.
.
3 Poemas de Fogo e 1 Canção Inflamada!
GOG bate um papo poético com Nelson Maca (eu)
Nelson Maca:
Tenho escrito coisas poéticas, mas tenho me calado às vezes, pensando comigo, sempre cruelmente crítico:
- escrever pra quê? por quê? pra quem?
GOG:
Perguntas merecem respostas
Escrever pra quê? por quê? pra quem?
Agradar a mim? a todos? alguém?
Essas perguntas merecem respostas.
Só que por mais que as procure sigo fora da rota.
E o confronto interior prossegue, fora de série.
Mata, fere, sobrevive, intempérie no meu cerne!
Ah!
Ainda estou vivo...
E aonde vivo.
Paredes ouvem mais que ouvidos.
Corações batem corroídos, corrompidos,
Descompassados e oportunistas.
Sou um poeta, letrista, sem sede de artista.
Ativista, afiado, corte de navalha
Palavra reta, profunda, que não encalha!
Afasta-te de mim fogo de palha.
Nelson Maca:
Aí leio umas coisas locas dos outros, uns poemas, principalmente, e resolvo entender que não tenho nada a acrescentar. Que só eu acho que percebo algumas razões (estéticas e ideológicas) no que escrevo... e penso:
- se os outros não percebem minhas estratégias na escrita de que adianta?
Não quero ser mais um poeta-panfleto. Ou poeta-poeta! Eles me cansam demais. Quero ser poeta preto, mas não quero que meus textos valham o peso da minha pessoa! Quero minha pessoa estilizada em seus dramas, neuras, bravuras e canduras traduzidas em beleza: bélica, assassina, suicida, triste, mas beleza.
Sem beleza, jamais me sentirei poeta, apenas pensador, subversivo, detonador de conflitos... mas somente aos olhos, aos ouvidos, à mente...
Quero tudo isso apenas para chegar à alma!
GOG:
Orgulhosamente Engavetado
Não é um engavetamento de trânsito.
Ao contrário servirá para o bem do livre trânsito
Lá... onde transito.
O dano material é impossível de ser calculado
Que seja publicado!
E vorazmente consumido...
Ai do inimigo!!
Os papiros remanescentes da Bahia Preta
Pedra, por pedra, letra por letra.
Percorrendo... Gueto, por Gueto, com viva voz
A denúncia do modus operandi do Algoz
Alertará e salvará famílias inteiras, será a nossa trombeta.
Que não permaneça a clausura da gaveta!
Nelson Maca:
Mesmo que a beleza de meus versos seja feia na sua beleza divergente!
"Disseram que a alma não ter cor"
- Eu rio do fundo de meu banzo!
Era pra dizer que, quando não creio muito, aparecem pessoas que leem meus textos como os pensei que escrevi! Rapaz, que sensação desigual ser percebido para além da mensagem! Sempre que aparece alguém me lendo assim, parece que renasce o poeta que havia morrido em mim!
Poucas vezes me senti assim, renascido, mas com a envergadura dos comentários orgânicos de Geraldo Cristal, Luis Orlando da Silva, Silvio Roberto Oliveira, Carlos Moore, Sérgio Vaz...
E agora você, Poeta, percebendo a minha poesia se dissimulando fora de meus poemas, lá nos desfechos de simples postagens de meu blog, como um recado para as editoras, os editores-donos, seus garotos de recado e os satélites dos garotos de recados, iluminados ou não.
Um recado para que saibam que ainda vive em mim o amor próprio e a crença de que a poesia tem que saber a hora de vir a luz: para não pagar comédia a nenhum sinhozinho disfarçado em mecenas dos guetos.
Obrigado pelas palavras, Irmão!
Da minha forma, meu poeta renasce em mim hoje mais uma vez!
GOG:
Obras incompletas
A mente abre...
Como as compotas de uma grande usina
Gerando....
E liberando energia para carregar a pilha alcalina.
Que abastecerá neurônios.
Começo a enxergar, vultos, animações,
Através do que ainda é...
Uma pequena fresta.
Contatos...
Imediatos...
Na imensa floresta.
A mente do Médium
Em festa,
Infesta.
As peças...
Que pregaram uma grande peça.
Começam a se encaixar.
A obra - incompleta.
Está...
A se desenhar.
Terra em Transe
Mundo alheio.
Lá vem...
Ela vem.
E vem!
Psicografada.
A letra não é a minha.
É de alguém que nos contacta.
A caneta só adapta.
Ela vai tomando forma:
Abundante,
Diamante,
Escaldante.
Compacta
Repleta.
O fio condutor...
O potente transmissor...
Se desconecta.
Despede-se do Poeta.
Eis que a obra está:
- COMPLETA!
Nelson Maca:
Instinto de Negridade
Não há dúvida que o meu verso é também o meu quilombo ardente
Atento às doutrinas absolutas que me querem escalpelar o pixaim
Queimar na fogueira do esquecimento meus sentimentos íntimos
Alisar minha língua no ferro do feitor que mantém acesa a fogueira
Conformar meu silêncio na pasta quente para endireitar meus gestos
.
.
domingo, 19 de abril de 2009
Assinar:
Postar comentários (Atom)
2 comentários:
Muito bom guerreiro..curtir muito,vou ser frequentador aciduo do blog.
Abraço
Armeng
Valeeu Armeng,
será uma honra tê-lo por aqui, parceiro!
Quem é do Gueto sabe!
Nelson Maca
Postar um comentário