segunda-feira, 9 de março de 2009

Março Hip Hop em Família a Milhão!

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Tá tudo em Casa

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Enfim aconteceu a celebração de lançamento do DVD Cartão Postal Bomba do GOG!

E foi em grande estilo: com transmissão ao vivo na internet pelo portal http://www.rapnacinal.com.br/ que esteve em Brasília com convidado especial do evento. Mas as coisas foram muito além deste feito inédito até então no Brasil. GOG teve um convidado dos mais lilustres no palco do Teatro Nilton Rossi - SESC da Ceilândia: Gerson King Combo, o maior ícone da Black music nacional. Gerson participa do DVD e não deixou de participar do show de lançamento do dia 07 de março.

Meu primeiro contato telefônico com Gerson King Combo se deu há mais ou menos dois anos atás. Desde então, está firme na minha cabeça a idéia fixa de trazê-lo, para um rolê Soul Musical com a Blacitude. Está próximo. Aguardem!

Outro momento de grande intensidade do show foram as presenças de Rei (Cirurgia Moral) e DJ Jamaica ao lado de GOG. Para que não paire mais dúvidas sob a evolução artística e humana do hip hop no Distrito Federal, ambos selaram definitivamente a paz e a harmonia, botando uma pedra naquela velha treta já envelhecida e sem razão de ser

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O encontro da Ceilândia foi primeiro de uma série de 10 que acontecem no Distrito Federal em comemoração dos 25 anos de hip hop de GOG, marcado com o lançamento do Cartão Postal Bomba. Nesta maratona constam de 10 shows com vários grupos, Djs e convidados especiais.

A segunda etapa prevê uma grande turnê pelo Brasil. A Blackitude já está na articulação da parceria com o Poeta, para trazer essa confraternzação pra Salvador. Tudo indica que em junho ou julho. É esperar pra ver!

O show seguinte será no próximo sábado, dia 14, em Paranoá, no CEDEP e conta com a presença de Paulo Diniz, outro monstro sagrado ma música preta brasileira. Haverá também a participação do Viela 17: Manomix, Japão e Dino Black, todos parceiros antigos de GOG.

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Pois é, para este dia, também sou um dos convidados especiais do projeto. É uma grande honra para mim e para a Blackitude sermos lembrados e convidados a participar deste momento tão importante deste artista pioneiro que muito tem a ver com nossas convicções e ações.

Não bastasse tanta alegria, estarei lado a lado com poeta Sérgio Vaz da Cooperifa, grande escritor, amigo, incentivador e divulgador do poeta Nelson Maca e do Coletivo Blackitude. E não vamos para fazer número, né Sergião! A poesia vai pegar pesado por lá, podem ter certeza! Enfim, nestes cinco dias, até sábado, meu sangue estará borbulhando na expectativa do que nos reserva o sábado próximo!

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Mas antes, fica aqui a lembrança que, hoje, dia 09 de março, é o aniversário do GOG. Sei que vamos comemorar lá no fim de semana, mas fica aqui meu grande abraço ao irmão que tem me estendido a mão e puxado para frente, levando-me sempre consigo. O presente quem ganha é o Brasil, pois este DVD somado a outros trabalhos do GOG e de outros artistas que dignificam o hip hop nacional, demonstra cuidado estético impecável e posicionamento político sólido com profissionalismo crescente.

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Mas não posso deixar de dizer aqui que logo ali, amanhã, dia 10 de março, minha Lucinha Black Power faz 10 aninhos, quase a mesma idade da Blackitude. E sábado a Ana Cristina, minha parceira e namorada, também faz aniversário, e dia 29 de março é a vez da Luiza Gata.

Loco, hein!? Um mês de emoções fortes.

Sábado, lá no Paranoá, dedicarei minha poesia a todos eles! Rsrsr

Este poema é dedicado ao GOG desde que o escrevi. Não é pelo aniversário, mas pela admiração, pela amizade, enfim, pelo reencontro, pois a família é grande e dispersa, mas mãe só temos uma:

África ! One People! One Love!
Um só Povo! Um só Amor!


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Encruzilhada
para G.O.G.

“África / Acorrentada África / Violentada África /
Por homens Hipócritas” (Edvaldo Boaventura)


Meu nome também é encruzilhada
Meu corpo se desloca numa terra estranha

Embora meus pés de filho nativo
Estendam suas negras raízes neste solo híbrido
Os meus sentimentos íntimos
Não são de homem invisível

A minha voz é matéria viva
Ponte suspensa nas margens do precipício

O meu nome pode ser Jamaica
A origem do fim de tudo
O toque de Negus que reuniu o mundo
A renascença da Etiópia

O meu nome poderia ser América Negra do Norte
O peso da melanina do Faraó
As estruturas reerguidas do Egito

O meu nome quem sabe Brasil
As convergências da dispersão
Ponta sólida do Atlântico negro
República de Zumbi dos Palmares

O meu nome é Áfricas
Sou Diásporas
Agora fim das fronteiras e transplante impossível

Porque o meu lar sempre foi e será Busca
O meu tempo
Barco em movimento
A minha geografia
Destino

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Um comentário:

Luciana Matias disse...

Lindo Poema, preto poeta,irmão de luta, meu Camarada.
Muito Axé.

Luciana Matias