segunda-feira, 10 de março de 2008

2008 - Ano da Gramática da Ira


Gramática da Ira

Abraçarei cada negro que se opõe à discriminação e ao racismo e deseja resistir, fazendo alguma coisa, mesmo pequena que a tarefa possa parecer. Desejarei a todos que lerão minha Gramática o fortalecimento de sua convicção de que não se pode permanecer inativo.

Eu queria apontar para a tese de que a união e a luta pela emancipação do povo negro é desde sempre uma exigência do agora. Eu almejo isso porque, acima e abaixo de qualquer teoria e qualquer circunstância, a obrigação de todos os negros revolucionários é fazer revoluções negras.
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A acusação de "violento" ou "raivoso” terá um significado para mim positivo. Minha Ira adquire a roupagem da cor da pele preta. Ela não divide, ela não desacredita; pelo contrário, ela representa nosso centro da atração e da irradiação.

Hoje, a liberdade de ser um negro "Irado" é uma qualidade que enobrece qualquer pessoa honrada, porque é um ato digno de um revolucionário engajado na luta contra a vergonhosa ditadura etnocentrada da tradição brasileira.
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Para o homem violentamente transplantado, não pode haver fronteiras nacionais.
Nossa pátria é nossa dispersão.


nelson maca - gramática da ira

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