quinta-feira, 17 de abril de 2008

Confederação dos Nagôs

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Aspri e Negra Iris (RBF) no I Blackitude: Hip Hop na Praça

Recebi um comentário da parceira Luciana Matias de Belo Horizonte. Mulher Negra Linda, consciente e ativista, é arte–educadora e tem dado uns rolê por Salvador ultimamente. Coisas da mente, do corpo e da ancestralidade. Uma daquelas negonas que não passam em branco na luta. Conheci a moça justamente no Fora de Órbita Rap, evento capitaneado pelos parceiros Bléquimobil, Coscarque, Sereno... Além de tudo, essas ações culturais nos confederam, nos re-únem! Digo sempre: a família é grande, mas Mãe só temos uma: África!; a dispersão nos reúne em diásporas: One People!; e precisamos ser uns pelos outros One Love!!
A Luciana comentou uma minha postagem do dia 14 de março, ou seja, Cabeleira, um poema de Maramarina da Aracaju. Um comentário muito louco para um Poema que gosto muito. Ela aproveitou para linkar a temática do poema ao acontecido (postagem abaixo) com Aspri do RBF, grupo de rap local do hit Cabelo da Desgraça, também conhecida como Blackão!
Resolvi postá-lo, pois julguei este comentário de utilidade afro-pública. E para ilustrar melhor a idéia da irmã, segue abaixo a letra de Cabelo da Desgraça do RBF.

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"Salve companheiro Maca!

Conheci este poema (Cabeleira) o ano passado na performance da Negra Íris (RBF), No União dos Man@s 2007. De lá p/k corri horrores atrás desta lindeza de poema e ei-lo aqui, fantástico. Fantástico e oportuno, pois vem de encontro com a rima do Cabelo da Desgraça e com o fato ocorrido com "meu Companheiro" e seu companheiro ASPRI, em um 1º dia de emprego. É companheiro, a cultura se expressa em nosso corpo e a mesma escolhe algumas partes dele para ser mais contundente, o cabelo é uma delas, quiçá, a mais contundente. Leio o poema Cabeleira e como trilha sonora, Cabelo da Desgraça, relembro uma infância onde não me permitiram gostar da minha cabeleira, lembro da dor e da quentura como se fossem chamas, talvez, para queimar mesmo qualquer resquício da minha ancestralidade africana. Hoje, a cabeça não dói mais, me tornei sem dúvida uma mulher negra, a dor é outra, é consciente, essa dói! Dói por ver meninos e meninas negarem sua pele preta, sua Cabeleira, pq não lhes dão a opção de conhecerem sua história. Dói por que o cabelo é passaporte para o desemprego... Mas fortalece também, a dor fortalece, pois é este cabelo q faz os contrários a ele se movimentarem na covardia q lhes é própria de tentarem nos exterminar, pobres mortais... Estamos fortes e nas nossas tranças do conhecimento, acabamos com qualquer boi lambeu, escovas progressivas com sabor de um péssimo chocolate (risos). Estamos fortes, estranhamente fortes, naturalmente fortes, transgressoramente fortes...
Obrigada pela oportunidade, é mais uma conexão Bahia- Minas Gerais (risos).
Axé!

Luciana Matias
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Bahia - Minas Gerais - Sergipe
Igual
Confederação dos Nagôs!


África: One People! One Love!!

Sistema Trema!!


Nelson Maca - Blackitude.BA/Cooperifa.BA

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