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Palavras de Sheikh Anta Diop
"Eu tive também que aprender a linguagem dos antigos egípcios para comunicar-me com eles sem intermediários, como tradutores. Então, você pode ver o que eu quero dizer... precisamos deixar de ser diletantes, bisbilhotando aqui e ali, e tornarmo-nos bem treinados, especialistas multidisciplinares. Precisamos de uma nova divisão de trabalho entre nossos pesquisadores. Aqueles que não forem capazes de dominar várias disciplinas ao mesmo tempo devem ao menos dominar uma delas – mas completamente. É o mínimo que podemos esperar de pesquisadores científicos sérios de hoje. A estrutura científica do mundo negro deve cultivar competência."
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"Eu acredito ser o racismo uma reação ao medo, mais freqüente quando não confesso. O racista é alguém que se sente ameaçado por alguma coisa ou alguém que ele não pode ou consegue controlar. Este sentimento de ansiedade e medo face ao elemento desconhecido e incontrolável é muito certamente um fator essencial do racismo tanto antigamente quanto nos tempos modernos."
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"O futuro dos negros espalhados pelo mundo está interrelacionado. Era assim no passado quando as civilizações negras estavam sobre severa pressão. É mais evidente ainda no presente. O Estado continental africano é pré-requisito para a sobrevivência das sociedades negras onde quer que elas possam estar. As comunidades negras devem encontrar uma maneira de articular sua união histórica. Os vínculos entre negros da África, da Ásia, da Oceania, do Caribe, da América do Sul e dos Estados Unidos devem ser fortalecidos sobre uma base racional."
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"A mídia de massa teve um efeito negativo em todos os povos. Quanto ao efeito que teve nos negros nas Américas, eu posso apenas esperar uma intensificação dos contatos culturais entre os negros da África e os das Américas. Acredito ser este o único jeito que possamos chegar a um renascimento cultural, que beneficiará a todos nós. Quaisquer realizações culturais alcançadas na África poderão tão somente ter um efeito benéfico nos negros das Américas. E vice versa, quaisquer contribuições culturais válidas que emirjam dos negros das Américas também afetarão positivamente todos os outros membros do mundo negro. Devemos apoiar-nos uns aos outros para evitar que afundemos. É um fato importante. Embora participemos de diferentes mundos políticos, compartilhamos uma mesma alma cultural. Para reforçar esta identidade em comum é necessário que lutemos contra o nefasto efeito da mídia de massa."
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"Cheikh Anta Diop:
professor, físico nuclear, diretor do Institute de Datation et Mesure des Faibles Radio actives do IFRAN (Instituto Fundamental de Pesquisas da África Negra) da Universidade de Dakar, etnólogo, historiador e sociólogo. Autor de diversos livros, entre os quais “Nations Negres et Culture” (Edição Presence Africaine – 1955) “Anteriorite de la Culture Negre”. Líder do R.N.D. 'Rassemblement National Democratique' partido de oposição do Senegal."
"Fonte:
Esses fragmentos são parte de uma entrevista, produto de uma série de conversações, registradas em gravador, em Dakar, Senegal, em fevereiro de 1976, exatamente 10 anos antes da morte deste sábio no dia 7 de fevereiro de 1986. Elas foram concedidas ao etnólogo Carlos Moore e à escritora Shawna Moore, quando residiam no Senegal, de 1975 a 1980. Ela foi integralmente publicada em, Afriscope (“Interview with professor Cheikh Anta Diop”), vol 7, nº2, Lagos, Nigéria, fevereiro de 1977, e, logo apois, parcialmente, em Black Books Bulletin, Vol. 4, No 4, Chicago, 1976."
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Nelson Maca anuncia:
Esses fragmentos são parte de uma entrevista, produto de uma série de conversações, registradas em gravador, em Dakar, Senegal, em fevereiro de 1976, exatamente 10 anos antes da morte deste sábio no dia 7 de fevereiro de 1986. Elas foram concedidas ao etnólogo Carlos Moore e à escritora Shawna Moore, quando residiam no Senegal, de 1975 a 1980. Ela foi integralmente publicada em, Afriscope (“Interview with professor Cheikh Anta Diop”), vol 7, nº2, Lagos, Nigéria, fevereiro de 1977, e, logo apois, parcialmente, em Black Books Bulletin, Vol. 4, No 4, Chicago, 1976."
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Nelson Maca anuncia:
Logo entrevista na íntegra aqui no Gramátca da Ira?
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