sexta-feira, 29 de maio de 2009

Poemas Black-Orientais

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Black-Samurai

Sei que sou Bem intencionado
Sei que sou Bem verdadeiro
Sei que sou Bem correto
Sei
O quanto invisto de matéria e sonho
No movimento Na irmandade
Neste fronte negro Na vivência
Nesta frente de onde vim Na libertação
De onde estou

Sei da super-estima De alguns irmãos
Aniquilados
Pela herança de nossa humanidade tão desumana
Tem me dedicado
Sei
Que me supõem O Homem E assim me tratam
Maior do que sou

Sei Da arrogância
De alguns irmãos
Altivos Na sua ilusão de grandeza
Me supõem o pequeno
E assim me tratam
Menor do que sou

Sei Da malandragem
De alguns irmãos que
Espertos Na sua sabedoria extraviada
Me supõem o otário da praça
E assim me tratam
Negativo do que sou.

Tudo é pequeno demais na lente dos que miram de cima

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Afro-Samurai

A pequenez Olho no olho
Como diz Seu Chico Soldador
Pode se tornar a necessária ferrugem
A bala na agulha
A trinca
A fadiga do aço dessa selva perversa

Uma pequena verdade Dente por dente
Como diz Geraldo Rasta
Pode arrombar as portas Da Babilônia
Como a mega força
Das trombetas Que derrubam as muralhas
De Jericó

Instalados nas falhas geológicas dos palácios opulentos
Os vazios do solo preparam seu terremoto
Enquanto Nos ares
Aviões carregados de sementes grávidas de um clã
Miram todas as torres de certezas do primeiro mundo

Camiquase
Decepando a cabeça do Dragão da Maudade
Para deitar Nas fissuras da terra devastada
Todos os jardins perdidos nas dobras de toda e qualquer escravidão

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Kamikuaze- Afro

Estou saindo como o avião
Que lançou uma bomda
Sobre Hiroshima
Ou Nagazaki

Estou partindo
Sob os olhos tristes
Dos Orientais

Estou deixando a detruição para trás!

Mas esboço ainda um sorriso
Apresar das falhas na arcada dentária

E dos muros Caídos
Sobre as flores amigas
Do jardim do inimigo...


Nelson Maca (Poemas Avulsos a Pulso)

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