terça-feira, 1 de junho de 2010

Nelson Maca e Robson Véio: Nas Linhas

.
.
Palavras Sinceras!

.



Um conto de Nelson Maca (Fragmento)


Um Poeta Marginal
(para Zeca de Magalhães, porque as palvras sinceras não morrem!)

Um poeta marginal desce o Largo do Pelourinho em direção ao bairro do Santo Antonio Além do Carmo. Já está quase na entrada do Taboão, fumando como de praxe, não mais se importando com a delação do barrunfo. Eu sou como eu sou... Pensamentos esparsos, um pouco da reflexão na oficina de literatura divergente que acabara de dar pra pivetada do projeto; um pouco da atenção ligada no percurso de milhares de pedras irregulares no meio do caminho que calçam o chão histórico da Bahia Preta; mais um tanto de sua cabeça já organizando as perspectivas dos lances do futuro imediato. Pronome pessoal e intransferível... Na boca, declama circular e baixinho - como mais uma volta no terço – o poema de Torquato que mais gosta.

(Nelson Maca)
.................................


Um poema de Robson Véio!


“Noite chuvosa alma lavada”


Noite chuvosa alma lavada
Vida corrida sempre aflita
mas que nunca desistiu de ser vivida
A tempestade derrubando mentiras
Momento de alegria
Compartilha a fé em dobro
Pois o jogo é duro
E assim construí meu futuro
Deixando a água me levar
Enfrentando um mundo sem lugar para mim
Forjei minha história com tudo que aprendi
Não desisto, pois pra viver tem que sonhar
Não pago... arranco o prego
Desde o começo é assim
Sangue nos olhos
E a certeza que a rua é pra quem sabe

Uma visão bela reflexo da alma
Espírito que move é a quinta essência sagrada
Impulsionada / emocionada / aciona a partida
Vai malucada vive a vida
Tô ligado que às vezes me sinto assim...
Travado / trancado / acorrentado
Focado no ato aqui relatado
Impressionado por ter notado

desolado na presença dos fatos
Difíceis difíceis

Sigo as metas traçadas
Uultrapassadas na jornada
Luta armada de idéias faladas / cantadas / rimadas
Acreditadas as palavras que alicerçaram esta estrada
Andanças / planos realizados
Esquemas bolados para superar os problemas
Me entenda se quiser
A verdade sempre dói
O que não entendi você destrói
Ou tenta, vê aí
É assim que seu discurso vai te consumir
Enquanto isso...
Eu aqui fazendo a batalha prosseguir
A água que cai, a tempestade varre e constrói
Novas perspectivas estão por vim
E aí...? Você apegado à inversão da visa no espelho
Escolhe seu lado /Menos vale um falso aliado
que um inimigo verdadeiro
Tou ligado... As migalhas não me atraem
Sabe mais?
Um role na rua já me deixa em paz
Sem desespero nego
Se te deixa feliz vai pintar o capitalismo de preto

Quebro o éter abro espaço para palavras
Imitando a música / Língua afiada teoria aplicada
Autodidata da ruas doutor em nada
Tenho certeza que a destreza rege minha cabeça
Quadrado ou círculo feio ou bonito
Nem tudo pode ser assim
Sou tudo isso preto e bem mas que isto
Na correria
Jovem demais pra ser ultrapassado
Velho demais pra ser enganado
Vai olhando
Quem puder que siga minha sombra
Quando eu passar voando
Sigo rimando brincando sorrindo e acreditando
Vou recordando das noites lokas
Vividas sentidas corpos suados
Quem tava La vai entender
Quem sabe, quem não sabe não precisa saber

A vida é bela somo nós que estragamos co ela
Não é fácil ser livre e quem disse que ia ser???
Escolhe aí
Esta é a magia, malandragem
Mudar a realidade pela nossa vontade

(Robson Véio)

.

Nenhum comentário: