segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Sarau Bem Black Cai no Samba!

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Sarau Bem Black Sacode Dia do Samba

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O Sarau Bem Black não para! Sempre na intenção de estabelecer o espaço da poesia divergente nas noites de quarta-feira, chega à sua nona edição. O evento é um projeto do coletivo Blackitude - Vozes Negras da Bahia e acontece nesta quarta-feira (02/12) a partir das 18:30h no Sankofa African Bar (Pelourinho). Com entrada gratuita, é um espaço de valorização das poéticas divergente, de artistas que lançam novos olhares para a arte e cultura na cidade.

O sarau é conduzido pelo poeta e professor de literatura Nelson Maca e por Negra Íris, cantora do grupo de rap R.B.F – Rapaziada da Baixa Fria. Eles se alternam com os convidados e “abrem” o microfone para a contribuição da platéia. Neste nono encontro terá a participação especial de dois expressivos compositores da música afro-baiana: Juraci Tavares e Caj Carlão. Juraci é compositor das canções “Fio condutor da memória” (1999) e “Demarcador de Espaços e Territórios”. (2000) Ambas - feitas em parceria com Luiz Bacalhau - foram tema de carnaval do Ilê Aiyê. Caj Carlão é, simplesmente, o criador de dois verdadeiros hinos de dois dos blocos afros mais cultuados da cidade: “Separatismo não” (Ilê Aiyê) e “” (Olodum). A noite promete!

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Trazendo esses dois grandes poetas da música, o Sarau Bem Black participa ativamente das homenagens ao dia samba, celebrado também na quarta-feira, dia 02 de dezembro. Inclusive, o sarau convidou os poetas que o freqüentam a declamar letras de sambas nesse encontro. E, para não deixar dúvida sobre a intenção da noitada, e da abrangência do estilo em destaque, antecede as performances poéticas um filme temático; e muitos hits do samba de malandro serão lembrados nas intervenções do DJ residente. Com certeza, tudo será bem-vindo e acompanhado pelos presentes.

O filme em questão é “Simonal: ninguém sabe o duro que dei” e começa às 18:30. Trata-se do polêmico documentário sobre a vida tumultuada do magnífico músico Wilson Simonal. Também polêmico, porém menos contraditório, é o sambista homenageado na trilha sonora que sacudirá o sarau. Bezerra da Silva terá seus sambas tocados pelo DJ Joe, para anunciar, comentar e animar os recitais. Ao final, para fazer dançar apenas. Esse grande sambista vem compor a galeria musical do Sarau Bem Black, que já homenageou Fela Kuti, James Brown, Bob Marley, Tim Maia, Gilberto Gil, Alpha Blondy e Ilê Aiyê. Cada semana um nome da musica negra mundial é e será lembrado. .


Quem conduz os trabalhos é o professor e poeta Nelson Maca e a cantora Negra Iris, declamando poemas, anunciando os convidados especiais e franqueando o microfone para a participação dos poetas da platéia. Tudo anunciado, intermediado e comentado pelas músicas conduzidas por Joe. O Sarau é aberto pelos rappers Lázaro Erê & Rone Dundum (foto de Fernando Gomes) do grupo Opanijé com a música Encruzilhada, uma saudação a Exu. Dão continuidade a abertura as poetas mirins Luiza Gata e Lucinha Black Power no momento denominado Erês. Após isso, começa as declamações dos poetas: residentes, convidados e voluntários da platéia. Ao final, volta o Opanijé, para um rap de despedida. Pelo menos até a chegada da próxima semana...

Em sua última edição (25/12), o Sarau Bem Black ferveu o Sankofa African Bar ferveu com a presença do poeta paulistano Akins Kintê, e do encontro de grandes poetas da cidade. José Carlos Limeira, Giovane Sobrevivente, Iara Nascimento, Hamilton Borges Walê, além do compositor Carlos Soares e dos poetas da platéia, movimentaram o espaço que já se tornou um novo ponto de encontro para a poesia, com destacada presença da juventude negra de Salvador. Não bastasse os 1000 graus poéticos que aqueceram a noite, o termômetro subiu ainda mais com as interferências musicais do Joe, que trouxe um repertório composto exclusivamente por clássicos do Ilê Aiyê. Nesta semana não será diferente.

Nossa idéia é que o Sarau Bem Black sirva como um espaço aglutinador para quem gosta de ouvir e recitar poesia e também para aqueles que desejam conhecer outras vozes da poética baiana. O sarau pretende consolidar um espaço democrático, para quem quiser mostrar seus versos.


CONVIDADOS


Caj Carlão

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Carlos Alberto de Jesus
, ou simplesmente Caj Carlão, começou a desenvolver seus dotes artísticos desde muito jovem. Seu início de carreira aconteceu nos programas de calouro e festivais escolares.

Na década de setenta começa a compor músicas para blocos afro, o que significa que participa ativamente do aparecimento do gênero na sua versão atual. No mesmo período, como dançarino, integrou o histórico grupo de dança folclórica do SESC/SENAC - Pelourinho, e também a companhia internacional Olodumaré.

Como músico, compôs canções para inúmeras grupos da cidade, a exemplo de Estudantes da Liberdade, Bloco Zumbi da Cidade Nova, Magnatas, Alerta Mocidade, Secos e Molhados, Alvorada, Orumilá, Apaches do Tororó, Korin Efan, Malê Debalê, Muzenza, Olodum, Ilê Aiyê e Filhos de Gandhy, dentre outros.

Envolveu-se profundamente com bloco afro já em 1974, fazendo suas primeiras músicas voltadas para o então nascente movimento que ganharia a Bahia e o Brasil. Logicamente, o nascimento do Ilê Aiyê, nesse mesmo ano, também contextualiza dessa história. Aliás, para esse bloco da Liberdade, ele compôs uma música que se torrnaria um verdadeiro hino da agremiação: “Separatismo não”. Conhecida com Zumbi, representa igualmente umas das mais belas homenagens das artes da Bahia feitas ao herói nacional da consciência negra.

Posteriormente, criou outra música que se consagraria, percorrendo o mundo com o Bloco Afro Oodum, para quem foi feita. Trata-se de “Lutar é preciso”, também gravada e popularizada pela extinta banda de reggae soteropolitana Terceiro Mundo.


Juraci Tavares

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Juraci Tavares
é compositor, cantor e educador. Há 32 anos, compõe obras que passeiam pelos multifacetados aspectos da formação humana, sem perder de vista a influência e os valores de seus antepassados. Em 1997, na propícia sede do bloco africano Ilê Aiyê, Juraci reinicia o trabalho musical de exaltação dos deuses africanos e dos valores do seu povo.

Entre 1999 e 2004, consagra seu nome como compositor de bloco afro. Há alguns anos, compõe para o Ilê Aiyê, Malê Debalê e, mais recentemente, Cortejo Afro. Das canções suas, em parceria com Luiz Bacalhau, “Fio condutor da memória” (1999) e “Demarcador de Espaços e Territórios” (2000), foram tema de carnaval do Ilê Aiyê. Lança-se com cantor em 2007, no show “Veia Aberta”.

Com o músico Márcio Pereira, possui um espaço cultural chamado “Ossos 21”, no bairro de Santo Antônio. Juraci Tavares também compõe letras e poesias para o público infantil. Em 2008, realiza o espetáculo "Vocábulos Caminhantes". Estabelece parceria produtiva com o grupo Afoxé Oyá Alaxé. Duas canções compostas Poe ele – “O Ancestral Oyálaxé” e "O Rosa" - fizeram sucesso nos carnavais de 2008 e 2009, em Pernambuco.

Compõe também para outro grupo pernambucano, o Afoxé Alafin Oyó. “Valores Entrelaçados” foi feita para o Alafin, e fará parte de seu repertório no carnaval de 2010. Como poeta, foi homenageado na 6ª edição do “Caruru dos Sete Poetas – Recital com gostinho de dendê”, ocorrido em setembro no município de Cachoeira. Em novembro, Juraci Tavares levou o show “Cordão Umbilical” à cidade de Santo Amaro, Recôncavo Baiano.


PROGRAMAÇÃO

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18:30 – Documentário:
Simonal: ninguém sabe o duro que dei”,
de Claudio Manuel, Micael Langer, Calvito Leal.

20:00 – Sarau Poético
Apresentação: Nelson Maca e Negra Íris
Participação: Lucinha Black Power, Luiza Gata,
Lázaro Erê & Rone Dundum (Opanijé)Convidados: Caj Carlão, Juraci Tavares
DJ Residente: Joe


SERVIÇO

Evento: Sarau Bem Black
Quando: quarta-feira (02/12), a partir das 18:30
Onde: Sankofa African Bar (Rua Frei Vicente, nº 7, Pelourinho)
Entrada franca.

Informações: blackitude@gmail.com

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2 comentários:

Sílvio Oliveira disse...

Tou de longe no Rio, mas tou de olho. E lógico, aqui no Colóquio Saberes da Diáspora, Blackitude foi citada e elogiada. Abraços,
Sílvio.

Nelson Maca disse...

Silvio, por onde tu fores eu tabém vou, eu sei, Irmão. Por onde eu for levarei teu nome comigo!

Nelson Maca - Blackitude.Ba