Tá com sede?
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Mas tudo se resolveu conforme tudo se resolve como manda o figurino fúnebre que traja nossa Bahia Preta.
A entrada foi no cash, e mais 6 cheques pré-datados.
Para você, não custaria muito enterrar um preto pobre em Salvador:
com qualquer 100 reais de entrada você compra um caixão básico.
Mais uma pequena quantia, para o laudo médico.
Pode dispensar o padre, economizando este tanto.
Enfim, aluga o carro funerário e já é.
O cemitério será público, apesar de ter sempre aquela fita do cala-boca do coveiro.
- Já era!
Somando tudo, precisa uns 300 conto em espécie e mais uma meia dúzia de prestações de 50, podendo ser uma quantia menor, com aquele descontinho amigo, caso se diminua o número de prestações.
Para você que não ganha salário ínfimo e não sabe o que é amargar fila de desespero, é bolinho, não é, não, meu branco?
Não paga uma noitada sua, às escondidas, com uma de suas amigas vistosas, ou mesmo um dia de praia com a patroa elegante e as crianças bem hidratadas.”
[...]
Do livro RGP (na gaveta cheia)
Nelson Maca
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