
Eduardo Duda Luedy Eduardo Duda Luedy
O Duda, Eduardo Luedy, é um grande amigo meu. Sinto orgulho de andar com ele, pois, além de ser gente finíssima, é um grande e estudioso músico apaixonado pela música; um professor universitário extremamente compromissado, competente e apaixonado pela educação; acima de tudo, um livre pensador da cultura popular apaixonado pela cultura popular. Gostaria muito que vocês conhecessem melhor seu pensamento. Resolvi republicar aqui um texto do blog dele que realmente mexe com nossas convicções e preconceitos.
- Maca:
Duda, bacana seu texto. Há pouco postei um texto provocação (creio que você viu) intitulado “Elogio à divergência”. Apenas dei um formato mais enxuto também a um escrito antigo meu. Publiquei devido ao mesmo conflito que você aponta, porém envolvendo a dita literatura marginal, que prefiro chamar, genericamente, de Literatura Divergente. Li os textos aos quais você se refere (ou responde….) e acho mesmo que perguntando a quem e por quem foi dado o direito de arbitrar (e já respondendo meio enviesadamente), você, ironicamente, já inicia o desmanche do castelo colonial do “bom gosto” atribuído. Sempre admiro a sua forma de considerar os discursos “subalternos”, às vezes me surpreendo até, fico intrigado, me perguntando “será mesmo” que o Duda pensa isso, ouve aquilo… (Lembra-se do recém consagrado Pastor Miller? Da iniciante Tati Quebra-barraco?…) Enfim, sei que é sincero e que, também a mim, desconcerta certos deslocamentos que você faz com tanta convicção e erudição tranquila e, diga-se de passagem, de dentro da redoma acadêmica. Gosto muito da provocação que seu texto faz (aliás, já havia lido antes; só que agora é um momento mais propício para mim). Posso reproduzi-lo no meu blog?
Saudade!
Com Respeito,
Nelson Maca - Blackitude.BA
- Duda:
Nelson, que massa vc ter curtido o texto. Como diz Caetano, ser pop é isso, é gostar das coisas. E eu gosto das coisas! Gosto, por exemplo, do bonde do maluco. Assim como gosto de Raul Seixas, Roberto Carlos, Odair José, Fernando Mendes, Carlos Alexandre… Gosto, por exemplo, dos Beatles fase iê-iê-iê - que, para mim, não difere, essencialmente, de nenhum arrocha. Ou seja, tanto bonde do maluco quanto Beatles é música ligeira, romântica, com letras “pobres” e muito divertidas. Quem quiser me provar que os Beatles cantando I wanna hold your hand é música “de qualidade”, vai ter que aceitar que “não vale mais chorar por ele” também é!E, sim, claro - e é uma honra! - pode re-publicar meu texto.Vou dar uma passada em seu blog.
Saudades também, duda
* Leia o texto na postagem abaixo

- Maca:
Duda, bacana seu texto. Há pouco postei um texto provocação (creio que você viu) intitulado “Elogio à divergência”. Apenas dei um formato mais enxuto também a um escrito antigo meu. Publiquei devido ao mesmo conflito que você aponta, porém envolvendo a dita literatura marginal, que prefiro chamar, genericamente, de Literatura Divergente. Li os textos aos quais você se refere (ou responde….) e acho mesmo que perguntando a quem e por quem foi dado o direito de arbitrar (e já respondendo meio enviesadamente), você, ironicamente, já inicia o desmanche do castelo colonial do “bom gosto” atribuído. Sempre admiro a sua forma de considerar os discursos “subalternos”, às vezes me surpreendo até, fico intrigado, me perguntando “será mesmo” que o Duda pensa isso, ouve aquilo… (Lembra-se do recém consagrado Pastor Miller? Da iniciante Tati Quebra-barraco?…) Enfim, sei que é sincero e que, também a mim, desconcerta certos deslocamentos que você faz com tanta convicção e erudição tranquila e, diga-se de passagem, de dentro da redoma acadêmica. Gosto muito da provocação que seu texto faz (aliás, já havia lido antes; só que agora é um momento mais propício para mim). Posso reproduzi-lo no meu blog?
Saudade!
Com Respeito,
Nelson Maca - Blackitude.BA
- Duda:
Nelson, que massa vc ter curtido o texto. Como diz Caetano, ser pop é isso, é gostar das coisas. E eu gosto das coisas! Gosto, por exemplo, do bonde do maluco. Assim como gosto de Raul Seixas, Roberto Carlos, Odair José, Fernando Mendes, Carlos Alexandre… Gosto, por exemplo, dos Beatles fase iê-iê-iê - que, para mim, não difere, essencialmente, de nenhum arrocha. Ou seja, tanto bonde do maluco quanto Beatles é música ligeira, romântica, com letras “pobres” e muito divertidas. Quem quiser me provar que os Beatles cantando I wanna hold your hand é música “de qualidade”, vai ter que aceitar que “não vale mais chorar por ele” também é!E, sim, claro - e é uma honra! - pode re-publicar meu texto.Vou dar uma passada em seu blog.
Saudades também, duda
* Leia o texto na postagem abaixo

Visite o blog do Duda:
Foto1,2 e 3: O prório Duda
Foto 2: Sambista Riachão: Cd produzido por Paquito e J. Veloso - que Duda trabalhou arduamente na produção musical, além de participar como músico (aliás, da turnê também)
Foto 2: Sambista Riachão: Cd produzido por Paquito e J. Veloso - que Duda trabalhou arduamente na produção musical, além de participar como músico (aliás, da turnê também)

Mas vamos por partes. Primeiro eu havia ficado aborrecido com o consenso “esclarecido”, no programa da TV Cultura, entre músicos de prestígio (o próprio Tom Zé e o maestro Júlio Medaglia, que também estava lá para entrevistá-lo) e jornalistas de veículos “importantes”, acerca do que é bom e do que é ruim em música popular. Sem relativismos, com a certeza “mais certa” do que se tem como epistemologicamente “mais correto” em samba, Tom Zé e entrevistadores reafirmavam o que todos já sabemos ou deveríamos saber: o pagode “comercial” é lixo cultural, uma desvirtuação do “verdadeiro” samba.
E isto não apenas porque tais argumentos condenatórios podem ser bastante contraditórios, uma vez que também se aplicariam aos gêneros populares reconhecidos como “de qualidade” (normalmente aqueles da preferência dos críticos, que se encontram autorizados a legitimar suas preferências mais pessoais, ainda que para isso eles não precisem teorizar muito). Mas também porque tais argumentos condenatórios baseiam-se numa maneira de conceber estética e, consequentemente, valor em arte que deveríamos descolonizar ou, no mínimo, atualizar – até por força das evidências empíricas, amplamente disponíveis por aí, acerca do prazer e do envolvimento real que estas músicas proporcionam a milhares de pessoas. Falo aqui das maneiras radicalmente diversas de envolvimento com arte que temos experimentado, de modo amplo e desde que as linhas que traçavam as fronteiras entre arte e entretenimento foram borradas pela chamada indústria cultural. Mas também desde que os avanços nas tecnologias da comunicação e informação ampliaram, em escala global, os meios de produção, circulação e recepção de bens culturais.
Me parece claro também que a canção popular – tomemos o rock, como exemplo de música massificada e padronizada – é, regra geral, menos sofisticada melódica e harmonicamente do que, digamos, o Lieder romântico de Mahler ou Schumann. E, no entanto, sabemos todos que Little Richard cantando “tutti frutti” é um dos grandes exemplos de música do século passado, a despeito de sua “pobreza” musical. Assim como James Brown cantando sua “sex machine”.
É sempre bom recordar que, assim como o pagode e o funk carioca, o rock em seus primórdios era música de proletários, do mesmo modo considerada pobre e obscena. Mudou o rock ou mudamos nós? E já que o tomamos como exemplo de cultura popular relevante, é preciso dizer que muito do rock contemporâneo continua ainda “pobre”, “tosco”, “agressivo” e, em muitos casos, obsceno. Ainda assim, faria sentido hoje condenar o rock por tudo isso?


Serão colocadas na praça, oito estantes de madeira com aproximadamente 1.000 livros, uma mesa de escritório, mesas de leitura e dez cadeiras, mais quatro painéis com fotografias e matérias de jornais.
Tamo Junto, Douglas Poeta Guerreiro de Almeida!
sei que existe um filme chamado “bomb the system”* que deixa qualquer espectador intrigado, e emocionado. retrata a parceria de dois grafiteiros: um mais novo e um bem mais velho; um branco e um preto; um fiel às ruas, à aventura; o outro com uma nova namorada, chamando-o para a “evolução” da arte. tudo situado no submundo urbano: ruas, festas, dinheiro, drogas, furtos de sprays, esquadrão anti-vândalos, crimes, perseguições, peripécias e muita estética nas margens. tudo narrado por um terceiro personagem. um atento e leal aprendiz que se envolve até os ossos nessa arte sujeita a chuvas, dias de sol e trovoadas; tempestades e calmarias. este filme trágico-filosófico problematiza a discussão acerca da razão de ser do graffiti e do grafiteiro com destreza, espontaneidade e beleza. não dá para assisti-lo e sair ileso.
não há outro caminho, na minha concepção, senão o caminho da rebeldia contra todas as formas de prisão que sempre tentam apagar, calar ou cooptar os rebelados. o rap, o break, o graffiti, o dj que se quer sério não pode obedecer uma confraria de manjadas comadres; mas, também, que não seja um balaio de gatos, misturando ratos e cachorros numa harmonia insustentável. como ouvi na minha adolescência, e passei a dizer para mim mesmo: os radicais não tem escolha.
a cultura hip hop em que acredito deve se perguntar a cada novo dia: afinal, qual é a do hip hop? a legalidade ou a marginália? a realidade ou a lealdade? a subversão ou a moralidade? o muro ou o museu? as páginas ou as paredes? a praça ou o teatro? a boca ou o disco? as ruas ou as universidades? a sombra ou a luminosidade? o centro ou a quebrada?
Em NOVO LOCAL, nosso encontro será no dia 26 de MARÇO, a partir das 19h, no QUILOMBO CECÍLIA – Rua do Paço, 37 (ao lado da escadaria do show de Gerônimo)
SÃO PAULO
ORIGEM (?)
Valeu a todos os aqui citados e os não citados aqui.

A época em que partida de futebol era "match", time era "team" e goleiro era "goal-keeper", os escritores brasileiros não se importaram muito com o então chamado esporte bretão...
quero a vitória
Fio Maravilha
Meio de campo
Ademir da Guia
O Espaço de Referência da Rede Enraizados é mais uma conquista da molecada do Hip Hop Nacional na luta pelo direito à cultura, ao lazer e ao bem estar social. É motivo de orgulho para cada um de nós convidar você a comemorar conosco essa grande conquista, que ficou ainda melhor graças ao Prêmio Cultura Viva e aos parceiros locais da Cia. Encena, que foram decisivos para o início dessa nova fase da Rede, onde a militância se soma às ações de auto-suficiência, a formação para as expressões artísticas com profissionalismo e universalização das iniciativas.Seja bem vindo a Morro Agudo, ao Enraizados e ao nosso Espaço de Referência, porque afinal "cair na rede também é cultura".
Entre todos eles, Kaska era o pioneiro:
- Tá certo, cês me deixaram vivo. - Te demo um mole, Jão. Cê deu mó boi que nóis num tava bolado. - O quê? - Esquece, tiu!