sábado, 2 de abril de 2011

Érica Peçanha nas Ruas com a Blackitude

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Literatura feita nas periferias é tema de livro
da escritora paulista Érica Peçanha

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Autora lança o trabalho em Salvador em eventos
nesta terça e quarta-feira (05 e 06)

Há uma intensa movimentação literária nas periferias das grandes cidades, que tem revelado novos autores e vem ganhando corpo com a publicação de livros em espaços democráticos como os saraus. Pioneira no estudo desta cena, a socióloga paulista Érica Peçanha do Nascimento, 30 anos, mapeou os principais nomes atuantes em São Paulo. O resultado está no livro Vozes Marginais na Literatura, que ela lança esta semana em Salvador numa série de atividades com o coletivo Blackitude – Vozes Negras da Bahia.

Érica Peçanha participa de minicurso na Universidade Católica de Salvador – Lapa, na terça (05), das 14h às 17h; no mesmo dia, das 19h às 21h30, faz palestra na Biblioteca Infantil Monteiro Lobato, em Nazaré. Já na quarta, é convidada especial do Sarau Bem Black, às 19h, no Sankofa African Bar, no Pelourinho.

Em todas as atividades, ela fala de sua pesquisa e autografa seu livro, publicado pela coleção Tramas Urbanas, da Aeroplano Editora. Na pesquisa, realizada entre 2003 e 2006, a estudiosa entrevistou doze escritores, entre eles Ferréz, que assina o prefácio da publicação. “O livro é uma versão revista e ampliada da dissertação, com a atualização de alguns dados, visto que há três anos de diferença entre a finalização da pesquisa de mestrado e a publicação”, explica Érica.

O livro também traz posfácio do professor Heitor Frúgoli Jr, especialista em discussões sobre o espaço urbano, e fotografias de escritores, apoiadores e espaços citados. O ponto de partida da pesquisa de Érica foi o lançamento de três edições da revista Caros Amigos/Literatura Marginal. Seu mote principal foi a atribuição do adjetivo marginal por parte de alguns escritores da periferia, para caracterizar a si ou aos seus produtos literários no limiar do século XXI. Ela aborda o tema do ponto de vista antropológico e discute o que é literatura marginal, como os autores estudados constroem sua atuação político-cultural e se é possível falar em cultura da periferia.

No centro da pesquisa estão as trajetórias, obras e atuações culturais de três dos autores: Ferréz, Sérgio Vaz e Sacolinha (Ademiro Alves). “Escolhi esses autores, que se diferenciam com relação à faixa etária, trajetória literária e de militância social, produção e apropriação do termo literatura marginal, também no intuito de mostrar as complexidades presentes no movimento”, explica.

Érica afirma que a novidade de seu estudo é revelar que não se trata de casos isolados de pobres, negros, operários ou presidiários que se lançaram no mercado editorial. Mas sim, da formação de um coletivo de autores que protagoniza uma interessante movimentação cultural em torno das ideias de literatura marginal e periférica e que não se esgota em produtos literários, mas estende-se, por exemplo, à realização de saraus regulares de poesias “Acho importante enfatizar que escritores como Allan da Rosa, Alessandro Buzo, Claudia Canto, Elizandra Souza, Ferréz, Sacolinha e Sérgio Vaz abrem caminho para a diversificação do perfil sociológico dos escritores brasileiros, tendo em vista que são oriundos das classes populares, moradores de bairros da periferia, frequentadores de escolas públicas e que estão envolvidos”, diz.

A Blackitude: Vozes Negras da Bahia conta com a parceria do Projeto Rasuras (UFBA), Projeto Teafro (UNEB), Biblioteca Infantil Monteiro Lobato (BIML/FPC), PROLER-Salvador, Centro Acadêmico de Letras Professor Petrônio Oliveira (UCSal), Sarau Bem Black e Sankofa African Bar.


}Érica Peçanha do Nascimento


Mestre e doutoranda em Antropologia Social pela USP. Autora de Vozes Marginais na Literatura, livro que aborda os aspectos socioculturais da produção literária que emergiu das periferias no final dos anos 1990. Atualmente, pesquisa estratégias de produção e consumo cultural na periferia de São Paulo a partir do trabalho desenvolvido pela Cooperifa, que tem como principal atividade a realização de saraus literários em um bar. Atua como colaboradora de organizações da sociedade civil e pesquisadora de assuntos relacionados à Antropologia Urbana e Literatura e Sociedade. .................................. .

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FICHA


Livro: Vozes Negras na Literatura (331 páginas)
Autora: Érica Peçanha do Nascimento
Editora: Aeroplano
Preço: R$25,00 (nos lançamentos).

Programação Terça feira (05/04)

1. Minicurso
“Vozes marginais na literatura: relatos, desafios e possibilidades de pesquisa”
Exibição do documentário Curta Saraus
Local: Universidade Católica de Salvador – Lapa
Horário: das 14h às 17h
Inscrições: CA de Letras (R$ 7,00) / Com certificado
*Érica Peçanha autografará o “Vozes marginais na literatura”

2. Mesa redonda:
“Vozes Marginais na Literatura”

Exibição do documentário Curta Saraus
Participantes: Érica Peçanha (SP), Silvio Roberto Oliveira (UNEB), Nelson Maca (UCsal) e José Henrique Freitas (UFBA)
Participação poética: Nelson Maca & Robson Veio (Sarau Bem Black);
Luiza Gata e Lucinha Black Power (Sarau Bem Legal)
Local: Biblioteca Infantil Monteiro Lobato - Nazaré
Horário: das 19 às 21:30h / Entrada Franca
*Érica Peçanha autografará o “Vozes marginais na literatura”

Quarta feira (06/04)


1. Sarau Bem Black
Lançamento:
“Vozes marginais na literatura”

Com a presença da autora: Érica Peçanha do Nascimento Exibição do documentário Curta Saraus Local: Sankofa African Bar - Pelourinho
Horário: das 19 às 22:30h
Entrada gratuita

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Realização:
Blackitude - Vozes Negras da Bahia
Parceria
: Projeto Rasuras (UFBA), Projeto Teafro (UNEB), Biblioteca Infantil Monteiro Lobato (BIML/FPC), PROLER-Salvador, Centro Acadêmico de Letras Professor Petrônio Oliveira (UCSal), Sarau Bem Black e Sankofa African Bar.

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