quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

O preço da passagem!

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A Encruzilhada é d'EXU!

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Passageiro


O passageiro do trem dos esquecidos
Dobrou a esquina de sua sina
E descarrilhou cidade adentro
Entrou rasgando os muros, as paredes,
Des-cercando as amarras cegas das cercas
Arrebentando as farpas dos arames farpados
Anti-gado que desacata vaqueiro
Levou no peito aberto de frente
Os portões de ferro do centro
Libertando seu destino traçado à revelia
Sem seu ciente sem seu consentimento

Mas enquanto o vento do novo initinerário
Quebrava a esquina da paisagem
Uma brisa de antes reacendeu a brasa antiga
Fogo brando nas quebradas da memória
Marca profunda das quebras do mundaréu

Por isso o trem sempre volta ao limite do início
Com tudo com postura com impulso com pulso
Com memória com história comemora
Compassado no futuro

Agora corre livre como pensamente avulso
Vai por dentro vai por fora pela margem pelo centro
Driblando falácias descentrando malidicências
Abrindo portas malentidas a pulso
Dizendo aos surdos saiam da frente

Acordando voraz mordente os dormentes
Porque o sol primeiro nasce para combatentes
Os batentes de sua gente
Porque trem que é trem vem e vai
Não fica ancorado feito guindaste de cais

E passageiro que tem sina de passageiro
Passa lento passa ligeiro passa sempre
Não fica parado no trem em movimento

Poema de Nelson Maca (eu)

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Um comentário:

Blequimobiu disse...

Muito louco mesmo!