mãe acompanhando tudo com interesse e respeito pelas filhas e por nós, da Blackitude. Com almoço pronto para a partilha e com carinho para todos!

Lá, sim, estávamos em família!
Podíamos sorrir sem medo de revide na Bahia Preta!
Sem medo dos sucessivos "enganos" da polícia!

É isso... não vou me alongar...
Julguem aí, vocês, parceiros...

De minha parte, todos já sabem:
estou, permanentemente, em
Guerra Preta! Estratégia Quilombol!

Nelson Maca -
Com Vergonha dessa Bahia tão Familiar!!


Só o Black Power Movimento nos Preserva!


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quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Zumbi São Eles Também!

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"Zumbi.Somos.Nós!"


Vejam lá
:

Diegal e Vox Sambou
com o Nomadic Massive

no Montreal Jazz Festival


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Esse é pra você, Blequimobiu...
tava pensando numas idéias que trocamos lá no teu antigo
subsolo de São Rafael

"Quem é do Gueto Sabe!"

Vejam aqui:

Diegal e Vox Sambou
com Afrogueto, B'God, Dj.Joe, DaGanja,
Independente de Rua, Lama, Lee27, Neuro,
Opanijé, RBF, Versu2...

em Novembro na Bahia Preta


"The Blackitude Vibration is Positive!"
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quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Zumbi Somos Nós!!

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"BlacKitude : Zumbi-Nós"

Break, Comunidade, Debate, DJ,
Graffiti, Palestra, Poesia, Rap, Video

Arte + Ativismo = Diversão Consciente!
Nunca perdendo a postura!


dias 22, 23 e 24 de novembro

"Aqui-Brasil-Aqui-Haiti-Aqui"


Aguarde!


"The Blackitude Vibration is Positive!"

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(Na foto: Chuk D)
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Saramandaia Afirmando Nossas Ações

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Exposições e vendas artesanais, tranças afro, teatro, capoeira, percussão, artes circenses, rap, poesia, dança, reggae e muito mais...

CONTATOS: Cleide dos Santos
71 - 81121429 ou 34319837 / movimentarte@hotmail.com

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Duas meninas que conheço de lá: Cleide e Raquel!
Meu Respeito por elas é Integral!
As negona tão, realmente, fazendo ações políticas que darão em algum lugar...
Na idade delas, eu não tinha corrido um terço do que elas já correram.
São Correia Pura!! Fé em alta!!

Mexeu com elas, mexeu comigo, negão!!

Nelson Maca -
Novos Tempos Só São Conquistados Nas Batalhas Da Guerra Preta!

Blackitude Vibration: Nós por Nós Pela Causa

Informação Na Fé - Sem Jabá!

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O Povo de Santo Mandou Avisar!

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IV CAMINHADA CONTRA
A VIOLÊNCIA A INTOLERÂNCIA RELIGIOSA,
PELA
PAZ


"Irmãs e Irmãos,

No dia 15 de novembro faremos a IV Caminhada Contra a Violência, a Intolerância Religiosa e Pela Paz. Essa caminhada acontece desde 2004, no Engenho Velho da Federação e no seu entorno.
Essa caminhada é organizada pelos Terreiros do Engenho Velho, diferentes organizações da sociedade civil do bairro, amigos e simpatizantes e tem dois grandes objetivos:

v Protestar contra as diversas manifestações de preconceito e intolerâncias relacionadas às religiões de matriz africana e indígena e
v Clamar pela PAZ.

Para o fortalecimento da nossa luta, convidamos a todas as pessoas e Organizações para caminharmos juntos/as, pelo respeito e direito de preservar a nossa religião e história construída pelos nossos antepassados, mantida orgulhosamente por nós até hoje.

Vamos caminhar de branco pelas ruas, dar a volta no Engenho Velho, para reafirmar a roda da continuidade da vida e da nossa história guerreira.

O nosso percurso será: Engenho Velho da Federação - Cardeal da Silva - Garibaldi - Vasco da Gama - Engenho Velho da Federação.

Dia 15 de Novembro de 2008 (sábado)
Concentração a partir das 14h
Saída: 15h – Final de Linha do Engenho Velho da Federação."

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Sem Comentários; nos falamos lá!!

Nelson Maca - Blackitude Vibration!

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sábado, 25 de outubro de 2008

Você está preparado?

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Mestre Carlos Moore lança o livro PICHÓN

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Salve-salve, amigos, amigas, parceiros e parceiras!

No dia 1º de novembro será lançado nos Estados Unidos o livro de memórias de Carlos Moore, PICHÓN, esperado por longo tempo por muitos que anseiam mais informações sobre questões como as relações étnicas em Cuba. O Mestre Carlos Moore tornou-se um dos personagens centrais dessa história, tendo passado mais da metade de sua vida na condição de exilado político em vário países do mundo.

Hoje, paradoxalmente, tenho a felicidade de ser não somente seu discípulo por auto-definição mas também amigo ao lado e vizinho próximo na nossa Bahia Preta. Não bastasse isso, para nossa estima, ele tornou-se admirador, colaborador e parceiro do Coletivo Blackitude: Vozes Negras da Bahia.

Mais especificamente, no seu novo livro, PICHÓN, primeira parte da trilogia de sua vida política, Carlos Moore narra o grande conflito que surgiu cedo no seio da Revolução Cubana. Segundo seu testemunho, o regime revolucionário castrista promoveu a destruição do Movimento Negro Cubano, na época dirigida por grandes intelectuais do gabarito de Walterio Carbonell e Juán Rene Betancourt Bencomo.

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Carlos Moore lembra-nos que Carbonell passou oito anos nos campos de trabalho e nos manicômios cubanos, falecendo no mês de abril de 2008, em Cuba, em total esquecimento.

Betancourt Bencomo teve de fugir para o estrangeiro, morrendo pouco depois na cidade de Nova Iorque. Os outros militantes foram internados nos campos de trabalho forçado.

O autor de PICHÓN experimentou de tudo isso um pouco, eu sei!!

Trata-se de um relato que denota uma página brutal e desconhecida da Revolução cubana. Para mim, e para muitos que cresceram, tendo naquela experiência revolucionária um exemplo de soberania e resistência do oprimido, o livro instala e/ou reforça um golpe duro, questionando nossas crenças mais arraigadas. Mas não se trata da negação total da experiência castrista, coisa que o livro não se dispõe a fazer. Pontualmente, mexe naquilo que mais move meu ativismo: a questão racial!

Os textos de Carlos Moore que abordam o conflito racial em Cuba sempre instalaram grandes polêmicas ao redor do mundo - pelo seu caráter corajosamente divergente.

Independente da pré-disposição política de cada um, penso que todos que querem, realmente, pensar e encarar os conflitos raciais devem ter a coragem de ler esse livro - como resposta a uma provocação que pode reforçar ou reorientar nossas convicções.

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Como sempre nos lembra o autor, essa é uma daquelas obras de difícil distribuição como toda abordagem crítica em torno dos paradigmas que norteiam as discussões étnicas “oficiais”.

Em Carta Aberta a seus amigos, ele afirma que todos os militantes que puderem adquirir o livro, mais do que favorecer a pessoa de Carlos Moore estará expressando “um gesto de solidariedade dos militantes Afro-brasileiros com o povo, também majoritariamente negro, de Cuba e uma homenagem para a memória daqueles que sofreram, ou morreram, para defender as reivindicações sócio-raciais que hoje nós temos levantado como bandeira.”

O livro PICHÓN não deve ser silenciado. Faça a sua parte!

Não é fácil encarar nossos fantasmas, eu sei, mas, se estamos na chuva, deixemos a chuva nos molhar! Depois, alma lavada, pessearemos sob o sol da luta encarnada!


Nelson Maca
Blackitude Vibration!

"Exu Opaco em Espelho Turvo!"


*Distribuidor exclusivo de PICHÓN: http://www.amazon.com/

Veja abaixo o Video promocional do livro, outra obra bem feita. É mais um trabalho cuidadoso dos meus amigos e parceiros Guga Calazan e DJ Mário 77 (em breve perfil e mais trampos dos caras aqui!)

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Foto1: Carlos More e Malcolm X (http://www.drcarlosmoore.com/)
Foto2: Alex Haley, Carlos Moore e Aimé Cesaire (http://www.drcarlosmoore.com/)
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Vox Sambou - Nomadic Massive


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Você conhece Vox Sambou?
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Vamos trocar idéias, rimas e sons com o Irmão!?


Aguarde!

O Haiti Será Aqui,
Salvador!!

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Nelson Maca

Blackitude Vibration!

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quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Entre Versos e Prosas

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DaGanja: Entre Versos e Prosas


Entre Versos e Prosas, o Cd solo do MC DaGanja já está na rua!

Mais um ponto para o Rap Baiano!
Mais um ponto para o Rap Nacional!

Sou suspeito para falar, pois sempre foi evidente minha admiração pelo rap desse Irmão que já tivemos o privilégio de contar com participações no Comboio da Blackitude e outras demandas da rua. (Free-Style).

Para mim, é uma alegria acompanhar o lançamento de seu primeiro trampo solo, trazendo um artista amadurecido pelos anos de hip hop que pesa em sua trajetória. Sei que o seu sucesso é também o sucesseo de todos que arquitetam e viram o cimento cotidiano do hip hop da Soterópolis.

Não tenham dúviva, DaGanja é um MC-Convicto e esse disco é uma extensão de sua alma poético-musical!

No trampo, ele conta com as participações vocais de Dimak, Freeza, Fall, Sereno, Léo Souza, Joca, Oz e o cubano Vitor Duarte.

As produções das faixas foram divididas por DJ Leandro, Armeng, Finado e Ghost Killer de Cabo Verde.

O tratamento gráfico ficou por conta de Blequemobiu.

O preço do CD é extremamente justo: 10,00 (Dez Reais)

Nelson Maca dando uma idéia olho-no-olho:

- A compra do CD Entre Versos e Prosas do MC DaGanja, mais do que um ítem a mais numa coleção de rap de qualidade, representa sua participação efetiva no sentido de fortalecer a cena da cidade.
Incentivar mais grupos e artistas a buscar um lugar para seus trampos na rua, porém com apurado cuidado sonoro e gráfico.
Enfim, participar do amadurecimento da cena local que, efetivamente, não tem pretensão de superar nenhuma outra, mas tem a convicção que está no jogo com qualidade inquestionável, para protagonizar o barato. Jogar no time de frente e não ficar a mercê das "regionalizações" que pensam que podem nos aprisionar nas periferias da estética e do mercado!

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"Rap é Rap em qualquer lugar"

Parabéns Daganja! Parabéns Positivoz!

Eu já reservei o meu e já tô em campo, sempre na minha convicção, porém colando quando for útil no processo!

Nelson Maca - Blackitude.BA
Junto e com Respeito Constante!
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Contatos de DaGanja e Positivoz:
Sons e imagens:
www.myspace.com/mcdaganja/
www.youtube.com/blequimobiu
http://www.positivoz.com/

Compra e distribuição do cd:
mcdaganja@gmail.com – 87355139 / DaGanja
boss@positivoz.com 8877.0274 / Blequimobiu
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Obs:
em breve, matéria completa do disco e entrevista com DaGanja!!!

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Foto1 - arte de Entre Versos e Prosas - cedida por Rangel Bequimobiu
Foto 2 - Dimak e DaGanja estilizados/ fonte: Blog Toca Disco Público

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Questão de Famíllia!

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Marcus Gusmão
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blogueiro parceiro - do excelente www.licuri.wordpress.com/, manda este recado para a população e, principalmente, para as autoridades: da Bahia e do Brasil. Para que seu recado chegue às autoridades competentes e seja tratada com a devida atenção, é fundamental que "pautemos sua sugestão de pauta", pra alcançarmos todas as imprensas possíveis: pequenos e grandes meios! Então, parceiro, venha também: edite esta sugestão e sugira aos seus colegas de imprensa a divulgar essa questão.

Vamos ouvir a sugestão de pauta do irmão:

"Os argentinos Gustavo Sanchez e Vanina Lorena Fernandez mantêm em pleno funcionamento a boate Toca Loca, em Morro de São Paulo.

Mas no dia 23 de agosto, a polícia de Cairu, conforme ocorrência nº 276/2008 registrada na delegacia de Polícia da 5ª Coorpin - Valença, apreendeu bebidas acompanhadas de notas fiscais falsas e boletos bancários emitidos para os argentinos pela Distribuidora de Bebidas Tio Sam em nome de uma comerciante que sequer sabia que seu CNPJ estava sendo utilizado indevidamente. :"

Ou seja, além do comércio irregular, havia aí, no mínimo, prática de estelionato.

Menos de um mês depois, Gustavo Sanches, que também é lutador de luta livre, desceu à Segunda Praia e espancou o agricultor e comerciante Márcio Gusmão, que havia reclamado do método invasivo de prepostos seus ao abordar os turistas na praia. A queixa foi registrada novamente.

Sugiro ouvir a prefeitura de Cairu, a Policia Civil, a polícia Federal, a Secretaria da Fazenda, o Ministério do Trabalho, o Ministério Público sobre o seguinte:

Por que depois de tanta evidência de irregularidades, a casa noturna continua funcionando normalmente?
Que providências um cidadão brasileiro sabedor e vítima de todas estas irregularidades deve tomar para acionar as autoridades do seu país?

Como é possível um estrangeiro abrir um comércio irregular, contratar brasileiros, praticar estelionato, agredir fisicamente um cidadão e não ser importunado por nenhum tipo de fiscalização de ordem trabalhista e tributária no seu negócio?

Um emigrante brasileiro que estabelecesse um comércio irregular teria estas mesmas regalias em outros países numa situação como esta?

O que dizem especialistas em direito sobre a legislação e a prática internacional em situações semelhantes?
Grato.

Marcos Gusmão"

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Mais informações sobre esse sonegador argentino espancador de brasileiros:

http://licuri.wordpress.com/2008/10/21/policiamento-argentino-no-morro-de-sao-paulo/
http://licuri.wordpress.com/2008/10/22/que-tal-tentar-a-vida-la-fora-2/
http://licuri.wordpress.com/2008/10/23/unica-saida-2/

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Nelson Maca: Blackitude.BA
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quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Hoje é Dia de Festa!

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Hoje é Aniversário da Cooperifa!!




Sete Anos de Caminhada não são Sete Dias!

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Parabéns aos Companheiros de Fé Poética!


Bato, Bato mais Forte no Peito e Digo:
- Eu Também Soul Cooperifa!



Nelson Maca - Cooperifa.Ba
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terça-feira, 21 de outubro de 2008

Geraldo Cristal no Pelourinho

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Geraldo Cristal e Família Real



Salve Rapa,

o Irmão Geraldo Cristal e Banda Família Real
se apresentam no Pelourinho esta semana

Dia 23 de outubro, quinta-feira

Local: Praça Tereza Batistas
às 21h!

A entrada é franca!
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Quem é do Gueto sabe!


Para mim, simplesmente, o número 1!


Nelson Maca
Família Real Blackitude

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"Caravanas a caminho de Palmares se cruzavam na trilha,
se juntavam e seguiam lado a lado.
Ai de quem se metesse a tentar impedi-los de seguir em sua caminhada...
Eram varridos como ciscos incômodos e mal quistos!"

Guerra.Preta.Estratégia.Quilombola!
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sábado, 18 de outubro de 2008

Compromisso ou Amizade?

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Amizade Com Compromisso

Amanhã, dia 19 de outubro, o Gramática da Ira faz um aninho de idade!

Hoje gostaria de repartir com vocês um dos maiores presentes que recebemos nesses últimos 12 meses de ativismo blogueiro que não quer ser casa da Candinha, estante de egocentrismo nem balcão de venda de produtos perecíveis.

Quero partilhar a amizade, a lucidez e a humildade deste cara das três postagens abaixo: o Robson Véio!
Uma de minhas grandes referências ao lado hoje!

A palavra que ele traz estampado na pele, pode ter certeza, traz também nos atos e tratos!

Mas, não se esqueça, eu já disse isso:
- Ser Simples é muito Complexo!!


Nelson Maca - Fã do Cara
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ENTREVISTA / Robson Véio: Viiiixe!

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Tenho falado,
aos quatro cantos perimetrais aonde chega a minha voz, de minha admiração pelo Irmão Robson Véio, meu grande parceiro ao lado. Conheci-o já no contexto do hip hop, mas quem nos aproximou mais foi o Blequimobil. Desde então, firmamos uma amizade dez vezes mais longa que o tempo que nos conhecemos: parece que nossa amizade aconteceu bem antes de nos conhecermos pessoalmente!

Há algum tempo penso numa entrevista dele no Gramática da Ira, mas, no fundo, e mesmo inconsciente no início, esperava o momento maduro de nosso espaço, para isso.

Não que o blog fosse verde (rsrsrsrs)... Lembre-se que nossa primeira postagem foi um poema sobre Malcolm X (Malcolm Disse), e a segunda
uma entrevista com meu Mestre ao lado, Carlos Moore, falando de James Brown e Fela Kuti. Ou seja, se é que tem que ter um nascimento para os blogs, o Gramática da Ira já nasceu adulto.

Há exatamente um ano atrás, dia 19 de outubro de 2007, o blog entrou no ar, influenciado, principalmente, pelos blogs Colecionador de Pedras, Suburbano Convicto e Toca Discos Público.

Quando digo maduro, quero dizer preparado para apresentar textos e pessoas que realmente questionam, sem folclore, nossas mais arraigadas convicções. Ouvir é uma arte que exige bem mais que falar. Tenho lido muitas coisas agressivas por aí. Tenho tido contato com muitos revolucionários virtuais por aí. Enfim, mesmo simpáticos ou travestidos de rebeldia, principalmente na net, os comédias nos cercam cada vez mais: em número ampliado e na distância reduzida. Alguns, como Brutus ou Judas, chegam a nos guardar as costas e nos beijar a face de tão ao lado que se posicionam.

Por isso digo, com toda sinceridade: se você não está preparado para ler, sem piadinhas e sem predeterminações, posturas tão divergentes sobre a questão do “especismo” ou da postura política ou mesmo da negritude no “Punk”, por favor, pule esta postagem.

Quem vai falar, abaixo, é o Robson Veio: um cara que colou na humildade, na moral e, quando menos eu esperava, ói o Maca em shows de hardcore, convidando cooperativa de alimentação natural e não animal para as festas da Blackitude, conhecendo outros “falsos baianos” que insistem em desobedecer as demandas folclorizantes da “Bahiatursa” e da “Emtursa”, dessas ostentações de baianidades televisivas que nos rebaixam. Somos a turma da Cidade Baixa.

O Irmão Robson Véio, que é também vocalista e letrista da banda Lumpen, chega de mansinho, articulador, vai inoculando na galera uma rebeldia profunda de tão desapercebida que chega. Vai mostrando que há um sentido político até no leite que tomamos.

Temos tido conversas sem fim sempre com overdoses de café preto, nossa viagem drogada em comum!

Gostaria de proporcionar, aqui, um pouco de tudo que tenho tido o privilégio de discutir e viver com este Irmão. Questões sobre Música, Punk, Veganismo, Pornografia Divergente Sem Culpa, Rap, Anarquismo, Sindicalismo, Campanha Política e muitos outros assuntos que circulam nas linhas abaixo.

Aperte o sinto, abra a mente e boa viagem, para quem é de viagem!

Para os poetas que não são de viagem, podem se trancar nas gavetas de sua escrivaninha com seus sonetos perfeitos, pois, como disse outro poeta (marginal?), muito sangue vai rolar!

Apenas peço que leiam comedidamente, pra, depois, não querer sair mudando o mundo já, hoje e na marra, e botando a culpa na Gramática do Cara!

Vamos ser justos: todos tem direito à defesa! rsrsrsrsrsrsrs

Robson Véio,
obrigado pelo presente, é o melhor que poderíamos ter ganhado neste fim de semana de aniversário sem torta e vinho, porque já somos entortados pela vida desviante e bêbados de vontade de transgredir - irreversivelmente!

Nelson Maca – Blackitude.Ba / Fanzão do cara!

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Gramática da Ira (GI): Cara, quem é o Robson Véio exatamente?

Robson Veio (RV): - Tento ser uma eterna incógnita, pois não creio em “exatamentes”. Prefiro o trânsito a estabelecer uma identidade fixa, definida... mas, como perguntou, posso dar algumas pistas. Uma criança preta que já alisou o cabelo quando pequeno, que andava de cabeça baixa e sabia que existia alguma coisa errada com o mundo. Um jovem que teve a dádiva de conhecer o Punk, o HIP HOP, os LIVROS, pessoas especiais e amantes inesquecíveis. Um velho que se nega a ficar parado, que prefere arriscar, estar errado em suas decisões do que se manter em um lugar já estabelecido seja pela sociedade, por qualquer movimento, bandeira ou relacionamento amoroso mascarado com frases de efeito. Sem falsa modéstia... Autodidata das ruas, Doutor em nada, hahahhaa.

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GI
: Apesar de presente na nossa vida cotidiana e até mesmo apropriado por modismos, o Punk ainda é um desconhecido para a maioria. Há imagens positivas e negativas, principalmente com relação ao conflito étnico. Em linhas gerais, como estão estabelecidas essas linhas do movimento? Qual é a sua?

RV: O Punk, como se conhece hoje, surgiu aos olhos do mundo na década de 70, no meio suburbano da Inglaterra, como resposta ao estilo de vida vigente. Músicas quilométricas que não serviam para dançar, um movimento hippie todo colorido, pedindo paz e amor em um mundo cheio de problemas... foi quando o Punk gritou BASTA! Em contraponto, surgiram roupas pretas, cintos de arrebite, uma atitude agressiva, a vontade de mudar o mundo e músicas de dois minutos, para dançar e fazer uma catarse em grupo. Como não poderia deixar de ser, no Brasil, ele chegou com força total nas periferias, dando alto estima aos jovens. O Punk, como outros “movimentos”, na impossibilidade de ser abatido, foi apropriado pelo mainstream. Isso se estivermos falando aí da expressão musical, pois as idéias do Punk continuam batendo em vários corações e movendo pessoas a continuarem transformando sonhos em realidades.
Sobre positivo e negativo, pra mim o punk sempre foi “oriental” neste sentido, circular como as culturas africanas. Sair hostilizando pessoas que nos tratam como invisíveis, tocando músicas barulhentas e adorando ser feio em uma sociedade que quer obrigar tudo a ser belo, seja lá o que isto possa significar, é positivo ou negativo? O PUNK É PRETO! Bob Marley já atestou isto. O que acontece é que conseguiram, mais uma vez, nos enganar, como fizeram com outras coisas, dizendo que isto não é coisa pra nós. O mundo é nosso, parceiro, e não devemos deixar ninguém tomar seja ele da cor que for. Prefiro não definir linhas... deixo para os estudiosos. Quer saber se me assumo como Punk né, hahaha. Se for como adjetivo, sou mais Punk que nunca!!

GI: Qual a sua experiência específica no Punk? Que relação podemos estabelecer entre ela e o lema “do it you self” (faça você mesmo!)?

RV: Bem, tudo começou pela música. Sempre fui apaixonado por ela e o Punk me mostrou a possibilidade de namorá-la sem precisar planejar casamento... apenas por prazer e a vontade de expressar meus sentimentos. Em Castelo Branco, bairro da periferia de Salvador onde eu morava, formamos uma banda onde a bateria foi feita com tonel de água, partes de timbal, parafusos e outros adereços... a falta de dinheiro solucionada. Mas uma banda só era pouco para nossos anseios. Então fizemos um fanzine (SEM NEXO) que, além de falar de música, tinha matéria sobre transporte, poesia, textos... fotocópia, montagem de imagens, e distribuição de mão em mão. Aí, em 89, tive a dádiva de conhecer a loja Not Dead e, lá, mudar de vez minha visão de mundo. Depois disso, contribuir em fanzines, escrevendo, financiando (era um dos poucos que tinha um trabalho fixo), distribuindo. Toquei em várias bandas, organizei eventos etc... Específico nunca fui, o que, como já falei, é uma qualidade pra mim e um espinho na mente de muitos. Sempre andei com os caras da Vermes do Sistema (Gang Punk), mas não participava da gang, andava com os AnarcoPunks, mas não era do MAP (Organização AnarcoPunk). Contribuir em vários lugares sempre foi minha escolha, até porque a maioria deles não está aberta para mudanças em suas estruturas. Como diria o amigo Carlos Prozato, gosto de “transitar por todo los espacios”. Do it you self? Hoje posso dizer que é uma escolha que faço, que possibilita manter autonomia, mas, na época, era NESCESSIDADE! Se não fizéssemos, ninguém faria por nós até porque não se tratava de conseguir dinheiro pra fazer eventos, mas sim de mudar o mundo.

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GI: Você participa de inúmeras iniciativas político-culturais na Bahia e no Brasil. Fale um pouco da sua experiência no Telefanzine, no Quilombo Cecília, Espaço Insurgente- Casa MUV, etc.

RV: O Telefanzine foi minha escola. Ednilson Sacramento foi e é uma das pessoas que sempre penso quando bate aquele desgaste e a pergunta que nos roda com o tempo: será que tudo isto vale a pena? Ele, junto com Jardelice, foi um dos responsáveis pela loja Not Dead, pela loja Haikai, entre outras coisas. Foi o idealizador do Telefanzine, assim... Pegou um sistema de caixa postal por telefone que possibilitava editar mensagens em um tempo considerável e montava, diariamente, um programa que podia ser ouvido após ligar 533-6640 e, ao fim deste, deixar sua mensagem, que seria ouvida e, a depender, entraria nas próximas edições. Eu Fazia um bloco sobre hardcore, comentando sons e falando sobre vegetarianismo, política, etc... Quilombo Cecília é outro marco na história daqui. Um verdadeiro quilombo encarnado em uma casa no centro de Salvador, Pelourinho, onde todos puderam ter experiências incríveis com teatro, dança, capoeira, literatura, poesia, alimentação natural, HIPHOP. Inclusive lá que se deu o início, de fato, às discussões étnicas dentro do Punk e do Anarquismo em Salvador, o que gerou conflitos, discussões, brigas e muito aprendizado. Bem, fizemos uma ocupação de uma casa abandonada e lá foi criada a Casa do Estudante, um espaço que deveria aglutinar estudantes independentes que, por não participarem de nenhuma organização estudantil institucional, ficavam, muitas vezes, excluídos do movimento estudantil. Com a desocupação violenta da casa, algumas pessoas procuraram o dono de uma casa ao lado que também estava abandonada e, depois de acertos e um aluguel barato, surgiu o Espaço Insurgente com uma proposta mais voltada pra Contracultura. Como eu sempre estava participando ativamente de todos estes projetos quando as pessoas responsáveis tiveram que mudar de estado, passaram o peso de vez pra mim e pro Fabiano (Estopim rec.). Surge, então, a CASA MUV, um trocadilho com movimento uniformemente variável e uma homenagem ao MOVE uma família de revolucionários. Palestras, filmes, debates sobre tudo que você imaginar e parcerias com vários outros grupos como a Blackitude e a galera da Positivoz. Inclusive foi lá na MUV que aconteceu a primeira Fora de Orbita Rap. É muito difícil passar o que aconteceu nestes lugares, o que aparentemente não difere de outros espaços espalhados pelo mundo se não fosse a maneira peculiar de como as coisas aconteceram ... mas aí teria que escrever um livro e não ia nem chegar perto dos “fatos”...

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GI: Você teve uma atuação central na A.DL. (Animal Defense League) e pratica e divulga o Veganismo. Explica o que é isso tudo pra nós.

RV: O veganismo é uma decisão de como queremos nos relacionar com outras espécies. Partindo do principio que não concordamos com a opressão de um gênero pelo outro, de uma etnia pela outra, de uma opção sexual pela outra etc... não tem lógica defender, mesmo de maneira supostamente inconsciente, esta opressão sobre seres de outra espécie. O Vegano se alimenta de produtos que não sejam derivados de animais, ou seja, são estritamente vegetarianos, sem carnes, leite, ovos, mel. Se veste com roupas que não tenha couro, não freqüenta locais como circos, rodeios, rinhas, zoológicos e outras cadeias onde o entretenimento (???) seja usar animais para satisfazer nossa curiosidade ou desejo de adrenalina. Cabe lembrar que, infelizmente, dentro dos movimentos sociais, o Veganismo é ignorado, tratado com desdém, como algo de cunho pessoal, não lembrando estas mesmas pessoas que, até pouco tempo, a defesa dos direitos do negro, da mulher, dos homossexuais era exatamente a mesma coisa, idéia de gente “muito radical”. Os animais não-humano – é, às vezes esquecemos que também somos animais - não são propriedade e, sendo assim, não podem ter sua vida e morte decididas por nós. Não pensar seriamente nisto é cômodo e uma prova que, na maioria das vezes, nos preocupamos apenas com nosso umbigo e o discurso político é apenas para maquiar esta prática. A A.D.L. foi dissolvida faz tempo. Foi onde aprendi muito sobre como organizar as coisas, a necessidade da criação de redes, além de poder participar de um experiência em nível mundial, feita de maneira autônoma e horizontal. Hoje estamos organizando um evento para a criação de uma rede de ativista local e continuamos divulgando o Veganismo, pois os animais não tem “voz”. Veganismo não é uma escolha pessoal, assim como ser machista ou não, ser racista ou não, nada tem a ver com o nosso querer, e sim com uma decisão política.

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GI: O que você chama exatamente de “Política Divergente”? Que ações entram aí?

RV: Acredito que possamos dar este nome a tudo aquilo que construa uma discórdia e saia dos padrões tradicionais de se fazer política. Um dos grandes erros pra mim, em relação aos nossos anseios, é exatamente que pautamos as coisas pelo que não queremos e não pelo que desejamos. A idéia de sermos oposição nos é bem mais fácil de administrar do que a necessidade de construir coisas. Um exemplo disto é que estamos sempre reclamando das Universidades, dos governos, das relações econômicas... de tudo. Caímos na armadilha de acreditar que existe algo errado com estas relações quando na verdade está tudo certo, elas são realmente assim, foram criadas pra serem assim. O que varia é como e o grau de repressão que elas vão aplicar para continuarem funcionando. Divergir é acreditar que a saída é “para fora”. Isto não quer dizer que não devamos lutar por políticas públicas, por ações afirmativas, melhores condições de trabalho, pela implantação de governos democrático, mas que tenhamos a certeza que estas medidas devem nos servir de fôlego, para respirar para a “Grande Batalha”. O fenômeno Obama nos mostra muito bem sobre o que estou falando, pois, mesmo sendo um candidato liberal, o que traz uma perspectiva de uma outra política, já fez declarações que vai manter a “agenda Bush” de expansão do império. Então o que possivelmente veremos é uma menor exclusão dos oprimidos, mas não uma maior inclusão. Menos bombas e mais sanções e embargos econômicos. Ações posso citar a quebra de direito autorais, a internet, software livre, a cultura do sample, as moradias coletivas, relacionamentos coletivos, espaços autônomos, as cooperativas, etc...
Sendo prático... a moradia coletiva pode ser uma alternativa viável, imediata e real para a falta de moradia, as dificuldades com trabalho, etc... A criação de projetos para alfabetização de crianças uma alternativa para a educação cheia de preconceitos que recebem... A criação de universidades livres uma opção para elas serem realmente uma casa de conhecimento. Na moral, se realmente queremos fazer a tão cantada revolução, só criando um outro mundo com outras relações com tudo. O que resta saber é se queremos pagar o preço. Se fosse possível hoje resolver os problemas do mundo, apenas abrindo mão dos carros particulares... ou da televisão...ou dos celulares...eu disse todos os problemas do mundo... ainda bem que isto não é possível, pois saberíamos qual seria a resposta da maioria esmagadora das pessoas. Estamos apaixonados por esta merda toda; este é o nosso maior problema.

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GI: Como você concilia essas posturas todas com sua atuação como diretor de sindicato? Como você convive com a contradição que denota a participação dos sindicatos na política partidária? Ou você não reconhece essa contradição?

RV: Tem cinco anos que faço parte da direção do Sindicato dos Comerciários de Salvador e, durante este tempo, tenho tido uma aprendizagem muito grande em relação aos limites que se estabelecem na atuação das relações políticas dentro deste sistema que vivemos. A nossa luta no sindicato é de extrema importância para estabelecermos uma resistência e um avanço nas relações no trabalho. Há muito que larguei a postura cômoda de ficar apenas procurando defeitos, prática esta muito comum entre os mais “radicais”. Para desenvolver ações é preciso levar em conta as condições reais, o contexto aonde vai ser aplicada estas ações, pois posso ter idéia perfeitas e planos precisos, mas, quando colocados em prática, é que veremos o que irá acontecer. Um exemplo foi a “Revolta do Buzu”, que teve uma grande rejeição dos estudantes em relação à participação dos partidos, das organizações estudantis oficiais e, depois, não manteve uma constância nesta atuação. Eu sempre falei que, entre não querer ter um líder e o desejo em se auto-organizar, existe uma distância imensa. A participação dos sindicatos na política partidária acaba sendo natural desde quando a maioria dos sindicatos tem suas diretorias formada por pessoas que estão filiadas a partidos. Eu estou trabalhando ativamente na campanha de reeleição a vereador de Oliveira que é um companheiro do sindicato e que tem um projeto e ações que acredito sejam de extrema importância para os trabalhadores e para a cidade de Salvador. Se não acreditasse no projeto, não faria a campanha, isto pra mim é ser autônomo. Não sou do tipo que “quanto pior melhor” pra poder ficar falando “tá vendo... tá vendo que falei!”. Eu torço que Obama faça uma grande diferença até pelo histórico dele e as ligações que seu passado mostra com causas muito próximas da minha. Como falei antes, ele pode nos dar um bom fôlego; eu votaria nele sem pestanejar. O mundo não se divide de maneira tão simples entre bem e mal, certo ou errado, como alguns querem colocar. Eu sou sincero, prefiro uma revolução com uma sábia liderança do que um jogo de dominó sem lideres, horizontal e baseado no consenso. A contradição sempre faz visitas a todos os ativistas e revolucionários, mas não chega nem perto dos que apenas pensam.

GI: Fale um pouco de sua experiência com o Rock? Que grupos você já integrou?

RV: Tudo começou com a Blitz que foi o primeiro grupo que me apaixonei realmente. Antes houve outros grupos, mas, naquele momento, acredito que toda aquela história do teatro, da mistura, experimentação, as letras faladas me fizeram pela primeira vez pensar em ter um grupo. O Rock era a música que embalava toda aquela coisa do sexo, drogas, rebeldia e insatisfação, e Castelo Branco era o palco perfeito. Toda minha “desenvoltura” sexual devo às noites loucas deste bairro maravilhoso. Meu primeiro grupo foi o Combat D' Front, depois vieram o Acracia, um show com a Pesadelo (nunca me esqueço!), a Scoter Brigade (que foi a primeira banda straight edge do nordeste, a No Deal, a Lisergia, Sem Acordo, Lascívia, Lumpen e agora estou junto com Nando e Blequimobiu, gravando uns trampos de Rap num coletivo maluco que trampa com vídeo, fotos, eventos relâmpagos e o que mais aparecer, hahah.

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GI
: Faça um release da LUMPEN, sua formação e estética, sua filiação à
Estopim Records e à “Associação de Bandas Independente da Bahia”? O que temos de material da banda? Que eventos participam normalmente? Aproveita e localiza o selo para nós.


RV: A Lumpen é uma tentativa previamente frustrada de fazer a música impulsionar transformações. Falo frustrada de maneira positiva, pois estou sempre insatisfeito e querendo avançar. Sempre acho que algo não deu certo e que tenho que melhorar. Somos uma banda de Hardcore como milhares de outras que talvez se destaque por assumir isto. A idéia quando concebi este nome foi “desviar” o sentido original que coloca as pessoas despossuídas, desempregadas, o Lumpen social, como não decisivas no processo revolucionário e mostrar que a transformação virá destas pessoas, pois nós estamos presos demais neste emaranhado de produtos para nos arriscarmos. A Estopim está comemorando 9 anos de atividades com 23 lançamentos e o Fabiano, além de tocar guitarra na Lumpen, é uma pessoa que tem uma paixão muito grande pelo que faz. Como diz o lema da ESTOPIM: “Independente por Opção!!”. Temos um CD gravado que se chama PELO BEM DA HUMANIDADE DIGA NÃO À PAZ que pode ser baixado de graça no JAMENDO, pois as cópias “físicas” estão esgotadas. Temos um clipe, que foi dirigido pelo nosso irmão Felipe “Psico” Franca, e estamos atualmente trabalhando no novo CD, que contará com versões de bandas que já tocamos e outras - como Escato, Bosta Rala, Execradores e Versu2 - que nos influenciaram em momentos diferentes de nossa vida. Tocamos muito tempo em eventos que nós mesmos organizamos e também em turnês com bandas de outros estados; festivais com palestras, vídeos e outras coisas, mas principalmente na CASA MUV, que era um espaço que mantínhamos. Os últimos sons que fizemos foram muito bons: um na Casa da Arte, organizado por Led, e outro que tocamos junto com o Nova Aliança Negra (Rap) no projeto MusicArte, do irmão Robô da banda Con-Fusão. Tocamos, no último dia 11, Festival Bom Bahia na Praça Teresa Batista - Pelourinho.

GI: De onde vem sua “inspiração” como letrista? Qual o espaço da literatura em sua vida?

RV: Me inspiro nas coisas que assisto, nas longas conversas que tenho com os amigos, na literatura política e em coisas como os Comunistas de Conselho, Situacionistas, Cristão Primitivos, Magia do Caos, Taoísmo, Xamanismo, Literatura e filmes com temática pornográfica divergente (Vida longa a Belladona!), Múmia Abul Jamal, MOVE, John África, Krs-One, Starwalk, etc.. Sou o rei do plágio, amo esta coisa de recombinar palavras e idéias. Minha cabeça é totalmente desorganizada e a literatura na minha vida funciona assim, me deixando mais desorganizado e cada dia mais “Agnóstico Criativo” como diz Robert Anton Wilson.

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GI: E o hip hop? Como se deu esta chegada? Por que a Blackitude?

RV: Foi em 1989, na loja Not Dead, que Rose lima, Poetisa e Punk, chegou de São Paulo e falou literalmente: “Porra Animal tem uns caras fazendo um movimento chamado Hip Hop que é igual a nós só que o som, o Rap é meio discoteque, mas é protesto, os caras são Punks, Periferia Também!”. Foi aí que ouvi a música Luz Negra do Thaíde e Dj Hum que despertou em mim a faísca da Negritude com consciência.
Depois disso tive a felicidade de acompanhar o surgimento da Cultura HIP HOP aqui em Salvador e conhecer uma rapa que tá no corre até hoje e outros que sumiram. Acredito que contribuí de alguma maneira pras coisas estarem como estão hoje. A Blackitude foi aquele tipo de relacionamento que, quando damos por si, já estamos morando juntos. Sempre tento contribuir em qualquer lugar que estou e com a Blackitude não foi diferente. Sempre tava nos eventos, vendendo ingressos, carregando coisas, dando opinião e, como na época, meu irmão e agora Compadre Blequimobiu fazia parte, a paixão foi inevitável. Depois da primeira transa, o amor só aumentou, levando ao casamento, com todas as brigas, raivas, alegrias e momentos inesquecíveis que sempre acompanham as paixões. Que romântico, hein Maka... hahaahaha. Não sou muito bom de falar sobre o passado, pois, nos meus 37 aninhos, vi e vivi muita coisa e tenho medo de parecer pretensioso... já sendo né?!

GI: Fica aí o espaço livre, para suas considerações finais (por ora – rsrs). Deixe também seus contatos, parceiro.

RV: Queria mandar um salve especial para Nando, parceiro no Coletivo ARTERISCO, pros parceiros que estão colados aí nesta nova empreitada: Blequimobiu, Fabiano, Coscarque, Spock, Diego, Da Ganja, Freza, Dj Leandro, Dj Indío e toda Família POSITIVOZ! “Assim fica difícil estragar!!!”. Um Salve pra toda Família Blackitude, principalmente pra você, Maka, pela amizade, conversas e incentivo constante.
Um salve com muita paixão para as mulheres da minha vida: Josy, Luciana e Priscila... Amo vocês!!
Paz pra quem merece!!!!

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verderubro@gmail.com
http://www.lumpen.com.br/
http://www.estopimrecords.com.br/
http://www.positivoz.com/


Foto1: Robson Véio: Possessão Hardcore!
Foto2: Robson Véio e As Meninas (Luciana e Priscila) - One People! One Love!
Foto3: Robson Véio: James Brown no Peito!
Foto4: Lumpen: Estampa Original!
Foto5: Banda Lumpen: Nóise Vibration!
Foto6: Vegan! Girando no Prato: Alimento em Movimento.
Foto7: Lumpen: Nóise Celebration! Tupac no Coração!
Foto8: Arte*Risco: Outras Escritas do Cara!
Foto9: Robson Véio e Fofinho com o grupo Comparsas de Maceió - Na Arte Da Lata!
Foto10: Lumpen: Intimismo Nóise!

Todas as fotos gentilmente cedidas por Robson Véio!


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Robson Véio e Banda Lumpen: Viiiixe!

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Banda Lumpen - O Processo


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Realização:

O Processo

Álbum: Pelo Bem Da Humanidade, Diga Não à Paz

Eu acordo e não estou mais só, nunca estive, só não podia ver
O cárcere se mostra como o único caminho, já não tenho escolhas
Não sei por que estou sendo preso, nem eles sabem
Receberam ordens de algum lugar, vindas de alguém
Nuvens turvas, ofuscam tudo a minha volta
Quem é culpado pela minha prisão?
Quem construiu estas "benditas" grades?
Não posso falar, não posso sorrir, nem mesmo chorar

"Foi você quem provocou isso tudo!",

repetida inúmeras vezes em meus ouvidos
Meu erro foi querer ser eu mesmo e isso eles não vão aceitar, nunca!

"E que caia sobre você o processo, por blasfemar contra o controle,
com a estúpida idéia de acreditar em si mesmo, sua sentença está declarada!"

Não conseguirão tirar o sorriso do meu rosto, este sou eu, e tudo será de todos
Omnia sunt communia

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Criadores e Criaturas da Chuva

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1,2,3... DIAS DE PRETO*


Nunca me dei bem com esta coisa de horário, limites e prazos, mas com o tempo comecei a aprender que nem sempre estas palavras estão ligadas à idéia de estar preso ou ser obrigado a fazer algo.

Saí de casa para o trabalho atrasado, para manter o orgulho de revolucionário e bom latino americano, ouvindo som e pensando sobre o que iria escrever... acordo do meu transe e noto a chuva torrencial que cai insistentemente... corro para Estação da Lapa e pelo caminho vejo embaixo da marquise um fio de fumaça subindo, criando desenhos tortuosos no ar. Pensei que a galera já carburava aquela hora, mas um olhar mais atento mostra duas pessoas ao lado de um fogão improvisado, cozinhando algo, passo um pouco mais próximo quando, no pequeno espaço que aparecia descoberto, no meio de um pano no qual se enrolavam, é possível ver a pele... PRETA...

Entro no ônibus já completamente molhado e sigo sem conseguir arrumar em meu computador cerebral as mil imagens que correm de um lado pro outro desesperadas... acordo de novo e olho o senhor da ditadura, o relógio... porra, tenho 3 horas e meia e nem saí do lugar. Dentro do ônibus, como se houvesse ocorrido um desastre, as pessoas sacam seus celulares desesperadas, ligando para o dono da senzala, modernamente agraciado com a alcunha de patrão, com o intuito de avisar o que a cidade toda estava vendo. Tudo continua parado. Neste instante olho e vejo uma senhora “meia-idade” desesperada falando que o “patrão” disse que não queria saber de nada, afinal, não era ele que fazia chover e a empresa, dele, não pode parar. Desespero, olhar, pele...PRETA...

Dá uma estiada, resolvo não me estressar mais e ir andando até a casa de um amigo que mora próximo. No meio do caminho uma confusão em um ponto de ônibus.

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Cena:
Um homem com duas pedras gigantes na mão enfrenta outro homem que, no momento, desempenha o papel de ladrão no filme da vida. A platéia torce, grita, pula enquanto o herói, vendedor, no momento, de guarda-chuvas, joga a primeira pedra... esquiva, base fechada, o vilão tem as manhas, mas o herói é rápido e cai pra dentro, correndo, perseguição e fuga. Sigo meu caminho. Equanto a hora, a minha, não chega, subo as escadas e, tamanha surpresa, o vilão encontrava-se já tentando o sucesso, aplicando o mesmo golpe em outro ponto cheio de pessoas trabalhadoras angustiadas. Alguém coloca a mão dentro de uma pochete e ele corre. O herói, o vilão, as vítimas, pele... PRETA...

Após quilômetros de idéias, uma garrafa de café e mais uma das nossas conversas intermináveis (ainda bem!). Resolvo continuar minhas andanças, lembrando da urgência do texto, fazer o que, né!? Como sempre diz uma filósofa lá da repartição pública: ”Urgente é o que não foi feito antes”. Despeço-me do amigo/irmão, olho nos seus olhos e, como pra equilibrar nossa situação, sorrio interiormente por ele ter a pele... PRETA...

Chego no tripalium e pego os documentos, vazando rápido, pois já era meio-dia e tudo estava um caos. No caminho para outra empresa, passo a chuva na rodoviária enquanto vejo na fila de táxi um morador de rua, como se nunca tivesse na vida um momento tão especial, feliz se lavando com a água que a chuva nos fornecia enquanto eu entendia, em vida, o sentido da palavra relatividade. Felicidade pra uns, raiva para outros que angustiados por não conseguirem sorrir, mesmo tendo o bolso um pouco cheio de papéis pintados e prontos para pagar por um simples momento de prazer, continuam parceiros do vazio. Imagino que o motorista da mais eficaz máquina de matar contemporânea é um destes sem felicidade. Afinal ligou o carro e, diante de pares e pares de olhos esbugalhados, atropelou o Feliz passando com as duas rodas por cima das suas duas pernas. Saiu do carro, olhar indiferente, pediu um cafezinho enquanto diante da revolta da população com a cena acontecida com uma voz firme disse:

“É só um mendigo, um maluco, eu não vi, e quem mandou ele deitar ali na frente do carro? Quem estiver achando ruim que chame a policia.”

Anotei a placa, dois outros carregaram o rapaz, um outro correu pra cima do motorista, tentando convencê-lo com palavras e, como não teve êxito, foi até o modulo policial, localizado 50 metros do acontecido, comunicar às autoridades o fato. O Policial, chegando ao local, apertou a mão do motorista que, neste momento, além do cafezinho já estava também fumando um cigarrinho e, entre sorrisos mútuos, os dois apenas, perguntou o que aconteceu. Motorista, vítima, policial pele... PRETA...

Neste momento não era só a água da chuva que molhava meu rosto... Na volta pra casa uma sensação de mais um dia muito louco que, infelizmente, por experiência, sei que não será único. Ouço passos e vejo meu filho, dez anos, cabelos emaranhados que me fazem lembrar do amigo de mais cedo e do TEXTO, porra hoje nem dá, tou arrasado. Enquanto converso com minha companheira, amante e mulher, vejo o caderno de nosso filho aberto e o título no topo da pagina me chama atenção:

POESIA SOBRE A ESCRAVATURA
Kirtana Jaya

“Um escravo que trabalhava de 7 a 7 horas
Ele comia, bebia e dormia apenas uma vez por dia
Ele comia pão velho e nada mais
Um copo de suco mas não se satisfazia
Um dia chamaram ele para trabalhar em uma casa ganhando salário
Comendo, bebendo de graça mas como era escravo não podia
Ficava trabalhando sem 1 centavo para o dia a dia
Um dia foi libertado mas não tinha para onde ir, sem dinheiro, sem casa, sem amigos, sem nada
Um dia ele tentou arranjar um trabalho
Mas não conseguiu porque era ex-escravo”


Se fosse uma música seria a trilha perfeita para o dia de hoje, pois, entre as letras tortuosas dele, aparece aos meus olhos, mente e coração a idéia de quem já nesta idade pode perceber que, apesar de tudo ser relativo, muita coisa ainda precisa mudar e não é a cor da pele... PRETA

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*Pedi um texto para o Robson Véio... pensava numa letra da Lumpen... e o cara aparece com essa pedrada aí!
Não bastasse, olhem só a redação do filho dele: o Kirtana!
Olhe as figuras aí em cima!!
E essa moça é a Luciana, a mulher da casa!
Vocês já ouviram falar dela?
Viiiixee!
Quem vai conseguir segurar esse menino, a criatura desses criadores, só mesmo Krishna pra dizer.
Ou não...
....................

E o texto dos hóme!
- É mole?
Vocês estão entendendo minha admiração!!?

Só cresço com os parceiros que divergem... inclusive de mim...
é lógico!!

Nelson Maca - Apenas Fã das Cara!

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quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Amante Automático!

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Dee D. Jackson - Automatic Lover

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- Dedicado aos que sabem e aos que não sabem que nada sabem!



... se a memória emotiva sobrepõe-se à lembrança racional, o passado factual atropela o equilíbrio da invenção na biografia discursada... somos o que éramos de fato... viver o presente, então, é revisitar sonhos antigos que sonhávamos acordados em frente à televisão a cores... quando nossa preocupação era simplesmente ignorar o destino, driblar o impossível e pegar o mundo nas mãos... quando a menininha franzina da casa ao lado era mais encantadora que a namoradinha do brasil... quando a televisão era, também, para nós, a magia que não aceitamos mais...
o show da vida...

- Carái, esse vídeo bateu fundo, acordando o menino que fui...

Vou ter que visitar o DJ Edilson, um amigo bem acima da média mesmo quando, tão distantes no tempo e no espaço, não íamos juntos para os mesmos bailinhos que nos recebiam, encantados, para sacudir o corpo, a mente, o espírito e dançar as música lenta de rosto colado naquela menina franzina filha do vizinho bravo....

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Nelson Maca - Human Lover

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Amante automático

Amor no espaço e no tempo Não há não mais sentimento
Amante automático Frio e sem atrativos
Chato de ser tocado Chato para um beijo Susurradas palavras de amor
Diga-me o que te falta
Me veja, me sinta, me escute Me ame Me toque
Me veja, me sinta, me escute Me ame, Me toque
Eu posso te ver
Me veja, me sinta, me escute Me ame, Me toque
Me veja, me sinta, me escute Me ame, Me toque
Eu posso te ver
Nada de mimos nada de segurar minha mão Eu não preciso do toque
Porque o corpo dele é frio Ele é programado para receber Satisfação automática
Depois que o amor é feito É onde está a verdadeira reação
Me veja, me sinta, me escute Me ame, Me toque
Eu posso te ver
Me veja, me sinta, me escute Me ame, Me toque
Eu posso te ver
Me veja, me sinta, me escute Me ame, Me toque
Eu só quero fazer amor
Me veja, me sinta, me escute Me ame, Me toque
Oh Eu preciso de você
Me veja, me sinta, me escute Me ame, Me toque
Seu corpo frio Aqui não há uma mão para segurar.


*Jamais me imginei procurando tradução dessa música!
A letra é linda, não!?
rsrsrsrsrsrrsrsrsrsrrsrsrsr
A que ponto chegamos quando a saudade bate!
rsrsrsrrsrsrsrsrrsrsrsrs

A Culpa é do Maravilhoso Youtube!

É que hoje eu tava mostrando pra Luiza Gata e pra Lucinha Black Power meu passado musical sem camuflagens elegantes!...
Quase choro: até Ronaldo Resedá vimos! ("champanhe no gêlo")
Impressionante! rsrsrsrssrsr

Relaxei e gozei!
Estou feliz agora!

Nelson Maca - Trapezunga Traquina!
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Saudade dos Tempos dos Velhos Camaradas!!

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Carta Aberta aos Velhos Amigos:

Quando ouvíamos nossos pais e os mais velhos falarem do tempo, não tínhamos a mínima noção do que estamos experimentando, hoje, em nossas vidas de, mais ou menos, 40 anos (eu, 43 agora).

Juntos (eu, vocês e o mundo por vir), seguramente somamos centenas de anos de terra: muita história pra contar!! Nosso "reencontro" seria um afago, uma trégua para meu coração que escolheu a sina da militância sócio-política-racial.

Não sei se esse reencontro daria "liga", mas sei que todas as lembranças que tenho, neste exato momento, me trazem, sinceramente, uma humanidade sobremaneira, pois sei que a amizade e o amor, potualmente, no círculo do tempo, é possível entre os diferentes que se aproximam.

Experimentamos bem isso nos tempos da infância e adolescência: latino-americanos, espanhóis, italianos, poloneses, alemães, japoneses, africanos e brasileiros - brancos, pretos, amarelos juntos e misturados - classe média e pobre.

Éramos uma síntese possível neste país traiçoeiro!

Naquele tempo, nossa paz era não precisar parar, para julgamentos precoces, juízos perfeiros e questionamentos vãos.

Idos tempos em que eu poderia ter acreditado mesmo na ideologia da mestiçagem e na democracia racial que impregnavam nas teorias nascidas das cabeças que sabiam o que queriam: não perder o trono!

Apenas minhas dores sem causas conhecidas me faziam desconfiar um pouco da saúde da minha vizinhança, mas sem saber nem bem do que ou o porquê daquele enjôo antecipado.
Evolui muito - na mesma direção que já apontava aquelas verdes deconfianças potiagudas n'alma!
E, com o tempo, também meus olhos aprenderam a detectar pegadas e vestígios das muitas formas de barreiras ocultas até então.

Escrevo com todo carinho e desejo de abraçá-los pessoal, forte e novamente. Mesmo sabendo que, hoje, os julgamentos engendram verdades, os juízos elegem imperfeições e os questionamentos pré-concebem os delitos.

De minha parte, eu sei, nossos conflitos, agora, estão visíveis a olho nu, e insuportáveis, mas acho que valeria a pena cergar-me um segundo que fosse para uma rápida renascença do equilíbrio em suspenso que fui outrora.

Mesmo que tude não passe de mentirinha de bucolismo afro-árcade!!

Nelson Maca

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"Jogue suas mãos para o céu E agradeça se acaso tiver Alguém que você gostaria que
Estivesse sempre com você Na rua, na chuva, na fazenda Ou numa casinha de sapê"


- Vem cá, Nêgo; chega mais, Nêga:
vocês já ouviram esses discos aí de cima?

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terça-feira, 14 de outubro de 2008

As Várias Mãos do Polvo

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Piada de Polvo, Verdade de Povo


Hoje, a Luiza Gata me perguntou:
- Pai, sabe o que o polvo disse pra namorada dele?
- Não.
- Posso pegar na tua mão, na tua mão, na tua mão, na tua mão, na tua mão, na tua mão...
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Eu, ainda, tô pensando, cá, comigo:
- Ai dos homens sem lateralidade.
Só duas mãos...
e quase obsoletas de tão desconfiadas de tudo e de todos!!


Nelson Maca:
uma mão na mão da família e a outra se defendendo das bofetadas do mundo!

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segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Sérgio Vaz: o Poeta da Periferia!

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- Irmãos!, ouçam o Poeta, Irmãos!!


Video Poema: Porém


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Com GOG: Os Miseráveis
CD: Cartão Postal Bomba (Ao Vivo)


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Com Inquérito: Já disse o Poeta
CD: Um segundo é pouco! (Viiixe!)


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Cara, não vou ficar de blá blá blá...

Os poemas na própria voz do poeta dizem por si!!

- Quer saber?
Vou falar, sim:


Salve a Voz de Sérgio Vaz


"Quando o G.O.G. me apresentou ao Sérgio Vaz, não foi apresentação, foi formação de guerrilha: nós três e a rapa toda que faz e que curte a Blackitude, celebrando a vida na Bahia Preta.

Testemunhei, corpo presente, a força maior de sua arte: o pensamento a mil, os pés no chão e um sorriso do tamanho dos lábios!
Palavras retas. Um poeta nosso.

Tal a pessoa, sua poesia está despojada de ornamentos inúteis. De casca de erudição.
Estética e humanamente, dilui o limite entre a realidade e sua representação, a vida e o verbo, a verdade e a beleza.
No campo de batalha cotidiano, um poeta que nos comenta - que nos interessa.
Cooperifados pela nossa luta e nosso sonho, enfim, anulamos os atravessadores.

Sérgio Vaz é poeta, e, como poeta, sabe ser simples.
Como simples, sabe tecer o coletivo.
Como coletivo, sabe ser nós.
E, como nós, faz-nos grandes ao seu lado.

Se você, leitor, quer saber mais do que ora comungo, leia esse incansável colecionador de pedras.
Conheça esse ladrilhador de imagens.

Eu, que não tive a felicidade de escrever "O milagre da poesia", ou o “Bruno matador” (Pé de pato), sinto-me, poeticamente, vingado por Sérgio Vaz.

A tempo:
em nossa humanidade tão desumana, ser simples é muito complexo.

- Deus para entender?

Então, SaravAxé e BoAventura!!

- Ah!, é permitido sorrir! One Love!!"

*Orelha do Colecionador de Pedras: vinte anos de poesia do Irmão!


Nelson Maca - Exu Renovado!
Encontrando outros Seres que Divergem nas Encruzilhadas Poéticas!
Preparando o Levante Afinal!


"Só Balanço.SP da Blackitude.DF na Cooperifa.BA"

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Teco... teco... teco... na bola de gude!

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Quebrada Sexo Vegetais Rock-Errou e Bola de Gude
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Das quebradas de Castelo Branco, tirando 0 sossego, incomodando os sonhos de pais de filhinha lindas e doces...
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Pelos Campão das Cajazeira quando já tinha estilo próprio:
Sempre Street de Barro...

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Na evolução do tempo, descendo o morro, acompanhando a chegada do asfalto, ganhando o centrão da Rua do Passo, do Pelô Punk, da Carlos Gomes, da Rua do Carro, da boca de entrada da Estação da Lapa...

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Ele nunca deixou seu ofício de bater sempre um bolão redondo!
Teco... teco... teco na bola de gude é o seu viver até hoje..

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Robson Véio continua vivão e na ativa, e nos brinda com uma entrevista louca e exclusiva!!!
Ainda esta semana! Aguardem!!!


Nelson Maca - Fã de carterinha do Robson Véio!

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sábado, 11 de outubro de 2008

Obama, é Claro, e Lógico!

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The Black American Way of Life
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Obama - música de Will.I.AM




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Você ainda tinha alguma dúvida, meu Rei!?



Nelson Maca

Só Balanço.Ba no Q.G. da Revolução!



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Homem ou Repetição? Morcego ou Eco?

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Distâncias Mínimas


um texto morcego
se guia por ecos
um texto texto cego
um eco anti anti anti antigo
um grito na parede rede rede
volta verde verde verde
com mim com com consigo
ouvir é ver se se se se se
ou se se me lhe te sigo?

(Paulo Leminski)

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De tanto olhar bem,
já não consigo ver mais nada!
- Sério!

Tô me enganando demais ultimamente!

Veja bem:
- Não tão me enganando!!
- Eu estou me enganando demais ultimamente!

Meus olhos devem ter entortado, eu acredito!

Por isso
resolvi não acreditar mais no que vejo assim - de pronto -
simplesmente.

Agora,
decedi lançar a teoria e prática dos sons ancestrais surdos
sobre a couraça dos homens.
Se o anti-som que lançarei
bater na caixa do reator dos que se posicionam na região frontal,
e voltar redondo,
como afago inquestionável,
então olharei nos olhos,
para uma segunda possibildade da verdade em aparência!

Para os que agem sempre por trás,
para esses, mutantes e dissimulados,
não há som que afete nem imagem que se cristalize:
- São as imperceptíveis lascas de ossos quebrados de galinhas mortas
na garganta indefesa de nosso ofício!

Esses,
nem Bush mata,
nem Cristo Salva!

É ainda a força rasteira e o poder baixo e destrutivo dos fracos
os maiores problemas infiltrados nos pensamentos aéreos dos que sonham alto!

Os vermes humanos são baratas de tão desumanos:
mordem,
depois assopram e,
por fim, resistem aos cataclismas dos tempos!

- Sempre no breu fétido do ralo!

Nunca, olho no olho, na sombra fresca!
Jamais, de cara limpa, nas encruzilhas arejadas!

Não confundamos dente de alho com o caralho a quatro!

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Nelson Maca - Exu Tímido Com Capa de Vampiro Black!

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sexta-feira, 10 de outubro de 2008

A Luiza Gata Manda seu Presente

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Um Ano de Gramática da Ira

No mês de um ano do Gramática da Ira, já chegaram alguns presentes.
Aos poucos, vamos mostrá-los aqui, certo?

Aos poucos, firmeza?

O primeiro que mostro é o da Luíza Gata, uma das mulheres da minha vida!

Ói a figurinha aí:
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Como é do conhecimento até do mundo mineral (como diz M.C.), para ela, Gramática da Ira e Blackitude: Vozes Negras da Bahia é uma coisa só... separadas apenas pelos títulos.

É tudo a mesma coisa dos mesmos pretos: Nóise! (rsrsr)

Ói o presente dela aí:
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Valeu, filhota,
sei que você está crescendo agora a mil, e saberá de que lado sambar amanhã no futuro do presente já!

Nelson Maca - Pai Exu Renovado!

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