sábado, 14 de fevereiro de 2009

Blackitude 40º - Resenha do Pelourinho Cultural

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BlacKitude 40º
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reuniu diversas linguagens artísticas do Hip Hop
agitando a noite de sábado (7), no largo Tereza Batista


Por: Lívia Rangel e Caique Gonçalves
Fotos: Genilson Coutinho

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O coletivo "Blackitude: Vozes Negras da Bahia", com quase dez anos de atuação, promoveu, no último sábado, no Pelourinho, mais uma edição do espetáculo Blackitude 40º. O evento multicultural integrou os quatro elementos - música, artes plásticas, dança e poesia -, que formam os laços de identidade da cultura negra.

Quem esteve no Pelourinho no último sábado pôde conferir uma das maiores manifestações artísticas de valorização e afirmação da cultura Hip Hop realizado em Salvador. O largo Tereza Batista ficou pequeno para receber o evento Blackitude 40º, realizado pelo grupo Blackitude: Vozes Negras da Bahia.

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O evento apresentou uma mostra de várias manifestações culturais, através das artes plásticas (grafite), poesia (Rappers), passando pela dança (B.Boys) e muita música (DJs e MCs). Apoiado pelo Programa Pelourinho Cultural, da Secretaria de Cultura, se propôs a unir diversão e discurso etnopolítico, como forma de luta contra a discriminação.

"O Blackitude tem como objetivo o fortalecimento dos laços de identidade da cultura negra contemporânea, através da integração do Hip Hop com a música africana, por exemplo", explica Nelson Maca, responsável pela realização do evento.

As apresentações musicais ficaram a cargo do DJ Bandido e dos grupos Opanijé, Afrogueto, Daganja e RBF (Rapaziada da Baixa Fria). Paralelamente aos shows, os grafiteiros demonstraram ao público a beleza da sua arte - em painéis que ficavam expostos na entrada e laterais do largo do Pelourinho.

O grafiteiro Neuro, que faz grafite há 10 anos - desde os 13 –, acredita que a idéia do grafite é justamente de integração. "O Blackitude é um evento multicultural de afirmação da cultura de rua", completa.

Além do artista Neuro, os grafiteiros Peace, Sisma Costa, Bigod, Lee27 e Thito Lama também pintaram seus painéis durante os shows do Blackitude. Os dois primeiros substuíram Bigod.

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Enquanto a platéia se esbaldava ao som do melhor do Hip Hop baiano - e contemporâneo -, rolava uma roda de break, com o grupo Independente de Rua, formado por oito B.Boys (dançarinos de breakdance).

Para a dançarina Tina Break, a principal importância do evento é poder apresentar para o público os quatro elementos que compõem a cultura Hip Hop. "Aqui todas as linguagens se unem para discutir e expressar temas sociais através dos grafiteiros, dos B.Boys, dos rappers e dos DJs", afirma Tina.

No intervalo das músicas, o público era contemplado com os versos politizados dos Poetas da Blackitude, que eram sempre muito bem recebidos. As frases que continham os versos mais engajados eram recebidas sob aplausos e gritos eufóricos da platéia.

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A turista de Recife Sueli Cerqueira não conhecia o Blackitude - apesar de já ter vindo algumas vezes a Salvador. "Alguns amigos me falaram muito bem dos eventos realizados pelo Blackitude, então resolvi conhecer. Eu gosto do ritmo e dos movimentos artísticos que valorizam a cultura negra, ela é muito rica", conta Sueli.

Já para o percussionista Jederson Pereira, que sempre comparece aos shows e apresentações do Blackitude, o evento é uma oportunidade maravilhosa de confraternização. "Aqui eu reúno os amigos em um ambiente que integra vários tipos de arte, além de proporcionar a união do Hip Hop com a música africana, algo absolutamente natural, já que fazem parte de culturas marginais que lutam contra o preconceito", explica Jederson.

O movimento sócio-cultural "Blackitude: Vozes Negras da Bahia" completa 10 anos de atuação este ano. O grupo tem como objetivo intervir de maneira crítica e criativa na cidade, como forma de afirmação e valorização da cultura negra afro-baiana contemporânea.

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:: Lívia Rangel
Assessora de Comunicação Texto e Cia/Pelourinho Cultural

:: Caique Gonçalves
Assistente da Assessoria de Comunicação Texto e Cia/Pelourinho Cultural

:: Fotos de Genilson Coutinho (Programa Pelourinho Cultural)

1.Rone Dum Dum e Heider
2.Peace
3. Ogan Rone e Zezé Olukemi
4.Lee27 e Neuro
5- Rone Dum Dum e Dj Shiba

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