sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Lançamento do DVD-GOG pela Net!

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Lançamento Ao Vivo Pela Internet!

07 de Março de 2009



http://www.rapnacional.com.br/
(click no link e ouça a vinheta)

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quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

GOG - Trailer: Cartão Postal Bomba - DVD

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Salve Todos e Todas,

aqui é Nelson Maca - Blackitude.Ba - daquele jeito:
em campo, pra pedir forças e reforços para mais uma batalha de vida da negritude e das periferias todas: da cidade, da mídia, do mercado, etc e tal...

Mais explicitamente, pedindo atenção para o lançamento do DVD do Rapper GOG de Brasília, para que vingue, para que circule, para que emocione o maior número de pessoas possíveis sem precisar ser subserviente ou entreguista.

A saúde do projeto depende de nossa adesão, antes de tudo, estratégica!

Primeira ação:
colaborar na pré-venda já!
Na compra e na divulgação já!

Estratégia Quilombola!

Depois de oito CDs, GOG, rapper de Brasília, lança em março seu primeiro DVD. Tudo muito bem cuidado, mantendo aquilo que o consagrou como um dos principais representantes do rap consciente do país: - postura ideológica inequívoca atrelada à alta tensão lítero-musical.

Quem já o conhece dispensa comentários.

Aos demais faço um convite a descobrir esta obra e esta pessoa que tive o privilégio de conhecer e me aproximar, migrando de admirador e fã explícito a parceiro, meio-biógrafo, divulgador convicto e amigo sem sombras de dúvida.

Este DVD que chega é mais um nosso gancho e pretexto para ampliarmos a corrente crítica na música e ativismo brasileiro.

O conceito independente aplicado ao GOG vai além do fato de não fazer música comercial ou produzir estética de vanguarda. Nele a independência, ampliando esses elementos, representa também a herança da contrapartida oficial dedicada a todos os artistas e ativistas que ousam enfrentar o status quo. Aos que se deslocam nos subterrâneos das linguagens.

Ou seja, sua Independência é também o preço pago por sua ousadia artística e política. Mas não deixa de ser a sua orgulhosa opção política de continuar entre nós.

Então, nós, os auto-declarados divergentes, podemos nos posicionar também com ele, já que é nós por nós numa corrente de rebeldia que amplia e fortalece nosso mercado negro, que dribla as armadilhas das estruturas oficiais e permanece viva e combativa.

Então, vamos colar com o Irmão nesta corrente, adquirindo o DVD na pré-venda, visitando o site, baixando músicas, etc e etc...

Detalhes e informações gerais e meios para conhecer e adquirir as obras anteriores e o DVD:
http://www.gograpnacional.com.br/

Como ouvi, mais de uma vez, lá no jogral bélico da Cooperifa:

“Nóis é ponte e atravessa qualquer rio!!”


Nelson Maca - Exu Anti-Catequizável de Remissão Sem Chance!

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terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Clipe GOG - Brasil com P

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Genival Oliveira Gonçalves

nasceu na cidade satélite de Sobradinho no Distrito Federal no ano de 1965, quinze dias depois da chegada dos seus pais à Brasília. É o segundo de uma família de quatro irmãos. Em 1973 muda-se para o Guará, onde reside até 1991.

Essa Cidade será o cenário de acontecimentos que irão transformar de vez sua vida: futebol, convívio com os primos mais velhos amantes da black music, os vinis e o 3 em 1 do seu pai, a formação do Grupo de Dança "Magrello's Pop Funk", que daria origem ao Grupo de rap "Os Magrello's, a iniciação no break, a chegada ao rap e a faculdade...

Adolescente, assiste a transição da Ditadura para o regime democrático, o surgimento do MST, do PT, e de outros movimentos sociais de base, bem como o retorno de exilados políticos e o fim da censura...

Paralelo a isso era a época das ruas de lazer, do soul, do funk, das quadras e salões lotados. Na seqüência o break explode no mundo! Nas periferias brasileiras a palavra do momento é "Hip Hop". Em meio a esse turbilhão de idéias e acontecimentos, que inclui a queda do Muro de Berlim, o fim da Guerra Fria, o Hip Hop Brasileiro vai se formando. Grupos como Thaíde e DJ Hum e Racionais Mc's arrebatam multidões com seus discursos e ritmos inflamados, apontando um novo rumo a juventude periférica brasileira. Em Brasília, o Movimento cresce a cada dia, mesmo sem ter nenhum contato com os outros estados.

Genival adota o pseudônimo GOG e inicia sua carreira artística.

A dupla paulista "Thaíde e DJ Hum" se apresenta no Distrito Federal pela primeira vez e inicia-se um intercâmbio entre os estados. É final dos anos 80. No ano de 1990 GOG recebe o convite do DJ Leandronik para participar da coletânea "Rap Ataca", do Selo Kaskata's, e grava a música "A Vida", o que seria sua primeira gravação oficial.

Em 1992, GOG em parceria com o Selo de Rap Discovery lança o compilado Peso Pesado e seu nome passa a ser projeto pelo país. Em 1993 GOG lança o Selo Independente "Só Balanço", para apresentar seus trabalhos e dar oportunidades a novos talentos, diante das dificuldades enfrentadas no mercado musical.

O Primeiro projeto foi o LP Vamos Apagá-los... Com o Nosso Raciocínio, de sua autoria. A Só Balanço a partir do ano de 1996 passa a ser Loja e futuramente estúdio de gravação, dentro do projeto de auto-gestão, que era o objetivo principal de sua criação. Por todo o Brasil, acontecem apresentações e suas músicas são executadas nas Rádios Oficiais e Comunitárias. As idéias e letras se propagam... GOG é chamado de "Poeta do Rap Nacional."

De 1994 a 2000 são lançados mais 4 discos: Dia a Dia da Periferia, Prepare-se!, Das Trevas à Luz e CPI da Favela. Várias músicas desses trabalhos tornam-se sucesso nas periferias do Brasil e têm vídeo clipes gravados, o caso de "Periferia Segue Sangrando" e "Matemática na Prática", recebe o "Prêmio Porte Ilegal" como melhor letrista do rap do pais, firmando ainda mais o nome GOG no cenário do Hip Hop Brasileiro.

A "Só Balanço" lança GOG Convida, a primeira coletânea do DF e entorno, e "Familia G.O.G - Fábrica da Vida"cumprindo seu papel de ceder espaço para novos talentos e fortificar ainda mais o Movimento. Surgem os Grupos "A Família"e "Viela 17", dando uma dimensão ainda maior ao "QG da Revolução".

O próximo trabalho, Tarja Preta é lançado em 2004 e recebe o "Prêmio Hutúz" de melhor disco do ano. Em 2005 é convidado pela banda de reggae Natiruts a participar no CD "Nossa Missão". GOG e Alexandre, filhos do cerrado, apresentam ao público a excelente e comentada faixa "Quem Planta o Preconceito?", que tem vídeo clipe lançado. A parceria continuará em 2008 no novo CD do Grupo "A Família". Em 2006, GOG é convidado a participar no "Acústico MTV-Lenine". Ele apresenta-se ao lado do Mestre da MPB interpretando a faixa "Eu e Lenine (A Ponte).

Nesse mesmo ano, GOG grava o CD Aviso às Gerações que traz as participações do Cantador "Rapadura" e "Lindomar 3L", que são aclamados como duas novas grandes revelações do Hip Hop Nacional.

Em 2007, GOG grava seu primeiro DVD - Cartão Postal Bomba! com lançamento confirmado para março de 2009. Destacam-se as participações de Lenine, Maria Rita, Gerson King Combo, Paulo Diniz, Mascoty, Isaías Jr, Nego Dé, entre outros. O formato da apresentação é inovador. GOG grava vários de seus sucessos acompanhado pela Banda "MPB Black" composta por Angel Duarte (Baixo, Paulinho (Bateria), Bruno (Guitarra Solo), Ariel Feitosa (Guitarra Base), Richelme Oliveira (Percussão), Ted (Teclados), Elen Oléria, Indiana Nomma e Kiko Sant'Ana (Violões e Backing Vocals).

Na época é gravado o vídeo clipe da faixa "Cavalo Sem Dono Selvagem" do CD Aviso às Gerações com participação de "Zumbi Rei". O cenário escolhido foi Diamantina, nas Minas Gerais. O objetivo é fortificar o Hip Hop pelo interior do país. GOG recebe os prêmios "Hutúz" (4 categorias) pelo CD Aviso às Gerações e "Dom Quixote de La Perifa" que segundo a Cooperifa: "...é uma homenagem a umas cem pessoas importantes da periferia, e pessoas que ajudam a periferia a se transformar em um lugar melhor para viver".

Em dezembro de 2008 lança o CD ao Vivo do DVD - Cartão Postal Bomba!". O lançamento é feito com exclusividade pela internet através do site www.gograpnacional.com.br. GOG apresenta uma nova proposta de negociação, divulgação, distribuição, reforçando, assim, a interação com o seu público e toda comunidade. É a Auto-Gestão em debate.

A aproximação com a literatura marginal e os movimentos culturais são essenciais para a sobrevivência do texto e do teor evolutivo do Hip Hop, segundo GOG, que estreita alianças com vários ativistas: Sérgio Vaz, Cooperifa, Férrez, 1daSul, Nelson Maca, Coletivo Blackitude, Alessandro Buzo, Suburbano Convicto e Sacolinha Graduado, entre vários outros.

Os Movimentos Sociais também se aproximam: MST, MSTL, Ação Educativa passam a ser parceiros do dia a dia. O Poeta prepara o lançamento do seu primeiro livro previsto para o primeiro semestre de 2009.

(Fonte: Assessoria Só Balanço Produções /
http://www.gograpnacional.com.br/ )

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GOG na Primeira Pessoa

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Dia 7 de março foi a data escolhida para o lançamento do DVD de hip hop mais esperado do País.

Falo isso sem mínima vaidade, muito concentrado, e antenado nos termômetros da Periferia e do Movimento Social brasileiro e mundial.

Admito que esse momento é um dos mais importantes da minha vida, e que eu só poderia receber um presente de maior quilate que este no dia 09/03, data do meu aniversário:
- A restauração da saúde da minha amada mãe.

Agora, depois de um longo trabalho, e apoiado pelo QG da Revolução, o desafio é o de proporcionar 10 apresentações, como se fossem presentes, na qualidade que nosso povo merece.

A princípio acontecem em Brasília, várias delas ao ar livre, sem cobrança de ingressos, e a intenção é viajar por todo território nacional.

A falta de teatros, e locais direcionados ao lazer e entretenimento nas Cidades Satélites foi logo percebida, mas a resistência continua, e a vontade de reunir amigos nesta grande confraternização é insuperável!

Mais que nunca sua contribuição é importante:
adquirindo ingressos antecipados, comprando o DVD na pré venda do site, fazendo sua doação, simplesmente baixando as músicas, divulgando as boas novas aos amigos e amigas...

É isso...

Deveras emocionado, só tenho a dizer mais uma frase:
- Foi feito com muito amor, e para vocês!


Com o respeito de sempre, GOG!


(Fonte: site Gog).

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Mais detalhes, informações, compras:

http://www.gograpnacional.com.br/

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Guerra Preta Estratégia Quilombola!



Totalmente juntos, agora unidos por algo que potencializa ainda mais a arte e o ativismo:
a confiança, o respeito mútuo e a amizade!

Nelson Maca - Blackitude: Vozes Negras da Bahia

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quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

GOG Manda Avisar

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Lançamento do DVD

GOG - CARTÃO POSTAL BOMBA!

Com: GOG + Dj A + Banda MPB Black


Convidados


Dia 7 de Março - Ceilândia - DF
Local: SESC - Teatro Nilton Rossi
Horário: 20:00h

Participações:
Gerson King Combo / Isaías Jr (Provérbio X)

DJ's: Jamaika - Ocimar - Dog Daia

Convidado Especial: Portal Rap Nacional
Transmissão ao vivo (som e imagem) pelo http://www.rapnacional.com.br/

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:: Gerson King Combo

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Dia 14 de Março - Paranoá - DF
Local: CEDEP
Horário: 20:00h

Participações:
Paulo Diniz / Dino Black / Japão / Manomix

Dj's: Woolfang - Tiago - Tony

Convidados Especiais:
Sérgio Vaz (Cooperifa-SP) / Nelson Maca (Blackitude-BA) / O Teatro Mágico(SP)
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:: SérgioVaz - Nelson Maca - GOG

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Dia 21 de Março - Brasília - DF
Local: Espaço Brasil-Telecom
Horário: 20:00h

Participações:
Lady Zu / Mascoty (Ideologia e Tal) / Kiko Peres

DJ's: Raffa - Elyvio Blower - Leandronik

Convidado Especial:
Portal Cultura Hip HopDia
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:: Lady Zu

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Dia 28 de Março - Samambaia - DF
Local: Sama Park Show - QS 104 - SMB Sul

Participações:
Nego Dé / A Família (SP)

DJ's: Hércules - Marola - Junior Killa

Convidados Especiais:
Alessandro Buzo e Marilda Borges
Cobertura do evento pelo site Suburbano Convicto

. :: GOG -Alessandro Buzo


Fonte:
ww.gograpnacional.com.br


A literatura divergente do Brasil agradece a lembrança
e o espaço!
A Blackitude.Ba tá em casa!!


Nelson Maca

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Obs. Em breve, aqui, data e local do lançamento em Salvador!
- Já tá na mente; logo vai pro palco!!

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SIMPLESMENTE BLOCO AFRO OKANBI


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Ókánbí homenageia o acarajé


O bloco afro Ókánbí, do Engenho Velho da Brotas, homenageia no carnaval deste ano o acarajé que já recebeu status de patrimônio imaterial brasileiro, outorgado pelo Ministério da Cultura (Minc). O tema do desfile é “Todo Mundo Gosta de Acarajé – O acarajé eco o lai lai ô” , inspirado na canção A preta do acarajé do compositor baiano Dorival Caymmi, falecido no ano passado.

O bloco do Engenho Velho desfila segunda-feira (23) e terça-feira (24) com muitos foliões e os destaques são para as alas de 500 dançarinos, de grupos e companhias de dança de Salvador e Região Metropolitana (RMS), e de 100 baianas, algumas ligadas a terreiros de candomblés e vendedoras de acarajé e outros petiscos afro-baianos.

Nos dois dias de desfile o bloco se concentra, a partir das 19 horas, na Praça Municipal, com destino ao Campo Grande, fazendo o circuito Batatinha. Os foliões acompanham a banda Ókánbí Afro-Pop, que mistura ritmos afro-baianos com afro-cubanos, como a rumba e a salsa. Além do trio, dois carros farão parte do desfile do Ókánbí: um com convidados e o outro trará a bailarina Samonair Santos, a Deusa Negra Atikun Ókánbi 2009, eleita em 4 de fevereiro último.

No decorrer do percurso o bloco oferecerá acarajés em alguns pontos. E a ala de canto formada por Jorjão Bafafé, Nito Gato, Tiano, Nailton X receberá o reforço da cantora Gal Borges.

“A cada ano priorizamos trazer para as nossas alas de dança bailarinos profissionais ou semi-profissionais para abrilhantar mais os nossos desfiles e buscamos também a profissionalização, sem esquecer que o Ókánbí é um bloco de comunidade e por isso nunca deixamos de fazer um desfile cultural, com temas pertinentes”, diz Zezé Barbosa, diretora da agremiação de carnaval.

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SERVIÇO
O Quê: Bloco afro Ókánbí
Tema: Todo Mundo Gosta de Acarajé - O acarajé eco o lai lai ô
Quando: Segunda-feira (23 de fevereiro) e terça-feira (24).
Onde: Circuito Batatinha
Saída: Concentração, a partir das 19 horas, da Praça Municipal, com destino ao Campo-Grande.
Fantasias: São doadas algumas instituições comunitárias já cadastradas.
Entrega: Sábado, 21 de fevereiro, das 9 às 12 e das 14 às 18 horas.

Assessoria de imprensa - Hamilton Vieira – 8847-4432
Mais informações - Jornalista Zezé Barbosa (diretora do bloco) – 3381-5782, 3492-5012 e 8752-5406. okanbi2@yahoo.com.br 18/02/09

(Divulgação)

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Um grupo da Blackitude, incluindo alguns companheiros, amigos e parceiros, acompanhará o Bloco Okanbi na avenida.

Jorjão Bafafé, desde a fundação do Afoxé Badauê - ao lado de Môa do Catendê, passando pela formação da Banda Ara Ketu pós afro e pré axé (rsrs), pela sua experiência de três anos como percussionista da banda de Jimmi Clif chegando à fundação do Okanbi, sem contar os anos e anos de Axé que vem dos ancestrais diretos, tem muito respeito e moral na sua quebrada e em qualquer outra.

Sou fã de carterinha deste mestre da percussão que, logo aós o DJ Bandido e antes do Opanijé, fez um solo loco no evento Blackitude 40º, trazendo uma vibração especial à nossa celebração.

Fui apresentado a ele, vamos dizer assim: mais próxima e pessoalmente, pelo Luís saudoso e querido mestre Luís Orlando da Silva. Agora, por conta própria (rsrs), estamos desdobrando a amizade e parceria.

Tenho acompanhado o Okanbi e gostado muito da seriedade e beleza do projeto. Também estou desenvolvendo uma parceria artística com o Jorjão (desta eu falo depois), além de planejarmos o estreitamento das relações Blackitude-Okanbi já em 2009 - depois do Carnaval - a começar com um seminário com a juventude do Engenho Velho de Brotas.

A cada dia, sinto que o caminho de africanidade traçado pela Blackitude vai se alargando, vai crescendo para frente e para trás.

Estamos, permanentemente, em Guerra Preta Estratégia Quilombola!
Estamos, dia-a-dia, construindo nossa Liga Africana Atual

A família é grande e dispersa, mas mãe só temos uma:

África!
One People! One Love!
Um só Povo! Um Só Amor!



Nelson Maca

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Foto 1 e 2 : daquele jeito, nego! rsrs
Foto 3: Jorjão Bafafé, Vox Sabou & Diegal (Haiti), Leila (SP) e meninos do Okanbi Mirim
(por Nelson Maca /Valeu a intenção - rsrssrs)

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terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Atrás do Trio Elétrico só não vai quem...

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Continho de Momo!

- Nelson Maca

Sebastião não tinha a menor idéia de onde estava. Tudo que via eram vultos que não paravam um segundo: aquelas manchas esverdeadas pra lá e pra cá, pra cá e pra lá. E choros, gemidos, cochichos, gritos, murmúrios, resmungos... Sirenes ao longe.
- Caraio... logo agora que ele ia realizar o grande sonho, hein, pai!?

- HGE!
- O quê!?
- Tão levando ele pro Hospital Geral do Estado.
- É grave.
- O quê?
- Você quer o quê?
- Sete tiro, se escapar dessa é milagre.
- Será que escapa?
- Só se for...

- Me ajudem aqui, pelo amor de Deus, me ajudem, gritava um jovem todo ensangüentado.
- Calma filho... calma filho...

Aquela senhora preta não desgrudava dele. Só podia ser a mãe, é claro. Sebastião não entendeu nada. Apenas observou aquela cena inesperada. Mas não esboçou nenhuma reação. Tava mesmo acordando de uma espécie de sono profundo sem diferençar bem o que era e o que não era. Não manteve os olhos abertos por mais de um minuto. Apagou de novo. Viu o mínimo para levar com ele, ainda sedado, meio letárgico, aquele rapaz se esvaindo em sangue. Mas não demoraria muito para acordar outra vez e mais outras e saber que permanecia num corredor de emergência. Como aprendeu depois, a sala de espera da morte. No mais, ía tentando juntar fragmentos, para compor uma situação.

- Sim, economizei um monte, e também combinou com minha saída do açougue.
- Você largô o açougue só por causa do carnaval?
- É... não é bem isso... ah, sei lá...
- Como assim sei lá?
- Já tava cansado mesmo de trabalhar lá. Aquilo não é vida... Cê tá loco? Todo dia a mesma coisa: carne, sangue e ossos expostos. Ainda se seu trabalhasse no balcão, apenas despachando. Não agüento mais ver açougue na minha frente!

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o menino oito anos bala perdida chega praticamente morto ainda suspira de leve em silêncio no meio do corredor infernal mas logo seu coraçãozinho pára de vez a gritaria supera tudo a barra tá pesando cada vez mais na Bahia Preta imagine nos dia de folia é difícil acreditar que alguém apaixonado tenha coragem de dar uma facada bem no meio do peito de uma mulher tão... mas... traição é traição né nego toda a Praça da Piedade em vez de ajudar fugiu... ajuste de contas diziam agora taí ela com esse rombo no peito que cabe um milho cozido dentro nesse período parece que o fogo aumenta e o coração desapruma dá pra ver que o cara é forte mas tá todo quebrado coitado bermuda suja de barro um pé de sapato só manchas em hematomas no corpo inteiro foram mais de trinta socando e chutando o abestalhado veja como ainda esboça um jeitão de valente mesmo apagado foi aquele clarão no Relógio de São Pedro o cara tá parecendo um travesseiro dormido não dá pra localizar bem olho lábio nariz na cara do maluco jeito e traje inconfundível chicleteiro alterado com certeza é chicleteiro ontem aquela loirinha de fora foi logo atendida e depois levada para um hospital particular direto pra UTI tem plano de saúde a parmalate mas não sei se escapa com facilidade não... encontraram ela lá perto do Shopping Barra fazendo não sei o que tão longe da pousada se é que foi por conta própria tava lá no asfalto como se fosse uma indigente qualquer esse viveu um drama absurdo no Farol acusado de não sei o quê pela barona de salto alto que tava vindo do camarote de Ondina como não tinha feito nada tentou argumentar apenas reagindo à agressão da branca quando chegou os home quis conversar demais... aí já viu né liberaram a granfina e o pau comeu foi pro lado dele o bicho pego feio man sarrafo nas costas do fudido se deu muito mal coitada da negona conseguiu um abadá colorido de bloco de barão e de manhã tava na real tentando vender deixaram ela próxima ao posto policial não se sabe quem nem a que horas toda arrebentada sem abadá nem grana a senhora se queimou toda marcando bobeira no meio do tumulto caiu por cima do tacho de dendê fervendo em plena Rua Carlos Gomes que escapa escapa mas vai ficar feia pó se entupiu de pó misturado com um monte de coisa abandonaram na porta na parte de fora mas dá pra ver que é bem nascida não parece filha de Salvador olha o relógio... o tênis caro da porra... cós baixo dando lance da calcinha branquinha ói só... mais de setecentos conto na carteira não é a toa que os médicos tão todo ouriçados em volta do corpão pó de montão assim com wisky redbull e o escambau não é pra qualquer um não sei não parece que não respira mais acho que já era pior que é lindinha como esse aí chegam aos montes feião, mas sem perigo de morte todo mundo sabe que é corretivo pra tirar dos circuitos da folia mas ninguém se mete também... aqueles cinco lá também tavam no arrastão do Pirajá ônibus cheio e pipoco pra todo lado os outros que tão lá no chão, ó... é ali não tem mais jeito o senhor vestido de mulher tava mijando num beco escondido quando, viiiixe...

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- Enfim em casa, hein, seu sacana. Vazo ruim não quebra mesmo.
- Cara, eu dei é sorte. Ainda tô com dois caroço no coco.
- Esses ficam pra sempre, né?
- E aí, já tá quase pronto pra outra, né?
- É, né?
- Sim e o carnaval, chegou a ver alguma coisa?
- Cara, você qué sabe mesmo?
- Sim...
- Ver, não vi, mas, para ser bem sincero, não gostei do que não vi!

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Este continho faz parte de um dos meus livros engavetados: RGP.
Mexi nele outro dia, fazendo uma espécie de síntese - que virou essa versão aí de cima - para o Zine que o Robson Véio tá preparando.

Não resisti e coloquei-o aqui como uma espécie de Lado B do Band Folia - aquela merda encamarotada que o Brasil todo come a cada ano como sendo o "verdadeiro" carnaval de Salvador.

Desculpa aí, Véio, prometo entregar outro conto "inédito" para você, irmão.

Aos demais, qualquer coisa, é só me procurar no Coração Rastafary e no Alerta Geral na quinta, no Bloco afro Muzenza e no Daganja na sexta, na saída do Ilê Aiyê no sábado, na Mudança Garcia na segunda, no Bloco Afro Okanbi na terça... sei lá... ou em qualquer quebrada suja e equecida do centro entre a Sete de Setembo e a Carlos Gomes ou nas imediações do Campo Grande... "mesmo que o rádio não toque... mesmo que a tv não mostre.."

Maca - Exu Desorientado na Folia de Momo!


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O Michel manda outra Letra

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A Elo da Corrente Edições é um orgulho e um modelo para mim e deve ser igualmente para todos que trafegam nas Divergências Críticas!

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A Blackitude destaca mais uma publicação de nós para nós emplacada pelo Michel, pela Raquel e por toda a rapa consequente do Sarau Elo da Corremte, que eu já admirava a distância. Depois conheci, pessoalmente, através do Buzo Suburbano Convicto e, agora, criei vínculos diretos de afetividade, ativismo, arte, negritude e, acima de tudo, amizade.

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Valeu Elo da Corrente!
Parabéns por mais esta vitória em letras da coletividade!

Nelson Maca - Blackitude.Ba

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domingo, 15 de fevereiro de 2009

GOG lança DVD em março!!

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GOG lança o DVD Cartão Postal Bomba

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Chegou um grande momento para muita gente do hip hop brasileiro:
em março GOG lança Cartão Postal Bomba lá em Brasília!

Acho que não precisa dizer o que isso significa para mim, pessoalmente, e para a Blackitude como um todo.
Nossa aproximação e parceria com o Poeta de Brasília Periferia tem sido na base da confiança mútua e da solidariedade coletiva.
Só tem trazido bons frutos e muita vibração positiva para todos nós!

Todos em processo de crescimento.
Só progresso!

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Ainda aguardamos a data de lançamento do livro do GOG pela Gobal Editora, o que deve acontecer ainda no primeiro semestre. Como já disse aqui, tive a honra de organizar o volume.

Trabalhei muito próximo ao cara, inclusive em Brasília, quando tive a felicidade de vê-lo no palco como convidado especial do Lenine. A platéia levantou-se, para aplausos em pé.

E eu lá, vendo tudo na moral e de um lugar privilegiado: passagem de som, camarim depois da apresentação, etc.

Tenho me dedicado de corpo e alma ao hip hop...
em compensação, ele tem me possibilitado experiências de vida excelentes.

Uma delas é ter me conectado a uma galera da paz em Salvador, antes e depois, dentro e fora da Blackitude. Daí a coisa se expandiu pelo Brasil e até exterior.

Do Brasil, cito aqui o irmão Sérgio Vaz.

De fora, Vox Sambou, haitiano que mora no Canadá.

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Desta expansão, muitas balas poderosas já estão no pente.

Adianto, aqui, duas delas:

1- Sou convidado para participar da festa de lançamento do DVD em Brasília, ao lado de Sérgio Vaz (Cooperifa) e do grande Paulo Diniz...
Outros nomes ainda serão confirmados.

Também estou discutindo com o GOG o lançamento do DVD em Salvador: show com a banda completa, DVD e CD Cartão Postal Bomba com preço acessível a nós mesmos.

2- Mantenho contato com o Vox Sambou.
Queremos ampliar nossa parceria, trazendo o Nomadic Massive completo pra Salvador no segundo semestre, para apresentações e seminários.

Antes disso, pode rolar a vinda do Vox, para gravar um clipe por aqui.

Muita água vai rolar...
Logo, trago notícias mais objetivas sobre tudo isso!

Time will tell...

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Blackitude+Cooperifa+Só-Balanço::Estratégia.Quilombola




Nelson Maca

"Indo aos poucos, nada no bolso ou nas mãos, mas indo..."
- Aos poucos!

"Um olho nos filhos dos filhos dos netos e o outro nos pais dos pais dos avós!"
- Eu vou...


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Foto1: GOG e Lenine e banda dividem o palco durante show de gravação do dvd. (Divulgação)
Foto2: GOG durante show de gravação do dvd. (Divulgação)
Foto3: SérgioVaz, Nelson Maca e GOG durante lançamento do livro "Suburbano Convicto: pelas periferias do Brasil - Vol.1". Organização de Alesandro Buzo. (por Marilda Borges -? )
Foto4: Vox Sambou no evento "Blackitude + Zumbi = Etratégia Quilombola". (por Fernando Gomes)

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sábado, 14 de fevereiro de 2009

Blackitude 40º - Resenha do Pelourinho Cultural

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BlacKitude 40º
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reuniu diversas linguagens artísticas do Hip Hop
agitando a noite de sábado (7), no largo Tereza Batista


Por: Lívia Rangel e Caique Gonçalves
Fotos: Genilson Coutinho

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O coletivo "Blackitude: Vozes Negras da Bahia", com quase dez anos de atuação, promoveu, no último sábado, no Pelourinho, mais uma edição do espetáculo Blackitude 40º. O evento multicultural integrou os quatro elementos - música, artes plásticas, dança e poesia -, que formam os laços de identidade da cultura negra.

Quem esteve no Pelourinho no último sábado pôde conferir uma das maiores manifestações artísticas de valorização e afirmação da cultura Hip Hop realizado em Salvador. O largo Tereza Batista ficou pequeno para receber o evento Blackitude 40º, realizado pelo grupo Blackitude: Vozes Negras da Bahia.

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O evento apresentou uma mostra de várias manifestações culturais, através das artes plásticas (grafite), poesia (Rappers), passando pela dança (B.Boys) e muita música (DJs e MCs). Apoiado pelo Programa Pelourinho Cultural, da Secretaria de Cultura, se propôs a unir diversão e discurso etnopolítico, como forma de luta contra a discriminação.

"O Blackitude tem como objetivo o fortalecimento dos laços de identidade da cultura negra contemporânea, através da integração do Hip Hop com a música africana, por exemplo", explica Nelson Maca, responsável pela realização do evento.

As apresentações musicais ficaram a cargo do DJ Bandido e dos grupos Opanijé, Afrogueto, Daganja e RBF (Rapaziada da Baixa Fria). Paralelamente aos shows, os grafiteiros demonstraram ao público a beleza da sua arte - em painéis que ficavam expostos na entrada e laterais do largo do Pelourinho.

O grafiteiro Neuro, que faz grafite há 10 anos - desde os 13 –, acredita que a idéia do grafite é justamente de integração. "O Blackitude é um evento multicultural de afirmação da cultura de rua", completa.

Além do artista Neuro, os grafiteiros Peace, Sisma Costa, Bigod, Lee27 e Thito Lama também pintaram seus painéis durante os shows do Blackitude. Os dois primeiros substuíram Bigod.

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Enquanto a platéia se esbaldava ao som do melhor do Hip Hop baiano - e contemporâneo -, rolava uma roda de break, com o grupo Independente de Rua, formado por oito B.Boys (dançarinos de breakdance).

Para a dançarina Tina Break, a principal importância do evento é poder apresentar para o público os quatro elementos que compõem a cultura Hip Hop. "Aqui todas as linguagens se unem para discutir e expressar temas sociais através dos grafiteiros, dos B.Boys, dos rappers e dos DJs", afirma Tina.

No intervalo das músicas, o público era contemplado com os versos politizados dos Poetas da Blackitude, que eram sempre muito bem recebidos. As frases que continham os versos mais engajados eram recebidas sob aplausos e gritos eufóricos da platéia.

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A turista de Recife Sueli Cerqueira não conhecia o Blackitude - apesar de já ter vindo algumas vezes a Salvador. "Alguns amigos me falaram muito bem dos eventos realizados pelo Blackitude, então resolvi conhecer. Eu gosto do ritmo e dos movimentos artísticos que valorizam a cultura negra, ela é muito rica", conta Sueli.

Já para o percussionista Jederson Pereira, que sempre comparece aos shows e apresentações do Blackitude, o evento é uma oportunidade maravilhosa de confraternização. "Aqui eu reúno os amigos em um ambiente que integra vários tipos de arte, além de proporcionar a união do Hip Hop com a música africana, algo absolutamente natural, já que fazem parte de culturas marginais que lutam contra o preconceito", explica Jederson.

O movimento sócio-cultural "Blackitude: Vozes Negras da Bahia" completa 10 anos de atuação este ano. O grupo tem como objetivo intervir de maneira crítica e criativa na cidade, como forma de afirmação e valorização da cultura negra afro-baiana contemporânea.

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:: Lívia Rangel
Assessora de Comunicação Texto e Cia/Pelourinho Cultural

:: Caique Gonçalves
Assistente da Assessoria de Comunicação Texto e Cia/Pelourinho Cultural

:: Fotos de Genilson Coutinho (Programa Pelourinho Cultural)

1.Rone Dum Dum e Heider
2.Peace
3. Ogan Rone e Zezé Olukemi
4.Lee27 e Neuro
5- Rone Dum Dum e Dj Shiba

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sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Blackitude 40º por Ana Cristina Pereira

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BlacKitude 40º
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Quando o santo da casa faz milagre...

por Ana Cristina Pereira

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Menos de três meses separam os dois últimos eventos da Blackitude. Em novembro passado, o coletivo celebrou Zumbi dos Palmares e o 20 de novembro no Icba, com as presenças dos rappers haitianos Diegal e Vox Sambou. No último sábado, fez sua primeira atividade de 2009, na Praça Tereza Batista, numa parceria com o projeto Pelourinho Cultural. Naquela festa, mesmo que a acolhida tenha sido muito boa para os grupos locais, a expectativa recaia, naturalmente, na presença dos visitantes estrangeiros.

Aproveitando o clima quente dos eventos de Verão da cidade – do qual o hip hop só participa ocasionalmente – o coletivo escalou o mesmo elenco do Icba, sem os convidados de fora, para o Blackitude 40º: as bandas Opanijé, Afrogueto, R.B.F e o rapper Daganja. Os grafiteiros Lee27, Neuro, Bigod - substituído por Peace e Sisma costa - e Thito Lama. Os b.boys do Independentes de Rua, comandados por Ananias. E o DJ Bandido, que abriu a noite, entregando a platéia devidamente aquecida para as bandas.

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Das 7h à meia-noite, aconteceu o que a Blackitude sempre busca nos eventos que realiza, mas que, por um motivo ou outro, nem sempre acontece: público atento e receptivo; interação entre break, discotecagem, graffite e rap, cada um com merecido destaque, e profissionalismo das bandas, com shows bem amarrados e cumprimento dos horários.

O primeiro show foi da Opanijé, que segue burilando o casamento com as influências afro-baianas, com a percussão, a cargo de Ogan Rone e Zezé Olukemi, muito bem-vinda no palco; DaGanja esquenta na divulgação do recém-lançado Entre prosas e versos; já a Afrogueto veio sedutor, com direito a cenário e figurantes em cena; e o R.B.F fechou muito bem a noite, com o orgulho de ser dono do maior hit do rap baiano atual: o Blakão, com seu refrão desconcertante e provocador “cabelo da desgraça”. A praça inteira cantou.

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A noite ainda contou com a ilustre participação do percussionista Jorjão Bafafé, do Bloco Afro Okánbi, com os versos amenos de Luiza Gata e os provocadores de Nelson Maca, Giovanni, Iaracira e Negra Íris - que também acompanha o R.B.F. e foi a modelo do inspirado e comentado panfleto de Penga - a apresentação na medida foi de Robson Veio.


Todos milagrosos santos de casa.


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foto1: o público: o termômetro do evento.
foto2: Lázaro - Opanijé
foto3: Giovane - poeta
foto4: Roda de Break
foto5: Mc Daganja e grupo
foto6: Jorjão Bafafé - Okanbi

Vilma Neres: fotos 1, 3, 4, 5 e 6
Fernando Gomes: foto 2

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quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Blackitude Nostalgia - Bahia Preta

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Foi um dia bacana lá no Theatro XVIII - Pelourinho.
Mais ou menos em 2005 por aí...

Evento: Penso, logo existo!

Palestra ilustrada sobre hip Hp
com Nelson Maca e parceiros da Blackitude

Da esquerda para direita:

b.boy Ananias (Independente de Rua), mc Spock ? (rap free style),
grafiteiro Neuro (O'Clan Crew), grafiteiro Lee27 (O'Clan Crew),
dj Edilson (Elemento X), mc Kiko (Afrogueto),
mc Juno (Quilmbo Vivo), mc Macarrão (free style),
b.boy Jorge (Independente de Rua)

Mexendo nos arquivos, em busca de outra foto, encontrei esta:
Só Love!!!!

Quem deu o Click foi a parcerinha Helena!

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quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Festa Solidária

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Esta festa está sendo produzida por alunos unversitários negros como forma de arrecadação, para arcarem com despesas de matrícula, mensalidade, etc e tanto...

Pra ver como é, né: a gente quer estudar, mas o sistema iniste em tentar nos impredir!

Enfim, estarei lá...
Você vem?
Ou melhor: mesmo que você não vá, compre ingressos!

É uma boa causa e é uma causa nossa!
Nelson Maca

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terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Alessandro Buzo e Alexandre de Maio avisam

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CONFIRMADO!!!!

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"JORNAL BOLETIM DO KAOS"



Um jornal com conteúdo, de graça.
Mensal (Lançamento em Março/2009)

Uma parceria Boletim do Kaos e ITAÚ CULTURAL.

A parceria não visa dinheiro, o Itaú Cultural entra com a gráfica para 10 mil exemplares (16 paginas) por mês.

O primeiro vem em Março, aguarde que confirmaremos em breve, data e local do lançamento.

Mais uma conquista da LITERARUA:
tudo sobre literatura, cinema, música.

Alessandro Buzo e Alexandre de Maio, editores:

boletimdokaos@hotmail.com

(Divulgação)

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Desejo toda sorte aos parceiros e ao jornal, aliás, muito bem vindo!

Já troquei umas idéias pontuais com os dois e já tá firmado meu apoio no que for!
A Blackitude também tá junto no que vier...

Nelson Maca - Blackitude.Ba

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segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Nota de esclarecimento!

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Errata


O coletivo BlacKitude: Vozes Negras da Bahia vem a público se desculpar pelo erro na divulgação do título do nosso último evento: BlacKitude 40º.

Quem esteve lá viu que foi propaganda enganosa.

Sem maldade, substimamos a capacidade de mobilização, confederação e celebração do hip hop baiano: em cima do palco e na platéia, antes e depois da ação central...

Por isso nos desculpamos.

Corrigimos nosso erro agora, pois o que tivemos da Praça Tereza Batista, no Sábado, dia 07 de fevereiro, foi

BlacKitude 1.000º (Mil Graus)



Obs.:
Ainda não tenho as palavras para descrever o que vi e ouvi lá, porém, muito em breve, postarei, aqui, a resenha completa da festa, pois contarei com a cumplicidade de gente, de dentro do processo, e que entende das manhas de registrar nossas ações com objetividade e beleza: Ana Cristina Pereira (jornalista), Fernando Gomes (fotógrafo), Vilma Neres (fotógrafa), Dj Mário77 & Vj Guga Calazans (Caixa do Lixo Vídeo).

Fica, desde já, o agradecimento a todos os envolvidos em todos os momentos e perspectivas. Depois nominarei alguns que fortalecem nossa caminhada.
Por ora homenageio quatro camaradas da Blackitude que dão sangue pra ver as coisas de pé:
Camburão, Mimiu, Bob Bôa e Jailton Jai.

E mais dois que são, entre outros, simplesmente, a razão de ser do hip hop na Bahia:
Fábio Sanguessuga (Adesivo 10) e Gomez (Elemento X).

Eles são nossos símbolos maiores da necessidade que temos de estar juntos para frente, mas com a cabeça sempre voltada para trás.

Um olho nos filhos dos filhos dos netos e o outro nos pais dos pais dos avós!

- Queiiimaaaaa, Zzummmbi!!


Nelson Maca - Coração no Bico da Chuteira.

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segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

BLACKITUDE 40º - SAIBA TUDO!!!

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A VIBRAÇÃO DA BLACKITUDE É POSITIVA!!

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No próximo sábado: BlacKitude 40º no Pelô.

Então, até passar nosso evento “pré-momesco”, o blog Gramática da Ira vai centrar sua energia para elevar a temperatura rumo aos 40 º almejados. Será uma semana de muito trampo que, espero, seja compensado com uma festa bela, tranquila e black. Depois, volto com força total ao cotidiano do blog. Ao longo da semana, no entanto, estarei reeditando estas postagens relativas ao evento, trazendo novidades, acrescentando detalhes, corrigindo deslizes, mostrando mais fotos, completando as entrevistas, etc e tanto e tal....

Estas postagens para mim são muito especiais. São direcionadas a todos que curtem o hip hop soteropolitano, que acompanham a Blackitude, para os que tem vontade de se aproximar ou simplesmente para quem tem curiosidade em saber a quanto anda a cena local.

Segue aí, novamente, o texto geral do evento, os particulares das atrações artísticas e um histórico do coletivo Blackitude: Vozes Negra da Bahia.

Seguem também fotos e uma pequena entrevista coletiva. Só que, na real, o coletivo aqui não se refere ao número de entrevistadores, mas de entrevistados, ou seja, fiz uma série de perguntas para todos e algumas específicas para um ou alguns dos participantes. Para agilizar e dar leveza ao processo, fiz perguntas nominais a um dos integrantes de cada grupo de rap. Agradeço desde já a boa vontade e colaboração de cada entrevistado, estendendo a todos os artistas aqui representados.

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Meus sincero respeito e amizade aos irmãos b.boy Ananias e grupo Independente e Rua, Aspri e grupo RBF (Rapaziada da Baixa Fria), Bigod, Daganja, DJ Bandido, Lázaro Erê e grupo Opanijé, Lee27, Neuro, Oz e grupo Afrogueto, Thito Lama .

Espero sinceramente que todos possam conhecer, aqui, um, pouco mais desses artistas do hip hop de Salvador, sua relação com a Blackitude, sua impressão sobre nosso último evento (Blackitude + Zumbi – Nov-2008) e expectativas para o próximo: Blackitude 40º.

Sem delongas, e, com certeza, para os que estão em Salvador, nos bateremos nesta semana que entra, pois nossa panfletagem já está na rua. Aos que não trombarmos na Soterópolis, espero vê-los na Praça Tereza Batista no sábado que vem, para mais esta grande celebração. Quem está fora, espero, sinceramente, nos batermos em breve: aí ou aqui!

Enfim meus agradecimentos a equipe direta de produção da Blackitude e aos que já estão e/ou estarão trabalhando com a gente nesta empreitada 3A: de Arte, Amor e Ativismo: Ana Cristina Pereira, Ananias, Bob Bôa, Camburão, Cleide, Daniel, Dj Edilson, DJ Joe, Frank, Íris, Jailton, Leo, Mimiu, Nelinho, Neuro, Pablo, Penga, Raquel, Redivan, Robson Véio, Roberto, Silvia, Thina. Há mais gente, claro, depois vou acrescentando os demais... A família é grande e dispersa, mas mãe só temos uma:

África! One People! One Love!

Nelson Maca – na Trincheira

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Folder
- Criação: Penga
- Modelo: Negra Íris (RBF)
- Foto: Nelson Maca

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Blackitude 40º - Release Geral

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BlacKitude 40º


Imagens, Ritmos e Poesias da Bahia Preta tomam de assalto
o Largo Tereza Batista em evento no dia 07 de fevereiro


Grafiteiros, dançarinos de break, poetas, rappers, dj’s e ativistas integram a Blackitude: Vozes Negras da Bahia, que tem como principal objetivo intervir crítica e criativamente na cidade. Nosso coletivo completa dez anos de atuação em novembro de 2009, volta à cena no evento BlacKitude: 40º, que acontece no dia 07/02 (sábado). A noite engloba manifestações das artes plásticas, poesia, dança e música negra. A programação começa às 19h, com a participação dos 4 elementos do hip hop, simultaneamente, e de poetas da negritude.

As apresentações musicais serão abertas pelo DJ Bandido que tem a tarefa de elevar a temperatura dos presentes aos 40º anunciados no título do evento. Após a performance do parceiro, assume a responsabilidade do clima os grupos Afrogueto, Daganja, RBF (Rapaziada da Baixa Fria) e Opanijé. Com estilo próprio, eles representam alguns dos caminhos que o rap tem trilhado ao ganhar sotaque soteropolitano.

Paralelamente aos shows, os grafiteiros estarão pintando os painéis que farão parte do cenário. Os responsáveis pela execução das obras são Bigod, Lee27, Neuro e Tito Lama. Todos demonstram, ao vivo, sua destreza com as latas de spray. O BlacKitude 40º contará também com a presença dos dançarinos Ananias e Thina, acompanhados do grupo de Independente de Rua, que transfere sua tradicional roda de break da Praça da Sé para a Praça Tereza Batista.

Além das imagens, movimentos e ritmos do hip hop soteropolitano, o público poderá conferir a apresentação dos Poetas da Blackitude. Já tradicional nos eventos do coletivo, a poesia da chamada literatura negra volta ao palco, dando uma mostra vigorosa da oralidade local.

O Blackitude 40º, idealizado e produzido pelo Blackitude: Vozes Negras da Bahia, tem o patrocínio do Programa Pelourinho Cultural, órgão da Secretaria de Cultura da Bahia. É importante voltarmos ao Pelourinho, mais uma vez, entrando pela porta da frente se subserviência, para uma noite que, para nós, nossos parceiros, familiares, amigos e simpatizantes representa bem mais que um simples show. Encaramos nosso eventos artísticos como uma confraternização de Irmãos que, através das estéticas da cultura hip hop, participam da grande causa negra. De nosso modo, fazemos nossa festa, porém sem apagar, nem ocultar, as mazelas do passado que se estendem e que, ainda hoje, determinam alguns de nossos conflitos”.

A juventude soteropolitana e a população de forma geral têm mais uma oportunidade de diversão consciente. O Blackitude 40º é um desdobramento das atividades que desenvolvemos na cidade, sempre mantendo o vigor do discurso e ação etnopolítica. Sem esquecer sua potencialidade estética, o coletivo compreende e pratica a arte como estética, mas também como estratégia de luta contra a discriminação e o racismo que vitimam o povo africano onde quer que ele se encontre.

Nas postagens seguinte, muitas informações!

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SERVIÇO
Evento: Blackitude 40º
Local: Praça Tereza Batista – Pelourinho
Data: Sábado, 07 de fevereiro de 2009
Horário: A partir das 19h
Entrada: Livre
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Folder: Penga
Foto: B.Girl Thina por Nelson Maca

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Blackitude 40º - Atrações

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Confira as atrações do BlacKitude 40º


Dj Bandido / Dj


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Formado no hip hop, o DJ Bandido tem se destacado pela criatividade com que trafega em estilos como soul, funk, reggae, dub, drum and bass e samba rock, entre outros. Seu domínio dos samplers e screatchs – que fez com que o DJ KL Jay, dos racionais MC´s, lhe desse o apelido sugestivo – já o levaram para apresentações ao lado de artistas como o David Moraes, Arto Lindsay, Radiola, B Negão, Dj Hum, Paquito, Dj Dolores, Margareth Menezes e KL Jay, entre outros, e a eventos como Skol Bau Elétrico, Skol Tropical Beat E Tim Perc Pan 2005. Bandido desenvolve atividades voluntárias na sua comunidade, Nordeste de Amaralina, juntamente com os outros ativistas e membros da Posse Zumbi, ministrando oficinas de arte educação em escolas públicas. Também integra os projetos Infocentro Musical (SETRAS), Eletrocooperativa, Gapa, Blackitude, e Gabiru do Nordeste, todos direcionados aos jovens carentes. Ultimamente desenvolve projetos que misturam a música popular regional com a eletrônica e prepara seu primeiro disco de beats, que vem cheio de influências de música baiana afro percussiva e foi batizado de Comdendê Beat.

Afrogueto / Rap


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Formado em 2000, o Afrogueto
inicia sua história com um trabalho voltado para o resgate social, a inclusão e o direito à liberdade de expressão. Com um repertório diversificado entre ritmos e poesias que falam do cotidiano, seu objetivo é alcançar o maior número de pessoas, para reflexão de maneira espontânea. Com formação clássica, Dj e Mc´s sintonizam atmosferas de harmonias com guitarras, percussão e sintetizadores. No primeiro EP promocional (2003) já buscava a linguagem regional sem perder os elementos da atualidade. Com sete faixas, o disco foi bem aceito pela crítica pontual e pelo público. Com dois clips gravados, o grupo entrou em 2005 em estúdio para produzir seu primeiro álbum, que lhe rendeu apresentações em programas de TV, rádios, festivais de porte variado, sendo premiado como melhor grupo de rap do norte-nordeste no Prêmio Hutuz, maior premiação da América Latina para o gênero, promovido pela CUFA-RJ. Hoje o Afrogueto é um dos grupos soteropolitanos com maior trânsito e reconhecimento no cenário brasileiro, sendo presença obrigatória nos eventos que marcam a história do rap. Kiko, Oz e Fall é a linha de frente da família que carrega vários talentos em suas apresentações, proporcionando momentos intensos de interatividade e improviso. http://www.myspace.com/afrogueto


MC Daganja / Rap

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Com mais de 10 anos de estrada, Alan dos Santos, mais conhecido como Daganja
, atuou em grupos de RAP baianos como Conexão dos Periféricos, Verbo de Malandro, Testemunhaz, Stereo e Afrogueto. O rapper estreou solo em novembro passado com o cd Entre versos e prosas, pelo selo Positivoz em parceria com a Freedom Soul Rec. e o Coro de Rato Produções. O trabalho traz a influência do samba, reggae, soul, dub, MPB, e ritmos caribenhas. Tudo isso misturado à batida do rap faz uma trilha perfeita para suas letras, que falam das ruas, espiritualidade, batalha, vitórias, conquistas, dores e amores. Apesar de recente, Entre Versos e Proas vem tendo bom destaque na imprensa especializada em rap e já foi mostrado no Rio de Janeiro e no interior da Bahia, além de uma agenda cheia pelo circuito alternativo de Salvador. Em 2004, quando fazia parte do grupo Testemunhaz, Daganja teve seu primeiro registro fonográfico com o título A Vida nos Ensina, que também foi gravado de forma independente. Com letras politizadas e boas batidas acompanhando as rimas, o cd rendeu ao grupo grande repercussão entre o público, sendo um dos indicados ao Prêmio Hutuz como melhor grupo de rap do norte/nordeste naquele ano. Em 2003, junto ao Afrogueto, gravou um disco demo e, no ano seguinte, dois vídeos-clipe, fazendo shows ao lado de grupos como Racionais, SNJ, MV Bill e Charlie Brown Jr. www.positivoz.com / www.myspace.com/mcdaganja


Opanijé / Rap

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O grupo Opanijé
(Organização Popular Africana Negros Invertendo o Jogo Excludente) surgiu no final de 2005, tendo como integrantes Lázaro Erê e Rone Dum-Dum (voz e letras) Dj Chiba D (toca-discos) e Bell Prata (percussão). Com a proposta de fazer um estilo próprio de RAP, com letras que exaltam a cultura negra e a ancestralidade africana, a banda une o que há de mais moderno nas tendências musicais como samplers, efeitos e batidas eletrônicas ao que temos de mais tradicional na cultura afro-baiana: berimbaus, instrumentos percussivos e cânticos de candomblé. No currículo do Opanijé se destacam participações no carnaval ao lado do rapper paulistano Thaíde, abertura do projeto “Soletrando Atitudes”, ao lado do carioca B. Negão, participação em eventos como “Pelourinho na Rota da Rima”, dividindo o palco com o grupo Z’África Brasil, e eventos com atrações internacionais como o Blackitude+Zumbi, onde o grupo tocou com os haitianos radicados no Canadá Vox Sambou e Diegal do grupo Nomadic Massive. Vale destacar também a participação do grupo no VIII Mercado Cultural. No repertório contam canções como Encruzilhada, Valeu, Zumbi, e Hoje eu Acordei, Mulher! que estão disponíveis no
www.myspace.com/opanije.


R.B.F - Rapaziada da Baixa Fria / Rap

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O grupo RBF - Rapaziada da Baixa Fria -
reúne jovens do bairro do Cabula que procuram romper as barreiras do preconceito e da discriminação racial e reverter os estigmas sofridos pelos moradores do local, que convivem num paralelo de violência e ociosidade. O grupo busca informação para conscientização e melhoria da sua área, atuando através de linguagens artísticas e desenvolvendo trabalhos sociais de base, sempre elegendo como lastro de aglutinação e sustentação estético-ideológica o break, o dj, o graffiti e o rap. Enfim, os elementos da cultura hip hop. Ao longo do ano, o RBF promove eventos educacionais como ciclos de palestras, mostras de vídeos seguidos de debates, e eventos artísticos culturais, como shows e festas. O ponto alto de sua atuação é o União dos Manos, festival anual que conta com a participação de vários grupos de hip hop. Nascida no ano de 2000, a banda é formada pelos MC´s Aspri, Heider e Iris e se prepara para lançar quinze faixas na web, fruto do edital da Fundação Cultural do Estado que venceram no ano passado.


Bigod / Graffiti

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Envolvido com arte de rua desde 1998, ilustrador e grafiteiro, Bigod
é conhecido pela temática de misturar fantasia com realidade, trazendo a tona contos, lendas e mitos de várias culturas. O carro chefe de sua arte é a “A Trindade” composta pela carranca do Rio São Francisco, os sapos multicoloridos e o baiacu. A proteção, o amor e a lembrança do passado. Faz parte da NOVA10ORDEM Crew, grupo de graffiti que organiza sua mostra todo ano numa fabrica abandonada, concentrando artistas baianos e de outros estados. Bigod tem trabalhos expostos em várias cidades baianas e em estados como Rio de Janeiro, São Paulo, Minas gerais, Ceara e Espírito Santo. Com o intuito de propagar a arte e a cultura da Bahia através do graffiti, foi convidado a executar murais em algumas cidades da Itália, passando por Roma, Bassano, Milão, Bolonha, Veneza, Firenze, Modena, Reggio Emilia e Verbânia. Participou do 1° Meeting of Styles, evento internacional de graffiti e do MOF Meeting of Favela do Rio de Janeiro. Compôs a equipe organizadora do 1° Encontro de Graffiti de Salvador, promovido pela Colorgin. Realizou sua primeira exposição individual, “Nova10Ordem - O SAPO: contos, lendas e mitos” no Instituto Cultural Brasil Itália Europa e foi um dos selecionados do projeto Arte Graffiti, da Caixa Cultural.


Lee27 / Graffiti

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Atuante desde 1993, Lee27 é representante da primeira geração de grafiteiros da Bahia. Destaca-se por imprimir no grafitti uma identidade voltada para a religiosidade de matriz africana, principalmente com representações bem pessoais dos Orixás. Militante e arte educador do movimento hip-hop, é membro da Rede Aiyê Hip-Hop e da Blackitude e fundador do grupo de graffiti OCLAN crew. Além da rua, participou de exposições nas galerias do Teatro Gregório de Mattos (coletiva da OCLAN) e da Caixa Cultural Salvador (Projeto Arte Gerafitti na Galeria) e na Serralheria Sousa Pinho (1ª Bienal Internacional de Graffiti de Belo Horizonte). O artista tem trabalhos importantes no interior da Bahia e em estados como Pernambuco, Paraíba, Ceará, Minas Gerais, Espírito Santo, Brasília e São Paulo. Também já mostrou sua arte na França , Alemanha , Espanha e Itália. Foi um dos idealizador do projeto Salvador Graffita da Prefeitura Municipal de Salvador.


Neuro / Graffiti

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Neuro
é um dos mais atuantes grafiteiros da cena baiana. Seu estilo é voltado para temática urbana e já lhe rendeu prêmios em concursos como o Grafite que te Quero Verde, e na seleção para decoração do Carnaval da Praça da Piedade - parceria entre a UNEB e EMTURSA. É fundador do grupo OCLAN crew, que trabalha exclusivamente com grafitti e reúne os artistas Theip, Lee27, Drico, Bob e Questão. Também é membro do Blackitude –Vozes Negras da Bahia, coletivo formado por b. boys, mc´s, dj´s e grafiteiros, cujo objetivo é difundir a cultura Hip-Hop através de ações sociais e da arte. Nos seus nove anos de trabalho com a cultura hip hop, já realizou diversas oficinas e teve muitos dos seus trabalhos publicados em jornais locais e revistas nacionais. Outros trabalhos podem ser vistos na internet ou ainda pelos muros da cidade. Movido pela necessidade de veicular as novidades e informações sobre graffiti baiano, Neuro idealizou o Fanzine Na Lata. No ano passado, foi o coordenador artístico do curso Arte Grafitti na Galeria, na Caixa Cultural Salvador.


Thito Lama / Graffiti

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Morador de Saramandaia, Thito Lama
, 26 anos, atua há 12 como pintor e grafiteiro. Ao longo de sua carreira, vem realizando atividades culturais e sócio-educativas com o graffiti como a atuação no Grupo Cultura Arte Consciente, onde atua como educador desde 2003, no Quilombo Educacional Milton Santos Pré-vestibular (2005) e no curso de Graffiti x Direitos Humanos, oferecido para alunos do Projeto Progredh (Ministério Público, Prefeitura de Salvador e Instituto Cultural Stive Biko), na Escola Estadual Rui Barbosa. A formação no curso de Educadores Sociais no Projeto Axé contribuiu para solidificar a relação entre a arte e a cidadania. Lama atua como grafiteiro desde 1996, mostrando sua arte na região onde mora e em toda cidade. Com traços originais, seus desenhos vêm ganhando destaque na cena local. Em 2005, passou a integrar a equipe do Projeto Salvador Graffita. Desde então, tem realizado inúmeros trabalhos em escolas das redes Municipal e Estadual e em instituições como a Superintendência de Parques e Jardins –SPJ, 19º BC, Mosteiro de São Bento, Sanatório São Paulo (Oficinas e pintura) e GAPA, com o qual participou de um encontro de jovens soropositivo contra o preconceito..


B.boy Ananias e Independente de Rua / Break

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O contato de Ananias
com o break se deu em 1995, na época que frequentava os famosos bailes blacks do subúrbio ferroviário de Salvador, parte de um movimento ainda existente, chamado Black Bahia. A partir daquela experiência, tornou-se integrante do primeiro grupo de break da cidade: Primitivos do Rap. Mais tarde, passou a fazer parte do American Bahia, grupo de street dance de maior visibilidade na cena local da época então, passando a compreender melhor o movimento hip hop. Desde então ministra oficinas, palestras, aulas, apresentações de break e shows de rap. Especializou-se no complexo “giro de cabeça”, além de outros passos de relativa dificuldade e que exigem vigor físico. Ananias tem formação de ator, dança afro e domina técnicas circenses, o que amplia as possibilidades artísticas de suas performances. Além do coletivo Blackitude: Vozes Negras da Bahia, tem participado de ações dos coletivos Hip Hop com Compromisso e Rede Aiyê Hip Hop, em shows dos Racionais MC’s, Daúde e Wilson Café, do rapper GOG e diversos grupos de rap soteropolitanos. Atualmente, acompanha o grupo Negra Cor. O b.boy também participou de mostras de dança em espaços como o SESC-SENAC, Teatro Jorge Amado e Teatro Miguel Santana em coreografias de Nair Couto, Tânia Bispo, King, Nadir Nóbrega dentre outros.

O Independente de Rua
, como o nome já diz, a razão de ser deste grupo de break é se apresentar, originalmente, nas ruas, embora não se furte em atuar em eventos da cultura hip hop em espaços como escolas, teatros, etc. O grupo é logo reconhecido quando é lembrado por suas apresentações na Praça de Sé durante os dias da benção e outros de grande concentração naquela área. O Independente de Rua integra o coletivo Blackitude sempre comandado pelo b.boy Ananias

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Foto: Dj Bandido por Fernando Gomes
Foto: Afrogueto / Divulgação
Foto: Daganja por Fernando Gomes
Foto: Opanijé por Vilma Neres
Foto: RBF por Vilma Neres
Foto: Bigod / Divulgação
Foto: Lee27 por Nelson Maca
Foto: Graffiti de Neuro por Neuro
Foto: Graffiti de Thito Lama / Divulgação
Foto 10: B.boy Ananias por Nelson Maca
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ENTREVISTA / Artistas do Blackitude 40 º

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O Gramática da Ira conversa com os craques do
BlacKitude 40º


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Gramática da Ira - Como foi participar do “Blackitude + Zumbi” em novembro de 2008?

Ananias: Foi muito importante participar do evento que teve bate papo, poesia, mostra de vídeo, troca informações e com a finalização de um baita show, com um público massa e os quatro elementos atuando o tempo inteiro. Sem falar que foi só correria para tudo acontecer. Como tudo rolou tranqüilo e no maior astral, e isso é resultado de eventos de responsabilidade, compromisso social e para com o povo que vive o hiphop.

Aspri: Foi estar caminhando junto com o coletivo Blackitude e os demais parceiros, rumo ao Quilombo com o objetivo de libertação, alto-estima e independência. Foi resgatar, festejar e reafirmar nossas lutas

Daganja: Para mim é sempre um Honra participar dos eventos da Blackitude, pois são eventos feitos por pessoas envolvidos no hip-hop mesmo, por isso são eventos de qualidade, que elevam o artista e dá uma boa condição para o artista se apresentar seja ele Mc, B.Boy, Grafiteiro, Dj.

DJ Bandido: Foi muito importante pra mim, pois fazer parte deste evento como DJ é uma grande honra. Ainda mais dividindo o palco com grandes nomes do rap Baiano e internacional. E em homenagem ao grande Herói Zumbi então...

Lázaro Erê: Foi o melhor evento que participamos no ano. Sem desmerecer os outros, mas não é fácil achar um público tão consistente e ao mesmo tempo tão variado em Salvador. Os companheiros de palco (daqui e de fora) mantiveram a festa no nível necessário! E a galera, é claro, respondeu a altura! Foi, sem dúvida, a festa do ano de 2008!

Lee27: Foi muito massa participar de um evento no nivel que foi o Blakitude + Zumbi com uma boa organização e tudo dando certo, com bons artistas e com um ótimo público que compareceu pra prestigiar o evento. Isso só ajuda a gente a se dedicar mais para o próximo evento .

Neuro: Depois de muita correria é contagiante ver todos vibrando.

Oz: Para o Afrogueto foi um evento muito importante, pois marcou a primeira apresentação da ultima formação com Fall. Também foi uma experiência muito positiva dividir o palco com o Vox do Haiti.

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Gramática da Ira - Como vocês avaliam a presença de eventos de hip hop nos Largos do Pelourinho?

Thito Lama
: O hip hop vem ganhando seu espaço com freqüência isso já é óbvio, há (interesses) e interessados em fazer o movimento crescer, então devemos aproveitar e preservar com idéias futuristas que mostrem que o hip hop é forte e tem ação social.

Lee27: Eu acho muito importante, porque estamos ocupando um espaço que é nosso por direito, onde muitas de nossa referências lutaram por de nosso direito também, por ser um espaço que o hip hop baiano vai ter mais visibilidade para seus trabalhos!

Oz
: Gatos Pingados...

Neuro: Positivo. Salvador é carente de festas de hip-hop com qualidade, não só no Pelourinho, mas em qualquer local da cidade.

Lázaro Erê: O Pelô PRECISA do hip hop. Essa necessidade sempre esteve na nossa cara, mas o acesso era bem mais difícil, as cabeças eram mais fechadas que hoje e os grupos não tinham a estrutura necessária. Hoje, graças a pessoas persistentes (tomo a liberdade de me incluir entre elas) essa realidade está começando a mudar. E é assim que tem q ser. É invadindo espaços necessários (com qualidade, não com peixada) que as estruturas vão mudando.

DJ Bandido: Muito interessante por se tratar de um local genuinamente cultural e que abraça públicos diversificados, que buscam arte e informação.

Daganja: Acontecem vários eventos mas nem todos dão boas condições de apresentação, a Tereza Batista é um bom local, tem um bom som, e com certeza sempre dá uma rapaziada legal, acredito que esse evento da Blackitude na Tereza Batista vai fazer uma grande diferença para o hip-hop baiano.

Aspri: Já participamos de alguns eventos nos largos, e avalio que os grupos tem que ter cuidado ao pisar nesses palcos, para não comprometer toda formação do Hip Hop - Salvador. Todos merecem ser contemplados, mas para isso tem que estar preparado e saber como funciona o aparelho gestor do local que vem deixando falhas no critério divulgação e cachês, por isso produção tem que ser competente no geral.

Ananias: Muito bom. Esses eventos só vem a contribuir com a cena local do hip hop através de parcerias firmadas com as pessoas comprometida com O HIP HOP e sem falar dos próprios espaços que são locais de resistência onde o hip hop mobiliza muita gente, informa, diverte e bate de frente de igual para igual . Pelourinho é nosso!!!!!!!!!!!!

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Gramática da Ira - Cite três pessoas importantes para sua arte que você, realmente, gostaria de ver na festa?

DJ Bandido: DJ Tano, DJ KL JAY, DJ CIA

Lázaro Erê: Gostaria muito de ver Gomez (Elemento X), Dr. Carlos Moore e minha mãe, que por sinal nunca viu um show nosso!!

Ananias: Vant (Paraíba), b.boy tijolinho (Ceará) e Benks e sua galera

Thito Lama: Minha mãe, meu filho e minha esposa

Lee27: O Drico, Questão e Rock

Aspri: Vou nem citar porque sei que vão estar todos lá de diversas formas e maneiras.

Neuro: Todos que de coração estiverem presente são importante para nossa arte.

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Gramática da Ira -Qual será formação do grupo, inclusive participações, para o Blackitude 40º e o que vocês pretendem apresentar pra galera?

Oz: Junta no palco três mcs e um dj, acrescente força de vontade, determinação, positividade, humildade, misture tudo com uma pitada de amor, ai é só esperar fazer efeito.

Daganja: Vamos nos apresentar com a formação de sempre.
Nossa formação são os dj`s Índio & Leandro, o Joca que é Mc do Grupo In.vés, Léo Souza e eu, Daganja. As participações eu prefiro deixa pra na hora a rapaziada conferir.

Lázaro Erê: O Opanijé vai tocar com a sua formação básica: Lázaro Erê (voz) Rone Dum Dum (voz) Dj Chiba (toca-discos) e Tino Bispo (Percussão). Estamos preparando aos poucos nosso CD, então o show é meio que uma prévia disso: rap com personalidade, cara e som próprios. É claro que não agrada a todos, então quem tiver afim de xérox, nem apareça porque vai se decepcionar.
Aspri: Vamos tentar levar a formação tradicional do RBF – os MC´s Aspri, Heider e Íris, o DJ Ivan, Fabrício na percussão. Sempre rola a participação dos Irmãos do Opanijé nas respectivas musicas Cabelo da Desgraça e Cabelo da Desgraça parte 2 (a mais nova arma anti-racistas, colocada a pouco tempo no repertorio ) sem esquecer da participação do Irmão de longas datas BBrrô do Grupo UMKONTO.

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Gramática da Ira -De forma geral, que perfil de público vocês gostariam de ver por lá?

Daganja: Todo ser humano que se respeita, independente de cor , sexo ou tamanho.

Neuro: O público tem que sentir o pulsar dos auto-falantes e a vibração do som, e entender o porque de estarmos celebrando uma noite para os pretos soteropolitanos de corpo e alma.

DJ Bandido: O público alternativo em geral que curte, admira e avalia o trabalho da comunidade hip hop baiano.

Ananias: Todo público em geral e sem falar das pessoas do hiphop que sempre estão coladas nos eventos , deixando seus recados e anseios com as letras do rap, com os b.boys, os grafiteiro, o dj e as pessoas que estão nas produções na maior correria .

Aspri: Gostaríamos de ver a comunidade Hip Hop Salvador BA, os que fazem acontecer e os que não fazem acontecer, as intelectualidades da negritude, jovem, velha e adulta e as periferias.

Oz: Publico é publico então só nos resta chegar lá e fazer nosso trabalho de maneira não seletiva, mas inclusiva.

Lee27: Gostaria de ver um público com a cara da Blackitude, pra cima, que gosta de prestigiar nossos trampos e gosta de ir nos nossos eventos curtir a noite e dançar muito, porque é esse que nos dá inspiração pra fazer ótimos trabalhos!

Lázaro Erê: O único critério de público é aquele que valorize nossa cultura e que esteja afim de ouvir coisa boa. Venha ele de onde vier e como vier. Mas de preferência a galera que vêm acompanhando o nosso trabalho e já tem algumas músicas na ponta da língua.

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Gramática da Ira -Em linhas gerais, que técnicas break vocês trarão para o evento?

Ananias: Uma performance de grupo depois top rock , fot work , freezes e muitos movimentos, saltos e acrobacias.

Gramática da Ira - Como será seu set, para botar a platéia nos 40º que a festa promete?

DJ Bandido: Tocando o melhor da Black music, sempre valorizando o produto nacional, com coisas novas e antigas que fazem a galera balançar sem esquecer de resgatar a cultura negra e sua auto- estima.

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Gramática da Ira - Como vocês pretendem estabelecer o diálogo entre os graffiti de vocês e a temática geral do evento?

Lee27:
Eu acho que será tranqüilo, porque sempre trabalhou com temas e os artista que vão pintar no dia estão aptos pra encarar e adequar seus trabalhos ao tema por que será 40°.

Thito Lama: Pretendo fazer algo simples porém reflexivo, a arte é o alimento da alma em desconforto; é preciso subverter as idéias até gerar inquietação na mente das pessoas. O spray é minha arma, com ele eu venço batalhas e posso por um sonho de criança naqueles que perderam sua infância, tirar o ódio dos corações e colocar o amor como vingança, quem ama o que faz dá o coração antes de sofrer paz.

Neuro: Pretendo usar cores que expressem o verão ligando a estação e o tema do evento: Blackitude 40º.

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Gramática da Ira - Fica aí o espaço para as considerações finais de cada um:

Thito Lama: Com fé em Jhá: tudo vai dar certo como sempre, olhando pra frente é assim que segue os resistentes, olhamos para os lados para ver tanta gente que precisa de nós é importante nossa voz, atitude, organização e união... vamos que vamos, irmãos.

DJ Bandido: O BLACKITUDE é um evento sem igual e suas variações são sempre bem vindas no agito de nossa cidade. Porém acredito que o evento que homenageia ZUMBI DOS PALMARES, deveria se tornar um evento anual marcando a importância do dia 20 de novembro para a comunidade afrodescendente da Bahia.

Ananias: O Independente de Rua sempre vai estar participando de eventos que contribuam para o desenvolvimento do hip hop, sendo ele um feito com intuito de semear .
Lee27: Então agradeço a Olorun por estar me dando as oportunidades que ele me dá, pra Exu e Ogum que abre meu caminho, e Xango que sempre me ilumine mais, Oxosse. Ao Nelson Maca, a minha mãe e meus amigos que estão sempre presente e a todos que vão curitir o evento. Muito axé.

Lázaro Erê: Bóra trabalhar, minha gente! É assim que se mudam as coisas, é assim que se faz revolução. Agradecendo desde já aos que nos apóiam, compreendem nossa mensagem e ajudam a divulgar nosso trampo. Aos que fingem que não compreendem paciência. O Tempo é rei e é ele quem decide. Axé!

Aspri: Aos 40º trabalhamos e continuaremos os trabalhos e os festejos até a nossa real libertação. Fortifique-se! Axé!

Daganja: Valeu a Nelson Maka e toda a sua equipe do Blackitude por esse convite mais uma vez, e que todos compareçam por lá de coração aberto e cabeça no lugar. JháBless!!

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Foto1 - Bigod / Divulgação
Foto2- Ananias por Nelson Maca
Foto3- Aspri e Negra Íris (ao fundo: Heider) por Márcia Guena
Foto4- Daganja / Divulgação)
Foto5- Dj Badido / Divulgação)
Foto6- Lázaro Erê por Fernando Gomes
Foto 7- Neuro por Drico
Foto8 - Oz (de preto) e Fall por Fernado Gomes
Foto 9 - Thito Lama / Divulgação

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