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Mestre Carlos Moore lança o livro PICHÓN
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Salve-salve, amigos, amigas, parceiros e parceiras!
No dia 1º de novembro será lançado nos Estados Unidos o livro de memórias de Carlos Moore, PICHÓN, esperado por longo tempo por muitos que anseiam mais informações sobre questões como as relações étnicas em Cuba. O Mestre Carlos Moore tornou-se um dos personagens centrais dessa história, tendo passado mais da metade de sua vida na condição de exilado político em vário países do mundo.
Hoje, paradoxalmente, tenho a felicidade de ser não somente seu discípulo por auto-definição mas também amigo ao lado e vizinho próximo na nossa Bahia Preta. Não bastasse isso, para nossa estima, ele tornou-se admirador, colaborador e parceiro do Coletivo Blackitude: Vozes Negras da Bahia.
Mais especificamente, no seu novo livro, PICHÓN, primeira parte da trilogia de sua vida política, Carlos Moore narra o grande conflito que surgiu cedo no seio da Revolução Cubana. Segundo seu testemunho, o regime revolucionário castrista promoveu a destruição do Movimento Negro Cubano, na época dirigida por grandes intelectuais do gabarito de Walterio Carbonell e Juán Rene Betancourt Bencomo.
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Carlos Moore lembra-nos que Carbonell passou oito anos nos campos de trabalho e nos manicômios cubanos, falecendo no mês de abril de 2008, em Cuba, em total esquecimento.
Betancourt Bencomo teve de fugir para o estrangeiro, morrendo pouco depois na cidade de Nova Iorque. Os outros militantes foram internados nos campos de trabalho forçado.
O autor de PICHÓN experimentou de tudo isso um pouco, eu sei!!
Trata-se de um relato que denota uma página brutal e desconhecida da Revolução cubana. Para mim, e para muitos que cresceram, tendo naquela experiência revolucionária um exemplo de soberania e resistência do oprimido, o livro instala e/ou reforça um golpe duro, questionando nossas crenças mais arraigadas. Mas não se trata da negação total da experiência castrista, coisa que o livro não se dispõe a fazer. Pontualmente, mexe naquilo que mais move meu ativismo: a questão racial!
Os textos de Carlos Moore que abordam o conflito racial em Cuba sempre instalaram grandes polêmicas ao redor do mundo - pelo seu caráter corajosamente divergente.
Independente da pré-disposição política de cada um, penso que todos que querem, realmente, pensar e encarar os conflitos raciais devem ter a coragem de ler esse livro - como resposta a uma provocação que pode reforçar ou reorientar nossas convicções.
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Como sempre nos lembra o autor, essa é uma daquelas obras de difícil distribuição como toda abordagem crítica em torno dos paradigmas que norteiam as discussões étnicas “oficiais”.
Em Carta Aberta a seus amigos, ele afirma que todos os militantes que puderem adquirir o livro, mais do que favorecer a pessoa de Carlos Moore estará expressando “um gesto de solidariedade dos militantes Afro-brasileiros com o povo, também majoritariamente negro, de Cuba e uma homenagem para a memória daqueles que sofreram, ou morreram, para defender as reivindicações sócio-raciais que hoje nós temos levantado como bandeira.”
O livro PICHÓN não deve ser silenciado. Faça a sua parte!
Não é fácil encarar nossos fantasmas, eu sei, mas, se estamos na chuva, deixemos a chuva nos molhar! Depois, alma lavada, pessearemos sob o sol da luta encarnada!
Nelson Maca
Blackitude Vibration!
"Exu Opaco em Espelho Turvo!"
*Distribuidor exclusivo de PICHÓN: http://www.amazon.com/
Veja abaixo o Video promocional do livro, outra obra bem feita. É mais um trabalho cuidadoso dos meus amigos e parceiros Guga Calazan e DJ Mário 77 (em breve perfil e mais trampos dos caras aqui!)
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Foto1: Carlos More e Malcolm X (http://www.drcarlosmoore.com/)
Foto2: Alex Haley, Carlos Moore e Aimé Cesaire (http://www.drcarlosmoore.com/)
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sábado, 25 de outubro de 2008
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6 comentários:
Rapaz, li o seu texto e vi o video no You tube. Os dois me provocaram aquele pequeno curto-circuito gerado pelas obviedades ou aparente obviedades: por que nunca pensei sobre isso antes? Por que nunca ouvi ninguém colocar a coisa por este ângulo?
O livro, no mínimo, gera uma boa e saudável discussão.
Será que vai sair uma versão português.
Marcus,
tive esse choque quando comecei a ter longas conversas com Carlos. Ainda sinto-me tonto! Mas continuo indo naquela direção em que tudo que é sólido se desmancha o ar...
Blequimobiu, espero sinceramente que sim, mas inda não sinais claros disso (eu acho)!
Nelson Maca
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Não sei se estamos preparados/as, mas outras histórias, como Moore nos conta, precisam vir à tona!Quero muito lerrrrrr!
Se ele é o seu mestre, é o mestre do mestre... tou na onda.
modelo 2009.2
Tamo junto Blequimobiu!
Obrigado pela consideração, mas um mestre leva muito tempo para se formar, e são bem poucos - sempre a frente do tempo! Visionários!
Me contento em ser seu irmão mais velho, ao lado, sempre guardião de tua caminhada; e sempre atento para os momentos em qe você me aponta caminhos que não veria sem ti, Irmão!
Nelson Maca
Blackiitude+Positivoz = Rebeldia
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