terça-feira, 14 de junho de 2011

9 Respostas a procura de uma pergunta (5)

.
.
"- Promovo dois Saraus regulares hoje: O Sarau Bem Black e o Sarau Bem Legal. O primeiro tem orientação negra, é adulto na sua maior parte e acontece toda noite de quarta-feira no Sankofa African Bar no Pelourinho. O segundo é infantil, não tem recorte étnico definidor, é infanto-juvenil na sua maior parte e acontece toda última manhã de domingo do mês na Biblioteca Infantil Monteiro Lobato no bairro de Nazaré.

O Sarau Bem Black, uma experiência mais pertinente com o que conversamos aqui, tem estrutura física, identidade visual e axé negro. Concreta e simbolicamente estruturamos o sarau a partir de referências de elementos, ideias e demandas do mundo negro: candomblé, pan-africanismo, atabaques, hip hop, música negra mundial, etc.

Poeticamente, declaramos a Cooperifa culpada por existirmos, ela é a casa maior de nossa inspiração.

Nosso sarau, que acontece num bar africano em pleno centro histórico de Salvador, incorpora o Rap do grupo Opanijé, que abre e fecha o sarau desde o início do projeto. Há um dj residente - Dj Joe - que a cada edição homenageia um artista ou grupo da música negra mundial. De Fela Kuti a Claudinho e Buchecha; de Wilson Picket a Boney M; de Bob Marley a Zezé Mota, muito som já rolou – para todos os gostos e desgostos.

Mesmo sendo adulto, conta com duas crianças fixas no elenco. São as conceitualmente intituladas “poetas erês ou trapezungas”: Lucinha Black Power e Luiza Gata. Além delas, recebemos outros poetinhas da cidade.

Há (não necessariamente) convidados 'especiais' que podem ser da música, da dança - incluindo o Breaking, da pintura - incluindo o graffiti, do teatro, cinema, política, literatura, poesia, etc. Todos se expressam com suas respectivas linguagens simbólicas. Entre outros visitantes, já participaram do sarau os rappers-poetas GOG, Zinho Trindade, Akins Kintê, Rapadura, Kamau, Dexter, Kayodê, Vux; a cantora Ellen Oléria; a poeta e ativista Elizandra Souza, os poeta Sérgio Vaz e Cuti; o contista e romancista mexicano Alejandro Reyes; a atriz e declamadora gaúcha Vera Lopes; as pesquisadores e ativistas Cida Bento, Marly Silveira, Maria das Graças, Quênia Lopes.

O sarau já entrou pro calendário positivo da Bahia Preta sem véu de alegoria.

Daqui tenho receio de citar nomes, pois cometeria grandes injustiças. Ficarei só na equipe organicamente ligada à produção. Há apresentadores fixos que são, atualmente, além de mim, o Lázaro Erê, Robson Veio, Heider Gonzaga e Zezé Olukemi. Três meninas já fizeram parte dessa equipe: Negra Íris, Preta Mai e Iara Nascimento. Já tivemos aí também Sandro Susssuarana, membro da equipe que coordena o recém criado Sarau da Onça. Dois parceiros fundamentais na infra do sarau é o Dj Sankofa, ganense proprietário do Sankofa African Bar e grande parceiro do sarau, e o Júnior, misto de barman e técnico de som da casa.

O sarau conta ainda com o suporte para o que vier de Laila e Ana Cristina Pereira. Aquela se tornou também nossa twitteira (ao vivo), a Ana Cristina é responsável pela assessoria de imprensa da Blackitude em geral e do Sarau Bem Black em particular.

Some-se a essa equipe o designer Penga, meu grande amigo, responsável pelas peças publicitárias oficiais do Sarau e da Blackitude desde o início de tudo.

Extra-oficialmente, gostaria ainda de citar o irmão Thiago Ramsés, grande divulgador do sarau na internet e responsável por alguns de seus panfletos virtuais - belos e poderosos."

Nelson Maca - Poeta Exu Encruzilhador de Caminhos

.

Nenhum comentário: