sexta-feira, 8 de agosto de 2008

FIEL!

.
.


Fidelidade
"aos irmãos das literaturas divergentes que não convergem"


Escrevo, agora, tão e somente, para aqueles que confio.

A vocês dedico, mais uma vez, a minha fidelidade na luta que inspira e sustenta nossa escrita poética. Porque nossos caminhos se entrecruzilharam, irmãos, neste capítulo de nossas vidas. Logo, da harmonia de nossa relação depende o sucesso de nossa empreitada que, logicamente, interfere em nossas histórias individuais.

Discordantes que somos, cada qual deve ter uma dúzia de conflitos cotidianos para cuidar, mas, juntos, devemos galgar o poder, e não ficar almejando raspas messiânicas do equilíbrio irregular que eles sempre nos oferecem. Estou organicamente envolvido com nossos projetos literários.

Sei que faço parte de uma cena divergente da harmonia de poucos e portadora do caos de algumas nações perdidas dentro da ordem e do progresso do brasil. Sei do peso de minhas palavras, porque sei que elas não são ocas.

Ao contrário, são pesadas demais, rio negro enlameando as correntes diáfanas dos belos solimões, mas que jamais assimilará sínteses amazônicas. Café amargo sem leite, rasgando a garganta dos parceiros desavisados. Pedra de raio pontiaguda, rachando o crânio dos hipócritas de dentro e de fora de nossa esfera cotidiana.

Sou também um desses rabiscos vândalos na página pura da nossa literatura nacional. Pixação em prédio oficial. Cagada na entrada, no meio e na saída da casa grande brasileira.

Só escrevo literatura porque sei que cada pegada indócil de minha antipoética influencia, para o bem ou para o mal, o ânimo ou o trabalho de cada um que me lê, levando-me a sério. Por isso não gostaria que minhas palavras fossem pura e simplesmente o fruto podre que nasce de uma postura ego-centrada.

Para quem me comedia, uma expressão clássica das ruas: "tô cagando e andando pra vocês"!

Gostaria, aqui, apenas, de exorcizar esses vermes!

Mas que fique bem claro: antes de ser escritor, sou um ativista da Negritude Rebelada, cria do Movimento Negro, da Periferia Abandonada e da Literatura Divergente. Por isso minha dificuldade de conviver pacificamente com situações que tenho combatido durante minha vida quase inteira, e que vejo emperrando nossa caminhada. Vejo algumas de nossas palavras mais rebeldes sendo açucaradas pelas pechinchas enganosas do mercado do desprezo (deles).

Desde meus treze catorze anos, minha literatura tem sido meu único e possível refúgio de identidade positiva e liberdade. Além de fonte africológica de prazer espontâneo!

Sem medo de ser mal interpretado, dentro de minhas mais arraigadas convicções, sei que tenho talento na escrita que faço. Sei também que quem quer que seja que respeite meus escritos em sua ilegalidade primeira os lerá pela mesma convicção, ou seja: somos impossíveis, mas somos fiéis.

.


Outro dia alguém me disse:
- Hoje posso ir aonde a voz me chama!

Foram me chamar...
- Eu estou aqui. O que é que há!?

Time will tell!



Nelson Maca - Sempre fiel!

.

Um comentário:

Luciana Matias disse...

Laroiê!
Como eu amo esse Blog!
Estive "apertada de costura"há um tempo atrás,por isso as postagens diminuiram,mas estamos voltando.Estou precisando urgente falar com vc,na verdade,nós(O casal de dois)(adorei isso)Enviamos um projeto e penso com toda a firmeza q vc é "O Cara"p/ produção dele.(rs) sério mesmo,seguinte,meu e-mail é nobrezabrown@hotmail.com ,me mande o seu tbm,assim trocaremos mais figurinhas.Aspri tbm está precisando falar contigo o número dele(71) 88764445.Se quiser pode apagar este comentÁrio depois.Te aguardo.

Super forte abraço com meu carinho, Axé e respeito.
Lu Matias.
Fui...