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Blackitude ao Gosto Negro:
Conexão Bahia x Rio de Janeiro
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Coletivo baiano celebra parceria com a carioca APAFunk em evento que envolve arte, oficina, exposição e debate, de quarta a sábado
Blackitude ao Gosto Negro: Conexão Bahia x Rio de Janeiro é a nova produção do coletivo Blackitude: Vozes Negras da Bahia, que recebe uma comitiva de artistas, pesquisadores e ativistas do Rio de Janeiro numa semana repleta de atividades. O evento, que acontece de 3 a 5 de agosto, contará com uma edição especial do Sarau Bem Black, com um ciclo de palestras, uma grande mostra musical, oficinas, exposição fotográfica e rodas de break e jongo.
Toda a programação, gratuita, acontece no Pelourinho. O evento marca também a parceria da Blackitude com a APAFunk - Associação de Profissionais e Amigos do Funk do Rio de Janeiro. E tem como objetivo ampliar seus limites interestaduais e engrossar a luta contra a estigmatização do ritmo carioca promovida pelo estereótipo negativo propalado pela imprensa.
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A primeira atividade será na edição especial do Sarau Bem Black, quarta (3/8), a partir das 19h, no Sankofa African Bar. Nesta edição, o evento, que acontece há dois anos no espaço, contará com o reforço de cinco renomados funkeiros , que declamam ao longo da noite e promovem uma Roda de Funk ao final: a dupla de MCs Junior e Leonardo, da favela Rocinha; MC Teko, do Irajá; e os MCs Pingo e Liano, de Acari. Os dois primeiros tiveram seus funks na trilha sonora do filme Tropa de Elite: Rap das Armas (1) e Tá Tudo Errado (2).
Além dos funkeiros, estarão presentes no Sarau Bem Black outros cariocas ilustres, participantes das outras ações da semana. Diretamente do Quilombo de Santa Rita do Bracuí vem o mestre Delcio, que traz o jongo; o músico Abel Cavaco, que faz a ponte com as rodas de samba; e a antropóloga Adriana Facina, que estuda o funk e outras manifestações populares cariocas.
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O dia seguinte, quinta (4/8) será dedicado a uma série de palestras com pesquisadores e ativistas cariocas e baianos, também no Sankofa African Bar. Serão quatro mesas redondas, que aproximam a realidade entre Rio e Bahia, em vários aspectos: UPP-RJ x Pacto Social Pela Vida – BA (9h); Funk Carioca x Hip Hop Baiano: Aspectos de uma Relação Solidária (14h); Cultura nos Espaços de Exclusão (16h30) e Registro e Divulgação da Ações Culturais da Quebrada (19h30).
Depois do debate, a diversão. Na sexta (5/8) acontece uma grande mostra artística ainda no Sankofa, a partir das 18h, que contará com hip hop (discotecagem, break, grafite e rap), funk, ijexá, samba, choro, jongo e poesia. Com apresentações curtas, convidados como o percussionista baiano Jorjão Bafafé (Bloco Afro Okanbí) e os cariocas Délcio (Quilombo Bracuí) e Abel Cavaco (Sivuquinha) mostram as aproximações de ritmos como o ijexá, o jongo e o samba.
A semana Bahia X Rio conta ainda com a festa africana, na sexta feira, 23h, lá mesmo no Sankofa, comandada pelo DJ residente Sankofa (R$10).
SERVIÇO
Evento: Blackitude ao Gosto Negro: Conexão Bahia x Rio de Janeiro
Quando: quarta (3/8) a sábado (5/8)
Onde: Sankofa Afrincan Bar (Pelourinho), Praça Tereza Batista e Praça da Sé
Entrada franca
Informações: 9304-1280 e gramaticadaira@blogspot.com
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PROGRAMAÇÃO
Dia 03/08/2011 – Quarta
19h - Abertura do Blackitude Ao Gosto Negro - Nelson Maca
19:30h - Sarau Bem Black especial
Participações: Abel Cavaco (CAPS Clarice Lispector /Poesia Favela – RJ); Adriana Facina (Poesia Favela / UFF – RJ); MCs Junior e Leonardo (APAFunk - RJ); MC Liano (APA-Funk – RJ); MC Pingo (APA-Funk – RJ); MC Teko (APA-Funk – RJ); Mestre Délcio (Quilombo Bracuí – RJ);
*Após as intervenções literárias, fechando o Sarau Bem Black, haverá uma roda de funk promovida pela APA-Funk, visando divulgar suas propostas e proporcionar diversão e reflexão através da linguagem das favelas cariocas. Os MCs são a dupla Júnior e Leonardo (Rocinha), MC Pingo (Acari), MC Liano (Acari) e Mano Teko (Irajá), representando diferentes gerações e estilos do funk.
Dia 04/08 – Quinta
9 h - Mesa redonda 1: UPP-RJ x Pacto Social Pela Vida – BA
Hamilton Borges (Campanha Reaja – BA) ; MC Leo (APA-Funk – RJ); Samuel Vida (Aganju - UCSal); Mediação: Dj Joe (Blackitude – BA)
* Análises e relatos de experiências sobre a atuação das UPPs nas favelas do Rio de Janeiro e seus reflexos como modelo de intervenção estatal no projeto Pacto Social Pela Vida da Secretaria de Segurança Pública do Estado da Bahia.
14h - Mesa 2: Funk Carioca x Hip Hop Baiano: Aspectos de uma relação solidária
Nelson Maca (UCSal / Blackitude - BA); MCs Teko, Liano e Pingo (APAFunk - RJ); Adriana Facina (UFF/Poesia Favela - RJ) ; Mediação: Zezé Olukemi (Blackitude – BA)
* A mesa debate o estereótipo negativo atribuído à cultura funkeira carioca pelos meios de comunicação de massa, buscando estabelecer os pontos possíveis de uma relação solidária com o Movimento Hip Hop. Além de conceituar antropologicamente a cena do Funk, celebra a cooperação pioneira entre os coletivos APA-Funk do Rio de Janeiro e Blackitude da Bahia.
16h30 - Mesa 3: Produção Cultural nos Espaços de Exclusão
Abel Cavaco (CAPS Clarice Lispector – Bloco Carnavalesco Loucura Suburbana– RJ); Mestre Délcio (Quilombo Bracuí – RJ)- Zezé Barbosa (Bloco Afro Òkànbì – BA); Andreia Beatriz dos Santos Silva (Quilombo X – Reaja - PLB); Mediação: Robson Veio (Blackitude– BA)
*Relatos de experiências concretas de projetos executados em espaços historicamente excluídos. Mais especificamente, serão discutidas produções culturais dentro de um sanatório, atividades artísticas num presídio, retomada da tradição num remanescente de quilombo e intervenção sócio-artísticas numa comunidade periférica.
19h30 - Mesa redonda 4: Registro e Divulgação da Ações Culturais da Quebrada
Mario Sartorello - (Radio Educadora – BA) ; Sidnei Rocha: (Nova Flor - Movimento Rastafariano – BA); MC Teko (APAFunk) / Mediação : Ana Cristina Pereira (Blackitude / Correio – BA)
*Mesa sobre as relações das ações culturais com as comunicações, tanto na divulgação como no seu registro. Serão apresentadas demandas relacionadas à produção negro-brasileira. As especificidades da fotografia de corpos e manifestações negras, as estratégias de ação e divulgação da cultura rastafariana e o empenho de uma rádio estatal em privilegiar a veiculação de programas semanais come musicalidades da negritude.
Dia 05/08 – Sexta
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18h. Mostra Cultural Afro-Diversidade no Sankofa African Bar
- Dj Joe (Blackitude - BA)
- Afoxé: Jorjão Bafafé e Barca Ijexá (Bloco Òkànbì - BA)
- Funk carioca: MC Liano - MC Pingo - MC Teko (APA-Funk - RJ)
- Jongo: Mestre Délcio (Quilombo Bracuí - RJ)
- Música tradicional africana: Fabio Simões (Músico – RJ)
- Rap: Daganja – Opanijé – Robson Véio (Blackitude - BA)
- Samba e Choro: Abel Cavaco “Sivuquinha” (Poesia Favela - RJ)
- Graffiti: Finho – Fael1 - Neuro - Lee27 - Zezé Olukemi (Blackitude - BA)
- Poesia: Hamilton Borges - Giovane Sobrevivente - Nelson Maca (Blackitude - BA)
- Break: Ananias Break e Grupo Independente de Rua (Blackitude – BA)
- 23h. Confraternização: Noite africana com Dj Sankofa
(Sankofa African Bar) / Ingressos: R$ 10.00
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Roda de Funk da APA-Funk
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A roda de funk é um evento político-cultural que é uma espécie de cartão de visitas da Associação dos Profissionais e Amigos do Funk (APAFUNK). Nela, os MCs e DJs se revezam na apresentação de antigos sucessos e novas composições de funks que hoje encontram pouco espaço na mídia corporativa e nos bailes comerciais, veículos monopolizados por poucos empresários que não expressam a diversidade da produção musical funkeira.
Além da música e da diversão, as rodas de funk são um espaço de debate das duas principais bandeiras da APAFUNK: a luta contra a criminalização do gênero (que é parte do processo mais geral de criminalização da pobreza) e a defesa da democratização da cultura (sobretudo o respeito aos direitos dos trabalhadores do funk, a sua inclusão no escopo das políticas públicas para a cultura e o acesso aos meios de divulgação da produção musical funkeira descartada pelo mercado).
No Blackitude ao Gosto Negro, a roda de funk visa divulgar essas propostas e proporcionar diversão e reflexão através da linguagem das favelas cariocas. Os MCs são a dupla Júnior e Leonardo (Rocinha), MC Pingo (Acari), MC Liano (Acari) e Mano Teko (Irajá), representando diferentes gerações e estilos do funk.
O principal interesse dos artistas é divulgar a APAFUNK e contribuir com o debate acerca das políticas públicas para a cultura, principalmente aquela que vem dos becos e vielas das favelas brasileiras.
www.apafunk.org
www.apafunk.blogspot.com
Fotos
Jorjão Bafafé por Vilma Netres
APAFunk por Maria Buzanovski
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