quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Ler, Ver e Ouvir Lázaro

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Algumas Palavras e Imagens de Lázaro
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Letras da "ErÊ Jitolú"



H2C2

(Lázaro/Marcio)

O bairro é Garcia, o ano é 94
Revolução musical na bahia é o ato
Tecnologia e tradição se tornam aliados
É o som do futuro, com influências do passado
E nos chamaram de malucos, fizeram de palhaços
Tem gente que até hoje dá risada do que eu faço
Já me estressei muitas vezes, mas aprendi a não ligar
Nem todo mundo que tem a coragem de inovar
Inovação é a marca registrada do que a gente faz
Por sermos diferentes tratados como marginais
E que progresso! Seis anos de fracasso e sucesso
Muitos caras nos ajudaram a correr atrás
Pinaúna, Juno, Silvano, Ismael
Anderson, Éric, Daniel, Israel
Kabo Kruz e Hermann que tá sempre aí chegado
Do lado esquerdo do peito: Rafael e Ricardo
E os que sobreviveram não precisam ser citados
Estão aqui agora e vão mandar o seu recado
Pois aqui pra se dar bem, Você tem que ir além
Acreditar no que se quer e dar valor ao que se tem
Baiano que não come reggae, não engole cheiro
o Erê esperto que sempre vai brincar no seu terreiro
e com a força suprema dos Orixás guerreiros
Fazer um Hip Hop 100% brasileiro

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Negrofobia
(Lázaro/Márcio/Juno)

Uma divulgação errada, traz uma idéia imbecil
Se você ainda tem medo de negro então se pique do Brasil
Porque parte da arte desse país é nosso patrimônio
sem conhecer diz: capoeira e candomblé é coisa do demônio
Mas ajudou os escravos a peitarem os brancos, lhes deu energia
Mostrou que nós negros nos expressamos temos filosofia
Erê jitolú, Cultura Zulu, essa é a nossa magia
Se você tem medo de tudo isso, então é negrofobia!
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Letras do "Opanijé"


Eu Sou

(Lázaro/Dum Dum)

Assumimos a autoria do atentado
Que vitimou sua mente sabotou seu planejado
O que tava escrito, descrito parecia fechado
Ouvi seu grito bonito, como cara de assustado
Seu sofrimento não repõe o que a gente perdeu
Mas mostrou que não foi à toa que Zumbi morreu
Revolucionário e marginal como Jesus
Pra combater o seu encosto um espírito de luz
Posso ser pacificador ou a bala dum-dum
A paz de Oxalá ou a guerra de Ogum
Falar de falsidade, falar de amor
Da riqueza de Oxum ou da Justiça de Xangô
Driblando a falta de oportunidade e de dinheiro
Usando a criatividade como todo brasileiro
Tum-dum-dum! O futuro bate na sua porta
Melhor abrir senão ele arromba e não tem volta
Talento, conhecimento acima do esperado
Bem mais que um cabelo crespo e um membro avantajado
Coitado de você que achou que a gente iria
Se vender por tão pouco e aceitar sua mixaria
Quem não queria deixar a correria e andar portando...
Ser preto do gueto igual no filme americano
Meter o pau nos ditos intelectuais
Que o rap fosse da rua e não da casa dos pais
Bem mais que isso é o que a gente constrói
Realidade é bem mais que o gibi de super-herói
Bem mais que o que você pensou eu sou
Sou a justiça, sou a notícia, eu sou a dor

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Encruzihada

(Lázaro/Dum Dum/Heider)

Acharam que nos derrotaram, que tinham todos na mão
Pensaram que nos derrubaram, que não ia ter reação
Mentiram dizendo que a gente não tinha historia ou passado
Feriram nossa identidade falando que a gente cultua o diabo
Serviram nossa auto estima na bandeja aos porcos
E riram dizendo que nossos deuses estavam mortos
Cortaram nossa raiz desde cedo, arrancaram nosso cordão umbilical
Fizeram o povo todo ter medo, nos deram uma condição marginal
Mas chega! Ser oprimido não tem poesia como você pensa
Idéia neonazista que se alastra feito doença
Pensaram que a gente iria assistir calado na defensiva
Enquanto vocês transformam mães-pretas em mortas-vivas
Sem vida entregando o próprio destino na mão de estranhos
Que só se preocupam c o poder e seu próprio ganho
Se lenharam! Nem todos se rendem a qualquer esperto
Pensaram que eu tava sozinho mas não, tou bem coberto
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*O som você pode congerir no my-space
Repetindo:
Pra ouvir o Opanijé o link é: www.myspace.com/opanije
Pra baixar:http://rapidshare.com/files/99558316/Opanij_.rar.html
Comunidades no orkut: http://www.orkut.com.br/Community.aspx?cmm=1719916

Os comentários ficam por sua conta!
Eu estou em família!

África ! One People!! One Love!!


Nelson Maca - Blackitude.Ba

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2 comentários:

Luciana Matias disse...

Axé meu irmão!

Que delícia de entrevista,gostei muito.
Curto o som do Opanijé,pude conhecer em 2007 na edição do União dos Manos.Mais bacana ainda são as referências no processo de construção de identidade artísticas e de sujeito(não sei se coisas díspares...mas deixa pra lá)colocadas por Lázaro.Artista multi!
Olorum Bucifuó
Oxalá Bucifuó
Ogum Bufifuó
Oxum Bucifuó
Axé!
Luciana Matias

Anônimo disse...

Tenho 43 anos e descobri a pouco tempo que sou negra. Que delícia ser negra. Antes pensava que era morena e que era bom ser morena e que o que não era bom era ter cabelo ¨ruim¨ afinal cresci ouvindo que eu tinha o cabelo ruim, hoje acho que tinham medo de dizer que meu cabelo era lindo pois faziam um tal de permanente para terem cabelos iguais aos meus...
HAAAAAAAA meu comentário fica por conta da beleza de ser quem somos e gostarmos de ser o que somos
AXÉEEEE