terça-feira, 25 de novembro de 2008

Cazzo Entrevista Nelson Maca - Eu!

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CAZZO EnTreVIsTA

UM BLOG DE ENTREVISTAS. APENAS ENTREVISTAS. ENTREVISTAS COM GENTE FAMOSA, GENTE ANÔNIMA, GENTE SEM GRAÇA, GENTE DE MENTIRA, GENTE QUE NEM É TÃO FAMOSA ASSIM...


O Cazzo, um figura que conheci pelo telefone e pela net, mediado pelo irmão Leo Ornelas, entrevistou-me para o seu bog.
Antes de dar a entrevista, visitei o blog dele.
Achei-o muito bacana: inusitado e ácido!
Resolvi encarar!

Ele entrevista pessoas bem interessante, pro bem e pro mau (rsrs), fugindo da lógica!
Espero ter representado bem lá. rsrrs

Fica, aqui, o convite, para aqueles que têm interesse de ler e/ou debater minhas reflexões sobre a questão racial "sem vaselina"!

Confesso que gostei da entrevista.
Soube também que tá meio polêmica.
Só não sei o porquê...

O endereço é: http://www.cazzoentrevista.blogspot.com/.

Nelson Maca - Blackitude.Ba
Negro Sim! Mulato Nunca!


Um trecho:
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Cazzo:

QUAIS AS SUAS REFERÊNCIAS NA LUTA ANTI-RACISMO? E COMO É A SUA RELAÇÃO COM O MOVIMENTO NEGRO? FAZ PARTE DE ALGUMA ENTIDADE?


Nelson Maca
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São muitas as referências.
Nossa!

Não vou falar das grandes referências mundiais, pois, por serem mundiais, não precisam ser verbalizadas, estão evidentes na respostas seguintes. Vou falar das referências mais íntimas, cotidianas.


A primeira delas é minha irmã mais velha, Marly Silveira, hoje professora da UNB. Os primeiros livrinhos sobre Zumbi; vê-la fundando o grupo de mulheres 8 de Março de Curitiba ao lado da Alice Ruiz, da Berenice, vê-la compondo o grupo Raça e Classe do PT de Brasília, quando conheci o Édio Silva, a Mariaugusta e muita gente que está atuando como nunca. Deste grupo, eu tinha referências diretas de Florestan Fernandez, grandes textos que me deixaram muito esperto então.

Ao mesmo tempo que entrava no curso de Letras da UFPR, conheci a Adalzira, costureira que coordenava o GRUCON – Grupo de União e Consciência Negra, o primeiro e único grupo do movimento negro “mais clássico” que participei efetivamente em pleno centenário da abolição.

Já em Salvador, conheci pessoas que marcariam profundamente minha militância: o primeiro e maior de todos eles deles foi o cine-clubista Luís Orlando da Silva. Estive com ele até seus momentos finais; fui mais dedicado que um filho. Nunca sofri tanto uma perda.

Minha aproximação mais recente com alguém realmente forte está sendo com o Professor e ativistas cubano Carlos Moore.

Com esses dois conheci, efetivamente, o movimento negro que me interessa: nem marxista, nem capitalista. Na linha de Kwame Nkrumah, tô aprendendo sobre as razões profundas do panafricanismo. Na linha direta de Abdias de Nascimento, comecei a entender e, agora, a praticar o quilombismo.

Esses são, ao lado de meu grande professor de literatura Jorge de Souza Araujo, as únicas pessoas que até hoje chamei de mestres.

Carlos Moore chegou em minha vida como uma dádiva, corroendo todos os mitos que faziam morada em mim, principalmente o de acreditar que o Socialismo poderia ter as respostas para a superação dos conflitos raciais. Ele me fez enxergar, também, nítida e profundamente, que o continente africano está infestado de negros traidores do projeto panafricanista!

Gostaria de acrescentar ainda à lista desses ativistas baianos meus irmãos Léo Ornelas e Hamilton Borges Walê. Referências ao lado.

Hamilton Borges é um trovão africano, uma espada afiada que bota os racistas e os afro-convenientes em pânico.

O matriarcado refeito nos trouxe Luiza Bairros, Vilma Reis, Olívia Santana, Makota Valdina Pinto, Ceres Santos, todas amigas e companheiras que lutam, diariamente, contra a exclusão e a violação povo negro, aqui ou em qualquer lugar.

A entidade que faço parte é a Blackitude: Vozes Negras da Bahia.


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