segunda-feira, 29 de junho de 2009

Incondicionalmente Feliz

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Na real mesmo, não parece morte, é como se meu passado renascesse em mim! Incondicional! Agora consigo me ver a mim mesmo de longe - sem me apagar aqui nem lá. Sei que a felicidade existe em algum lugar, porque fui feliz! Muito Feliz! Distraidamente feliz! Incondicionalmente feliz!

Distraídos, sorriremos!
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Confederação dos Nagôs

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Uma semana bacana.

Conversas positivas com dois negões bem bacanas. Uma amizade nova, primeiro contato: Zezzynho da LUB, Rio de Janeiro; uma aproximação enfim: DJ Sankofa, Gana-Bahia.

O Zezzynho foi-me anunciado pelo Dom Filó, grande irmão carioca, Mestre Maior do Movimento Black Soul. Fiquei na expectativa e não deu outra, um cara pra frente, planos futuros Blackitude + LUB - Rio.

O Dj Sankofa saco há algum tempo, vejo sempre nas ruas da Bahia Preta, trocamos cumprimentos afro-cordiais. Só que agora sentamos e conversamos longamente - e na hora certa. Resultado: planos imediatos e futuros Blackitude + Projeto Sankofa Pelourinho.

A roda anda. Logo vou detalhando tudo aqui, pra vocês acompanharem e, se se sentirem motivados na boa intenção, colarem com a gente.

Só pra não ficar na pressão:

1- Com Zezzynho, comecei, final e efetivamente, ligar os parceiros do Brasilzão, para articulação da reunião inaugural da Liga Africana Atual, a nossa Confederação dos Nagô, em novembro na Bahia.

2- Com Dj Sankofa, já fechamos uma ação concreta "Sarau Bem Black: Nelson Maca & As Rainhas + Dj Joe + Poetas Convidados", em setembro, todas as quartas no Pelô.

Logo logo, detalho tudo aqui!

Confiante na Reunião da Grande Família,

Nelson Maca
Da Nave-Mãe Bahia Preta

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domingo, 28 de junho de 2009

O Poeta Operário

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O poeta operário



Poeta operário e compositor
Repórter cronista do seu dia-a-dia
Que canta a tristeza e fala a verdade
Compondo o progresso e também poesia
Pinta o sofrimento maior que o salário
E nem com talento vê compensação
Isso é que é um povo bom
Mesmo passando fome, ao invés de revolta
Faz brotar no momento a mais nova canção
E o poeta é quem vai levando a cruz
Ganha mais quem nada faz
Menos ganha quem produz

Alegrando a multidão
Que se embala em euforia
Vai cantando e no refrão
Bom humor, filosofia
Só sucesso não consola
E o grosso que vai para o bolso
Do ECAD em parceria

E o poeta é quem vai levando a cruz
Ganha mais quem nada faz
Menos ganha quem produz
E na carreia final pra ver a música editada
O compositor fica mal, mesmo sendo a mais tocada
Pois co o direito autoral
Não vai ter vida folgada
Os cartolas mandam tudo
E o compositor fica se nada


:: Artista: Bezerra da Silva
:: Álbum: Eu não so santo
:: Compoistores: Romildo – Ney Alberto

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sexta-feira, 26 de junho de 2009

MJ - Ingenuamente Assustador

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"Certa vez um jornalista perguntou a Gandhi se a luta dele era política ou religiosa e ele respondeu q qm acha q religião nada tem a ver com política é pq não entende nada de ambos.

Faço minhas as palavras dele qdo me 'refiro' a MJ.

Quem acha q Michael ñ tem nada a ver com o hip hop é pq n entende nada de um nem de outro. Michael me remete a Quincy Jones, q me remete Melle Mell, Furious Five, etc.. Sem falar no break que ele popularizou de tal forma que muitos pensam ser criação dele.

Me lembro como se fosse hje da brigas de gangues q ele tentava retratar em clipes como "beat it" quase 1 década antes do NWA.

Alguns preferem lembrar dele como aqele senhor franzino, pálido e frágil, satirizado por Hélio de La Peña. A esses eu recomendo ouvir mais música e Assistir menos Casseta e Planeta.

E aprender sobre o Michael q nós conhecemos: liderando o quinteto negro que foi, sim, revolucionário por ser ingenuamente assustador"


Lázaro Erê - Grupo Opanijé

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Lázaro,
obrigado por ter me enviado algumas das palavras que me estão faltando!!

Nelson Maca

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quinta-feira, 25 de junho de 2009

Tristeza!

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Quando éramos Reis...

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Por que os heróis negros morrem tão cedo?


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“Sou muito agradecido por ter trabalhado com
o rei. Ele foi um presente dado a este mundo,
uma luz brilhante e não ficaria surpreso
se o mundo parasse de girar amanhã.”

Will.i.am, rapper (Fonte: G1)

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quarta-feira, 24 de junho de 2009

Parabéns Sérgio Vaz

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Parabéns, Sérgio Vaz, pela semana de aniversários!

- E aí , Poeta, algum presente?

- Ganhei de aniversário este presente de grego do cartunista F. Pontes

- É a tua, cara, Cara!

- Tá bom... Maca.

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- Salve a Voz de Sérgio Vaz

Quando o G.O.G. me apresentou ao Sérgio Vaz, não foi apresentação, foi formação de guerrilha: nós três e a rapa toda que faz e que curte a Blackitude, celebrando a vida na Bahia preta. Testemunhei, corpo presente, a força maior de sua arte: o pensamento a mil, os pés no chão e um sorriso do tamanho dos lábios! Palavras retas. Um poeta nosso. Tal a pessoa, sua poesia está despojada de ornamentos inúteis. De casca de erudição. Estética e humanamente, dilui o limite entre a realidade e sua representação, a vida e o verbo, a verdade e a beleza. No campo de batalha cotidiano, um poeta que nos comenta - que nos interessa. Cooperifados pela nossa luta e nosso sonho, enfim, anulamos os atravessadores. Sérgio Vaz é poeta, e, como poeta, sabe ser simples. Como simples, sabe tecer o coletivo. Como coletivo, sabe ser nós. E, como nós, faz-nos grandes ao seu lado. Se você, leitor, quer saber mais do que ora comungo, leia esse incansável colecionador de pedras. Conheça esse ladrilhador de imagens. Eu, que não tive a felicidade de escrever O milagre da poesia, ou o “Bruno matador” (Pé de pato), sinto-me, poeticamente, vingado por Sérgio Vaz. A tempo: em nossa humanidade tão desumana, ser simples é muito complexo.

Deus para entender?

Então, SaravAxé e BoAventura!!


Nelson Maca

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Poeta x Poeta

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Caros Amigos e Parceiros de Militância,

ultimamente, tenho recebido, pela internet, ataques muito sérios e enfáticos contra a pessoa do poeta e ativista José Carlos Limera.

São palavras assinadas pelo também poeta Geraldo Maia - em reação ao parecer negativo de Limeira a um projeto seu com fim de captação de recursos voltados à realização de evento literário.

Como se sabe, José Carlos Limeira está conselheiro de cultura do Estado da Bahia. Assim como Geraldo Maia, até recentemente, desempenhou a função de Gerente de Literatura no Núcleo do Livro, Leitura e Literatura da Fundação Pedro Calmon, Secretaria de Cultura do Estado da Bahia.

Numa sequência de afirmações graves feitas, publicamente, sobre José Carlos Limeira, escreveu, agora, Geraldo Maia:

"O projeto, com um novo nome, Festival Latino AfroAbyayalano de Poesia (Flap), é apresentado ao Fundo de Cultura e é novamente detonado, dessa vez por causa de um parecerista que, apesar de se dizer poeta, preferiu abandonar a poesia para exercitar o fascismo, o racismo, o ódio, a intolerância, o preconceito existente entre facções do movimento negro local."

O nome de José Carlos Limeira não aparece literalmente, mas, para quem acompanha a contenda, está muito evidente. E, como se vê, as afirmações contundentes do poeta Geraldo Maia são estendidas para "facções do movimento negro local".

Pena não estarem nominalmente expostas, pois seria benéfico ao debate!

Particularmente, não tenho nenhum conflito com Geraldo Maia. Aliás, reconheço tanto a sua importância histórica como a dos Poetas da Praça, grupo que ele ajudou a fundar e que, há trinta anos, participa do cotidano cultural de Salvador. Com alguns dos poetas do grupo, a exemplo de Douglas de Almeida e Zeca de Magalhães, estabeleci amizade de fato - inclusive.

Apesar de ser amigo de José Carlos Limeira - e também admirador e pesquisador de sua poesia - tentei ficar neutro nesta demanda. Silenciei-me, com mais convicção ainda, depois da defesa que faz -do caráter e lisura de José Carlos Limeira - a nota esclarecedora do Professor Ubiratan Castro de Araujo, Presidente da Fundação Pedro Calmon, que também circulou, amplamente, pela internet.

Mas as palavras vermelhas acima são graves demais quando aplicadas a um companheiro velho de luta. A um poeta que, ainda na minha adolescência, dava um tranco no "sossego" racial de minha alma conformada. Isso tudo sem perder a classe que exige o texto que se quer poético. Eduquei-me para o enfrentamento do conflito negro brasileiro, dentro e fora de mim, também pelo programa de lutas que orienta os poemas de José Carlos Limeira.

Por isso não consegui mais me calar! Tudo reflete um pouco em mim!

Diante do exposto, Caros Amigos e Parceiros de Militância, pergunto:

- Não é dada a hora de nossa manifestação pública e coletiva, ponderando politicamente - a tempo - esta demanda?

Grato,
Nelson Maca

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segunda-feira, 22 de junho de 2009

Valete - Nada a Perder!

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Nada a perder - Valete

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Ontem pequenos rebentos, hoje corações sangrentos
putos sub-16, as ruas são os seus apartamentos
vêm daqueles bairros de má-fama, bairros problema
onde repórteres do drama não conseguem desligar a câmera
aqueles bairros onde toda a gente reza, mas nunca se vê um sinal
só por baixo da pirâmede é que tu vês a classe social
os bairros onde se faz caridade e onde se nega oportunidades
os bairros onde as mulheres passam a vida na maternidade
putos comercializam todas as drogas mas no corpo só entra wella
adora a escola, há lá bué de clientela
roubam carros, casas, lojas com toda a gente a vê-los
ilícito porquê ?! as ruas são deles
é melhor temeres, evita qualquer confrontação
e é melhor saberes que esses putos não tremem com armas na mão
quando aparecem na tua zona, ninguém sai de casa no serão
só as sirenes é que fazem os putos sair do quarteirão
mas eles sabem que respeito nas ruas não é só para quem tem testículos
também é necessário, aparecer na esquadra para encher currículo
isto é a legislação das ruas e fraquejar é sacrilégio
é difícil confiar em alguém, ter amigos é um previlégio
o povo chama-os de delinquentes, marginais, inconscientes
eles sabem que não têm futuro, mas eles têm o presente
e vão sempre vivendo o momento, com a mente, doente ou sã
e pensam no dia de amanhã, só amanhã

sistema segrega e gera putos de corações sangrentos
nada a perder para quem nesta vida, vive ao momento
mal amados da nação, produtos de segregação
delinquentes puros, largam ódio em qualquer chão

sistema segrega e gera putos de corações sangrentos
nada a perder para quem nesta vida vive ao momento
mal amados da nação, produtos de segregação
delinquentes puros, não tremem com armas na mão

putos entiados do sistema têm na rua o corpo docente
muitos nunca viram o pai, porque a mãe não fodia bem o suficiente
pai ausente, mas estilo é o mesmo são pussy - dependentes
sentem amor por todas as chicas, desde que haja uma cama presente
dizem-lhes vá, sente, sexo de forma eloquente
quando elas vêm de barriga cheia, eles são inocentes
são muitas adolescentes com gravidez que não sabem a origem
lá nos bairros, aos 14 são lésbicas, se ainda forem virgens
putos seguem a caminhada, sempre com a polícia na interferência
e sempre que saiem da esquadra, dão entrada nas urgências
não é sarcástico dizer, que isso é pouco ou quase nada
basta um guarda com enxaquecas para perderem o corpo na esquadra
arriscada vida de risco, sempre acidentada
a morte bate à porta todos os dias até lhes apanhar em casa

aos centros de reinserção social, eles agradecem tamanha ajuda
lá podem comer, dormir e aprimorar técnicas de fuga
são esses putos que durante a noite fazem te ter mais 5 pernas
são eles que fazem cair ministros da administração interna
boas intenções não servem, para quem tem de sobreviver
eles querem tudo, não têm nada a perder
depois é ver a nossa oligarquia, erguer vozes contra esses chavais
que a sociedade marginaliza, e não quer que sejam marginais.

sistema segrega e gera putos de corações sangrentos
nada a perder para quem nesta vida, vive ao momento
mal amados da nação, produtos de segregação
delinquentes puros, largam ódio em qualquer chão

sistema segrega e gera putos de corações sangrentos
nada a perder para quem nesta vida vive ao momento
mal amados da nação, produtos de segregação
delinquentes puros, não tremem com armas na mão.


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Precisa comentário!?

Nelson Maca.

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Hamilton Borges Walê Anuncia!

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Iº encontro popular pela vida
e por outra segurança pública!


"Assumimos o desafio de sediar e organizar o
Iº encontro popular pela vida e por outra segurança pública

Fora do eixo, sabemos, não acomodados pelo conforto das conferências governamentais. Amparados por principios militantes de lutar e não permitir que o governo paute nossas demandas. Mas principalmente por que estamos morrendo e esse "estamos " é exatamente com esse sentido. Em 08 dias enterramos duas pessoas conhecidas e vitimas da Temida Romdesp (polícia militar que mata mermo).

Faremos o encontro nos dias 13 14 15 e 16 de agosto em celebração ao agosto negro marcando o martirio dos sediciosos alfaiates (revolta dos buzios) que morreram por sonharem em liberdade"

Hamilton Borges Walê

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Exu Tímido x Ogum Guerreiro

Todos vocês sabem da minha verdadeira admiração pelo Hamilton Borges Walê que, agora, reitero aqui!

Uma admiração sem contratos de troca ou conveniência, sem abandono de convicções teóricas, táticas, diretas ou estratégias. Sem retóricas ou representações, primeiramente, os descaminhos encruzilhados a Bahia Preta nos irmanou!

Ainda assim, o trabalho que ele realiza com tamanha convicção e destemor, deixa-me um tanto quanto reticente comigo mesmo, por não partir para o arrebento concreto.

Mas sei que tenho, reconheço e respeito cá, também, a minha natureza, a minha forma de atuação no Grande Conflito Negro que nos apresentou Frantz Fanon; que me demonstrou, didaticamente, Luís Orlando da Silva, e, agora, o incendeia em mim Carlos Moore.

Que o encara, cara a cara, nas ruas, Hamilton Borges Walê.

O trabalho cotidiano na reconstrução de nossa abstração fragmentada e de nossa subjetividade esilhaçada, às vezes, quer me soar infecundo, mas acabo sempre me lembrando que meu professor de metalurgia me mostrou um dia que a fadiga corrói sem dó a barra de aço.

Mesmo no barulho que se instalou na minha consciência outrora tranquila, até me orgulho de mim vez por outra!

Esse encontro anunciado parece-me fundamental à popularização do enfrentamento ao grande conflito vivido, pressuposto básico para negociações efetivas. Cada qual, da sua maneira, pode fortalecer esta demanda, não é? Mas desta vez, não mandarei, um a um, sugestão de pauta, firmeza?

Cada qual avalie aí e, se sentir motivado, pode iniciar sua participação voluntária já na divulgação deste encontro nos seus meios: blogs, sites, listas, impressos, audio-visusais, palestras, aulas, saraus, shows, etc e tudo!

Falo principalmente aos meus, da Literatura Divergente ao Hip Hop, da Blackitude à UCSal! Do Punho à Voz, podemos ser "um"!

Só não dá mais para ficar no silêncio, pois ele está nos constrangendo demais!

Negralizados ou Neutralizados, portamos a Cor da Demanda!!


Nelson Maca -
Exu Tímido Ecoando a Voz do Ogum Guerreiro


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domingo, 21 de junho de 2009

Odeio heroína e heróis!

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Crônica Mendes
, do bom grupo de rap A Família, escreve texto inspirado nas palavras de Ana Carla (Meu luto é luta), nas minhas (Negrocídio) e nas do GOG (O Rap se manifesta) - todos logo aí - abaixo.

Para mim é positiva esta conexão com este cara - Crônica Mendes - ele me inspira confiança!

O texto chama -se Odeio heroína e heróis, e começa assim:

"Não assistimos, porque a vida real não está nas telas. Mas infelizmente seguimos presenciando os corpos nossos de cada dia caírem por terra, tombarem em cada esquina, praça, sela, becos e vielas.

Dói, indigna, assusta...

Temos tantos heróis e nenhum é nosso de fato. Mas quem precisa de herói em um mundo tão real, onde a barbárie aniquila e ainda anuncia quem vai ser o próximo.

Sou puto e fico mais puto ainda com os discursos em palcos e ausência de prática. Estão usando a favela, estão usando nossa juventude. E o pior é que são daqui.

Quem é o inimigo?
Quem é você?

[...]"


E termina com a seguinte nota:

"Inspirado nos textos Negrocídio de Maca, Meu luto é minha luta de Ana Clara e no texto escrito por Gog à Ana Carla."

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Então,
vamos lá conferir o restante do "desabafo" e, ao mesmo tempo, aproveitar para visitar mais um Blog da Irmandade em Luta?

O endereço é: http://www.cronicamendes.blogspot.com/


África! One People! One Love!

Nelson Maca - Um Elo-da-Corrente


*As fotos foram sequestradas do Bog do Crônica

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sábado, 20 de junho de 2009

Que som é esse Man?

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Versu2 disponibiliza "Que som é esse Man?"
faixa que comporá seu primeiro CD


Salve companheiros,

enquanto o Versu2, grupo de rap dos parceiros Blequimobiu e Coscarque, prepara o esperado primeiro “cd cheio”, foi disponibilizada a faixa Que som é esse, man? - que fará parte do trabalho inaugural da Rapa.

De maneira pontual e com competência comprovada nas sonoridades da música apresentada, eles apostam na mistura da Axé com o Rap.

Sabendo da possível “polêmica” de críticas precipitadas de alguns (rsrs), eles adiantam logo uma resposta em forma de questionamento:

“- Isto mesmo, se pode misturar com Samba, por que não com Axé”.

Como se diz por aí: a faixa "Suinga", mon!

A produção é de Sinho Representativo
(http://www.myspace.com/representativo).

A gravação é obra de Fabiano Passos
no Estopim Estúdio em Salvador.

A alquimia da mixagem feita pelo “cientista de pés no chão”
Mc Marechal no Rio de Janeiro.

E aí... Vai encarar...? O time é bom, hein!?

A faixa pode ser escutada no www.myspace.com/versu2 e download no link http://www.positivoz.com/versu2/downloads/V2_QSEM.zip

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Fica aí a sugestão para quem se interessar em conhecer o trabalho dos Irmãos ao lado, daqui mesmo - das Ruas da Bahia Preta...

Fica também o convite para você que se sentir motivado pelo resultado deste trampo (como eu, aliás!) entrar nesta frente de divulgação nas bases e nos domínios de sua circulação!

Os contatos estratégicos podem ser feitos com Rangell Blequimobiu
no positivoz@gmail.com ou pelo 71 88770274.

É tudo nosso!!

Nelson Maca – Blackitude.Ba

“o atlântico é maior e mais importante
que o córrego que passa na minha aldeia,
mas o atlântico não é
o Córrego que corre na minha aldeia”

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quinta-feira, 18 de junho de 2009

A África que Incomoda!!

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PICHÓN - A Memoir
Race e Revolution in Castro's Cuba


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Racismo & Sociedade
Novas bases epistemológicas para entender o racismo

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FELA

This Bitch of a Life

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African Presence in the Americas

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A África que incomoda

Sobre a probemática do legado africano no quotidiano brasileiro


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Castro, The Blacks, and Africa

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Tenho conversado com o Mestre Carlos Moore sobre minha sempre vontade de acelerar e ampliar seu contato com os meus! Estamos discutindo, se possível, já para o segundo semestre, a possibilidade de a Blackitude produzir cursos e encontros dele com artistas, ativistas e estudiosos: do hip hop, da literatura divergentes e afins...

Não vai ficar Pedra sobre Pedra!
Pode ter certeza!!

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Tenho muita vontade de fazer, pelo menos, um encontro nacional com os parceiros de fronte, para uma troca de experiências e estudos avançados. Penso sempre que ações neste sentido (aqui ou fora - Com Carlos e outros Mestres de Vida) nos prepararão para uma melhor compreensão e atuação na problemática que nos envolve.

Viajo na história de reunir uma galera que tenho mantido contatos positivos num encontro aqui em Salvador, mas sem aquela de artistas ou celebridades. E sem caôs nem candidatos a nada. Tudo nominal, mesmo que insistam em nos chamar de panela. Penso muma frente tipo cooperativada. A gente descola uma casa e rango por cá, e os guerreiros vem com tudo, para uns dias loucos de estudos teóricos, trabalho orgânicos e rolés lúdicos na Bahia Preta.

Na real mesmo, seria um primeiro e efetivo momento de articulação da Confederação do Nagôs, a partir da qual podemos visumbrar a concretização da LAA - Liga Africana Atual...

Viajo nisso há uma cara!
E você, chegado, o que acha?

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Nelson Maca
Não que não sonhe com flores,
mas sei que tenho uma realidade repleta de mato pra atravesar...!

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segunda-feira, 15 de junho de 2009

Literatura Divergente - Tese 1

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Manifesto Íntimo e Relativo do Escritor Divergente


O Escritor Divergente está organicamente envolvido com seu projeto literário.

Sua obra não deve estabelecer limites nítidos entre o fim de sua vida e as linhas de seu texto. Porém todas as marcas que interressam estão no seu discurso. Suas palavras aos olhos e/ou ouvidos do leitor são o início, o fim e o meio de sua arte-vida!

Não há objetivos antes da linguagem, embora haja verdades que interessam! Sua razão de obra é sempre o depois, o daqui pra frente. Dentro e fora do texto, sua meta maior é vida na sua abrangência contraditória!

O Escritor Divergente, entre nós, aqui, sabe-se pertencente de fato a uma cena que diverge das hegemonias históricas da literatura ocidental oficializada.

A voz e/ou letra impressa do Escritor Divergente media, com a harmonia interna de sua a arte, a sua relação de dissidência expressiva com o caos da realidade que o cerca em publicações pontuais nas orelhas do livro trágico da vida que lhe cabe.

Essa é a sina do Escritor Divergente!

Seu caminho se entrecruza com os caminhos de outros diferentes nas experiências de vida, mas iguais na urgência do texto conscientemente divergente. Logo, da natureza destas relações depende o diálogo, o alcance e a inteireza da empreitada de cada Escritor Divergente que, logicamente, nunca deixará de ser e ter sua própria história individual e intransferível.

Em muitos casos, no entanto, essa consciência ainda é o objetivo principal a ser percebido, artigo buscado e, enfim, alvo alcançado.

Muitos Escritores Divergentes - por natureza - ainda não percebem e/ou sassumem esse senso de pertencimento; o que, quando dominado, pode representar avanços inimagináveis para sua escrita.

Essas relações de percurso são vitais para a trajetória do Escritor Divergente.

Então, o escritor Divergente não deixa de ser, também, uma contradição urgente e necessária do sistema geral dominante.

Por isso, sempre que o Escritor Divergente fala, enquanto consciência de sua identidade e papel na atuação do coletivo, se expressa, literariamente ou não, a partir de conceitos e definições culturais que não deixam que se obscureça os elementos políticos e trabalhistas de sua experiência.

O Escritor Divergente, por conta própria e auto-determinação, mais cedo ou mais tarde, saberá o quanto foi, é ou será inoportuno e agressivo às demandas das belas letras e das folclorizações contemporâneas interessadas.

O Escritor Divergente espantará a muitos que giram noutra vibração (isso é bom!).

O Escritor Divergente consciente sempre saberá que, sozinho, fica tudo bem mais difícil, mas estar junto é um exercício, por vezes de muita entrega e autocentramento - doloroso demais.

Ele saberá que cada qual que o cerca, aproximado pelas dissonâncias, tem uma dúzia de conflitos cotidianos para cuidar. Tem seus próprios mil quilos sobre o ombro pra carregar.

O Escritor Divergente escreve sabendo que, quando toma suas decisões mais radicais, influencia, para o bem ou para o mal, o ânimo e/ou o trabalho de cada um de seus pares, independente de sua vontade.

Por isso o Escritor Divergente se reconhece e se aceita como engrenagem de um mecanismo maior que sua experiência individual.

O Escritor Divergente é ciente de que suas decisões não podem ser, pura e simplesmente, fruto de uma postura ego-centrada.

Para esse Escritor Divergente tratado aqui, não há mais inocência ou engano nas suas posturas, com certeza. Há escolhas e decisões: corrompidas ou não.

A existência do Escritor Divergente consciente “em si” reitera sua “própria” verdade!

O Escritor Divergente sabe que, antes de ser escritor, algo maior o condiciona.

Por isso não se adapta aos conceitos e políticas, oficiais ou não, que universalizam a escrita literária como se fosse uma - e una.

O Escritor Divergente é aquele que, no seu texto, e não no seu corpo, endereço ou história social, materializa a sua divergência em conteúdo e forma. Faz-se na sua obra concreta! Logicamente, a vivência é seu combustível... nas seu texto é tão e somente seu cartão de visitas.

Parágrafo único: não há Escritor Divergente sem Escrita Divergente!!

Condição mínima: o Escritor Divergente só o é enquanto for Incorruptível na sua Escrita Divergente!

Ser Escritor Divergente não é situar-se às margens ou periferias dos conflitos.

Ao contrário, o Escritor Divergente nasce no centro do Problema. Sua escrita enuncia-se do centro da Discordância. Sua razão de ser literária habita o olho do Furacão.

Por isso o Escritor Divergente transforma em linguagem sua sempre e eterna dificuldade de Ser e Estar. Não aceita compreender e conviver alienado, conformado ou pacificamente com situações que combate na vida!

Das duas, uma: ou o Escritor Divergente expressa seu desconforto e desconfiança ou o Escritor Divergente instaura desconforto e desconfiança.

A literatura do Escritor Divergente não é seu refúgio, mas sim seu fronte possível no combate em defesa de uma identidade positiva e da liberdade de expressão. Além de fonte de prazer espontâneo!

Sem medo de ser mal interpretado, dentro de suas mais arraigadas convicções literárias, o Escritor Divergente sabe em que consiste seu talento na escrita que faz.

Ele sabe também da potencialidade comercial de seus escritos!

Em liberdade política e criativa ou, então, cooptado pelas instâncias tradicionais de consagração, o sucesso do Escritor Divergente é possível.

Ele sabe! Ele escolhe!

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Só o tempo tira a prova real das verdadeiras verdades sem contestações retóricas!

Nelson Maca
Escrever para tentar me achar!

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quinta-feira, 11 de junho de 2009

Ah: é permitido sorrir!!

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A batalha de Rap do século!
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*O blog se desculpa pela exposição da sigla do ésse-besteira!!

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Muito Rap no fim de semana de Salvador

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No dia 12/06 (sexta-feira) / 157 Nervoso

O 157 Nervoso faz show na Praça Tereza Batista, a partir das 20h.

O grupo acaba de colocar na rua o albúm "A Cria Rebelde". O grupo abre a noite que contará ainda com o cantor Magary Black Semba.
(Arte da capa: Rangel Santana / foto: Fernand Gomes)

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Dia 13/06 (sábado) / Opanijé

Na Associação Lactomia – Rua 18 de agosto, Candeal, a partir das 16h, o grupo Opanijé fará show juntamente com os espanhóis: Subsuelo, El Hombre El Viento e Le Flaco, Bako.
(foto: Fernando Gomes)

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No dia 14/06 (domingo) / Versu2

A partir das 16h, acontece o projeto Tubo de Ensaio com o grupo Versu2, que receberá Daganja, Otra Vidda, banda Parto Natural e terá a participação do poeta Nelson Maca, Preta Íris, DJ Bandido e muito mais.
(foto: fernando gomes)


Fonte: http://www.bocadaforte.com.br/
Por: Rangell Santana

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Recital Pórtico - 18.06.09

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. Poeta Zeca de Magalhães - que saudade, cara!
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Caro Maka,

O Recital Pórtico está confirmado para o dia 18 de junho (quinta-feira), a partir das 19 horas, no Espaço Cultural Raul Seixas, Sindicato dos Bancários da Bahia.

O evento terá caráter intimista e contará com a participação de cantadores, poetas e poetristas. Inicialmente a relação de autores convidados fica assim: José Carlos Limeira, Douglas de Almeida, Graça Pinto, Jocélia Fonseca, Goulart Gomes, Vicente Cariri, Martha Galrão, Carlos Valadares, Marco Bastos, Ronaldo Jacobina, Sandra Mamede, Reneu Berni, Rose Rosas e quem mais chegar.

Na oportunidade, ao final do recital, haverá o relançamento da Antologia Pórtico 3 e outras obras de quem deseje divulgar, servidas ao vinho e boa conversa.

Caso você tenha interesse e possibilidade de lá estar, é só assinalar.

Prazer falar com você, cara.

Luís Antonio Vieira.

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Então tá, Luis, e quem mais se interessar...
Estarei por lá, sim!

Só para firmar:

Recital Pórtico

Data: 18 de junho (quinta-feira)
Horário: a partir das 19 horas
Local: Espaço Cultural Raul Seixas Sindicato dos Bancários
Endereço: Av. 7 de Stembro - Mercês / A lado da Caixa
Poetas convidados: José Carlos Limeira, Douglas de Almeida,
Graça Pinto, Jocélia Fonseca, Goulart Gomes, Vicente Cariri,
Martha Galrão, Carlos Valadares, Marco Bastos, Ronaldo Jacobina,
Sandra Mamede, Reneu Berni, Rose Rosas e Nelson Maca (Eu!)

Nelson Maca - Pagando de Poeta Preto!

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terça-feira, 9 de junho de 2009

Não sorria, você vai entrar na Bahia Preta!!

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Meu luto é luta!

O exercício da voz sempre foi meu principal instrumento de materialização dos sentimentos e de luta pelas coisas que acredito. Embora na vida algumas coisas exijam silêncio, chegou o momento de falar.

Os que partilham o meu mundo sabem que os últimos três anos eu perdi três irmãos, um a cada ano, em contextos distintos, mas com os requintes da tragédia social que vitima milhares dos nossos todos os anos nesta cidade.

Que vergonha!

Realmente, sinto vergonha, como disse no enterro de Guto há um mês. Sinto vergonha, sim, de não saber como lutar contra isso. Sinto vergonha por ser acadêmica e não ter nenhuma teoria que ilumine a minha esperança. Sinto vergonha de ser militante orgânica e não enxergar nas estruturas políticas a reversão deste quadro. Sinto vergonha de ser professora e não visualizar na educação, apesar da equívoca responsabilidade que nos é imposta, a tão sonhada mudança. Sinto vergonha, sim!

Estou envergonhada da minha desesperança.

Perguntam-me sempre: “eles eram envolvidos?”. É interessante a pertinência social, apesar de historicamente vergonhosa desta pergunta, que parece tão natural e é tão absurda!

No bojo dela, está a legitimação dos crimes de exetermínio praticados contra os pretos desta cidade, sob a roupagem de um suposto envolvimento. Essa legitimação entrava os mecanismos de justiça e acentua a banalização dos crimes contra jovens negros da periferia, os quais ocorrem com a tolerância do Estado, por omissão ou participação efetiva.

Os familiares dos ditos envolvidos se escondem atrás de sua vergonha e se culpabilizam pala tragédia que lhes atinge, como se este fosse um problema individual, de uma família, e não a doença de uma sociedade.

Cada vez que vou à delegacia em busca de justiça, guardo cada palavra dita pelos agentes, na maioria das vezes, também pretos. Guardo-as, pois elas me escancaram o meu lugar histórico e social, melhor que qualquer teoria.
Essas palavras, corpo da injustiça que silencia o negrocídio, associada à dor que consome as minhas entranhas são a minha senda.

Não espere de mim a tristeza dos fracos ou fragilizados pelas violências cotidanas. Não ficarei macambúzia e cabisbaixa! Tenho muito a conquistar, inclusive pelos meus irmãos, pelos meus.

A dor nos olhinhos de minha mãe me reveste de uma coragem sem tamanho. Resisto também ao endurecimento, ao embrutecimento, que aprisiona a subjetividade e sensibilidade dos nossos nesta atmosfera de dor e desencanto. Parece que temos que nos desumanizar para suportar.

Não!

Continuarei sendo a mesma mulher que de tão fêmea e forte: sente, ama, chora, goza, sofre, ri... e a tudo transforma em poesia.

Meu nome é Ana Carla Portela e meu luto é luta!


(Ana Carla Portela)


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"Negrocídio"

Amigos de todo Brasil e mais outros lugares,

aqui, na Bahia, continuamos contando, em praça pública, as dezenas de corpos de nossos jovens pretos assassinados diariamente!

O lado que sambamos é o lado menos elegante do baile. Somos os ingredientes deste caldeirão de babárie que nosso Estado nos reserva. Engrossamos esse caldo escuro e grotesco que a tropicália esqueceu de cantar, que a axé music filtra e expurga diariamente com suas cantantes alvas e perfumadas....

A Ana Carla Portela é uma amiga muito querida minha.

Foi minha aluna no curso de letras na UCSal. É a ativista estudantil que mais apreciei e aprecio nesta minha sina também militante por dentro dos muros das estruturas... Uma menina ainda hoje, mas já, àquela época, portava aquela altivez que só a experiência de vida de um trajeto com causas nobres permite.

Aberta para as questões estudantis, políticas e culturais sem hierarquias de valor ou de ação, fez tudo o que tinha que fazer de coletivo na condição de secundaristas e graduanda. Depois partiu para outros vôos, sendo, agora, uma colega de profissão de quem me orgulho muito e sempre. Não por ser carinhosamente tratado por ela como mestre, mas, principalmente, por ter sido aceito, sem desconfiança, como seu Irmão mais velho.

Para você ter uma idéia da importância dela na minha trajetória, foi num encontro nacional de estudantes de letras (ENEL) que a Blackitude realizou sua primeira ação em Salvador. Ela nos convidou... apostou em nós! Foi nossa estréia efetiva, pois, antes disso, eramos mais blá-blá-blás de projetos futuros do que ações de presente.... e o que conta mesmo é bola na rede, não é?

Ela é a primeira madrinha da Blackitude....

Ler e pubicar esse depoimento para mim é doído demais! Mas não podemos empurrar a sujeira que depositam, dia-a-da, na porta de nosso templo e alma para "debaixo" do tapete que nos invisibiliza e silencia! É uma tragédia nossa demais! Familiar demais!! Partilhada!

Também aqui, na famosa Bahia de Todos os Mitos (de paz, harmonia, felicidade e cordialidade racial), vivemos permanentemente acuados em nosso estado de sítio. Somos, cotidianamente, abatidos como moscas que importunam a sopa do povo escolhido!

Só que não dá mais para calar, porque - como aponta a própria Irmã - nosso luto nos empurra para nossa luta!

Nelson Maca

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GOG: O Rap se Manifesta

Olá Ana Carla,
Só queria te dizer que também tenho muita vergonha.Vergonha de fazer parte, há 25 anos, de um movimento que tem feito muito pouco para mudar a realidade que você acabou de expor.

Pela lógica, seus entes deveriam ser fans do Hip Hop, e, principalmente, do Rap, que se auto-proclama "a voz da favela", mas que carece de ação e organização no seu habitat. Se o mundo está em crise, essa é a nossa. Carência de ações efetivas, transformadoras, renovadoras, que dialoguem e pensem o coletivo.

Meu argumento é duro, verdadeiro, desanimador, mas não vou pedir pra sair. Porque, ao mesmo tempo, tenho muito orgulho desse movimento. Orgulho, porque sei que, em meio ao joio, tem muito trigo. Gente que não se orienta apenas pelos lados artístico, financeiro e oportunista. Gente que chora e se indigna ao ler o seu desabafo. Gente que trabalha todo o dia, com a sensação de "nadar contra a correnteza", mas não desiste, nunca!

A rebelião é dever de casa e questão de sobrevivência, assim eles dizem.

Sabe Ana,
Talvez o Hip Hop seja bem menor do que eu imaginava e eu tenha sonhado grande. Vejo um campo de ação imenso, repleto de terras devolutas, não habitadas. O gigante tem muitas veias, mas falta sangue vivo para encharcá-las. Temos que fazer nossa reforma agrária, já! Aí, não sentirei mais vergonha, apenas indignação.

Um beijão no coração é o meu conforto a você e a sua amada mãe.

GOG!
Ação, senão revolução acaba em moda.


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domingo, 7 de junho de 2009

Tubo de Ensaio - II edição

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Projeto Tubo de Ensaio


"O Projeto Tubo de Ensaio é um laboratório de experimento artístico e cultural, onde se mistura fórmulas como Música, Audiovisual, Graffiti, Dança, Poesia, Exposição Fotográfica na busca de resultado colaborativo entre seus elementos.

O projeto Tubo de Ensaio é uma produção independente idealizada pelos integrantes dos grupos Versu2, Arterisco e da banda Parto Natural com parceria da Zulu Nation Brasil maior organização ligada ao Hip-Hop e o Centro Cultural Plataforma para proporcionar, dinamizar, divulgar a arte e cultura feita por artistas independentes do Subúrbio e bairros periféricos de Salvador. No objetivo de aproximar a sociedade civil do Centro Cultural Plataforma a direção do centro abre as portas para a realização do projeto Tubo de Ensaio.

No dia 14.06 (domingo), o Projeto Tubo de Ensaio realizar sua segunda edição de experimentos sonoros com a presença marcante e enérgica da nação Hip-Hop que compareceu em massa na primeira edição e promete ainda mais abrilhantar a segunda edição, e ainda tem a tribo do reggea pra fortalecer, elementos gráficos como Graffiti e o Break se juntarão a uma nova fórmula chamada recital de poesia."

(Divulgação)


Projeto Tubo de Ensaio


Local: Centro Cultural Plataforma
Data: 14.06.09
Horário: 16h portões abertos /17h portões fechados
Valor: R$ 2,00
Shows: Versu2, Outra Vidda, Daganja, e Banda Parto Natural.
Apresentação: Mc Spok
DJ: Dj Bandido
Graffiti: Finho
Exposição Fotográfica: Fernando Gomes
Break: Priscila Nayala
Documentários e Filmes: Robson Veio
Recital de Poesia: Nelson Maca e Preta Íris

Contato: (0xx71) 87247563
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mailto:hiphopsubmundo@hotmail.com

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Então é isso, parceiros...

Estarei com a Íris, participando da segunda edição do Projeto Tubo de Ensaio. Vamos levar para o Centro Cultural de Plataforma uma mostra dos poemas que temos trabalhado juntos. Para nós, é uma prazer participar do evento, pois temos levado muito a sério a força da palavra falada. Vemos o leque se abrindo a cada dia mais, ampliando e diversificando, inclusive, a cena cultural do hip hop.

Espero vocês por lá!

Nelson Maca - Blackitude.Ba

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sexta-feira, 5 de junho de 2009

Versos de Presos!

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Versos de Presos
de João do Rio

"O criminoso é um homem como outro qualquer. No primeiro momento, sob o pavor dos grandes muros de pedra, com um guarda que nos mostra os indivíduos como se mostrasse as feras de um domador, a impressão é esmagadora. Vê-se o crime, a ação tremenda ou infame; não se vê o homem sem o movimento anormal, que pôs à margem da vida. Quando a gente se habitua a vê-los e a falar-lhes todo o dia, o terror desaparece. Há sempre dois homens em cada detento — o que cometeu o crime e o atual, o preso. Os atuais são perfeitamente humanos, Só uma variedade da espécie causa sempre náuseas; os ladrões, os "punguistas", os "escrunchantes", porque dissimulam, mentem e têm, constante no riso e na palavra, um travo de cinismo. Os outros não. Conversam, contam fatos e pilhérias, arranjam o pretexto de ir lavar a roupa para apanhar um pouco de sol no lavadouro, são homens capazes até de sentimentos amáveis.

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Ora, este país é essencialmente poético. Não há cidadão, mesmo maluco, que não tenha feito versos. Fazer versos é ter uma qualidade amável. Na detenção, abundam os bardos, os trovadores, os repentistas e os inspirados. São quase todos brasileiros ou portugueses, criados na malandragem da Saúde. A média poética é forte. Desordeiros perigosos, assassinos vulgares compõem quadras ardentes, e há poetas de todos os gêneros, desde os plagiários até os incompreensíveis. Não sei se a timidez ou outra razão mais obscura os faz assinar as composições poéticas apenas com as iniciais e quando muito com as iniciais precedidas do nome de batismo.

[continua...]

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O Amor, de resto, inunda o verso detento. Há por todos os lados choros, soluços, lábios de coral, saudades, recordações, desesperos, rogos:

Não sejas tão inclemente,
Atende aos gemidos meus.

E um encontrei eu que me repetiu, com os olhos fechados, o seu último repente:

Se eu pudesse desfazer
Tudo aquilo que está feito,
Só assim teu coração
Não veria contrafeito.

Era um rapaz pálido, como os rapazes fatais nos romances de 1850, mas com uns biceps de lutador.

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Quantos poetas perdidos para sempre, quanta rima destinada ao olvido da humanidade! Cheio de interesse, um papel que me caia nas mãos, com erros de ortografia, era para mim precioso. Mas afinal, um dia, ao sair da detenção com os bolsos cheios de quadras penitenciárias, remoendo frases de psicologia triste, encontrei no bonde um poeta dos novos, que, há vinte e cinco anos, ataca as escolas velhas.

- São uns animais! bradou ele, logo após um aperto de mão imperativo. Este país está todo errado. Há mais poetas que homens. Eu, governo, mandava trancafiar metade, pelo menos, ali, com castigos corporais uma vez por mês!

Mal sabia ele que a detenção já está cheia.”

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- Taí, parceiro, você conhece esse texto?

O João do Rio é de um cara doidão que viveu na virada dos séculos XIX e XX, tradutor, teatrólogo, escritor competente, jornalista mais popular de seu tempo e um cronista incomparável de tão atento e bom.

No texto acima (Versos de Presos), mostra que nossa conversa de talento encarcerado de nosso tempo vem de longe. Lá ele dá vários exemplos de poemas que recolheu entre detentos. Foi publicado em 1908, portanto 101 anos atrás. Um século e um anos antes de nós, ói ele, dando voz poéticas aos poetas presos. Ou seriam presos poetas?

Se você não conhece o texto ainda, ou conhece e não tem, ele pode de ser encontrado na íntegra na internet, e só ir na busca e já é... ta lá, inteirinho. Mas, também, se você estiver interessado, pode entrar em contato comigo no blackitude@gmail.com que será um prazer enviá-lo para você, numa boa. Ou então, simplesmente, clique aqui.

- Tranquilidade?


Nelson Maca

"LIVRE na margem da margem,
encontro-me PRESO ao centro do PROBLEMA!"

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quinta-feira, 4 de junho de 2009

Torquato Neto: muito muito poeta demais!

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Outro dia achei este video. Disciplinado que sou na minha divergência, pensei dez vezes antes de postá-lo, aqui, nas linhas da Gramática da minha Ira...

Esse plim plim aí, não sei, não!

Dói... mas a poesia do Torquato Neto vale esse desconto. Depois, não bastasse os poemas do cara, tem também o magnífico canto de Jards Macalé e a leitura motivada do fenomenal Paulo José...

Sim, há uma saída!

Tá vendo!?, não sou tão radical assim como pareço... gosto de poesia - acima de tudo, quando não se trata de versinhos sorridentes... e esse video é de marejar as lanternas do carro velho que me leva!

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Nelson Maca - Nada no bolso ou nas mãos!

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segunda-feira, 1 de junho de 2009

Mal estar em Rebeldia

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Escrevo sempre sentindo que sou Negro,
e quero sempre sentir deste ponto de vista.

De outro ponto, não teria nada a acrescentar;
apenas ler os sentidos inexatos dos que me escrevem
do ponto que me inventam num mundo mudo.




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