sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Filme: Várzea de Akins Kintê

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Akins Kintê: Poeta de Várzea!



Quem me deu a honra de uma visita aqui em casa ontem foi o Akins Kintê, grande poetinha de São Paulo. O sangue-bom tava de rolê na minha área e resolveu colar. Da última vez que esteve em Salvador, combinamos esta visita, mas não aconteceu.

Desta vez rolou.

Antes nos encontramos em plena terça-feira de carnaval do Pelourinho, no show de ninguém mais ninguém menos que o Lazzo Matumbe, sem dúvida alguma, o maior craque que já vi jogar nos campinhos de várzea da música.

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O Akins, que também escrve pelo audiovisual, trouxe-me um presente muito foda: uma cópia do seu novo filme, Várzea: a bola rolada na beira do coração.

Eu tava na maior curiosidade, querendo assistir esse filme, pois acompanhei as notícias da produção e tenho acompanhado as das primeiras exibições - de lançamento - pela internet.

O site do filme é http://www.varzeaojogodavida.com.br/

Apesar do pouco que nos conhecemos, e do pouco tempo que o Akins ficou aqui em casa, pudemos conversar sobre sonhos, ações e pessoas comuns a nós dois. Nas nossas conversas aparece alto o nome do irmão Michel, do Sarau Elo da Corrente - lá de Pitiruba.

Aliás, esse cara, Michel, de quem tenho orgulho de estar mais próximo a cada dia, aparece como referência afro-positiva dos guerreiros paulistanos da causa negra que tenho encontrado, como, por exemplo, o forte mano Marciano que também me visitou outro dia.

Espero fazer por merecer esta alegria de ter o respeito da irmandade.

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Depois o Akins saiu, e eu fiquei aqui, com o filme na mão, olhando para a bela arte da capa e pensando em quanta coisa nos proporciona as encruzilhada da vida quando nos arriscamos pelas travessas, becos e vielas.

Assisti o filme ontem mesmo, quinta, e hoje, sexta, assisti novamente... agora ele tá ali, na luzinha vermelha, stand by, para o início da terceira sessão: nesta, quero a Ana C. ao meu lado... e tentar despertar as crianças - Lucinha Black Power e Luiza Gata - para a beleza e importância do projeto.

Depois divulgar aos quatro cantos da Bahia Preta.

Tendo visto duas vezes, posso dizer com bastante segurança e objetividade: para minhas convicções, é um clássico!

Imagens com flagrantes marcantes; depoimentos de pessoas organicamente envolvidas na cultura varzeana e trilha sonora com muitos cortes, dribles e gingados. E a verdadeira e contagiante química que potencializa nosso instinto de sobrevivência: futebol + samba + rap!

Há vozes diversas e diferentes: jovens, adultos, velhos, homens, mulheres, atletas, dirigentes... nenhuma interferência de nenhum narrador e pouquíssima interferência do entrevistador. Graças ao bom Jah, não há também análises acadêmicas herméticas...

Enfim, a várzea fala por si.

A equidade que eu quis destacar acima, para meu agrado, está longe daquelas representações forçadas e dogmáticas que matam a fluência do relato e a estética da obra em função do “politicamente correto”.

Por exemplo, as mulheres aparecem no filme como elementos orgânicos na cena, e não como cota namoradora, para agradar a contabilidade das cobranças feministas.

Não bastasse o filme em si, os extras trazem poetas declamando textos temáticos que casam perfeitamente com o filme. Diga-se de passagem, são também poetas com a pegada varzeana, onde o coração bate no bico da chuteira.

Aqui, faço minha única cobrança: assisti ali a emocionante sequencia de um poeta que “deveria” estar na edição final.

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O filme faz um apanhado geral da cena varzeana paulistana. É emocionante, pois, parafraseando meu compadre GOG, “várzea é várzea em qualquer lugar!”.

Eu sei, porque também cresci nos jogos da várzea.

Gostava muito de jogar no ataque, mas consagrei-me como um “lendário” grande goleiro do GUEC - Garotos Unidos Esporte Clube, de Telêmaco Borba, e do Time do Bar do Gino, da Vila Formosa, lá em Curitiba.

Até meus 22 anos, podia ser profissional sem dúvida alguma (só faltou avisar os grandes clubes). Hoje, adentrado nos enta, devo manter apenas uns 88,79% da classe que tive.

Mas, como diz o famoso ponta de lança Sérgio Zidane Vaz, dos Brasinhas de Piraporinha, grande fenômeno do futebol arte: “com a bola que o Palmeiras tá jogando, acho que tem vaga pra nós dois no time".

Lá no Várzea: a bola rolada na beira do coração, do Akins Kintê, entrevistado, o Sérgio Vaz diz que ainda pensa ser jogador de futebol, “pois os sonhos não envelhecem”.

É, poeta Vaz... realmente...

Você tem razão no que diz no documentário, pois poesia e futebol tem muito a ver. Eu, por exemplo, foi com os olhos do poeta Maca que assisti o Várzea do poeta Kintê como quem torce, do barranco, na beira do campinho de terra, pelos craque de casa, ou melhor, da cidade, ou melhor, do bairro, ou melhor, da área, ou melhor, da quebrada, ou melhor, da rua...

Ou melhor, aqui de casa!

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A melhor opinião que posso dar sobre Várzea: a bola rolada na beira do coração é: ASSISTAM O FILME!

Para quem é, não tem como não se sentir em casa. São 39 minutos bem orquestrados por este técnico criterioso que, com certeza, terá um futuro concreto e belo na arte de registrar imagens e histórias que nos interessam.

O Professor (Akins) me disse que queria fechar tudo em 35 minutos, para ser fiel ao tempo de jogo varzeano (35’ x 35’), porém, não teve jeito, chegou aos 39'.

E eu perguntei:
- Tem graça jogo sem aqueles minutinhos de acréscimo?

O acréscimo no futebol, para mim, sempre significou esperança! A esperança que não devemos perder de virar o placar desfavorável da vida!

Esse filme, meio a tantas notícias desesperadoras que no chegam das periferias, sãos os minutos de acréscimo essencial que nos restitui vida, dignidade, força e alegria aos 39 minutos, 4 além do tempo regulamentar varzeano!

Um verdadeiro gol de placa!

Akins Kintê,
faz mais um pra gente vê!


:: Nelson Maca
Exu descalço, ex-guapo dos arranca toco da vila da vida!

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*Na primeira foto, Akins se apresenta no Sarau "Elo da Corrente", do parceiro Michel!.

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2 comentários:

Anônimo disse...

Oh mano Maca feliz mesmo em saber que o Kinte chegou por aí e levar ainda mais o flime que ta levantando poeira por aqui.

da hora da hora

Firmeza


Michel

Anônimo disse...

salev meu bom sem palavras prazer colar ai na sua house certo valeu por abrir as portas e me receber
fico lisongeado respeito e admiro seu trampo
se tu viu o video e curtiu fico felizao
premio ganhado tamo junto
axé

Akins Kinte