Amanhã aqui, no Gramática da Ira: tudo sobre o lançamento de Vozes Marginais na Literatura em Salvador, com direito à mesa redonda, minicurso, role na cidade e, logicamente, Sarau Bem Black!
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Postarei também uma entrevista sensacional que fiz com a antropóloga e escritora Érica Peçanha do Nascimento, pioneira no estudo acadêmico sobre o movimento literário que invade as periferias de São Paulo (e do Brasil).
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Se ligue aí, você, viu: a Érica estará em Salvador, desenvolvendo ações consequentes "na base", entre dos dias 4 e 7 de abril!
Vai ser bom, eu sei!
Essa iniciativa da Blackitude recebe o apoio pronto e seguro de algumas pessoas e respectivos projetos e instituições que me fazem ter a certeza de que a coletividade sempre falará mais alto.
Agradeço desde já a José Henrique e demais professores e alunos do Projeto Rasuras (UFBA); ao professor Silvio Roberto Oliveira e alunos do Projeto Teafro (UNEB - Alagoinhas); a Rosane Rubim e equipe de trabalho da Biblioteca Infantil Monteiro Lobato e parceiros do PROLER.BA; e ao Antonio Carlos (Kaká) e equipe do C.A. de Letras da UCSal.
Enfim aos parceiros da Blackitude, Sarau Bem Black e Sarau Bem Legal, minha crença maior, atitude sóbria e interferência mais ousada na cultura da cidade.
A ministra Luiza Bairros quer conversar com representantes dos movimentos sociais do Estado da Bahia, para tratar das demandas desses segmentos e a política de atuação da SEPPIR. Nesse sentido, pretende promover encontros em todos os estados do país. Em Salvador, o encontro está marcado para a próxima 2ª feira, dia 4 de abril, das 18 às 20h30, no auditório Milton Santos, do CEAO/CEAFRO/UFBa, localizado no Largo Dois de Julho. Atenciosamente.
Grupo Este Tal Recital retoma sarau infantil domingo, na Biblioteca Monteiro Lobato
Depois de ótimas férias, a turminha do grupo Este Tal Recital volta a agitar a Biblioteca Infantil Monteiro Lobato (BIML), em Nazaré, com o Sarau Bem Legal. Formado por oito crianças entre 9 e 13 anos, o grupo realiza um animado sarau infantil, sempre no último domingo do mês, provando que criança e poesia dão uma boa química. O evento começa às 10h na área externa da biblioteca com a pintura de um painel temático grafitado ao vivo.
Enquanto a pintura rola lá fora, no auditório da BIML a criançada sobe ao palco às 11h, apresentando textos de autores consagrados da literatura brasileira.Nesta primeira edição do ano, o Sarau Bem Legal fará um painel como os vários poetas estudados e homenageados desde outubro de 2009, quando a brincadeira começou. São eles: Paulo Leminski, Alice Ruiz, Ferreira Gullar, Solano Trindade, José Caros Limeira, Sérgio Vaz, Helena Kolody, Manuel Bandeira e Arnaldo Antunes, cujos poemas ganham releituras bem especiais.
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A surpresa desta rodada é a presença da poeta Elisa Lucinda na plateia. De passagem na cidade, ela vem conferir o desempenho da criançada do projeto.
Depois da apresentação do grupo, os poetas da plateia – mirins e adultos – terão espaço para interagirem com o recital, declamando poemas, numa descontraída sessão de improvisação poética. Tem sido assim desde o início do Sarau Bem Legal, que também já recebeu vários outros grupos de poetas infantis que atuam na cidade.
Coordenado pelo poeta e professor de literatura Nelson Maca, o Este Tal Recital atualmente é formado por Daniel (13 anos), Rebeca (13 anos), Lúcia Helena (12 anos), Luiza (10 anos), Jamile (10 anos), Clara (10 anos), Israel e Felipe (ambos com 9).
Durante o primeiro ciclo do projeto, as edições mensais eram temáticas, homenageando sempre um poeta por vez. O escolhido também era retratado em painéis, que em breve serão expostos numa mostra. Entre os grafiteiros estão Lee27 (Alice Ruiz e Ferreira Gullar), Finho (Arnaldo Antunes, Helena Kolody e Solano Trindade), Marcos Costa (Paulo Leminski e José Carlos Limeira), Fael I (Manuel Bandeira e Sérgio Vaz), e Neuro, responsável pelas tags (letras).
A partir desta edição, os grafites estarão voltados para a pintura de murais inspirados em poemas dos mesmos poetas.
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SERVIÇO
O Que: Sarau Bem Legal, com o grupo Este Tal Recital Quando: Domingo (27/03), às 10h Onde: Biblioteca Infantil Monteiro Lobato (Praça Almeida Couto, Nazaré) Entrada Gratuita
Mais informações: 71-9130-4618 / blackitude@gmail.com
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Foto1."Tag" do Sarau Bem Legal / de Neuro Foto2.Grupo Este Tal Recital / por Carlos Souza Foto3. Graffiti Paulo Leminski / de Marcos Costa Foto4, Grafiteiro Neuro
Suas mãos estão sujas de sangue Sua mente está suja de lama Seu nome afunda no lodo Sua fama prepara sua cama
Você bem sabe de onde vem sua grana Plantada na cultura do engenho Sugada do bagaço da cana Você se conhece Você faz sua cama O doce que corrói seu estômago É o caldo que destrói sua entranha
Você bem sabe de onde vem sua fama Brotada do adubo de corpos Florida da carne humana Você não se destrai Você não se engana O ouro nas mãos do tolo É a merda que o aprisiona
Você bem sabe de onde vem sua lama Suas mãos lavadas três vezes Não limpam as suas entranhas Você não nos distrai Você não nos engana Suas mãos estão sujas de sangue Sua mente está suja de lama
Suas mãos estão sujas de sangue Sua mente está suja de lama Seu nome afunda no lodo Sua fama prepara sua cama
Rapper Fuzzil lança Caturra Fuzzil chama para os primeiros lançamentos:
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Fuzzil lê Faculdade, de Caturra
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Esse é o segundo livro de meu amigo Fuzzil. Todas vez que vou a São Paulo, tenho a honra de me bater com ele, principalmente lá no Sarau da Cooperifa.
Ele acaba de lançar com seu livro Caturra na Elo-da-Corrente Edições, do coletivo de mesmo nome e que conta, entre outros, com meu irmão Michel Ceríaco e sua companheira Raquel.
Tudo nosso, como diz aquele velho vira-latas da literatura!
Fuzzil, parabéns, meu irmão, muita força na sua caminhada e muito vigor a esse seu novo rebento. Espero em breve, também, contar com sua presença no nosso Sarau Bem Black, para acender ainda mais a chama poética da Bahia Preta.
Com Respeito, Nelson Maca Poeta Encruzilhador de Caminhos!
Com Heider Gonzaga, Lázaro Erê, Lucinha Black Power, Luiza Gata, Nelson Maca, Robson Veio, Rone Dundum, Zezé Olukemi
Dj Joe Blackitude toca raps de Daganja e Kamau
Convidado especial: Kamau
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Um sarau na Encruzilhada!
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Realmente o Sarau Bem Black vem se firmando cada vez mais entre nós mesmos. Mas também , a cada dia, abre uma brecha importante no calendário sócio-cultural da cidade. Digo sócio-cultural porque nos entendemos como uma ação que ultrapassa a simples performance artística. Queremos particpar positivamente da formação da negritude crítica da cidade.
Queremos muito mais que tablado, luzes, trilha sonora e aplausos; mas também não abrimos mão disso: da diversão e da auto-afirmação sadia. Por isso gostamos de nos observar, entender, curtir e aplaudir.
A estrada que o Sarau Bem Black vem trilhando e, em alguns momentos, vem abrindo, desbravando. tem se encontrado com outras de outros projetos e experiências belas e críticas. Gosto de dizer se encruzilhando, pois eu e o sarau estamos aplicando às nossas demandas os sentidos da simbologia de EXU - destacadamente o Movimento e a Comunicação.
Por isso não cansamos de afirmar que somos vários e que a Encruzilhada nos forja , define e confedera.
Por isso é sempre bom lembrar: a Encruzilhada é d'EXU!!
Pois com esse espírito e determinação que recebemos o Rapper Kamau, mais um guerreiro positivo da hip hop brasileiro. Ele é bem vindo no Sankofa African Bar, casa real de nossa inspiração lindona, pretinha e rebelada.
Observação:
um pássaro preto cantou ao meu ouvido que Talib Kweli (Black Star - Estados Unidos) e Rockin Skuat (Assassin - França) também se encruzilharão no Sarau Bem Black desta quarta, 23/03, para ver e sentir um pouco da poética negra da Bahia Preta sem véu de alegoria...
Sabe que estou quase acreditando!! rsrsrsrsrsr
Zezé Olukemi
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Na mesma vibe e respeito abraçamos nosso herói-ao-lado Zezé Olukemi na semana em que ele completa mais um ano de vida consequente aqui.
Para mim e para o Sarau Bem Black é uma honra contar com noss0 Alabê Olukemi na equipe que faz o projeto funcionar de maneira dinâmica e com identidade própria e preta.
Valeu Zezé, tamo com você, viu!!
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Kamau
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Há onze anos, testemunhei o segundo encontro do rapaz nascido Marcus Vinicius Andrade e Silva com o palco, em situação de risco para um novato, afinal as próximas atrações seriam Thaíde & Dj Hum e Racionais MC’s – desde então e até hoje dois dos mais importantes artistas da história do rap brasileiro.
Números e riscos permeiam a trajetória desse rimador que, no decorrer do processo, não só lapidou seus talentos vocais e líricos como se expandiu também pro departamento instrumental, conduzindo uma discreta porém sólida carreira de beatmaker. Ao contrário do estereótipo do rapper que se vende por aí, Kamau fez faculdade de matemática. Quanto aos riscos, bom, qualquer skatista que se preze tem que contá-los na sua lista de amigos mais próximos. E, nas sessões pelas ruas da vida, todo mundo concorda que ele é um skatista que se preze.
Mas a questão crucial a ser relatada aqui é a de que, hoje em dia, o potencial estampado naquela noite, no Galpão da Barra Funda, quando tanto o grupo quanto seu frontmano me chamaram atenção, cresceu e apareceu.
Não demorou muito pra ficar claro que uma só alcunha era pequena pra expressão de alguém prolífico como Kamau. Com isso, além do Conseqüência, que durou 8 verões, fez história e lançou o cultuado disco Prólogo EP, em 2002, ele também foi integrante titular (e mentor) do Simples, outro nome importante na linha evolutiva do rap alternativo daqui. Formado por talentos escolhidos a dedo, o grupo pôs na rua, em 2006, o álbum Escuta Aí e ganhou reputação com shows inflamados.
Mas nesse interlúdio, somou ao seu histórico uma série de colaborações, com duas das mais faladas bancas (Academia Brasileira De Rimas, Quinto Andar) e bandas (Instituto e Central Acústica) que a cena viu surgir nos primeiros anos 2000. Isso sem contar seu verdadeiro catálogo de participações especiais, que cobre um espectro de estilos que variam entre os principais produtores da atualidade (KL Jay e Parteum), nomes representativos do underground paulista (Ascendência Mista) e carioca (Iky), e do rap nacional (Thaíde & Dj Hum, SP Funk), além de trabalhos diferenciados, como as gravações com o Dj Nato e a MC Cindy, famosa como uma das integrantes do grupo Antônia. Aliás, taí outra atividade digna de nota:
Kamau atua no longa metragem de Tata Amaral.
No campo do estúdio, vale citar ainda a mixtape Sinopse, de 2005, primeiro registro solo desse natural da Zona Norte de SP que, em 2008, marcou a chegada de seu primeiro e aguardado álbum oficial. Agora, quando o assunto é palco, Kamau, improvisador habilidoso, tá em casa. Tanto que já dividiu o microfone com um punhado de monstros sagrados do hip hop, como De La Soul, Chuck D. (Public Enemy) e Jurassic 5. Recentemente, seu talento foi reconhecido mais uma vez: indicado a quatro categorias no Prêmio Hutúz 2008, Kamau ganhou o prêmio de Melhor Música com “Poesia de Concreto”.
Sem dúvida um dos Líderes Da Nova Escola, ele assume seu posto ao chamar o novo disco de “Non Ducor Duco”, que em português claro significa “não sou conduzido, conduzo”. Falou e disse. Que venham os próximos onze anos de rimas, batidas e amor!
Rodrigo Brandão
(DIVULGAÇÃO)
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Então nos vemos lá, hein: Sankofa African Bar, quarta - 23/03 a partir das 19h.
Venha e traga seu poema! A Poética da Blackitude é Positiva!