sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Sarau Bem Black recebe Grupo IWÁ

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Sarau Bem Black + “Histórias de Áfricas” do grupo IWÁ
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Atrizes e contadoras de histórias, Josiane Acosta (RS) e Fabrícia Brito (SC) apresentam-se no Sarau Bem Black dessa quarta-feira (14/12).

Salve parceiros e parceiras, na próxima quarta-feira (14/12/11), o Sarau Bem Black tem a honra de receber nossas queridas amigas Josiane Acosta e Fabrícia Brito, para apresentação da peça (pocket) “Histórias de Áfricas”. Centrado na performance poética, a cada dia mais nosso encontro amplia suas possibilidades de interação como outras linguagens da cultura negra. Frequentadora do sarau, agora Josiane e Fabrícia nos visitam para mostra um pouco do que fazem nos palcos. Além da apresentação pocket, mantendo o costume e do evento, elas batem um papo descontraído com os presentes, falando de suas carreiras e sobre detalhes de sua apresentação.
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Integrantes do grupo IWÁ, Josiane é do Rio Grande do Sul e Fabrícia de Santa Catarina. No entanto, estão radicadas em Salvador onde, além de estudar, dão continuidade às suas carreiras de atrizes e contadoras de histórias. Composta pelos contos “A viúva velha” e “Okpija”, de autoria de Júlio Emilio Braz e Sunny, na peça “Histórias de Áfricas” elas são dirigidas por Toni Edson. Os textos falam sobre solidão e amor, tendo em cena duas mulher que confeccionam bonecas negras, cantam e rememoram histórias contadas por suas mães.
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FICHA: Sarau Bem Black + Grupo IWÁ

Participação: Grupo IWÁ (Josiane Acosta e Fabrícia Brito) com o espetáculo “histórias de
Áfricas” seguido de bate-papo – Duração 15min.
Local: Sankofa African Bar – Pelourinho
Data e Horário: 14 de dezembro; das 19h:30min às 22h:30min
Entrada Franca!

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Sérgio Vaz na Bahia

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Conversas Plugadas com Sérgio Vaz
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No próximo dia 9 de novembro, quarta-feira, às 19h30, Salvador poderá experimentar um dos fenômenos socioculturais mais importantes do país em mais uma edição do projeto Conversas Plugadas Especial, desta vez com o poeta e ativista cultural Sérgio Vaz. O fundador da Cooperativa Cultural da Periferia (Cooperifa), nascido em São Paulo e que tem transformado a vida de milhares de pessoas da maior cidade do país por meio da poesia, vem à capital baiana para um evento com a participação de representantes locais da literatura “marginal”: as crianças do Sarau Bem Legal e o agitador do Coletivo Blackitude, Nelson Maca, completam o time que vai levar ao palco do Teatro Castro Alves a mistura de vivências da periferia, literatura de resistência, a voz do hip hop, a arte dos grafiteiros e muita poesia. Ingressos são distribuídos gratuitamente na hora do evento, com acesso imediato do público.

Depois das participações de José Eduardo Agualusa, Mia Couto e José Miguel Wisnik, o Conversas Plugadas Especial agora inclui dentre os nomes convidados um representante da literatura da periferia e da poesia feita fora da academia. Sérgio Vaz é o criador do Sarau da Cooperifa, um exercício de democratização do uso da palavra e de reação política à exclusão. Esta verdadeira revolução comunitária está completando 10 anos e leva todas as quartas-feiras, ao Boteco do Zé do Batidão, na zona sul de São Paulo, a poesia dos novos artistas da periferia, a valorização da tradição oral, estímulo à leitura e à produção escrita.

Entusiasta da literatura de resistência, Sérgio Vaz propõe uma dessacralização da poesia e aproximação da realidade. “É quando a poesia desce do pedestal e beija os pés da comunidade”, afirma. Este poeta marginal que cresceu envolto por livros, mas estudou pouco, já conta com sete livros publicados e tem colecionado elogios de grandes personalidades como Eliane Brum e Heloísa Buarque de Hollanda.

Junto com Vaz, sobem ao palco as crianças do Sarau Bem Legal, evento mensal voltado ao recital de poesia por meninos e meninas entre 10 e 13 anos, o professor e ativista da poesia divergente Nelson Maca, rappers e grafiteiros do Coletivo Blackitude, numa grande interação artística que retrata a cultura da periferia brasileira.

Para os interessados que não puderem se fazer presentes, o Conversas Plugadas terá transmissão ao vivo pelo Portal do IRDEB (www.irdeb.ba.gov.br), dando espaço para participação, além do público no TCA, aos internautas, através do envio de perguntas.

SERVIÇO

Conversas Plugadas Especial com Sérgio Vaz e participação do Sarau Bem Legal e Coletivo Blackitude

Quando: 9 de novembro de 2011, às 19h30

Onde: Sala Principal do Teatro Castro Alves (Campo Grande – Salvador)

Quanto: Entrada franca – ingressos distribuídos gratuitamente na hora do evento, com acesso imediato do público (sujeito à lotação da sala)

Transmissão ao vivo pelo portal do IRDEB: www.irdeb.ba.gov.br

Realização: FUNCEB/SecultBA

Apoio: CELF - Instituto de Letras da Universidade Federal da Bahia/ Unijorge/ TV Bahia/ Educadora FM/ TVE/ IRDEB



(DIVULGAÇÃO)

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terça-feira, 1 de novembro de 2011

02 de Novembro: Dia da Poesia Viva

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Elo-da-Corrente-Bem-Black
Dia da Poesia Viva


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Sarau Bem Black recebe
Michel Yakini e Raquel Almeida


Quem cola, para firmar legal com o Sarau Bem Black, nesta quarta-feira, 02/11, é a Raquel Almeida e o Michel Yakini. Eles chegam diretamente do Sarau Elo-da-Corrente que acontece em Pirituba na capital paulistana. Tive a grande alegria de estar duas vezes lá: na primeira, como convidado, para um bate papo seguido de declamação; e, na segunda, para o lançamento o livro “A rima denuncia” de meu amigo GOG, que também pintou na área.

Na moral mesmo, é uma experiência única estar lá, dividindo espaço com gente tão fina.

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Pois é, agora Raquel e Michel estão em Salvador, retribuindo a visita. A casa tá em festa! Não bastasse suas presenças inspiradoras, trouxeram a filhinha Yakini, nosso futuro afro-poético. Já rolou uma pá de coisa! Anote aí: caruru na casa de nossa irmã Irê, aniversário de dois anos do Sarau Bem Legal, show com RobsonVeio-Versu2-Rachid-PedroVucks-Marechal, praia no Porto da Barra - com muito sol, sorvete de tapioca na Ribeira, passeio na Igreja do Bonfim - com direito a amarrar fitinhas no gradil - e aquele pouso essencial na Ponta do Humaitá...

E ainda falta muita coisa pra fazer. Me renovo quando recebo visitas tão positivas.

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Logicamente, eles fortalecerão imensamente o Sarau Bem Black Especial de 02/11, dia dos Blacks Vivos! Haverá bate papo com a dupla sobre a cena literária alternativa em São Paulo e, mais especificamente, sobre o Sarau Elo-da-Corrente e suas parcerias literárias e artísticas. Podem esperar muita poesia falada e também a assinatura dos livros “Desencontros” (Michel) e “Duas gerações, vivendo no gueto” (Raquel Almeida & Soninha M.A.Z.O.).

Ambos os livros serão vendidos no local, é lógico.

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Sarau Elo da Corrente

São Paulo, SP – Fundado em Junho de 2007

O Sarau Elo da Corrente está localizado no bairro de Pirituba. É realizado no bar do Santista, e possibilita um espaço de encontro comunitário em torno da literatura, fomentando a produção de conhecimento oral e escrito. Desse encontro, desdobram-se outras atividades, como a manutenção de uma biblioteca comunitária, um blog (www.elo-da-corrente.blogspot.com) e uma editora independente, a Elo da Corrente Edições, que publica obras dos artistas locais. O coletivo propõe construir, de forma participativa, referências positivas sobre o bairro, abrindo um espaço de livre expressão, produção cultural e registro.

O eixo de atuação do coletivo é a produção, fomento e difusão da cultura de periferia, nordestina e negra-brasileira.

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Duas gerações sobrevivendo no gueto

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O livro, publicado em 2008 pela Elo da Corrente Edições, reúne contos, poemas e crônicas das autoras Raquel Almeida e Soninha M.A.Z.O. A edição foi organizada a partir dos encontros semanais no Sarau Elo da Corrente. A obra apres

enta duas escritoras negras, que vivenciam o mesmo bairro (Pirituba), mas nasceram em épocas distintas, e trazem uma poética cheia de tranças e singularidades. O livro ainda conta com ilustrações do grafiteiro Michel Onguer. Recentemente foi a publicada a 2º edição da obra, com revisões e textos inéditos de Raquel Almeida.

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Desencontros


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Primeiro livro autoral do escritor Michel Yakini, que em 2007 ainda publicava como Michel da Silva. A obra reúne contos do autor e escritos dos integrantes do grupo de rap "Alerta ao Sistema" do bairro de Pirituba. A noite de lançamento do livro, junho de 2007, marcou também o inicio do Sarau Elo da Corrente. A edição foi produzida de forma independente e em baixa tiragem, por isso só pode ser encontrado para download na web. Atualmente, Michel Yakini, prepara seu segundo livro, no gênero poesia, intitulado "Acorde um verso", com lançamento previsto em 2012.

para download da obra "Desencontros" :
http://centralhiphop.uol.com.br/site/?url=biblioteca_detalhes.php&id=11

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Com Jairo Periafricania,
o sonho não envelhece!


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Para completar o quadro de convidados tão especiais para nós, do Sarau Bem Black e da Blackitude, chega mais uma vez na casa o rapper Jairo Periafricania, também paulistano, que é membro da Cooperifa. De rolê em Salvador, o guerreiro bom já esteve presente nas duas últimas edições do Bem Black. Ele volta agora para o esperado pocket-show, quando apresentará, em primeira mão para a Bahia, algumas faixas do Cd “O sonho não envelhece”.

O Cd estará igualmente disponível para vendas no Sankofa African Bar, é lógico (também!!).

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- Ei, Conto com sua presença, hein!

Todos nós, guerreiros e guerreiras, juntos em diversidade cultural propositiva!


Nelson Maca
Poeta Exu Encruzilhador de Caminhos

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segunda-feira, 24 de outubro de 2011

sábado, 22 de outubro de 2011

Lançamento/ Rodrigo Ciríaco : 100 Mágoas

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Rodrigo Ciríaco + MC Marechal
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Rodrigo Ciríaco (SP) lança “100 mágoas” em SSA com a presença super especial do MC Marechal (RJ)

Quarta feira, 26/11, o Sarau Bem Black será muito bom, eu sei!

Muita energia positiva deve emanar dos dois parceiros que nos visitam para bate papo, lançamento, leitura e declamação. Depois da alta voltagem que foi o lançamento de Salvador Negro Rancor, teremos a honra de apresentar outro livro nascido muito recentemente.

Há muito sonhávamos com isso: um evento profundo e contínuo que permitisse que a Blackitude participasse realmente do cotidiano da cidade.
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Diretamente de São Paulo, receberemos o contista Rodrigo Ciríaco, que faz o lançamento de seu segundo livro, “100 mágoas” e, de quebra, assina o primeiro, “Te pego lá fora”. O cara manja muito da arte do conto! Os contos de seu primeiro livro, “Te pego na fora”, chega a doer de tão cortante em suas imagens cruas sobre a falência do sistema educacional formal brasileiro! O segundo, “100 mágoas”, pelas notícias que correm no correio nagô, promete, e muito! A notícia melhor é que o contista traz os dois livros na bagagem!

Rodrigo Ciríaco, professor de escola pública em São Paulo, mantém o Blog Efeito Colateral, é o inpsirado idealizador e fiel condutor (que mantém em pé) do Sarau Mesquiteiros. Além de ser um chapa bacana, é claro!

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Já das terras cariocas, quem nos visita no Sankofa African Bar é o MC Marechal, simplesmente um fenômeno do rap nacional. Devido a influência da Positivoz, principalmente Blequimobiu e Robson Veio, tô querendo aprender mais sobre esse artista, que também é um promissor empreendedor. Marechal rima com fluidez e inteligência. Já tive a oportunidade de assisti-lo na saudosa Zauber, mas, sem dúvida alguma, ficarei muito atento lá no sarau de quarta.

- Sei que gostarei!

A cada dia, o Sarau Bem Black se estabelece - mais e mais - como nossa encruzilhada viva nas noites do Pelourinho, simbólica morada dos poetas divergentes da Bahia Preta. Esse encontro entre esse ilustres irmãos de SP e RJ com os soteropolitanos será, sem dúvida, inesquecível. Faremos aquele saudável bate papo antes e, depois, muita literatura e, quem sabe, um pocket show de Marechal.

- Quem for, verá!

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Enfim, como tenho dito: a base aliada você já conhece, né: Dj Joe, Lázaro Erê, Heider Gonzaga Lucinha Black Power, Luiza Gata, Nelson Maca, Robson Veio e Zezé Olukemi. Contaremos também, mais uma vez, com a inspiração viva do Rapper Jairo Periafricania, nosso irmão querido da Cooperifa (SP).

Vale Lembrar que o Jairo é nosso convidado para um pocket show no dia 02/11, quando receberemos outros parceiraços paulistanos: Michel e Raquel, do Sarau Elo-da-Corrente. Mas essa história quero contar, muito bem, depois... rsrs

Essa movimentação toda compõe nosso Outubro Divergente, inaugurado pelo e Berimba (Poesia Maloqueirista), seguido da presença de contista Mandingo.

É isso: se você vier, é diversão consciente garantida!

Venha e traga seu poema!
A Energia Poética da Blackitude é Positiva


Ficha: Sarau Bem Black

Lançamento do 110 Mágoa (c0ntos) de Rodrigo Ceríaco (SP)
Assinatura de Te Pego Lá Fora (contos) de Rodrigo Ceríaco
Presença de MC Marechal (RJ)

Local: Sankofa African Bar
Data: 26 de outubro de 2011
Horário: 19h bate papo / 20h Sarau

Nelson Maca
Poeta Exu Encruzilhador de Caminhos

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quarta-feira, 19 de outubro de 2011

ENTREVISTA / Fábio Mandingo

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ENTREVISTA/ Fábio Mandingo

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Autor de Salvador Negro Rancor (contos)


Fábio Mandingo está relançando seu livro de contos Salvador Negro Rancor. Trata-se de uma versão ampliada do livro que publicou numa versão artesanal bem cuidada com a arte*risco. Quem vê esse sempre quieto, centrado e aparentemente tranquilo não imagina o que se passa em suas ideias avançadas e muito menos sua importância para a história cultural divergente da Bahia. Conheci o Fábio há algum tempo atrás ainda no auge do Quilombo Cecília. Não sei se ele me conhecia então, mas o que seu coletivo representava para a cena cultural de Salvador seria difícil eu não ter notícias concretas - por sua importância, principalmente no enfrentamento natural a um estereótipo de baianidade que congela, reduz ou simplesmente apaga a diversidade africana local. De lá para cá, muitas águas rolaram. Fomos nos conhecendo mais, e reciprocamente, o que só aumentou a amizade e credibilidade de um para com o outro. Passando pela experiência do Punk, morando algum tempo na rua e vivendo outras experiências radicais, Fábio acumulou uma carga considerável de informações e vivências do que chamamos cultura da RUA. Tudo isso, somado à sua formação acadêmica, principalmente enquanto historiador focado nas vivências - local e mundial - da Negritude, estabelece nesse irmão uma voz única, forte e convincente no tratamento de nossas demandas pelo viés que nos intreressa . Isso tudo está bem colocado ideológica, política e esteticamente no livro Salvador Negro Rancor, que é composto de contos que tematizam o cotidiano da cidade, com certeza, seu principal personagem. E é sobre suas vivências, leituras, palestras e, logicamente, sobre seu livro que passamos, agora, a trocar ideias com esse cara muito massa: Fábio Nascimento, o Fábio Mandingo... ou simplesmente Mandingo... ou então Mendigo... ou ...

Nelson Maca
Poeta Exu Encruzilhador de Caminhos

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Nelson Maca - De vital importância para saúde mental da cultura rebelde local, o Quilombo Cecília faz parte da história recente da cultura divergente na Bahia. Aliás, é uma história que precisa ser conhecida dos que dizem que fazem produção cultural na cidade. Você pode falar um pouco da gênese e atuação do Quilombo Cecília?

Fábio Mandingo - O Quilombo Cecília é uma história!!! A gente acreditava na possiblidade de juntar os nossos (daquela época) ideais anarquistas à nossa realidade de descendente de africanos, ou seja, realizar atividades que tivessem ao mesmo tempo caráter autogestionário e caráter afro-brasileiro. Felizmente, o processo de trabalho nos mostrou que não é possível conduzir a luta e organização da comunidade negra, partindo de nenhum “ismo” europeu, seja anarquismo, marxismo, capitalismo, e sim que temos que consolidar (conhecer, estudar, pesquisar, adaptar) vias próprias de construção e transformação social. Isso causou um certo mau estar entre as pessoas envolvidas no processo inicial do Quilombo, que logo assumiu uma postura exclusivamente afrocentrada. Então foram dez anos atuando enquanto biblioteca comunitária, realizando eventos musicais, saraus poéticos, grupos de estudos, mostras de vídeos, palestras, encontros, cooperativas de panificação e moda afro, rodas e aulas de capoeira angola, lançamentos de livros, jornais e revistas, shows de Rap, Reggae e Rock, cursos os mais diversos, de línguas, teatro, etc..., numa época em que Salvador atravessava uma carência de espaços culturais e atividades com esse caráter. Então o Quilombo acabou por se tornar uma grande referência de cultura alternativa e afrocentrada na cidade, pra uma galera jovem que hoje é quem está movimentando a cultura local. Eu penso em logo mais estar construindo algum material que resuma os dez anos de existência do Quilombo. Por enquanto, tem um pouco no www.quilombo37.blogspot.com

Nelson Maca - Você se considera um cidadão do Bairro do Pelourinho? Comente um pouco desse espaço social tão paradigmático no imaginário coletivo baiano, pro bem e pro mal (rsrs)?

Fábio Mandingo - Meu pai morava no Pelourinho, e minha mãe trabalhava lá. Filho de mãe solteira é dureza, eu morei em Periperi, Ribeira, São Caetano, Beiru, Liberdade, mas o Pelourinho sempre foi referência, já que a gente sempre estava na casa de meu pai, ou no trabalho de minha mãe. Uma vez, entrevistando o Mestre Lua Rasta pra uma revista do Quilombo, ele disse que era “ um menino criado com vó, que a rua chamou”. Eu acho que vou assim, rsrsr. O Pelourinho era pra mim o contraponto das realidades vividas em família e nos bairros, porque no Pelourinho tudo acontecia, tudo existia, tudo podia, tudo era exposto, todas as hipocrisias caíam por terra diante da realidade daqui. Eu vivenciei criança o Pelourinho brega, mangue, depois o Pelourinho em reforma, com a expulsão da comunidade, o Pelourinho reformado e agora o Pelourinho em decomposição. É coisa que cabe em MUITOS livros. De todo modo, acho que o bairro era mais comunidade antes da reforma. Uma comunidade louca, mas uma comunidade. O fato é que todo mundo que mora aqui sabe que o Pelourinho é um lugar pesado, é um lugar de tristeza, de maldade, de sofrimento, onde muita gente sofreu e que toda gente com sensibilidade sente isso. Isso convivendo com uma comunidade altamente criativa, bela e resistente. O belo e o criativo aqui convivem e dialogam com a miséria e a violência. Isso é louco, viver em resistência é um exercício que ás vezes cansa e que vai derrubando muita gente pelo caminho. Eu vivenciei muita coisa impressionantemente bonita aqui, mas também vi muita coisa feia. Isso foi importante pra minha formação e eu me sinto muito à vontade aqui.

Nelson Maca - Em quase tudo que você faz, de alguma forma, a capoeira está presente. O que representa, política e simbolicamente, a capoeira em sua vida?

Fábio Mandingo - Seguindo a resposta do Pelô, minha “criação” foi muito louca. Em verdade, enquanto os pais de nossos amigos iam buscar eles nas ruas, eu e meus irmãos é que íamos buscar nossa mãe nos botecos, nos bares, nas serestas, rsrsrs, então a gente ia se criando, descobrindo as coisas do mundo, e isso é realmente perigoso. Depois veio o movimento Punk, que me ensinou muita coisa, mas que também foi um aprendizado fragmentado, muitas vezes incoerente. O que eu chamo de minha verdadeira educação enquanto homem negro afroconsciente foi na Capoeira Angola, com o Mestre Jogo de Dentro, e no Candomblé, Com minha Mãe Marlene Rodrigues. Foi onde eu aprendi a me direcionar, me disciplinar , me fundamentar e me centralizar. Então hoje eu posso te dizer que eu vejo o mundo através da Capoeira e do Axé, e isso é o que eu sou.

Nelson Maca - Falando francamente, quem faz a cultura das ruas da cidade hoje a seu ver?

Fábio Mandingo - Bom, a gente está vivendo o momento da cultura de rua, ocupar espaços nunca antes ocupados, sendo usada, em alguns casos, mas também ocupando, invadindo, conquistando, e isso é muito bom. Se a gente concordar que a cultura das ruas não é necessariamente a cultura nas ruas posso dizer que o Blackitude, o povo dos saraus, o Reaja, o povo do Hip Hop, o povo da Capoeira, o povo que tá chegando nas universidades e que já traz o discurso da rua pra o ambiente acadêmico, tem muita coisa boa sendo feita em Salvador, e melhor, a gente tá começando a se dar o respeito e o profissionalismo que a gente merece.

Nelson Maca - Consta em sua biografia, experiências “radicais” como morar na rua ou em espaços ocupados. Você pode resenhar para nós um pouco dessa itinerância e as razões profundas que o levaram a tais experiências?

Fábio Mandingo - Nelsão, minha mãe e meu pai, ainda que desde sempre separados, eram pessoas insuportáveis. Num nível realmente doentio e pesado, ainda que hoje eu esteja buscando um reconciliação mental com os dois. Mas eu passei os dias de minha adolescência contando os momentos pra dar o ninja o mais rápido possível. Saí muito cedo de casa e rodei o Brasil todo, chegando mesmo a morar na rua, mas vivenciando isso com muita tranquilidade graças a Deus, a loucura do Pelourinho facilitou muito essa caminhada.

Nelson Maca - Depois de uma longa estrada por movimentos socioculturais de alta contestação, hoje você é historiador graduado e professor de história. Por que essa virada na sua maneira de atuar?

Fábio Mandingo - Professora Maísa Flores me enquadrou num canto e disse: Tome consciência que vc é um homem negro, um pai de família e vamos tratar de conquistar o espaço que é nosso. Quem conhece Dona Maísa, sabe o quanto a negona é contundente e convincente na missão pegar pretos com a cabeça meio na Lua e transformar, ajudar, apoiar. Ela foi muito especial nesse primeiro direcionamento. Também foi muito importante ver o Professor de Literatura da UCSal, Nelson Maca, palestrando pra um monte de doutor branco e dizendo pra uma plateia lotada, que o melhor poeta do Brasil atual, é Mano Brown. Eu disse: rapá, eu quero fazer isso aí também!!!! No mais, as mãos dos Orixás abriram todos os caminhos.

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Nelson Maca - Recentemente, assisti uma palestra muito boa sua sobre a trajetória política de Marcus Garvey. Inclusive colocando em cheque a imagem propagada por parcela do movimento rastafariano. Que face de Garvey você julga imprescindível conhecermos hoje?

Fábio Mandingo - A de afro-empreendedor, que não tinha medo de crescer e nem de conquistar espaço social, político, econômico, cultural e militar.

Nelson Maca - Você tem estudado o pan-africanismo com afinco. A partir de suas reflexões sobre essa bela história de resistências negra, como você percebe a realidade da África e da diáspora hoje? Há esperanças de virada no “jogo social planetário”?

Fábio Mandingo - Isso é complicadíssimo. A gente tem lutado contra forças muito grandes, num combate muito desigual e que chegou a um ponto de desigualdade de forças tremenda. Mais ainda quando a gente sabe que muitas vezes os próprios irmãos e irmãs são agentes da desestruturação do nosso povo. Eu vejo isso de maneira quase religiosa: continuar fazendo o que eu acho certo, por todos os meios necessários e possíveis, vendo cada pequeno resultado e a própria luta, como uma vitória. Mas se a gente analisa o contexto Africano, diaspórico e internacional, as perspectivas são muito tenebrosas. Eu tenho estudado um pouco o processo das independências africanas, e é impressionante como uma movimentação continental daquela nobreza pôde se dissolver de maneira tão radical. Nós somos muito ricos e poderosos pra sermos deixados livres...

Nelson Maca - Quando e como a leitura de tornou presente e contínua em sua vida? Em termos ficcionais em que leituras você tem viajado mais?

Fábio Mandingo - Sempre fui viciado em leitura, do tipo que lê até bula de remédio e isso desde que eu me entendo por gente. Lá em casa podia não ter televisão nem comida, mas livro sempre tinha. A leitura funcionava então como uma saída de emergência da realidade, e quando eu fugia, era pra me esconder nas bibliotecas públicas e passar o dia todo lendo tudo o que chegasse em minhas mãos. Eu sempre gostei de literatura que falasse sobre a rua, li muito os beatnicks, Henry Miller, Bukowski, Pedro Juan Gutierrez, Richard Wright, Jorge Amado, Gabriel Garcia Márquez. Autores que falam dos mundos marginais, obscuros e sem hipocrisias. Recentemente li o Abutre, de Gil Scott-Heron, que me impressionou muito. Toni Morrison tem dois dos livros mais impressionantes que eu já li: Amada e Paraíso, que são quase perfeitos. Tem uma frase de Henry Miller que eu gosto muito, que é: “Só me interessa o que se escreve sobre a rua. O resto é só literatura”.

Ler o livro “O Terreiro e a Cidade” de Muniz Sodré, foi uma experiência extraordinária e importantíssima na minha vida, foi a primeira vez que eu vi um autor dominar completamente as categorias e paradigmas acadêmicos e ao mesmo tempo a essência subjetiva da rua e da forma afrobrasileira de ser e de lidar com esse outro que é a elite normativa. Ler aquilo ali foi o que me despertou a possibilidade de se jogar Capoeira com a filosofia, com a história e com a visão eurocêntrica da literatura.

Nelson Maca - E a escrita literária, como aparece? Desde quando você sentiu que poderia escrever, com começou e o que te deu a convicção que deveria publicar?

Fábio Mandingo - Vem junto com a leitura, eu sempre pensei que poderia escrever. Mas o determinante foi o período do movimento Punk. A ideologia do faça-você-mesmo, que nos levava a acreditar que todos nós poderíamos ser escritores, músicos, atores, e que até mesmo olhava com maus olhos aquele que não produzia nada. Foi um período muito forte da contracultura em Salvador, quando você encontrava bandas, fanzines, pinturas, poesias, em qualquer bairro da cidade, em qualquer subúrbio, E ISSO NOS LEVAVA A PRODUZIR CULTURA. Então venho escrevendo desde essa época, juntando cadernos e mais cadernos. Uns anos atrás, lembro que você me convidou pra participar de uma coletânea de contos sobre o Pelourinho, que terminou não saindo. Depois que eu escrevi o primeiro, percebi que ainda tinha muita coisa pra escrever sobre o Centro Histórico.

Nelson Maca - Pra variar (risos), a primeira versão de Salvador Negro Rancor chegou às ruas através do envolvimento do Robson Veio, que assina o prefácio daquela e da nova edição. Lembro-me do lançamento: hardcore, rap e poesia, tudo junto. Qual foi o impacto daquela primeira versão sobre você e qual o peso positivo do Robson Veio nisso tudo?

Fábio Mandingo - Foi Róbson quem deu a idéia de publicar e que mobilizou todo o processo da primeira edição. Róbson é uma das pessoas mais inquietas que eu conheço e que está sempre se reinventando e não tem medo nem de romper com ele mesmo, nem de lutar pelo que acredita, mesmo que seja a custo de amizades e conveniências. Então você vê o Véio envolvido em tudo o que é de conspiração... e com o livro não foi diferente, mobilizou o Túlio, que diagramou, fez o prefácio, ele foi determinante pra que esse livro se tornasse realidade. Pra mim, foi ao mesmo tempo muito bom, pelo impacto positivo que o livro causou, mas ao mesmo tempo muito frustrante, porque agente não teve condiçõe$$$ pra continuar com a edição e distribuição de um trabalho que tinha muita gente interessada.

Nelson Maca - Agora você lança uma nova versão de Salvador Negro Rancor, com mediação do grande ativista Marciano Ventura, com o selo Ciclo Contínuo, de São Paulo. Como você chegou a esse selo e como tem sido a relação de vocês?

Fábio Mandingo - Marciano também é amigo de longa data, uma pessoa profundamente envolvida com as construções culturais periféricas em São Paulo. Em uma de suas vistas a Salvador, teve contato com a primeira edição do livro. “ Então era isso que você ficava escrevendo em seus cadernos, né?”. Dois meses depois ele pediu pra incluir o lançamento de uma segunda edição ampliada, em um projeto junto à prefeitura de SP. Aí deu tudo certo e o livro foi o segundo a ser publicado pela Cíclo Contínuo nesse projeto. Marciano é parceiro, amigo, família, a relação é de parceria, amizade e irmandade. Extremamente sério e profissional, mas, como ele diz, suave...

Nelson Maca - Não tem como ler o título Salvador Negro Rancor sem nos reportar à exposição Salvador Negro Amor de Sérgio Guerra. Aliás, você e o Sérgio Guerra representam bem uma cidade partida. Marcelino Freire diz que escreve para se vingar! O que você quis exatamente com esse trocadilho que me agrada demais!?

Fábio Mandingo - A exposição foi realmente muito bonita, linda, cheia de nossa beleza, e isso me incomodava tanto, cada vez que eu passava, saber que todo o esforço possível é feito pra destruir essa beleza, que nós não temos os meios pra explorar nossa própria beleza, e que a gente termina sendo sempre objeto das percepções dos outros... Isso é realmente revoltante. Eu vivo cheio de rancor, que é mesmo um sentimento muito doentio, eu sei, mas que é um ódio que vai se acumulando até o momento que estoura. Mas quando estoura faz estrago. Eu preferi soltar esse rancor, multiplicando-o, envenenando, contando outra história. Tem amor também no meu rancor, pra quem souber ver. A gente é obrigado a esconder nosso amor diariamente, e viver deformado de raiva pra sobreviver, então deixa esse amor entre a gente, e vamos liberar o rancor, que é o mais saudável a fazer.

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Nelson Maca - Seu livro traz uma série de contos que tematizam o lado “b” da cidade se comparados aos estereótipos tradicionais da baianidade. Capoeira, carnaval, gringos, etc, aparecem em novos ambientes e abordagens. Com certeza, podemos dizer que a cidade é o seu principal personagem. Que Bahia exatamente você tenta mostrar aos seus leitores? Por quê?

Fábio Mandingo - Eu costumo dizer que a Bahia extrapola todos os estereótipos. Todos os estereótipos construídos sobre Salvador são extremamente reais, intensamente verdadeiros, muito mais do que se pode imaginar de longe, ou a partir de uma visão de fora. Eu acho que a mudança no que eu escrevo é justamente do Lugar de onde parte a VISÃO, que é um lugar totalmente diferenciado da classe que tradicionalmente se ocupou de escrever, pesquisar, cantar e retratar Salvador. É um escrita que parte do povo, de uma perspectiva afropopular e que, portanto. se distancia e entra em choque com a perspectiva tradicional que busca conquistar conforto em relação ao perigo do que é essa “baianidade”. Essa “ baianidade”, que é o modo afrobaiano de viver a vida, é extremamente perigoso pra as pretensões normativas da elite. Por isso, foi feito um esforço tremendo por essa elite, na busca de enquadrar, acomodar, domesticar e simplificar essa realidade. Salvador Negro Rancor é literatura “afrocapoeiristicacandoblecísticamente” centrada. A cidade é a mesma, que encanta e que apavora, mas eu me sinto em Salvador, eu SOU em Salvador.

Nelson Maca - O novo lançamento de Salvador Negro Rancor aconteceu em São Paulo, principalmente num rolê loco pelos saraus periféricos. Como foi sua experiência, circulando os saraus das quebradas de São Paulo na condição de escritor e com seu próprio livro debaixo do braço?

Fábio Mandingo - Foi impressionante, impressionante mesmo chegar naquela cidade e encontrar lá, o que a gente considera como a Bahia: pretos e pretas fazendo batuque, cinema, política, poesia, literatura, bebendo, comendo e celebrando juntos, em todos os cantos da cidade. Até sol fez lá. Conquistando e ocupando os espaços onde o nosso acesso sempre foi dificultado. A diversidade das expressões culturais negras em São Paulo é muito forte, foi muito bom circular nos saraus das 5 Zonas de São Paulo, sendo MUITO bem recebido por todos e todas irmãos e irmãs que se sentem fortalecidos com os que chegam pra somar. Muito bom também pra perceber a extrema precariedade das políticas culturais daqui da Bahia e de Salvador e sentir que chegamos em um momento que precisamos nos posicionar de forma mais contundente a respeito do descaso público do governo e da prefeitura em relação às expressões culturais populares.

Nelson Maca - Finalmente, o lançamento chega em Salvador, onde há uma expectativa considerável em se tratando de um livro independente e contestador. Como está sua expectativa para o lançamento no Sarau Bem Black no dia 19/10/11?

Fábio Mandingo - Rapaz, é mais fácil circular numa cidade estranha, onde vc é franco atirador, rsrsrs. Aqui eu sei que dá um frio na barriga danado, mas pior é na guerra. Espero ver todos os irmãos e irmãs que fazem parte de minha vida e que fazem parte de mais essa conquista. O Sarau tem sido pra mim um espaço de constante refortalecimento. Coincidiu de as últimas vezes em que eu fui, não estar muito bem, e terminei saindo de lá extremamente renovado. O Bem Black é realmente um lugar de fluxo afrocêntrico de alta voltagem, rsrsrs a gente precisa muito disso.

Nelson Maca - Êa, Fábio Mandingo, muito obrigado pela entrevista. Fica aí o espaço para o salve final ou o que desejar.

Fábio Mandingo - Gostaria mesmo de agradecer a todos e todas que tornaram possível a concretização desse trabalho: Exu, Xangô, meu Pai, e todos os Orixás. Róbson Véio e Arterisco, Túlio, Nelson Maca e Blackitude, Marciano e Ciclo Contínuo, Márcio Folha & Elis Regina, Fernanda (que sofreu na revisão dos textos e com a equipe de trabalho batendo na casa de madrugada pra comprar cerveja), Pedrão – Pedro Henrique (responsável pela capa maravilhosa do livro) , Rômulo Paulino, Rubão e André, RECEBA!!! (responsáveis pela hospedagem), o mano lá que fez a arte final que eu não recordo o nome, Ojuoyn e o 211, e os Saraus Perifatividade, Sarau da Brasa, Sarau Elo da Corrente, Sarau do Binho, Suburbano Convicto, e aos irmãos e irmãs que seguraram a onda em SP e os que seguram minha onda aqui em Salvador, em especial, Yá Marlene, Mestre Jogo de Dentro, minha família, Diana Milena e os meus alunos das escolas e da Capoeira. Axé a todos e que nossas lutas se concretizem.!!!

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segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Lançamento/ Fábio Mandingo

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Sarau Bem Black :: Outubro Divergente
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Fábio Mandingo lança Salvador Negro Rancor
com participação do escritor Landê Onawalê

O sarau Bem Black desta quarta-feira, 19/11, tem a honra de receber nosso Irmão Fábio Mandingo. Frequentador do sarau, desta vez ele chega chegando, pra relançar seu livro Salvador Negro Rancor. Publicado primeiramente pela art*risco, agora sua coletânea de contos aparece agora numa nova versão, editada pelo selo .... de São Paulo; Quam articulou essa boa aliança SSA-SP foi o Marciano Ventura, uma cara que manja dessas paradas literárias divergentes.

Será realmente uma quarta pra lá de especial, pois, além da presença do Fábio, chega junto, para compor um bat- papo com ele e com o público, o escritor Landê Onawalê, grande expressão da escrita da negritude consequente. Não bastasse esse dois guerreiros, as demanda estão se conjugando para presença do rapper carioca Marechal. A noite realmente promete!

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A base aliada você já conhecem né: Dj Joe, Lázaro Erê, Heider Gonzaga Lucinha Black Power, Luiza Gata, Nelson Maca, Robson Veio e Zezé Olukemi.

Esse lançamento faz parte do Outubro Divergente, evento da Blackitude que movimenta o Sarau Bem Balck durante o mês de outubro e inicio de novembro. A fita foi aberta de maneira vigorosa com o poeta e Berimba do grupo Poesia Maloqueirista que assinou seu livro de poemas Multívio (Edições Malqueirista). Além de Berimba e Fábio Mandingo, farãopresença no Sarau os escritores Rodrigo Ciríaco de São Paulo, que lança o livro de

contos 100 Mágoas (26/11) e o casal Raquel Almeida e Michel do Sarau Elo da Corrente que acontece e no bairro de Pirituba, São Paulo (02/11).

Então, venha para o sarau Bem Black, traga seu poema e compartilhe sua leitura com gente!

Nelson Maca

Poeta Exu Encruzilhador de Caminhos

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Salvador Negro Rancor de Fabio Mandingo



Nestes contos estão presentes imagens fortes e reais de Salvador. Não aquela cidade que vende entradas para fantasias que turistas do mundo todo cobiçam. Não a Salvador escrita pelos *Amados*, cantadas pelos *Velosos* e fotografada pelos *Guerras*, mas uma Salvador que não encanta: a Salvador dos contos do vigário, do conflito de cor e da democracia que brilha mais sobre o sol de uns do que de outros.

Seu autor é moleque maduro. Velho conhecido do povo da rua, das rodas de capoeira, das feiras livres e das casas que louvam deuses que não castigam. E escreve. Para ele, escrever é como a religião, tem que se vivenciar, e por isso rabisca sem rodeios sobre o que sabe, sobre o que viu e sobre o que viveu pelas ladeiras de um centro que historicamente não é um lugar de contemplação, mas sim, de confrontamento. A crueza e a contundência do discurso, exibe o vigor das narrativas contidas neste livro; histórias que estão em permanente diálogo, mapeando um local que radia sentimentos de amor e rancor...

Marciano Ventura /
Ciclo Contínuo de Literaturas

(DIVULGAÇÃO)

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sábado, 15 de outubro de 2011

Blackitude + APAFunk = Nossa Conduta

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Minha Conduta - MC Mano Teko

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Na vida são altos e baixos
eu sei que é assim
Pelo jeito você esqueceu,
pois vem sorrindo pra mim

Passei kaô, não me envergonho
Isso me fortaleceu
Foi na hora do perrengue
Que vi os amigos meus

Estou relembrando vendo fotos
De tempos atrás
Dos manos que fortaleceram
Em nenhuma você sai

E vem dizendo que é braço
Que eu era sua aposta
Vou falar bem na sua frente
Pois não falo pelas costas

- Tira o sorriso da cara
Papo de sujeito homem
Pra dizer que é mano meu
Não basta saber meu nome

Nunca ouviu o som do Bando
Não sabe da minha história
Que eu sou ex Teko & Buzunga
E quer curtir minha glória?

NA MORAL
Não é preciso simpatia
PROCEDER
Seja noite, seja dia
PUREZA
Essa é minha conduta

Pode mirar que vai errar
Minha cor escura

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segunda-feira, 10 de outubro de 2011

IV Mostra Cultural Cooperifa


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IV Mostra Cultural Cooperifa

Cooperifa 10 ANOS

14 A 23 DE OUTUBRO DE 2011


*Todos os eventos são gratuitos
** Fonte: www.colecionadordepedras1.blogspot.com

A Cooperifa é um movimento que transformou o Bar do Zé Batidão, na periferia São Paulo, em um centro cultural. São dez anos de realização de saraus e valorização da literatura, por meio do incentivo à leitura e à criação poética.

Neste trabalho coletivo de formação de público, a Cooperifa também fez chover livros, promoveu o encontro de leitores e escritores, e divulgou a poesia no ar e nas escolas. Improvisou uma sala de cinema na laje do boteco e abriu espaço para a produção cinematográfica alternativa e das quebradas.

Uma década de atuação que será comemorada nesta 4ª Mostra Cultural com os parceiros que estão juntos na caminhada pela transformação da periferia. Poetas, atores, músicos, dançarinos e ativistas de várias regiões reunidos para celebrar com a comunidade.

De 14 a 23 de outubro, escolas e espaços culturais da Zona Sul serão ocupados por atividades de Literatura (debates, distribuição de livros infantis, feira literária e saraus), Dança, Teatro (adulto e infantil), Cinema e Música (shows e apresentação de orquestra).

Graças aos amigos e parceiros, todos os eventos são gratuitos. Um presente para a comunidade.

Sejam todos bem-vindos.

É tudo nosso!


IV MOSTRA CULTURAL COOPERIFA
14 A 23 DE OUTUBRO DE 2011


ABERTURA - 14/SEXTA - 19H30

UM PANORAMA DOS 10 ANOS DE ATIVIDADES CULTURAIS DA COOPERIFA NA PERIFERIA DE SÃO PAULO, ATRAVÉS DE ESPETÁCULOS DE POESIA, MÚSICA E DANÇA.

CEU CASA BLANCA
RUA JOÃO DAMASCENO, 85 - VILA DAS BELEZAS
TEL.: (11) 5519-5210
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15/SÁBADO

11H - FEIRA LIVRE DE LIVROS E EXPOSIÇÃO

PRESENÇA DE AUTORES DA PERIFERIA DIVULGANDO SEUS LIVROS E EXPOSIÇÃO DE ARTES PLÁSTICAS.

16H - DEBATE:

A ESCRITA E A MILITÂNCIA CULTURAL DAS MULHERES

LU SOUSA - POETA E EDUCADORA
SILVANA MARTINS - SARAU ADEMAR
JÉSSICA BALBINO - ESCRITORA E JORNALISTA
ÉRICA PEÇANHA - ANTROPÓLOGA E PESQUISADORA DA PRODUÇÃO CULTURAL DA PERIFERIA

18h - DEBATE LITERATURA E ATITUDE

ESCRITORES DISCUTEM SOBRE A MILITÂNCIA CULTURAL NA LITERATURA.

MARCELINO FREIRE - ESCRITOR E CURADOR DA BALADA LITERÁRIA
SACOLINHA - ESCRITOR E COORDENADOR DO SARAU PAVIO LITERÁRIO
ADEMIR ASSUNÇÃO - POETA, JORNALISTA E CO – EDITOR DA REVISTA COIOTE
SÉRGIO VAZ - POETA E AGITADOR CULTURAL DA COOPERIFA

20H - SARAU DA COOPERIFA E CONVIDADOS

CASA DE CULTURA M´BOI MIRIM
AV. INÁCIO DIAS DA SILVA, S/N º - PIRAPORINHA
TEL.: (11) 5514-3408
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16/DOMINGO

11H - FESTA DAS CRIANÇAS
ATIVIDADES RECREATIVAS, DISTRIBUIÇÃO DE LIVROS INFANTIS E SHOWS DE

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QI ALFORRIA
D´QUINTAL
TRIO PORÃO
POESIA SAMBA SOUL
BANDA VEJA LUZ

EMEF MAURO FACCIO GONÇALVES ZACARIAS
AV. RAQUEL ALVES MOREIRA, 823 - PARQUE SANTO ANTÔNIO
TEL.: (11) 5514-3131
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17/SEGUNDA

14H - CINEMA NA LAJE ESPECIAL
5 X FAVELA - AGORA POR NÓS MESMOS

PRODUZIDO PELO CINEASTA CACÁ DIEGUES, O FILME TRAZ CINCO DIRETORES ESTREANTES, DE COMUNIDADES DIFERENTES, QUE MOSTRAM A VISÃO DA FAVELA, POR ELES MESMOS.
BRÓDER (JEFERSON DE)
CAPÃO REDONDO, BAIRRO DE SÃO PAULO. MACU, JAIMINHO E PIBE SÃO AMIGOS DESDE A INFÂNCIA E SEGUIRAM CAMINHOS DISTINTOS.

E.E. PROF° HERCULANO DE FREITAS
AV. OLIVIER BACHELIN, 7 - ALTO RIVIERA
TEL.: (11) 5831-1525


18H - DEBATE:

GIROS E GERAS DO VERBO: LITERATURA AFRO-BRASILEIRA E DAS BEIRADAS

ALLAN DA ROSA - ESCRITOR, EDITOR, PEDAGOGO E CAPOEIRA ANGOLEIRO
ELIZANDRA SOUZA - POETA E JORNALISTA
LUAN LUANDO - POETA
MARIO AUGUSTO MEDEIROS - PESQUISADOR DA LITERATURA NEGRA E PERIFÉRICA

20H - GRUPO DE TEATRO CLARIÔ - ESPETÁCULO URUBU COME CARNIÇA E VÔA!

É NEGRO, PERNAMBUCANO DE MURIBECA, BAIRRO PERIFÉRICO QUE LEVA O NOME DO LIXÃO EM TORNO DO QUAL O CONJUNTO HABITACIONAL ONDE MORA FOI CONSTRUÍDO. DO NORDESTE PARA TABOÃO DA SERRA, NAS MÃOS DO CLARIÔ, UM GRUPO FEITO DO MESMO BARRO, DA MESMA PERIFERIA, NUM OUTRO LUGAR, O POETA E SUA POESIA VIRAM TEATRO.

CEU CASA BLANCA
RUA JOÃO DAMASCENO, 85 - VILA DAS BELEZAS
TEL.: (11) 5519-5210

20H - FERNANDINHO BEAT BOX

UMA DAS MAIORES EXPRESSÕES DA ARTE QUE USA A BOCA COMO INSTRUMENTO, POPULARMENTE CONHECIDA COMO BEAT BOX.

EMEF OLIVEIRA VIANA
RUA PROF° BARROSO DO AMARAL, 694
JARDIM ANGELA /JARDIM PLANALTO
TEL.: (11) 5831-0046
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18/TERÇA

10H30 E 14H - BALÉ CAPÃO CIDADÃO

APRESENTAÇÃO DOS ALUNOS DAS OFICINAS DE BALÉ DA ONG CAPÃO CIDADÃO
CEU CAPÃO REDONDO
RUA DANIEL GRAN, S/N - JARDIM MODELO
TEL.: (11) 5873-8067

18H - DEBATE:
MILITÂNCIA CULTURAL: COMO A CULTURA PODE INFLUENCIAR O COTIDIANO DA PERIFERIA

EULLER ALVES - GRUPO UMOJA
MARCIO BATISTA - POETA E EDUCADOR
JUNINHO - CÍRCULO PALMARINO
FERNANDO - SARAU VILA FUNDÃO

20H - SHOW: O TEATRO MÁGICO

A TRUPE DO TEATRO MÁGICO DESEMBARCA NA MOSTRA CULTURAL PARA UM SHOW ESPECIAL NO ANIVERSÁRIO DE 10 ANOS DA COOPERIFA

CEU CASA BLANCA
RUA JOÃO DAMASCENO, 85- VILA DAS BELEZAS
TEL.: (11) 5519-5210

20H - CIA SANSACROMA
ESPETÁCULO “A MÁQUINA DE FAZER FALAR”
A ROTINA DO DEPARTAMENTO POLÍTICO DE AUSCHWITZ, QUE ENTRE OUTRAS COISAS SERVIA DE INTERMEDIÁRIOENTRE BERLIM E O CAMPO PARA EFEITOS DA SOLUÇÃO FINAL.

E.E. OCTALLES MARCONDES FERREIRA
RUA DANÇA DE ANITRA, 1 - PARQUE CLAUDIA II
TEL.: (11) 5514-0157
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19/QUARTA


20H - ANIVERSÁRIO 10 ANOS - SARAU DA COOPERIFA

LANÇAMENTO DO LIVRO 100 MÁGOAS, DE RODRIGO CIRÍACO

BAR DO ZÉ BATIDÃO
RUA BARTOLOMEU DOS SANTOS, 797- JARDIM GUARUJÁ
TEL.: (11) 5891-7403
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20/QUINTA

14H - ORQUESTRA TOCA, ZEZINHO!

O OBJETIVO DO PROJETO É MOSTRAR QUE A MÚSICA NÃO É UMA ASSOCIAÇÃO DE SONS E PALAVRAS, MAS SIM UMA RICA LINGUAGEM QUE PODE FAZER A DIFERENÇA NA VIDA DOS ZEZINHOS.
CEU CASA BLANCA

RUA JOÃO DAMASCENO, 85 - VILA DAS BELEZAS
TEL.: (11) 5519-5210

19H - BRAU MENDONÇA
MÚSICO E INSTRUMENTISTA

20H - A QUATRO VOZES

AS IRMÃS DORA, JUREMA E JUSSARA, E SUA SOBRINHA THATIANA, SÃO ACOMPANHADAS DE UM QUARTETO DE INSTRUMENTISTAS E BUSCAM FAZER MÚSICA POPULAR BRASILEIRA DE MANEIRA APAIXONADA.

CEU CANTO DO AMANHECER
AV. CANTOS DO AMANHECER, S/N - JD. MITSUTANI/CAMPO LIMPO
TEL.: (11) 5835-2320

20H - ESPÍRITO DE ZUMBI - ESPETÁCULO “COR RAÇA’

UMA PASSAGEM PELA HISTÓRIA DO BRASIL COLONIAL, PASSEANDO PELOS DOS RITMOS E DANÇAS DA CULTURA AFRO-POPULAR BRASILEIRA.

EMEF PRACINHAS DA FEB
RUA ANTONIO RAPOSO BARRETO, 151 - JD. DAS FLORES
TEL.: (11) 5514-6696

20H - CIA CAPULANAS – ESPETÁCULO SOLANO TRINDADE E SUAS NEGRAS POESIAS
RETRATA A FORÇA DA MULHER NEGRA POR MEIO DAS POESIAS DE SOLANO TRINDADE, ELIZANDRA SOUZA E CAPULANAS.

E.E MÚSICO WANDER TAFFO - PARQUE CLAUDIA II
RUA MANGUALDE, 427 - JD ANTONIETA
TEL.: (11) 5814-8400
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21/SEXTA

13H30 - ESPETÁCULO “CÔCOS E MITOS, UMA AVENTURA NO UNIVERSO DAS LENDAS”
TEATRO DE BONECOS

EMEI CLARICE LISPECTOR
RUA COM MIGUEL MALUHY, 159 - JARDIM GUARUJÁ
TEL.: (11)5514-1864

20H - ESPETÁCULO “SOLTANDO O VERBO”

O GRUPO APRESENTA AO PÚBLICO O PROCESSO DE FORMAÇÃO DA LÍNGUA E SUAS TRANSFORMAÇÕES AO LONGO DOS SÉCULOS, NUM ESPETÁCULO CHEIO DE HUMOR.

EMEF ANNA SILVEIRA PEDREIRA
RUA JOSÉ MANOEL CAMISA NOVA, 550 - JARDIM SÃO LUÍS
TEL.: (11) 5891-1391
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22/SÁBADO

17H - B. VALENTE
18H - ZINHO TRINDADE
19H - Z’ÁFRICA BRASIL
20H - A FAMÍLIA

CASA DE CULTURA M´BOI MIRIM
AV. INÁCIO DIAS DA SILVA, S/N º - PIRAPORINHA
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23/DOMINGO

17H - UMOJA
18H - PRETO SOUL
19H - CRIOLO
20H - VERSÃO POPULAR
21H - GOG

CASA DE CULTURA M´BOI MIRIM
AV. INÁCIO DIAS DA SILVA, S/N º - PIRAPORINHA
F: 55143408
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REALIZAÇÃO:

COOPERIFA
APOIO CULTURAL:
SESC SP
ITAÚ CULTURAL
CENTRO CULTURAL DA ESPANHA - SP
EDITORA TRIP

AGRADECIMENTOS ESPECIAIS:
GLOBAL EDITORA, COMPANHIA DAS LETRAS E CASA POPULAR DE CULTURA M´BOI MIRIM, SUB-PREFEITURA DO M´BOI MIRIM E EUROTUR CÂMBIO E TURISMO

TODAS AS ATIVIDADES SÃO GRATUITAS

INFORMAÇÕES (11) 9342-8687\9391-3503\6599-5499
COOPERIFA@GMAIL.COM


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