quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Back to Bahia - Preta!

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Tô na Bahia Preta

Cheguei há uma semana, depois de vários dias em Curitiba e alguns no Rio de Janeiro. Na real mesmo, dessa viagem só ficou uma pendência com um "quezinho" de frustração: não consegui me encontrar com o Guti Fraga e também não foi desta vez que visitei o Nós do Morro lá na Rocinha. Conversei com o cara por telefone... apenas..

Tenho minhas expectativas sobre ele e sobre o projeto...

Muita coisa tá rolando em Salvador. Cheguei meio a uma grande movimentação geral e já me inseri na parte que me cabe em pele preta e espírito inquieto.

Na sexta-feira, participei de uma mesa sobre produção cultural no seminário União dos Manos do RBF (Rapaziada da Baixa Fria); no sábado fui ao show de lançamento do site que disponibiliza as 15 faixas de rap do grupo (http://www.rabfcabula.com.br/).

O cd sai em breve.

No domingo, reuni-me com o Mestre Carlos Moore. O tema do encontro foi novamente Fela Kuti. Pensamos uma estrtégia eficaz para o lançamento de This bitch of a life, biografia do grande músico e ativista nigeriano. Queremos este livro na rua ainda em 2010.

Não posso adiantar detalhes ainda, mas, desta vez, tenho certeza que teremos essa importante obra ao alcance de muitos brasileiros hablantes e letrados em Português.

Na segunda, teve mais Carlos Moore. Numa palestra inspirada, ele explicou-nos, didaticamente, a problemática histórica que envolve o Haiti.

Como disse ele, logo no início de sua palestra, não estávamos lá para contabilizar mortos do terremoto, mas para compreender a ameaça de exportação da revolução que o Haiti representou às hegemonias escravistas do continente americano do Século XIX, e como o país foi saqueado até chegar ao grau de miséria atual.

Muito bom entender a nossa história, apesar das lágrimas pesadas nos olhos!

O evento foi promovido pelo Instituto de Midia Étnica, em parceria com o Instituto Cultural Steve Biko. Um dos objetivos da ação é participar critcamente do grande movimento mundial pós-terremoto, disponibilizando tudo via net o mais rápido possível, para colaborar no entendimento e debate - com propriedade - da situação do Haiti.

Ontem, quarta, o encontro-reunião foi com o DJ Edilson, parceiro de Blackitude, produtor musical e grande amigo-irmão. Conversamos longamente sobre nossas articulações culturais atuais e sobre o trabalho lítero-musical que estamos desevolvendo em parceria. Depois, juntamente com a Ana C., fomos buscar a Lucinha Black Power e Luiza Gata no aeroporto.

O Edilson faz parte de minha família há muito.

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Acabei de olhar as meninas, as três, ali, em casa, dormindo. A família voltou à base... Então, com mais essa integridade retomada, resolvi voltar ao fronte do Blog Gramática da Ira, minha outra morada e outra família, para, enfim, encarar 2010 por aqui também; com vocês!

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"na capoeiragem / se tem malandragem / cai sempre de pé
sua casa não cai / porque é de laje //

a ginga do corpo / te bota em vantagem /
a palavra não curva / não tem barbeiragem"

(o ser e o parecer)

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Como diz o Sérgio Vaz em tempos de virada:
- Este ano vai ser pior!!

Bem pior!!

Nelson Maca - Exu Vinte & Dez

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4 comentários:

Marcus Gusmão disse...

Estou dando uma geral nos blogs da minha lista, habitual e produtiva forma de fugir das obrigações, e registro que é sempre bacana passar por aqui e ter esta perspectiva das coisas que acontecem e que não são vistas pela maioria. Belo trabalho, boa sorte feliz pior 2010!

Jel Preta disse...

Saudades dos meus encontros com a poesia, com a ancestralidade expressa nela...obrigado pelo crescimento que o sarau bem black trouxe em 2009, quando voltaremos a noites lindas de muita poesia? a juventude espera anciosa por este retorno...agora bem mais fortes...bem black!seja por dentro ou por fora!

Axé!

Nelson Maca disse...

Marcus,
cê sabe, né, parceiro: suas palavras me dão um censo concreto de lateralidade. Sei que você entende dessas coisas de palavras poéticas e de comunicação. Sei também de seu senso político aguçado de mundo. Sim, e nossa e escolha por sociabilidades com esposa, filhos, amigos, etc e tal. Valeu pelas palavras airadas e vamo que vamo!!

Nelson Maca disse...

Salve Jel Preta Jéssica,
o que a poesia uniu ninguém separa. O Sarau Bem Black existia dento e mim bem antes de se materializar no Sankofa African Bar com a cumplicidade de todos vocês. Tô rearticulando a base, meio ainda de férias - rsrs. Se tudo virar bem, voltamos semana que vem (03/02), pós-yemanjá. Quero fazer dois antes do carnaval. Será que conseguimos encarar a grande festa da carne? Rsrsrs. É isso aí, Nêga. Nos vemos lá?