terça-feira, 30 de dezembro de 2008

2009 - Blackitude é 10

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BlacKitude dez anos! / Nov.2009!


................."Você não pode ser neutro num trem em movimento"
(Howard Zinn)......................................................................


A Blackitude: Vozes Negras da Bahia é um coletivo de artistas e ativistas. Quer dizer Blacks com Atitude! Na realidade, optamos pela arte e ativismo conjugados. Somos independentes, mas queremos nos formalizar, para empreendermos ações também com finalidade de trabalho e renda.

Nossa atuação se dá, primeiramente, pelas linguagens da cultura hip hop, porém flertamos muito de perto com a literatura e o cine-clubismo. Tudo muito prático, visceral, atuante.

Compreendemos movimento negro como movimentos negros, com diversidades ideológicas e práticas. E assim tem que ser mesmo. Cada um de nós participa de outras frentes, tão diversas que vão do especismo ao jornalismo.

Não dá para explicar muito, ainda não temos cartilhas, teses, etc e tal; somos um processo.

Nelson Maca

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O desenho é da Luiza Gata
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segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Protógenes Queiroz X Grandes Jornalistas

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Brasil: este é um país que vai pra frente??



Você já ouviu falar nos crimes do "banqueiro" marginal Daniel Dantas?

Você já ouviu falar que a própria polícia federal e o governo brasileiro estão tentando encobrir os crimes de Daniel Dantas?

Você já ouviu falar que fizeram de Protógenes Queiroz, o delegado que prendeu Daniel Dantas (juntamente com Celso Pitta, Naji Nahas e outros), suspeito e investigado?

Você já ouviu falar do papel vergonhoso que os jornalistas do PIG (Partido da Imprensa Golpista) estão desempenhando?

Veja aí nossa imprensa de ponta:




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sábado, 27 de dezembro de 2008

CARLOS MOORE / PALAVRAS ESSENCIAIS!


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Dia 01 de Janeiro de 2009,

Mais que uma entrevista, o Gramática da Ira
terá a honra de trazer uma lição de vida ativa e combativa com o

Mestre Carlos Moore

Essa será a nossa maneira de desejar um "Novo Ano Novo"
a todos que militam na Nossa Causa Preta!

Ternos sem perder a dureza!

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"Eu me vejo como uma pessoa que teve de lutar muito para adquirir a identidade racial, a serenidade humana, que possuo hoje. Por isso eu me auto-defino, fundamentalmente, como um crítico social, como um militante das causas sociais.

Me sinto muito privilegiado, como militante, porque tive a honra de ter militado ao lado de homens e mulheres hoje considerados como ilustres: Malcolm X, Cheikh Anta Diop, Aimé Césaire, Maya Angelou, Stokely Carmichael, Lelia Gonzalez, Walterio Carbonell, Abdias Nascimento, Harold Cruse, Alex Haley, e tantos outros e outras.

Todas essas figuras ocuparam um lugar importante no combate que, segundo eu, constitui a maior das causas sociais que a humanidade tem sido obrigada a sustentar: o combate contra o ódio racial, contra a opressão racial, e contra as discriminações e vexames de todo tipo que são inerentes a esse fenômeno criado pela história das relações dos humanos entre si.

Sinto orgulho de tê-los acompanhado nessa trajetória de combate por um mundo melhor para todos nós."

Carlos Moore

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(Caso queira entrar nesta contra-corrente de divergência em processo, entre em contato e seja bem vindo ao fronte / blackitude@gmail.com )


Nelson Maca 2009 - Coração no bico da Chuteira!

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terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Toda Esperança pra Vocês!!

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Se me deixam falar..

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I Know You Nknow

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Esperanza Spalding


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segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Violentamente Pacífico!

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Negro é lindo!


"Eu só quero que Deus me ajude
A ver meu filho Nascer e crescer
E ser um campeão

Sem prejudicar Ninguém porque
Negro é lindo
Negro é amor
Negro é amigo"

(Jorge Ben)

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Guerra Preta! Estratégia Quilombola!


"Há muitas formas de atuar na nossa Guerra Preta
Mas é preciso ter Estratégia, Negão...
Pra não ser Nós contra Nós, Irmão contra Irmão"

(Nelson Maca)


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Fonte da Ilustração:
Divine Aziatc’s poetry page (my space)
Título: "O futuro"

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domingo, 21 de dezembro de 2008

RESPECT!!

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- A Voz do Brasil / GOG


Todos em frente!
Todos ao ataque!
É chegada a hora de mostrar quem nós somos
E dizermos de uma vez!
Nós estamos vivos, cremos nisso,
Não seremos eternos submissos!

A fórmula pra vencer não inclui o sucesso.
Eu sei, o fracasso começa com uma dose de descaso.
Esse não pode ser o nosso caso,
Então...

Alfabetização! Alimentação! Habitação!
Dignidade! Igualdade! Seriedade!
Todos em frente! Todos ao ataque!
Só assim nossos direitos se tornarão realidade.

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Foto de Marilda Borges
(GOG na Loja Suburbano Convicto - Itaim Paulista)

- Salve, Buzão!

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Um Natal do Terror! rsrs

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Salve, rapa,
esse negão aí é o Silvio Roberto Oliveira, parceiro da antiga!
Elo-da-Corrente!

Há muito trocamos figurinhas: todas!

É um Irmão mesmo!
Família, trabalho, futebol, hip hop e, logicamente, literatura nos uniu e preservam a integridade de nossa afetividade!
Ele é um desses talentos que temos o privilégio de conhecer na calmaria, antes da fama correr mundo...

Então...
outro dia, ele mandou um recado que me deixou bastante feliz: publicou um conto louco de natal numa coletânea estranhona aí! rsrsr

Fiquei a fim de partilhar a notícia aqui e cheguei a conclusão que deveria simplesmente postar o e-mail dele no Gramática da Ira (abaixo).
Lógico que ele também trafega na divergência, apesar de, como eu, ensinar literatura em universidade "tradicional!".
Ninguém é perfeito, né, Jão?

Vamos ao recado então:

"Maca,
Meu amigo,
Neste natal ofereça um presente a quem você ama. Ou não ama.
Dê um livro. De preferência RÉQUIEM PARA O NATAL, antologia de contos de terror, que saiu com uma narrativa deste seu amigo: Violentando Dorothy. Publiquei em sistema de cooperativa. Estou vendendo os mesmos. Seja um de meus leitores.
Grande abraço,
Sílvio Oliveira."


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RÉQUIEM PARA O NATAL

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"Organizada pelo editor de livros, escritor e roteirista de HQ Edson Rossatto, RÉQUIEM PARA O NATAL reune autores de diversas partes do Brasil com contos sobrenaturais, de suspense e de terror com temática natalina, lançado pela Editora Andross.

Natal. Época de paz, amor e fraternidade. Mas não para você. Esqueça-se de tudo que seus pais lhe contaram quando criança e prepare-se para conhecer o lado sombrio do Natal em histórias sobrenaturais, de suspense e de terror. Nada de amor e fraternidade. A única paz que encontrará aqui é a paz eterna. Atreva-se a abrir este presente.”


(DIVULGAÇÃO)

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Trecho do conto Violentando Dorothy
de Silvio Oliveira
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"Era noite de Natal. Na estrada, não se avistava cervos, pinheiros ou neve. Na verdade, nada disto era próprio do lugar. Lugar seco e inóspito. Caminho de quem não queria muito movimento.
Havia uma casa ou outra mal iluminada em morros próximos. Predominava, entanto, a escuridão. Era difícil encontrar as crianças que, inclusive nessas épocas, se oferecem a aumentar os pecados de certos sujeitos na esperança vã de algum brinquedo, alguma comida, alguma coisa.
O caminhoneiro desta história encontrou. Logo depois do último posto.
E enfiara a menina no carro prometendo-lhe doces e mágicas.
O caminhoneiro devia ter já seus sessenta anos. Era muito grande, forte, branco e barbudo e, claro, essa longa pelugem igualmente branca reforçava um certo imaginário..."

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O recado tá dado!
Quem se interessar já sabe: tô aqui, na disposição, pra fazer o meio de campo!

Já sabe, né: blackitude@gmail.com

Aproveite e conheça o Blog do Silvio:
http://www.troplof.blogspot.com/

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Nelson Maca - Blackitude.Ba / Em Estratégia Quilombola!

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terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Carta Aberta ao Presidente de Cuba

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Carlos Moore escreve carta aberta ao Presidente de Cuba


Caros Amigo, Amigas, Parceiros e Parceiras, Ativistas e Jornalistas,

invoco-os a participar criticamente do debate deste importante capítulo da Grande Política que se inaugura no continente americano com a eleição de Barack Obama e os desdobramentos continentais de sua vitória.

Destaco, aqui, mais especificamente, o embargo histórico que os EUA promove contra Cuba. Mas falo, principalmente, do embargo histórico interno que o sistema revolucionário cubano promove contra parcela de seu povo: nós, os negros.

No momento em que governos de estado e lideranças política e culturais do continente encontram-se em Salvador, para uma reunião que defende rumos da vida na América Latina, aproveitamos, para ecoar a voz do ativista cubano exilado Carlos Moore sobre a complicada e ainda insolúvel questão negra em seu país de origem.

Por isso venho solicitar a todos que se sentirem sensibilizados que nos ajudem, neste momento tão oportuno, a potencializar este debate, publicando e divulgando a Carta Aberta ao Presidente de Cuba de Carlos Moore em todos os meios possíveis: listas, blogs, sites, jornais, etc.

Tenha certeza que esta é também a nossa luta!

África! One People! OneLove!

Nelson Maca – Blackitude.Ba

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Carta Aberta ao Presidente de Cuba


por: Carlos Moore


Salvador, Bahia, 17 de Dezembro de 2008

Sua Excelência General de Exército Raúl Castro Ruz
Presidente dos Conselhos de Estado e de Ministros
Conferência de Chefes de Estado e de Governo da América Latina e do Caribe,
Costa do Sauípe, Bahia, Brasil


Senhor presidente,

Se me dirijo a V. Ex.ª por meio desta Carta Aberta é porque essa é a única forma que tenho de chegar diretamente a V. Ex.ª, e também porque quero que meus concidadãos e todos aqueles que no mundo se interessam pelos problemas vitais de nossa época, se inteirem do que aqui exponho.

Tanto V. Ex.ª, descendente de europeus nascidos na Espanha, como eu, descendente de africanos nascidos no Caribe, somos Cubanos, mas esse fato não nos confere nenhum privilégio específico como humanos, a não ser o direito de ter uma voz nos destinos do país em que
nascemos. Uso desse direito sem apologia.

Sei que um mundo de divergências separam nossas respectivas concepções sobre a vida, as relações sociais, a maneira de conduzir os destinos de nosso país e, enfim, a interpretação daquelas realidades que impactam a vida cotidiana dos cubanos de maneira negativa. Mas, V. Ex.ª, como mandatário de nosso país, e eu como cidadão desse mesmo país, temos em comum o fato de que, sejam quais forem nossas divergências, compartilhamos a responsabilidade de transformar nosso presente social, assim como a responsabilidade de modelar nosso futuro coletivo como nação. Da ação ou inação de cada cubano, seja qual for sua condição social, gênero, raça, orientação sexual, ou convicção política, dependerá o porvir de todos.

Sempre apoiei e respeitei a soberania nacional e, por isso, sempre me opus a qualquer medida, seja o embargo econômico ou as ameaças contra o território nacional, que puderam colocar a independência de Cuba em perigo ou lesar os interesses de sua população. Mas também, e pelas mesmas razões, sempre advoguei pelo direito inalienável do povo de Cuba, ou de qualquer povo, a dirigir seu próprio destino mediante instituições representativas e com dirigentes que sejam eleitos em campanhas livres e verdadeiramente democráticas; isto é, em eleições onde estão colocadas diferentes idéias representadas por movimentos e partidos organizados, com plataformas políticas e propostas sociais realmente independentes e diferentes. Estimo que, só assim, pode um povo exercer seu direito de optar pelo que melhor lhe convenha. Portanto, sou inimigo de qualquer ditadura ou sistema totalitário, seja da chamada direita ou da denominada esquerda, e não compartilho da opinião de que a democracia seja um luxo reservado aos burgueses.

Não vou fazer rodeios para manifestar a V. Ex.ª minha sólida convicção de que o racismo, fenômeno que impera em nosso país e que cada vez cobra novos espaços na vida política, econômica e cultural da nação, é o maior, mais grave e mais tenaz problema que confronta a sociedade cubana.

Se deixarmos de lado os discursos grandiloquentes, mas vazios, e as declarações contundentes, mas enganadoras, sobre a suposta supressão do racismo e da discriminação racial em Cuba, aparecerá diante de nossos olhos um mundo concreto de desigualdades e iniquidades sócio-raciais que foram estruturadas por séculos e séculos de opressão racial e de ódio contra a raça negra. Esse foi o mundo que concretamente herdou a Revolução que chegou ao poder em 1959, mas que os dirigentes desta última se mostraram incapazes de interpretar corretamente, por serem homens e mulheres procedentes, como eram, das classes médias brancas que sempre dominaram o país e monopolizaram sua direção política e econômica.

A hegemonia branca, com seu concomitante racismo, é uma realidade histórica que o governo revolucionário, longe de destruir, contribuiu para solidificar e estender quando declarou a inexistência do racismo, o fim da discriminação racial e o advento de uma sociedade de “democracia pós-racial” socialista. Isso significa que tanto os dirigentes da Revolução que tantas transformações sociais benéficas trouxeram para nosso país, como o povo que lhes deu seu apoio ao processo revolucionário, eram reféns do mesmo passado brutal nascido do ventre da escravidão racial que impuseram os europeus nestas terras americanas. Desse ventre monstruoso surgiu uma sociedade racista. Por tanto, Cuba é hoje um país que fala com duas vozes totalmente distintas, uma branca e outra negra, ainda que, às vezes, essas tenham se fundido, temporariamente, em momentos específicos de nossa história comum.

Senhor presidente,

É um fato sabido que a Cuba socialista foi o único país no mundo que proclamou, publicamente, que havia eliminado o racismo e a discriminação racial, e que havia empoderado a população negra. Consequentemente, o governo revolucionário reprimiu, perseguiu e forçou ao exílio todos aqueles negros, intelectuais ou trabalhadores, que sustentaram o contrário. Para esses últimos, foram reservados os campos de trabalho forçado, as prisões, o manicômio ou o exílio. Eles foram tidos como “racistas ao contrário”, “racistas negros”, “contra-revolucionários”, “agentes do imperialismo”, e até como “instrumentos da CIA”.

Grandes pensadores negros, como o Dr. Juan René Betancourt Bencomo ou o professor Waltério Carbonell, pagaram um preço muito alto por haverem se levantado contra a doutrina racial que foi erigida em política de Estado durante cinco décadas e que consistiu em negar a existência da opressão racial e do racismo em Cuba sob a Revolução. É por essa razão que hoje os olhos do mundo se voltam cada vez mais para nossa suposta “democracia pós-racial” para saber por que o regime revolucionário destruiu aqueles que se negaram a conviver com essa Grande Mentira.

Cuba é um país onde uma revolução conseguiu derrubar os velhos privilégios de uma oligarquia republicana corrupta e submissa ao estrangeiro, mas onde, até o dia de hoje, a população de raça negra, majoritária no país, está confinada a jogar um papel de subalternidade. As honrosas exceções negras que ascendem à cúpula do poder o fazem unicamente com o beneplácito da elite dominante, predominantemente de origem européia, e confirmam assim a realidade, também dominante, baseada na subalternidade da raça negra em Cuba, depois de meio século de revolução socialista. Essa é a realidade. E negá-la seria persistir na Grande Mentira.

O racismo é a última fronteira do ódio entre humanos, precisamente porque raça é a mais profunda e duradoura linha divisória que determina quem tem acesso privilegiado e protegido aos recursos da sociedade, e a quem é vedada qualquer oportunidade de usufruto desses mesmos recursos. O racismo é uma estrutura de distribuição diferenciada, racialmente seletiva, dos recursos da sociedade e do planeta, que se perpetua através do monopólio do poder político. Portanto, trata-se de um modus operandi permanente, não de uma aberração; de uma estrutura de poder total que funciona maravilhosamente bem para garantir a permanência do domínio de uma raça especifica em detrimento das outras, e não um mero reflexo das simpatias e antipatias que surgem do jogo interpessoal.

A maioria dos dirigentes cubanos, revolucionários e marxistas, é branca num país onde a maioria da população é negra. Qual seria a razão para isso? E porque razão o racismo persiste e se expande constantemente, abarcando cada vez mais espaços da sociedade cubana, e impregnando as estruturas mentais individuais e coletivas em Cuba? O poder é branco em Cuba, e a discriminação racial contra os negros cubanos se mostra cada vez com mais força, unicamente por causa do racismo. O racismo se reforça constantemente, não somente em Cuba, mas em todos os países, precisamente pela mesma razão: porque funciona positivamente para aqueles que, em função de sua raça, se beneficiam do acesso racialmente seletivo aos recursos da sociedade. Se não fosse assim, o racismo teria desaparecido há milhares de anos, como desapareceram tantas realidades que surgiram da imaginação criativa do ser humano.

Senhor presidente,

O objetivo desta carta é contribuir com o debate que está sendo levado a cabo em nosso país sobre o rumo que haverá de tomar a nação num momento crucial de sua existência; momento que deverá enfrentar os desafios do novo milênio com políticas novas e verdadeiramente inovadoras que resolvam os problemas que atingem nossa sociedade. Com esse objetivo, quero propor a V. Ex.ª um conjunto de medidas mínimas que me parecem necessárias para começar o processo que nos leve, posteriormente, todos os cubanos anti-racistas e nacionalistas, a desafiar e superar a herança do passado. Esse passado se manifesta hoje nas desigualdades raciais que debilitam a unidade nacional, particularmente em momentos em que Cuba tem a possibilidade, pela primeira vez em cinquenta anos, de resolver seu litígio com os Estados Unidos de maneira pacífica.

Mas seria hipócrita e imoral pedir o cessar do embargo/bloqueio que os Estados Unidos injustamente impuseram a Cuba, sem que os dirigentes de Cuba se comprometam, também, a levantar o embargo/bloqueio que o regime revolucionário impôs à população majoritária do país desde o início da Revolução. Ambos os embargos/bloqueios devem ser levantados, simultaneamente, sem pré-condições de nenhum dos dois lados. E, por meio desta carta, quero contribuir para que nosso país, atualmente sob seu comando, encontre a melhor maneira de alcançar esse objetivo em meio a um consenso formado na unidade nacional. .

Concretamente, sugiro, como um primeiro passo, que seu governo tome, sem demora, as seguintes medidas:

· Estabelecimento de um estado social de direito como pré-condição do exercício democrático da cidadania cubana; prescrição de todas as práticas discriminatórias, sejam de natureza política, de gênero, de raça, de orientação sexual ou de confissão religiosa; libertação de todos os presos políticos em Cuba e dos presos de consciência.

· Extinção da proibição que foi colocada judicialmente contra as “Sociedades de Cor”, instituições históricas que formam parte do patrimônio cultural dos negros cubanos e que são indispensáveis como esferas diferenciadas de organização da raça negra em Cuba; restauração do direito de existência e de organização dessas Sociedades, conforme a existência em Cuba de organizações do mesmo tipo a favor de outras etnias (tais como, as organizações de cubanos de origem chinesa, basco, galego, hebreu, árabe); autorização de qualquer organização propriamente negra (cultural, social, desportiva, estudantil, política ou artística) cuja finalidade seja a luta contra o racismo e a discriminação racial.

· Reabilitação de todas as figuras históricas e pensadores negros proscritos e/ou silenciados ao longo da história de Cuba, antes e depois da Revolução, assim como a publicação das obras de militantes negros que lutaram pelo fim do racismo e da discriminação racial (Rafael Serra, Evaristo Estenoz, Pedro Ivonnet, Ramón Vasconcelos, Gustavo Urrutia, Juan René Betancourt Bencomo, Walterio Carbonell ….).

· Condenação oficial do genocídio perpetrado pelo Estado cubano em 1912, contra a população negra, fato que, até hoje, o Estado não reconheceu de maneira oficial; reabilitação do programa político do Partido Independente de Cor (PIC) e de seus lideres históricos (Evaristo Estenoz, Pedro Ivonnet e outros), visando o restabelecimento da memória histórica nacional.

· Autorização para a criação de um organismo nacional autônomo de Negros Cubanos, na forma de uma Fundação Nacional para Fomento do Desenvolvimento Econômico da População Negra (FUNAFEN), para atender aos graves problemas sócio-econômicos que enfrenta a população negra e com atribuições para obter fundos de caráter nacional e internacional para melhorar as condições de vida nos bairros mais pobres; criar novos programas específicos para a capacitação profissional de jovens afro-cubanos que os prepare para as demandas da economia nacional e global.

· Adoção, por parte do Estado, de novas medidas com relação às remessas que seus cidadãos recebem do exterior (e estimadas em 1.5 bilhões de dólares por ano, dos quais menos de 15% chegam às mãos da população negra); adoção de uma carga impositiva sobre essas remessas, que deveria estabelecer 10% ao invés dos 20% atuais; e o 50% deste último imposto, recolhido pelo governo, deverá ser incorporado automaticamente à FUNACEN, atendendo ao fato de que as remessas do exterior favorecem o incremento vertiginoso das desigualdades raciais em Cuba.

· Autorização para a convocação, por organizações autônomas dentro de Cuba, e sem interferência dos órgãos do poder, de um Congresso Nacional sobre o Racismo e a Discriminação Racial; autorização para que intelectuais e militantes Afro-cubanos independentes, residentes em Cuba, possam participar de uma Mesa Redonda de Nacionalistas Cubanos do interior e da Diáspora, com a finalidade de discutir estratégias de combate ao racismo em Cuba.

· Autorização para a criação de um Observatório Nacional para monitorar a situação racial em Cuba e trabalhar a favor da eliminação das práticas racialmente discriminatórias de qualquer tipo, seja no domínio público como no privado.

· Adoção de medidas e políticas concretas que dignifiquem e façam respeitar o fenótipo associado à raça negra e que é objeto em Cuba de rejeição e de ridicularização, especialmente no caso da mulher negra; projeção positiva do fenótipo do afro-cubano em todos os meios de comunicação de massa, manifestações culturais e formas de representações artísticas, com o fim de combater o escárnio racista dirigido maciçamente às características raciais da população de herança africana (nariz, lábios, cor, cabelo crespo, morfologia…).

· Criminalização formal do racismo e da discriminação racial em todas as esferas da vida nacional sem direito a fiança, conforme já existe no Brasil (Lei Caó); proposta à Assembléia Nacional de novas legislações especificamente designadas para punir qualquer tipo de manifestação de discriminação ou humilhação racial na esfera pública ou privada.

· Reconhecimento pleno da mulher negra cubana como protagonista extraordinária da dignidade nacional, mas que sofreu e continua sofrendo duplamente a discriminação; lançamento de uma campanha nacional em prol da revalorização do fenótipo específico da mulher afro-cubana; autorização para a criação de uma Organização de Mulheres Afro-cubanas, totalmente independente da Federação de Mulheres Cubanas (FMC) e com capacidade para buscar financiamento externo.

· Reconhecimento da existência de maiorias orgânicas no país, atendendo principalmente aos parâmetros de sexo e raça, que deverão refletir equitativamente em todos os órgãos de decisão política, econômica e cultural, considerando que mais de 60% da população cubana atual é de origem africana; estabelecimento de um mecanismo de representatividade progressiva que garanta a presença efetiva da população Afro-cubana em todos os níveis e em todas as instâncias do país, e que, para começar, deverá alcançar nos próximos cinco anos 35% das posições-chave do Partido, do Governo, do Parlamento, das Organizações Populares, da direção das Forças Armadas e do Ministério do Interior, dos meios de difusão de massa (em especial o cinema e a televisão), da indústria turística, e das empresas mistas criadas com capital estrangeiro.

· Reconhecimento oficial e respeito efetivo das religiões Afro-cubanas, em pé de igualdade com as demais religiões em Cuba, mediante a instauração de um mecanismo de diálogo permanente da direção política do país com as referidas religiões, como se fez com as religiões cristãs, conferindo-as, assim, o lugar que legitimamente lhe é de direito, e que impulsionaria o processo de consolidação da identidade nacional e cultural; interrupção imediata de todas as práticas oficiais ou extra-oficiais que resultem na interferência, folclorização e exploração para fins turísticos das religiões de origem africana, adotando-se medidas penais adequadas que impeçam sua discriminação, como deve ser em um estado laico.

· Imposição de lei, em todos os níveis do sistema educativo, do ensino da História da África e dos povos de origem africana nas Américas, como já fez o Brasil (Lei 10639/03); publicação das obras de referência mundial que elucidam a história da África em todos os seus aspectos, e daquelas obras que evidenciam a história do próprio racismo; desenvolvimento dos estudos e pesquisas sobre a problemática afro-cubana na história e na sociedade, a fim de fortalecer a identidade nacional e levantar a auto-estima da pessoa negra; criação de disciplinas de estudos afro-cubanos nas universidades e de centros de estudos étnico-raciais extra-muros.

· Implementação de políticas públicas de ação afirmativa, como uma estratégia global capaz de conduzir a uma equiparação sócio-econômica daqueles cidadãos que, por causa de sua origem racial, sofrem desvantagens historicamente construídas, como consequência de serem descendentes das populações africanas que foram escravizadas em Cuba, e que, por tanto, seriam uma forma concreta de reparação moral para a população negra.

· Realização de um censo nacional baseado em parâmetros científicos modernos como base para avaliar a extensão das injustiças sociais que afetam desproporcionalmente a população Afro-cubana, e atendendo ao fato de que os resultados dos censos realizados nos últimos cinquenta anos merecem total desconfiança.

Senhor presidente,

Pessoalmente, estou convencido de que V. Ex.ª tem consciência da gravidade do momento e da pouca margem de manobra que teria qualquer dirigente em sua posição. Contudo, a seu favor, acorrem certas circunstâncias próprias que devem ser aproveitadas, se o objetivo é salvar as conquistas sociais que o povo de Cuba obteve através da Revolução de 1959. Considero como algo benéfico, para V. Ex.ª e para Cuba, precisamente, o fato de que V. Ex.ª não seja um líder carismático tradicional, o que lhe permite ser, em contrapartida, um dirigente realista e pragmático, capaz de reconhecer o perigo quando o vê.

Estou convencido de que os numerosos dispositivos de inteligência que V. Ex.ª tem sob seu comando, a grande quantidade de institutos de pesquisa social que o regime revolucionário criou ao longo das décadas para analisar a realidade social e tomar o pulso da população, proporcionou suficientes dados sociológicos, empíricos e abstratos, que permite concluir que algo novo está acontecendo na consciência coletiva da população negra majoritária e que esse “algo” não poderá ser satisfeito a não ser com um empoderamento efetivo, a partir de formas de organização legitimamente populares e surgidas de baixo.

Chegou o momento de mudar drasticamente, e num tempo mais rápido possível, a situação da população negra em Cuba, atendendo tanto à urgência que sentem aqueles que nunca tiveram o poder, e aos problemas gigantescos com os quais têm de se confrontar. Mudanças profundas devem ser feitas agora, sem qualquer pretextos ou estratégia de retardos, sem demora, para modificar de maneira radical, permanente e abrangente o panorama sócio-racial da sociedade cubana. Não há tempo a perder: cada minuto de espera é uma porta aberta a situações imprevistas e difíceis de serem controladas, na medida em que apareçam.

Seria perigoso continuar a pensar que “aos negros não interessa o poder”, e continuar postergando aquelas medidas sem as quais não pode acontecer o empoderamento verdadeiro da população que é maioria em Cuba. É por isso que nas mãos de V. Ex.ª está atualmente a possibilidade de fazer uma ruptura completa com o passado e fazer o que nenhum dirigente que o precedeu se atreveu a fazer: trabalhar a favor do empoderamento efetivo daqueles que, há mais de trezentos anos, vivem em um estado permanente de Período Especial.

Falei a V. Ex.ª em meu nome, e só em meu nome. No entanto, sei que as opiniões emitidas nesta carta têm eco naquelas que cada vez mais estão sendo formuladas no país. E eu sei que V. Ex.ª sabe disso.

Com muita deferência e saudações nacionalistas,

Carlos Moore
Etnólogo e Professor de Relações Internacionais

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segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

IV PRÊMIO COOPERIFA / 17.12.08

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Poeta Sérgio Vaz dá o recado



4º PRÊMIO COOPERIFA -
Sancho Pança - Aprendiz de sonhador.



"Povo lindo, povo inteligente,.o prêmio Cooperifa não parece, mas é um prêmio literário, criado em 2005 para estimular à leitura e à criação poética, principalmente aos frequentadores do sarau da Cooperifa, um incentivo aos poetas que não paravam de chegar ao nosso quilombo, e as pessoas da comunidade de Piraporinha e entorno (Zona sul de SP) que viam na poesia um meio de comungar a palavra, e um caminho mais curto para o livro, e para a cidadania.

Mas o sarau da Cooperifa não é feito só de poetas, apesar de toda poesia que envolve o lugar, e com o tempo, outras pessoas de outras áreas culturais que fortalecem o movimento, também foram chamadas para serem premiadas, assim como alguns líderes de bairro, pessoas que frequentam assíduamente o sarau, professores, entidades, gente que faz e acontece, jornais, revistas, fotografias, eventos, o rap, o samba, espetáculos, etc.

Mas que principalmente tenham ou tiveram algum tipo de vínculo com a Cooperifa, que ajudam a promover, engrandecer e divulgar, através dos seus atos, tudo aquilo que o nosso movimento acredita: que uma outra periferia é possível!

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Por isso, o prêmio, não é um presente aos melhores da periferia, até porque, são tantas as pessoas maravilhosas - e na sua maioria anônimas que ajudam a construir este país-, que não haveria prêmio para tantos guerreiros e guerreiras.

Axé para todos eles!

E se a gente pensar bem, para o que é que servem os prêmios?

Para os que lutam uma vida inteira, o suor, a lágrima e muitas vezes o próprio sangue, é quem determina quem são os heróis e as heroínas deste Brasil afora. E se o país ainda resiste a todos os tipos de injustiças e desigualdades, é porque eles existem, não os prêmios.

Quem dera os nossos braços fossem maiores para alcançá-los.

O Prêmio Cooperifa é um pequeno reconhecimento a estes heróis e heroínas que estão à nossa volta, ao nosso alcance, e que apesar de tudo e de todos, ainda acham tempo para sonhar, por si, e pelos outros. E que nem mesmo a dureza de um dia de trabalho ou a falta de, é capaz de afastá-los da busca pela poesia, o néctar tão necessário para suportar o doce e o amargo do dia-a-dia. E eles, nossos amigos e parceiros, por estarem tão perto, é mais fácil tocá-las (los), acariciá-los (las) premiá-las (los), e é o que a gente queria que também acontecesse em todas as quebradas onde os nossos olhos não vêem, e que infelizmente, muitas vezes, nossos ouvidos não escutam.

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O Prêmio Cooperifa não dá retorno financeiro, muitas vezes, nem sequer prestígio, porque a eleição (sim, há uma eleição!), é feita por uma comissão de poetas e pessoas que coordenam o projeto, e de forma simples, os nomes são aprovados ou não, e mesmo depois de tantas discussões e contagem de votos, a gente sempre esquece de alguém. É a única hora que a gente sabe que o prêmio tem o seu valor.

Mas ainda assim vale o risco, um discurso não é nada sem a prática.

Há os que fazem. Há os que julgam. Gostamos de fazer. Já há juízes demais.

O Prêmio era para ser um abraço, na verdade é, só que nós o materializamos em bronze, na figura do aprendiz de sonhador "Sancho Pança" fiel escudeiro de Dom Quixote, para que os nossos amigos possam pendurá-lo nas prateleiras de suas casas, para que seus amigos possam ver que foram abraçados pela Cooperifa, assim, como nós fomos por eles.

É isso. Nada mais."

"Por uma periferia que nos une pelo amor, pela dor e pela cor."

Coração em chamas,
Sérgio Vaz
Aprendiz de sonhador...

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LISTA DOS PREMIADOS DE 2008:..

4º PRÊMIO COOPERIFA/2008 -
SANCHO PANÇA - APRENDIZ DE SONHADOR

Andréia, Augusto, Seu Lourival, Jorge Esteves, José Neto, Ricarda, Lu Souza, Robson Canto, Cláudio Laureat, Sales, Valmir Vieira, João Santos, Casulo, Lobão Poeta, Fuzzil, Alan da Rosa, Elizandra, Akins Kinte, Silvio Diogo, Marcio Batista, Helber Ladislau, Sacolinha, Beso, Renato Vital, Fanti, Timbó, Fernanda, Lila e Barbara, Jair Guilherme, Rodrigo Ciriaco, Roberto Ferreira, Rose Umoja, Carlos Savazzini, Sergio Vaz, Harumi, Rose Dorea (Musa), Camila, Dill, Daniela Masceno, Mamba Negra, Cocão, Quênia, Jaimes Bantu, Tubarão (baixada santista), Fábio, André, Daniel (NCA), Ligia, Dona Edite, Alessandro Buzo, Berimba de Jesus, De Lourdes, Gastão, Ícaro, Grupo Espírito de Zumbi, Samba da Vela, Toni C. (Vermelho.Org), Grupo Versão Popular, Brau, Mendonça, Wesley Noog e Banda (cd "MAMELUCOAFROBRASILEIRO), Vicente, Antônio Eleilson, Banda Preto Soul, Ferréz, Záfrica Brasil, Grupo Periafricania, Ali Sati, Zé Batidão e Equipe, Ação Educativa, Instituto Umoja, Prof. Fábio, John Boicote, Sarau Elo da Corrente, Sarau da Brasa, Sarau do Binho, Sarau da Cidade Ademar, Tatiana Ivanovici, Sesc Santo Amaro, Site Bocada Forte, Site Rap Nacional, Cadernos Negros, Casa de Cultura M´Boi Mirim, Magrelas Bike, Capão Cidadão, Sacolão das Artes (Roberto QT, Rita e Josiel), Ponte Preta - Jd. Leme, Sopa de Letrinhas, Tribunal Popular – MNU, Eduardo Toledo – Fotografia, Revista Cultura Hip Hop, Revista Caros Amigos, Cine Becos e Vielas, Ewaldt, Marcelino Freire, DGT Filmes, Carlos Gianazzi,Prof. Toninho, Eliane Brum, João Wainer, Alan Leão, Global Editora, André Caramante, Nelson Maka - Blackitude – BA, Familia Trindade (Embú das Artes), GOG,Centro Cultural da Espanha, Jornalirismo, MV Bill, Fernandinho Beat Box, Dario Porte Legal, CIEJA, Escola Antonio Ágio, Escola Zacarias, Mano Brown, Diego e grupo, Conexão cultural ( jor/UNIFIEO), Prof. Gino, Biblioteca Heliópolis, Chico e Carla Pinheiro, Radio CBN, Jeferson De, Grupo Inquérito, Matheus Subverso, Programa Manos e Minas (Rapin Hood), EMEF Clemente Pastore, Coleção "Tramas urbanas"

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sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Blackitude: Arte e Ativismo Para a Vida

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Vox Sambou e Diegal cantam de lá...
Nós cantamos de cá!!


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- Luiza (Ihéus), Leila (SP), Diegal (Haiti), Maca (BA), Vox (Haiti) -
Liliane (SP), Ana Cristina (BA), Luciana (BA), Jocélia (BA), Menna (Egito)




"Buenos Dias, buenos dias Maca"
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Como está todo?
Maca, yo quiero agardecerte por tu hsopitalidad y por el evento que Blackitude organizou.
Fue para mi el viage que me inspiro mas en vida. Nunca lo olvidare. {....}

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- Luciana, Lucinha Black Power, Luiza Gata, Tati Tâmara, Kirtana Jaya -


Por favor, Maca

saludad tu esposa y tu hijas y a Robson, y tu equipo que estan incribles personas.
Yo no pare de hablar de usteds a mi novia, ella quiere ir a Salvador tambien....

Lili (Liiane Braga - SP), muchas gracias por todo. Nunca podriamos hacerlo sin tu apoyo.


Vox


. - Lucinha Black Power, Vox Sambou -

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- Raquel, Diegal, Cleide -



Nelson, Como vai você?


Quero agradecer-vos a partir do mais profundo do meu coração
por fazer minha primeira visita a Salvador
inesquecivelmente inacreditável.

Favor enviar meus cumprimentos à sua família. {...}

Com respeito e solidariedade, Obrigado

Diegal

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- Luiza Gata, Diegal -

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Vox e Diegal,

eu é que tenho que agradecer a vocês, Irmãos.
Mais que show, performance ou apresentação, como diz meu
muito querido Irmão GOG, fizemos uma confraternização!
Para mim, simplesmente, um pretexto para reunirmos a família -
destroçada no processo de tantas colonizações,
mas que não se submete jamais. Sempre pronta para a luta!

Foram dias inesquecíveis de fato: em casa, nas ruas, na poesia,
na música, na dança, na pinturas. Em tudo. Mas, principalmente,
na alegria de ver tantas crianças juntas, participando de tudo,
brincando meio aos loucos eventos entre risos e lágrimas.

"Nós dizemos a verdade às nossas crianças!"

Sem aquela babaquice que abunda as retóricas ôcas cotidianas,
deu mesmo a impressão de estarmos numa grande família.

Tudo o que tenho sonhado e buscado para mim:
recompor a Grande Família!!

Mesmo que alguns possam duvidar, para mim, já basta a
Blackitude ser simplesmente isso: uma Família,
com acertos e desacertos, altos e baixos, acordos e desacordos....

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África! One people! One Love!


Nelson Maca - Blackitude.Ba
"Do fundo do meu Reator!"

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A caminho de Palmares

Não podemos esquecer esta história de diversidade, Negros
Nossa ecologia mental, nossa verdade corporal,
nosso comunismo encarnado...
Porém, mais do que isso, precisamos reviver, aqui e agora,
nossa filiação quilombola
Caravanas a caminho de Palmares se cruzavam na trilha,
se juntavam e seguiam lado a lado.
Ai de quem se metesse a tentar impedi-los
de seguir em sua caminhada...
Eram varridos como ciscos incômodos
e mal quistos!

(Nelson Maca)

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Gramática Irada

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Daria um Filme



By: Vj Guga Calazans e Dj Mario77


Vejam também:
www.myspace.com/djmario77
www.myspace.com/vjgugacalazans


Nelson Maca: Blackitude.Ba
Expessando Seus Sentimentos!

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quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Petróleo

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Petróleo

então nomearam-me negro
não o nego
então disseram-me brasileiro
não o nego
então tornaram-me afro-brasileiro
determinação
sem espelho

então herdei este sentido
nacionalidade
este termo
que tanto os orgulha
brasilidade

assim
tenho me deixado
que me defina
negro brasileiro
mas não por eleição
mística
mas não por conceituação
chauvinista

assim
sou chamado
porque assim tenho sido
inserido
historicamente implantado

assim atravessei esse mar de implacáveis estações
assim atravessei esse deserto de incontáveis complexos
assim estou em processos
a contramão da conquista o saibro dos pavimentos
calçada alheia
as estacas colunas vergalhões fundações
este edifício
o tom negado deste país
encoberto
o podre subsolo
cativo

assim sou
enxerido
porque assim tenho sido
incrustado
o órgão do implante desta escravidão
vazado
a raça que se levanta
jorrado
três séculos de produção
sangrado
três camadas de sentido
expelido
400 anos de rebelião
defecado

óleo
no fundo no solo
enriquecido
Petróleo
do resto imundo
empretecido

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- Nelson Maca
(Do livro: PanÁfrica)

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terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Blackitude + Zumbi - por Ana Cristina Pereira

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A rede se fortalece


A trajetória de Zumbi dos Palmares e de todos os outros guerreiros rebelados serviu de inspiração ao Blackitude + Zumbi – Estratégia Quilombola, nosso evento do Mês da Consciência Negra, que aconteceu de 21 a 24, em alguns pontos centrais da cidade.

Da idealização à execução, tudo aconteceu através de pequenas (e importantes) parcerias. Uma verdadeira estratégia quilombola, que ganhou reforço com a participação inspiradora dos haitianos Vox Sambou e Diegal, que trouxeram notícias do trabalho e da arte que fazem no Canadá.

Em vários momentos, os visitantes afirmaram que Salvador os fazia lembrar do sofrido Haiti – pelo povo, luz, calor, comidas...

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No primeiro encontro deles com a comunidade local, no sarau político-poético no Quilombo 37, no sábado, o país foi o foco do debate. Depois do documentário O que se passa no Haiti?, do jornalista Kevin Pina, e de clips dos artistas - que também remetem à realidade haitiana - Vox e Diegal contaram um pouco de suas histórias e de suas posições - contrárias à intervenção da ONU no Haiti.

“Se o Brasil quer mesmo ajudar, deveria mandar médicos, professores e engenheiros e não soldados”, disse Vox Sambou.

Eles também falaram da atuação do grupo de hip hop Nomadic Massive, que reúne artistas de várias partes do mundo, como eles dois, e que tocou em São Paulo na mesma semana. Vox também falou do trabalho comunitário no Canadá – voltado para jovens pobres, muitos deles imigrantes latinos.

Vale destacar a colaboração integral ao longo do Blackitude + Zumbi da intérprete-cinegrafista-produtora faz tudo Liliane Braga, de São Paulo.

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A emoção, que já estava forte, foi às alturas com o recital no qual a interação foi total, independente de línguas. Nelson Maca e Negra Íris, Giovane Sobrevivente e as meninas do Choque Cultural fizeram a sala, com acompanhamentos luxuosos de Lázaro Erê na tumbadora, dos anfitriões Mandingo e Jocélia, de Robson Véio e muitos que entraram na roda, a exemplo dos rappers Cremilson do grupo Um Konto e Deivison de Minas Gerais.

Não estava programado, mas Vox Sambou e Diegal recitaram e improvisaram na mais fina sintonia.

No domingo, o tradicional Goethe Institut mudou, literalmente, de cor. Na parceria com o projeto Remixe-se, o Blackitude + Zumbi levou ao espaço uma mostra vigorosa do hip hop de Salvador, com artistas e público vindos, em sua maioria, das quebradas da cidade.

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Foram cinco horas intensas com RBF, Afrogueto, Daganja + Versu 2 e Opanijé, com encerramento da dupla haitiana, que se apresentou com o DJ Bandido. Tudo emoldurado pelos graffittis de Neuro, Lee27, Tito Lama e Bigod, embalado pela discotecagem de Joe e pelos movimentos sinuosos de Ananias, Tina e Cia do Independente de Rua.

O evento contou, ainda, com a audição em primeira mão do CD Entre Versos e Prosas, de Daganja (sexta 21, também no Quilombo 37) numa parceria com o Positivoz Rec. Além do bate papo com Daganja e o depoimento de amigos e parceiros, a noite de contou com os embalos Dj Leandro.

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Os haitianos, aproveitando cada momento, visitaram o Bloco Afro Okanbi, no Engenho Velho de Brotas, num encontro afro-musical-poético-político inesquecível com o "comandante" Jorjão Bafafé. Após esse momento, a visita deslocou-se para o Terreiro Oxumaré, no Engenho Velho da Federação, agora ciceroneada por Lázaro Erê, do grupo Oapanijé, que é filho da casa.

Fica a certeza de que as trocas foram muitas e que o encontro não vai ser esquecido, nem por eles nem por nós. E a parceria estabelecida por aqui, Salvador, e por lá, São Paulo-Haiti-Canadá, não pára por aí...

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Por: Ana Cristina Pereira - Blackitude.Ba

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Foto1: Panorama do Goethe Institut (23.11) - por Ricardo Soares
Foto2: Diegal e Vox Sambou: no Quilombo 37 (22.11) - por Menna
Foto3: Negra Íris: no Quilombo 37 (22.11) - por Menna (Egito)
Foto4: Dj Bandido: no Goethe Institut (23.11) - por Fernando Gomes
Foto5: Jorjão Babafé e grupo Okanbi Mirin: (24.11) -por Nelson Maca
Foto6: B.boy Ananias: no Goethe Institut (23.11) - por Ricardo Soares

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segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

O que se passa no Haiti?

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Carta de David Josué ao Presidente Lula
sobre as tropas brasileiras no Haiti


"PRESIDENTE LULA DA SILVA,

Alguma coisa desonesta se passa com os seus soldados no Haiti. Os soldados brasileiros fazem "raides" terríveis contra os habitantes de comunidades pobres e sem defesa no Haiti, deixando em sua esteira um rastro de sangue, lágrimas e mortes. A responsabilidade repousa em você, Presidente da Silva. Você é o seu comandante-em-chefe.

O que fazem os seus soldados ao povo inocente do Haiti é pior do que as forças armadas do Haiti foram acusadas de fazer.

Ninguém tentará diminuir a extrema importância de viver num estado de direito. Ninguém contestará a necessidade de obter um mandato de prisão apropriado antes que a corte apropriada peça a prisão do acusado e o envie à justiça. Mas um mandato de prisão coletivo que declara uma comunidade inteira criminosa é, em si, criminoso.

Presidente Lula da Silva, o que você diria a Fredi Romelus por sua perda terrível? Seu filho de um ano, Nelson Romelus. Qual foi seu crime ? Por que ele foi executado pelos seus soldados? Seu irmão de quatro anos, Stanley, que morreu por causa de um ferimento na cabeça causado por uma poderosa arma de fogo? Sua mãe, Sonia Romelus, morta quando ainda abraçava seu bebe, Nelson, qual é o seu crime?

Lelene Mertina, 24 anos, estava grávida de seis meses quando uma bala atravessou seu ventre, matando instantaneamente o feto. Do que era culpada para merecer isso?

Presidente da Silva, segundo o relatório da ONU depois de um combate, os seus soldados passaram 7 horas atirando sobre uma população desarmada. Eles gastaram 22.000 cargas de munição, sabendo que visavam alvos sem motivo. Não é possível que seja isso o melhor que o povo brasileiro tem a oferecer. Como isso pode ocorrer enquanto é você o presidente do Brasil?

O Dr. Martin Luther King Jr. nos lembrou que chega um momento em que o silêncio é uma traição. E você e seu governo ficarão silenciosos sobre essas atrocidades ?

5 de abril de 2008, 2º Encontro Continental, Cidade do México

David Josué"



Militante haitiano, membro da Coalizão « Power to the People » pela eleição de Cynthia McKinney Presidente dos EUA

Fonte: http://www.juventuderevolucao.org/index.php?option=com_content&task=view&id=296&Itemid=50

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No processo de produção e execução do evento Blackitude + Zumbi: Estratégia Quilombola, ampliei meu olhar e fortaleci minha convicção do terror que significa a presença da tropas brasileira no Haiti, compondo e comandando as carnificinas das "tropas de paz" da ONU.

Assistimos, juntamente com os Irmãos haitianos Vox Sambou e Diegal, um vídeo terrível, mas necessário de ser visto por todos que tenham qualquer dúvida sobre o que se passa com uma parcela da população do Haiti.

Debatemos longamente o vídeo entre lágrimas contidas e derramadas na noite que, ainda assim, finalizou-se como uma verdadeira celebração poética. Um recital inesquecível, daqueles de lembrar as noites alucinantes das quartas santas da Cooperifa!

O vídeo em questão é
O que se passa no Haiti de Kevin Pina (2007)


Quem me apresentou este vigoroso e doloroso documentário foi o Rangel Blequimobiu, que cedeu a cópia em português que exibimos no evento.

Você já assistiu?

Estampado no rótulo do DVD, li parte da carta acima, que encontrei na Internet e agora partilho com vocês todos, para lembrá-los que também devemos nos manisfestar sobre a questão! David Josué esteve recentemente no Brasil, mas não teve a devida repercussão popular!

Por aqui, juntamente com outros ativistas, estamos planejando uma distribuição desse vídeo, para passarmos no máximo de lugares de Salvador, simultaneamente, em data e horário coordenados, juntamente com a distribuição dessa carta e outra de nosso próprio punho (ao mesmo ilustre destinatário).

Pode ser nacional, não é? Quem encara?

Nelson Maca - Blackitude.Ba

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what's goin on in haiti? - Part 1
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what's goin on in haiti? - Part 2
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sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Lançamento: O Guardador de Memórias

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O guardador de Memórias

Romance da escritora angolana
Isabel Ferreira

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Lançamento em Salvador
Imperdível


Nesta segunda visita a Salvador, a escritora angolana, autora do elogiado Fernando D’Aqui (2005) e de quatro volumes de poemas, lança seu romance O guardador de memórias, recém-lançado em Luanda, Toronto, Quebec e Montreal. Costurando várias histórias, o romance apresenta o dia-a-dia das mulheres angolanas, guerreiras que “se vergam, mas não quebram”.

Sábado, 6 de dezembro de 2008
10 horas, manhã

LDM - Livraria Multicampi
Rua Direita da Piedade, 20, Piedade, Salvador-BA
(71)2101-8000, ldm@livrariamulticampi.com.br

(DIVULGAÇÃO)

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Por acaso, n'outro dia, tive a oportunidade de conhecer, pessoalmente, a escritora Isabel Ferreira. O simples fato de me ver diante de uma escritora mulher negra de Angola que circula pelo mundo com seus poemas e narrativas deixou-me muito feliz.

Pensei: "sim, nós também podemos!".
Podemos, inclusive, escrever literatura para todo o mundo
se assim quisermos.

Podem ter certeza que os livros de Isabel Ferreira estarão muitíssimo em breve em minhas mãos, e que os colocarei num lugar privilegiado na estante, para a leitura imediata...

Já prevejo que terão também um lugar privilegiado na minha memória, coração e punhos cerrados!
Sei porque é intuição, e não falhará...

Quando conversei com ela dias atrás, impressionou-me tamanha simplicidade ao lado de tanta elegância e orgulho próprio...

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Convido a todos a prestigiar este lançamento e ler
O Guardador de Memórias de Isabel Ferreira.

Sempre reclamamos mais diverdidade na nossa cultura cotidiana, principalmente a literária. Esta é uma oportunidade boa de expandir horizontes para além do mesmo...
para além daquelas estranhas e pálidas musas consagradas!!

Bem Vinda Isabel Ferreira e Suas Palavras!

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Nelson Maca
Blackitude: Vozes Negras da Bahia
ILUCSal - Instituto de Letras da Univerdidade Católica de Salvador

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quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Quando o mar não tá pra peixe!

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Saidêra

"Você tava ali, cabeça de gelo, quando o casal chega. Parece o mesmo de sempre. Sempre a mesma estória: ninguém resolve, o jornal só dá atenção enquanto dá ibop, a polícia trata mal, nunca tem notícia e sempre arquiva o processo... e por aí vai. Ou então é aquilo memo: quebrança, cobrança de jogo, acerto de conta, mil fita. Você já sabe a ladainha toda, e já sabe também que tem a obrigação de resolver as questões pendentes.

Você é o seu sistema, nêgo.

Então, você não pode deixar os verme se criar no seu bolo, senão eles vão corroê você por dentro, lentamente, no começo, e rapidão no final. Sendo assim, você sabe que não dá pra ficá moscando na área. Já é. Fudeu.

É o gueto selvage, irmão.

Você conhece bem os descaminhos do buraco fundo que a vida jogou a sua carcaça. Fazê o quê... É bem mais simples, até divertido, quando o caso se resolve com uma nota qualquer, mesmo uma de cem. A pioiage chega, você mete logo a mão no bolso, buscando o maço menor, para dar a contrapartida. Segura duas ou três de dez, pensando em um bujão de gás qualquer, um remedinho pra neném, uns pacote de fralda daquelas de véio, um talão de luz vencido, um tx pra leva a barriguda pra pari mais um.

Tem dia que o peixe é maior: dois três aluguel atrasado, cirurgia apressada, livrar um alguém do flagrante, perseguição de agiota, festa pra comunidade.

- E aí, Vado, tudo certo?
- Tranquilo!
- Posso te dá uma idéia rapidinha.
- Licença aqui, tiu; tia...
Qual que foi, Marcão?
-Pô, véio, tô no desespero, os cara da Coelba tá lá pra corta a luz, e a corôa tem que entregar uma encomenda grande de geladinho ainda hoje. Sem liquidificador e geladera vai melá tudo.
- Quanto é a letra?
- Pô, Vado, trinta e sete.
- Taí, vá lá, moleque.
- Valeu Vado, fico te devendo mais essa
- Vô cobrá, hein, pivete!!

Você analisa o que vem só pelo naipe do sujeito. Uns tem cara de fome... uns tem cara de dívida... outros tem cara de doença.

Só não dá memo pra aliviá os cara de cu, que dão mole no movimento.

Aí, não, né tiu? Atrasar o seu lado, não. Você depende deste trabalho, e, pra vagabundo que marca, você não dá mole memo. Pode vim pai, mãe, esposa, filho, vó, professora, a porra que for.

Aí, você não dá estia - já é."


(Trecho do conto Saidêra - Nelson Maca)

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Nelson Maca Ganha o Prêmio Cooperifa 2008

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NELSON MACA - BLACKITUDE-BA,


Você foi eleito para receber o 4º Prêmio Cooperifa, o "Sancho Pança - Aprendiz de sonhador", criado pela Cooperifa para premiar os amigos e parceiros, que direta ou indiretamente, através dos seus atos, ajudam a promover, fortalecer e divulgar aquilo que o nosso projeto mais acredita: que uma nova periferia é possível!

Seu nome foi indicado, entre tantos outros, e aprovado por uma comissão de poetas e coordenadores da Cooperifa (Cooperativa Cultural da Periferia), que através de uma eleição simples ratificou o seu nome, ou trabalho, em prol da cultura do país.

Por uma periferia que nos une pelo amor, pela dor e pela cor."
Parabéns pela luta!

Sérgio Vaz
Coordenador da Cooperifa

*A entrega do prêmio vai acontecer no dia 17 de dezembro (quarta-feira) às 20hs no bar do Zé batidão, onde se realiza, há sete anos, o Sarau da Cooperifa.

Mais detalhes: www.colecionadordepedras.blogspot.com


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MACA (EU) AGRADECE:


Sérgio Vaz e Família Cooperifa (Só Guerreiros!!),

Firmeza, Irmãos!

É uma honra para mim ser lembrado pela terceira vez consecutiva em quatro edições do maravilhoso Prêmio Cooperifa!

Mesmo estando tão longe, estamos tão perto!!

Vocês sabem que sou meio avesso a prêmios e premiações, não é?
Mas a Cooperifa me enche de orgulho simplesmente pelo que é;
e, logicamente, também por ter me aceitado nesse selecionado
Anti-Clã-Divergente!

Animo-me por tudo:
pricipalmente por ser tudo de nós para nós mesmos -
sem véu de alegoria!!

Sempre digo que o maior reconhecimento que recebemos pelo nosso compromisso com a comunidade, com nosso empenho em nossas ações e nosso trabalho cotidiano, é o reconhecimento dos parceiros ao lado, os que correm juntos - sem faltas nem excessos.

Os "Elos-Firmes-da-Nossa-Corrente-Forte" !!

Eu e a Blackitude
agradecemos, novamente, a moral que nos é dada sempre pela Cooperifa, e esperamos seguir ffirmes e ffortes em nossa caminhada, para nunca deixar cair esta amizade e União que se dá pelo Sangue, pela Pele, pelo Suor e Amor!

Tudo de por e para Nós Mesmos!


Nelson Maca - Cooperifa.Bahia
- Aprendiz de Quilombola Atual com Alma de Exu Tímido

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"Não podemos esquecer esta história de diversidade, Negros
Nossa ecologia mental, nossa verdade corporal,
nosso comunismo encarnado...
Porém, mais do que isso, precisamos reviver, aqui e agora,
nossa filiação quilombola

Caravanas a caminho de Palmares se cruzavam na trilha,
se juntavam e seguiam lado a lado.
Ai de quem se metesse a tentar impedi-los de seguir
em sua caminhada...
Eram varridos como ciscos incômodos e mal quistos!"

(Nelson Maca - A Caminho de Palmares)

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Obs. A foto da Blackitude é de Ricardo Soares, parceiro de casa!

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quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Blackitude + Zumbi : By Vj Guga e Dj Mário77

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Salve todos!


Tô preparando umas postagens sobre o Blackitude + Zumbi, mas, como já tá correndo por aí uma de minhas surpresas antes mesmo do Blog Gramática da Ira ter o prazer e a honra de lançar (tomei literalmente uns furos jornalísticos- rsrs), segue aí, em terceira mão, o clipe do evento Estratégia Quiombola. Os resposnsáveis são o Vj Guga e o DJ Mário77.

Curtam com moderação!!






Nelson Maca - Apenas

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