sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Blackitude 40º por Ana Cristina Pereira

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BlacKitude 40º
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Quando o santo da casa faz milagre...

por Ana Cristina Pereira

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Menos de três meses separam os dois últimos eventos da Blackitude. Em novembro passado, o coletivo celebrou Zumbi dos Palmares e o 20 de novembro no Icba, com as presenças dos rappers haitianos Diegal e Vox Sambou. No último sábado, fez sua primeira atividade de 2009, na Praça Tereza Batista, numa parceria com o projeto Pelourinho Cultural. Naquela festa, mesmo que a acolhida tenha sido muito boa para os grupos locais, a expectativa recaia, naturalmente, na presença dos visitantes estrangeiros.

Aproveitando o clima quente dos eventos de Verão da cidade – do qual o hip hop só participa ocasionalmente – o coletivo escalou o mesmo elenco do Icba, sem os convidados de fora, para o Blackitude 40º: as bandas Opanijé, Afrogueto, R.B.F e o rapper Daganja. Os grafiteiros Lee27, Neuro, Bigod - substituído por Peace e Sisma costa - e Thito Lama. Os b.boys do Independentes de Rua, comandados por Ananias. E o DJ Bandido, que abriu a noite, entregando a platéia devidamente aquecida para as bandas.

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Das 7h à meia-noite, aconteceu o que a Blackitude sempre busca nos eventos que realiza, mas que, por um motivo ou outro, nem sempre acontece: público atento e receptivo; interação entre break, discotecagem, graffite e rap, cada um com merecido destaque, e profissionalismo das bandas, com shows bem amarrados e cumprimento dos horários.

O primeiro show foi da Opanijé, que segue burilando o casamento com as influências afro-baianas, com a percussão, a cargo de Ogan Rone e Zezé Olukemi, muito bem-vinda no palco; DaGanja esquenta na divulgação do recém-lançado Entre prosas e versos; já a Afrogueto veio sedutor, com direito a cenário e figurantes em cena; e o R.B.F fechou muito bem a noite, com o orgulho de ser dono do maior hit do rap baiano atual: o Blakão, com seu refrão desconcertante e provocador “cabelo da desgraça”. A praça inteira cantou.

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A noite ainda contou com a ilustre participação do percussionista Jorjão Bafafé, do Bloco Afro Okánbi, com os versos amenos de Luiza Gata e os provocadores de Nelson Maca, Giovanni, Iaracira e Negra Íris - que também acompanha o R.B.F. e foi a modelo do inspirado e comentado panfleto de Penga - a apresentação na medida foi de Robson Veio.


Todos milagrosos santos de casa.


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foto1: o público: o termômetro do evento.
foto2: Lázaro - Opanijé
foto3: Giovane - poeta
foto4: Roda de Break
foto5: Mc Daganja e grupo
foto6: Jorjão Bafafé - Okanbi

Vilma Neres: fotos 1, 3, 4, 5 e 6
Fernando Gomes: foto 2

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4 comentários:

Anônimo disse...

Salve guerreiro,

e aí, firmeza total? festa loka, hein nêgo?
É isso mesmo, os guerreiros também precisam celebrar.
mal sabem eles, que estas festas os preparam para a guerra.

"Distraídos venceremos!"

Tâmo junto e misturado.

Na admiração e no respeito,

Sérgio Vaz
Vira-lata da literatura

Opanijé disse...

em pouco tempo vai ficar difíucil imaginar o pelourinho sem o rap. Assim como hoje é impossível imaginar o Hip Hop Baiano sem a Blackitude. Valkeu a tod@s q compareceram e até o próximo!

Axé!!

Anônimo disse...

Sérgio Vaz,
sua voz é sempre alegria por aqui!
Um axé do mestre paulistano da palavra em liberdade poética.
Obrigado, Irmão!
Já tô vendo nós dois em Brasília em março! Se o GOG vacilar, roubamos a cena! rsrsrs...
Pelo menos nas geladas! rsrsrss

Lázaro Opanijé,
é isso mesmo, menino bom!
Não podemos deixar esfriar os 40º do momento. Acho, também, que o hip hop da Bahia pode, sim, fazer morada divergente no Pelô, nossa casa!

Vamos lutar pra isso!

Nelson Maca - Blackitude.Ba

Walter Limonada disse...

É issoaê Guerreiroooo !!!!
Muita PoSITIVIDADE e CONSCIÊNCIA na parada.
1 Lemon-Abração !!!!!