sábado, 25 de abril de 2009

A poesia morreu ou foi a Lira?

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.Poeta ou Marginal?
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Idéias de Trapézio!

Ou: Confesso que já pensei que tinha futuro na poesia!
rsrsrsrsrssr


Um texto colou pendular em minha mente, ultimamente,
e fica pra lá e pra cá como gangorra
ou idéia fixa


"dizer não
tantas vezes
até formar um nome
"


Poema da grande poeta Alice Ruiz.


Na época que eu curtia demais Alice, Leminski e Ithamar,
eu escrevia assim:


"somos quem diria dialética
eu, estados unidos
ela, união soviética"


"o silêncio dói
se se escuta um ai
a lágrima cai"


"então
a linha da minha vida na palma da tua mão"


Tá vendo como já fui um poeta-poeta?
rsrsrsrrsrsrrs


Desta época pra cá, a coisa ficou tão preta que nem a concisão quis mais ficar perto de mim, embora de vez em quando eu escreva uns flagrantes assim:


Negro imbecil

- Negro imbecil! negro imbecil!
Tá na cara, tá na pele, é racismo,
é Brasil

- Negro imbecil! negro imbecil!
Tá no trato, no costume, é cultura,
é Brasil

- Negro imbecil! negro imbecil!
Tá na mente, na memória, é história,
é Brasil

Negro imbecil! negro imbecil!
Tá na pauta, tá na ordem, é presente,
é Brasil


- Tá vendo? Não te falei que o cara é revoltado!?
Não leia Lima Barreto, Richard Wright, Ralph Elinson
Não leia Fanon, Cleaver, Malcolm, Moore, Abdias, Lélia
Não ouça Fela Kuti, Scott-Heron, Chuk D, Mano Brown

- Você vai ficar revoltado e perder o lirismo!!


Nelson Maca - Cão de Raça


*"A poesia morreu ou foi a lira?" - Verso de Jorge de Souza Araujo, meu Mestre na arte da leitura e da divergência por dentro.
Tipo fadiga!
* Trapézio, idéia fixa, pêndulo: lembranças de Machado
* Leminski: Muito talento prum homem só! Por isso imitei-o um monte (no passado). Hoje, Graças a Ogum, minha imitação preferida é de Hamilton Boges: a melhor declamação nervosa que já presenciei.
Sou fã!
* Cão de Raça: em alguma coisa eu tinha que "ser mais eu" que o Sérgio Vaz da Cooperifa-SP, o viralatas da literatura!
Tá bom, antes que acusem, eu corrijo: SRD, Sem Raça Definida!

- Pra variar, muita explicação e pouca poesia!
Será que eu vou virar bolor?

*"Será que eu vou virar bolor?" - Verso da música homônima de Arnaldo "Loki" Batista. Do tempo que eu andava com uns malucos que, depois da chuva, comiam aqueles cogumelos exuberantes que nascem, em câmera acelerada, nas bostas de vaca no campo; ou nas capas dos vinis do Yes. Talvez se eu comesse também tinha virado um desses heróis que morrem de overdose enquanto seus inimigos ocupam o poder. Ou como disse um poetinha marginal lá de Aracaju sobre um poetão engajado lá da Amazônia: não sou contra ele. Sou contra quem faz poemas engajados tomando whisky numa cobertura em Copacabana. Acho que foi mais ou menos isso que ele disse. Como é mesmo o nome dele? E o do poetão?

Viiiixe: imagine se eu embarcasse nos cogulemos das bostas de vaca lá do campo? (faz tempo!)

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