quarta-feira, 29 de abril de 2009

Fela Kuti: Black President

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Cultura Black na "Diáspora"
Tributo a Fela Kuti



Music Is a Weapon
A música é uma arma .





Colonial Mentality
Mentalidade colonial (zada) .





Just Like Dat
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"Apoiei totalmente tanto o movimento black power como a música soul, por considerar que traduziam, de maneira autêntica e concreta, as reivindicações mundiais dos diferentes povos negros.

A linguagem musical de James Brown decodificava os discursos de Malcolm X, Stokely Carmichael e Martin Luther King, Patríce Lumumba, Amílcar Cabral, Steve Biko...

Mais do que nenhum outro artista nos Estados Unidos, na época, James Brown soube traduzir o grito de revolta social e intensa busca identitária que animava os distintos povos negros nas décadas de sessenta e setenta."

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"Se tratando, especificamente, da identidade musical nigeriana, acho que sim teve (J.B.) uma enorme influência. O próprio Fela me confessou que sem a música Soul de James Brown, ele nunca teria chegado a inventar o Afrobeat.

O Soul de James Brown e o novo Highlife do ganense Geraldo Pino foram as duas maiores influências musicais que favoreceram a eclosão do Afrobeat, música urbana nigeriana surgida do próprio ventre da marginalização social, pós-colonial."

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"O Soul e o Afrobeat são duas vertentes bem distintas da música popular negra urbana do século XX e XXI, mas dialogam profundamente entre si, tendo, evidentemente, uma matriz comum.

Não resta dúvida que o Soul é a mãe do Afrobeat. Por sua vez, o Afrobeat reintroduziu no Soul temas melódicos, estruturas musicais e uma percussividade provindas da África continental profunda."

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"O movimento da negritude surge, nos anos trinta, como uma expressão da escrita propriamente poética. Aimé Cesaire, de Martinica, Leon Damas, de Guyane, e Leopold Sedar Senghor, do Senegal – grandes poetas – foram os criadores da filosofia da negritude.

A musicalidade dessa poesia da negritude já anunciava o Hip-Hop, o Rap, o Soul, o Reggae, o Afrobeat, o Highlife...

A meu ver, a filosofia da negritude é o ancestral imediato – tanto melodicamente como na sua intencionalidade sócio-política - de todas as músicas negras rebeldes que surgiram das zonas urbanas após a segunda guerra mundial."

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"Em uma palavra: não se pode realmente pretender ser culto, e muito menos culto nas questões do Mundo Negro, sem conhecer a obra e o pensamento de Fela Kuti.

Fela foi um dos grandes ativistas e pensadores do panafricanismo no século XX. O que o distingue dos outros pensadores panafricanistas é que ele desenvolveu a luta panafricanista não no contexto da luta pela descolonização, mas dentro da problemática complexa e terrível que representa a sociedade africana pós-colonial; ou seja, uma sociedade controlada, oprimida e esmagada não diretamente pelas potências européias ou por regimes minoritários brancos, como na África do Sul ou na Rhodesia (atualmente o Zimbábue).

O Fela teve de desenvolver o panafricanismo no contexto da opressão dos africanos pelas oligarquias e as elites africanas surgidas da independência do continente. Ninguém estava preparado para o que aconteceu após a independência: a chegada ao poder de oligarquias traidoras e assassinas que espertamente confiscaram o panafricanismo e o transformaram em uma ideologia de Estado, para servir os interesses bastardos das novas elites opressoras africanas. O Fela teve de repensar o panafricanismo tradicional e reformular as bases de um novo panafricanismo de luta pelos interesses dos povos africanos esmagados do continente e nas diásporas africanas.

Ele foi um gigante e usou seu poder criativo, como músico, para propagar essa nova orientação ideológica do panafricanismo. É por isso que me juntei a ele e que estimei que havia que escrever um livro sobre sua vida. Eu queria que o mundo inteiro ouvisse a mensagem que carregava na sua musica maravilhosa e nos seus pronunciamentos. Esta Puta Vida irá ser traduzida e publicada, também no Brasil, o ano que vem (2009). A partir daí, as pessoas se darão conta da grandeza do personagem, e de sua imensa contribuição ao Mundo Negro, ao mundo das artes e à musica em geral. Para países como o Brasil, com sua maioria negra, conhecer a obra de Fela é indispensável para o fortalecimento da consciência cultural.

Além disso, a música de Fela é uma das coisas mais belas do mundo. É por isso que solicitei ao Gilberto Gil de se incumbir do prefácio de This Bitch of a Life, que será publicada nos Estados Unidos em abril de 2009 (1 de naio). O Gil fez um lindo, profundo e comovedor prefácio - realmente. E, dentro de alguns meses, essa biografia de Fela Kuti, com o prefácio de Gil, também será publicado no Brasil, em português, pela editora Nandyala, de Minas Gerais."


*Carlos Moore:
trechos de duas entrevistas (zina Na Lata / Blog Gramática da Ira)

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Africa! One People! One Love!


Nelson Maca

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