sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Saudade de Oliveira Silveira

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Outra Negra Fulô


O sinhô foi açoitar
a outra nega Fulô
- ou será que era a mesma?

A nega tirou a saia
a blusa e se pelou
O sinhô ficou tarado,
largou o relho e se engraçou.
A nega em vez de deitar
pegou um pau e sampou
nas guampas do sinhô.

- Essa nega Fulô!
Esta nossa Fulô!,

dizia intimamente satisfeito
o velho pai João
pra escândalo do bom Jorge de Lima,
seminegro e cristão.

E a mãe-preta chegou bem cretina
fingindo uma dor no coração.
- Fulô! Fulô! Ó Fulô!

A sinhá burra e besta perguntava
onde é que tava o sinhô
que o diabo lhe mandou.
- Ah, foi você que matou!

- É sim, fui eu que matou –
disse bem longe a Fulô
pro seu nego, que levou
ela pro mato, e com ele
aí sim ela deitou.

Essa nega Fulô!
Essa nega Fulô!

(Oliveira Silveira)


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Um comentário:

ILHA DE LESBOS disse...

Adoro Oliveira Silveira...
a poesia do cabelo... chamada
"Cabelos de Negros" é ótima.
Bjo em vc e pra ele tb!