domingo, 11 de maio de 2008

Minha mãe das minhas filhas

.

no mínimo o máximo
(Do livro: Salve o Rei)
para Ana C.


não acho a graça
esta prosa porosa
este poema carta
nascimento dor um parto
reinvenção do norte espaço
peneira velha espelho opaco
telegrama versos fax

eu não acho a fala
forma que te mantenha intacta
eu perco o fôlego eu perco a palavra
eu perco a noção exata
do que se passa
e só me acho
e só em tua graça
desfaz-se distância tempo idade
comportas que nos amparam
esta nova realidade

eu não tenho mais
as palavras ancestrais
creio-as todas findas e alheias
mas a tua cor ainda
agita infla ferve minhas veias

elogio teus apetrechos
me prende os teus traços
nos trechos que ora traço
apesar de pouco aparente afro
até no mínimo, negra
acho-te, assim, preta,
o máximo


2 comentários:

Luciana Matias disse...

"Inhra"(risos)

Declaração de amor é poesia...
Sem palavras.
Axé irmão,cunhada,sobrinhas,(risos)
Tude bom essa família preta,tudoooooo
Luciana

Nelson Maca disse...

É bem maior, hein Luciana?
A família é grande e dispersa, mas mãe sóhá uma: África in our Brain!
Nelson Maca