segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Literatura de Preto e literatura sobre o preto - escolha a sua, Nêga!!

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graffiti - neuro
Por aí,
nos cursos, debates, conversas, cachaças, sempre me perguntam o que é a literatura negra.
Ou então, qual a diferença da literatura negra.
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Perguntinha fácil, hein, negona?
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É incrível, mas, partidário do conceito literatura negra como sou (aliás, um verdadeiro programa de lutas), essa pergunta sempre mexe comigo.
Não pelos outros; por mim mesmo!
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Às vezes, a pergunta vem de guerreiros etíopes em busca de forças e cumplicidade para a batalha contra os exterminadores dos nossos povos e culturas.
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Às vezes, são os vermes de sempre, que ainda pensam que podem corroer nossas convicções com uma merda de um discursinho acadêmico tipo UFE - universidade federal do escambau.
São os universitarianos: uma antiga tribo européia que sempre adorou o isolamento do tipo Rapunzel!
(Derramando, sobre nossa alma, sua lábia = falsas palavras).
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Domingo, conversando novamente com o meu brother, o poeta Giovani - do Choque Cultural, depois do show do Ilê Aiyê; e, hoje, lendo umas coisas aí, tenho pensado nisso tudo, negona!
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No fundo, é reflexo do debate que fizemos com o Sérgio Vaz e o Hamilton Borges Walê, meus heróis ao lado, na última sexta-feira, aqui, na Bahia Preta.
Né, não, Sergião!?
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O Sérgio falou de poesia em bares, fora do altar da assimilação em que verso foi historicamente encarcerado.
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Viiixxe, o poeta da Cooperifa tava inspirado!!
Disse até, que continua querendo ser o Zidane, e que, com a bola que ele anda batendo no baba dos veteranos lá do Piraporinha Bavaria Clube, dá pra encarar o escrete do atual Bahia.
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O Hamilton Borges falou de canetas que sangram azul.
Que, se você conseguir viver sem escrever, então, negona, procure outro ofício, pois escritora não és!
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Meu pai, Oxalá!!
O Hamilton venho nos valer!
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Quando ouço pessoas como o Sérgio Vaz e o Hamilton Borges (acima), que continuam ao nosso lado, sujando as solas dos sapatos na lama rude da favela, cada vez mais, penso no quanto podemos ser destemidos e temidos com nossas palavras:
que jogam os racistas para trás,
que fuzilam burocratas,
que exterminam os vampiros,
que repelem os burgueses,
que queimam os otários.
Mas que, também, nos confederam,
nos unem, nos irmanam, nos casam,
nos fazem rir entre nós sem estranhamento.
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Nos botam na mesma frente da mesma guerrilha,
parelhados com GOG, com o Gaspar, com o LF, com o Buziga,
com o Caj Carlão, com o Geraldo Cristal, com o Geovani,
com o Alessandro Buzo, com o Jota C, com o Edy Rock,
com o Aspry, com o Blequemobil, com o Mandingo,
com o Robson Véio, com o Gomez....
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Com tanta gente brava...
Com tanta gente nossa...
Com tanta gente boa!!
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Viiixxe! Eu tenho um clã!
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Nelson Maca
um negão mal educado
com um milhão de pensamentos desaforados
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Áfrika!
One People!
One Love!!
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Sistema, trema!

2 comentários:

Blequimobiu disse...

minha mãe chamava "maleducado", é estranho né? desde pequeno meio ordinário, mais nunca gostei de ordem, então nunca entendi esta palavra direito.

Nelson Maca disse...

Pô, Rangell,
a minha mãe também, cara!
Era loco, e era violento. Tipo, quando a gente se comportava mal e tal, eramos chamados de, maleducados. rsrs.
Mas uso hoje no sentido de um mal educado por conta própria. Uma contradição às normas. Exu!

Nelson Maca