terça-feira, 29 de abril de 2008

Na Morada de Todos nós

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Morada

Recebi hoje o livro Morada - fotografias de Guma e escritos de Allan da Rosa / Edições Toró.

Chegou-me, em mãos, por um portador ilustre: o poeta negro Landê Onawale que espero tê-lo registrado nesta Gramática em breve.

Correio Nagô? Elos da Corrente? Colecionadores de Pedras? Efeitos Colaterais? Suburbanos Convictos? Blacks com Atitude? Enraizados? Fuzzis? Caixas Petras?
Sei não, nêgo; só sei que a negrada está se articulando.

Tenho chamado isso de Confederação dos Nagôs!!

Pois é, o Allan da Rosa tá sempre lembrando de mim! Conheci-o em Salvador num evento da Blackitude.
Ele tem pintado por aqui, a gente sempre se bate!
Mas ainda não rolou aquela noitada de poesia e articulações quilombolas modernas.
Vai rolar - naturalmente!

O tempo é o senhor da Razão Divergente!

Exu das estradas que somos, num de nossos encontros em São Paulo, na Encruzilhada Cooperifa, recebi o livro Da Cabula, que já li, já gostei, mas não quero precipitar comentários!
Virá!

Ah!, também tenho comigo Notícias jugulares de Dugueto Shabazz, Punga de Elizandra Souza e Akins Kintê, Um presente para o Gueto de Fuzzil, Negrices em flor de Maria Tereza...
Eu confesso: sou reincidente em Edições Toró!

Obreiros que somos, aos poucos, vamos nos arrebanhando e dando nosso testemunho.

Acho que não conheço pessoalmente o Guma.
Digo isso meio com medo, pois conheci tanta gente em São Paulo através do Sérgio Vaz e do Alessandro Buzo que posso não estar lembrando do irmão!

É, estamos mesmo nos confederando contra os neo-colonizadores!

O fato é que parte das fotos do Guma também estão em minhas mãos agora.
Já dei umas primeiras olhadas.
Legal, hein!?
Familiar... parecem quartos que tive, que tivemos, uma casa que já morei, que já moramos.
Eu, que venho de uma família de doze negrinhos que vingaram, retorço os olhos diante daqueles beliches de uma daquelas fotos!

É a Confederação do Nagôs, nêgo!

Como toda a linha da Edições Toró, Morada é um presente para o negro preto do gueto!
Edição bem cuidada e com estilo próprio.
Identidade!

Chega a ser engraçado, mas escrevo essas reflexões enquanto meus alunos fazem uma avaliação.
Assunto: Poesia Realista e Parnasiana do Século XIX no Brasil.
Teófilo Dias, Raimundo Correia, Alberto de Oliveira, Olavo Bilac...

Nosso caso não é, ainda, de Arte Pela Arte e Culto da Forma, mas de Paixão, Amor, Vitalidade e Guerra!
Com a Beleza e Culto possível na Resistência!

Morada está autografado pelos dois autores e me dá uma sensação do caralho ser lembrado pelos Irmãos assim de maneira tão especial.
O livro chega como ecos contínuos das batalhas permanentes que promovemos, em focos diversos e espalhados, atacando vários alvos simultaneamente:

Guerra Preta, Estratégia Quilombola como nos ensinou o Irmão Capitão Zumbi dos Palmares - e tão bem se apropriou Ozama, atingindo o gigante nas suas pernas de barro!

Eu, daqui da Bahia Preta, não sei se já fiz o bastante para receber este respeito dos parceiros.
Mas sei que não estou parado, não me dobrei!
Por isso agradeço o presente dos Irmãos Allan da Rosa e Guma, dizendo que Landê Onawale foi o griot portador da lembrança de que A Família é grande e dispersa, mas Mãe só há uma:

África! One People! One Love!!
Diásporas! Novo Lar! Morada da Dispersão!!

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Lembrei muito deste poema enquanto escrevia:

Banzo

Raimundo Correia

Visões que na alma o céu do exílio incuba,
Mortais visões! Fuzila o azul infando...
Coleia, basilisco de ouro, ondeando
O Níger... Bramem leões de fulva juba...

Uivam chacais... Ressoa a fera tuba
Dos cafres, pelas grotas retumbando,
E a estralada das árvores, que um bando
De paquidermes colossais derruba...

Como o guaraz nas rubras penas dorme,
Dorme em nimbos de sangue o sol oculto...
Fuma o saibro africano incandescente...

Vai coa sombra crescendo o vulto enorme
Do baobá... E cresce n' alma o vulto
De uma tristeza, imensa, imensamente...


Foto1: Convite para o lançamento do livro Morada (em São Paulo)
Foto2: Allan da Rosa declama em evento da Blackitude (Ao fundo, simplesmente, Sérgio Vaz, José Carlos Limeira, Douglas de Almeida e Hamilton Borges Walê - Vviiiiiiiiiiiiiiiiiiixe!!!!!!!!!!!!!)
foto3: Adivinhe?

(Nelson Maca – Blackitude.BA 26/04/2008)

segunda-feira, 28 de abril de 2008

Marcos Costa Convida!!

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Afrograffiti


A primeira edição da exposição AFROGRAFFITI, do artista plástico Marcos Costa, será lançada no teatro SESC - Casa do Comércio, em Salvador, na próxima terça-feira (29), às 20hs. A mostra artística propõe o diálogo harmonioso entre o Graffiti e objetos artesanais feitos com diferentes palhas e cipós típicos da cultura baiana, encontrados na feira de São Joaquim (maior feira livre da América Latina). O traço marcante e diversificado, o colorido vibrante e as texturas das peças causam efeitos visuais impressionantes.

“A idéia está para além dos muros”, diz Marcos Costa, que assume sempre procurar superfícies fora do senso comum para aplicar a técnica do spray. Nesta mostra individual, Marcos Costa reúne novas pinturas e experimentações desenvolvidas a partir do seu traço graffiteiro, evidenciando a expressão e a força plástica do graffiti na representação de elementos da cultura Afro-brasileira.

OBS: A visitação é aberta ao público e fica até 18 de maio das 10 às 22h.




CONTATOS
:

Assessoria de Imprensa:
Diana Clara Condá – Jornalista (DRT/BA: 2523)
Tel: (71) 8883-1261
E-mail: dianaconda@gmail.com

Artista:
Marcos Costa: (71) 8828-8061/ 3433-2333
E-mail:
artes_mc@hotmail.com

Blog: http://www.spraycabuloso.blogspot.com/




Tamo Junto, nêgo! - Nelson Maca - Blackitude.BA!


Sacolinha manda avisar!



4° Concurso Literário de Suzano (SP)

Contos e Poesias

Inscrições abertas para todo o País!

Informações completas, inscrições, premiações,
publicações e regulamento, acesse:
A inscrição, gratuita.

quinta-feira, 24 de abril de 2008

PALAVRAS QUE SANGRAM!!


Poesia é Vida e Vida é Poesia!


Para o Mestre Carlos Moore

Para o Irmão GOG
Para o Irmão Hamilton Borges Walê
Para o Irmão Sérgio Vaz!

Há certas coisas que vivemos que nos fazem refletir profundamente sobre a arte que fazemos. Há pessoas que dão novos cursos à nossa vida, novas rotas às nossas rimas. Quando vi pela primeira vez o vídeo abaixo, fiquei desconsertado. Não pelo sentido, pois meu inglês é frágil, mas pela pulsação, pela performance, pelo feeling do poeta. Os sons, melodias e ritmos impressos por Daniel Beaty no poema "Knock Knock" feriram fundo meu corpo. Ouvi-o organicamente!

Como dizia uma mulher que viveu lá em Curitiba:
perdi o senso de lateralidade.

Pensei:
escrever o que, para que, para quem, quando sabemos dos monumentos que já existem? Que já foram ditos, cantados, gritados, sussurrados, escritos!

Acredito que o aprendizado da escuta, da leitura podem muito bem, também, nos levar mais além de...

Paulo Leminski disse que o leitor de poesia só pode ser um poeta! Poeta Leitor, que não escreve, que lê poesias!

Mas, depois, pensei nas palavras de meu irmão, Hamilton Borges Walê, comentando Rilke:

se escrever para você é vital, se da escrita depende a sua vida, então você é escritor
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Depois pensei nas letras do GOG. Coisas como:

Eu sou Riacho, Candanga, cada quebrada um pouco
Quem não é sentiu seis vezes o poder do soco
Sangue de Angola, negro por herança
A fome do nordeste não matou esta criança.


Depois lembrei de Sérgio Vaz e do vigor de um poeta da base, da perifa cooperativada.

Pedro
Nasceu em dia de chuva,
No ventre da tempestade.
Deus deu-lhe a vida
A mãe, luz a pele escura.
Dona Ana era jardineira
Plantava flores sobre pedras.
O pai, espinho de trepadeira,
apenas doou o esperma.
Pedra preciosa
Foi recebido pelo destino
com quatro pedras na mão...


Depois pensei nas conversas com o Mestre Carlos Moore, da gravidade de sua voz, de seu pretíssimo semblante bélico-amoroso embaixo de cabelos tão brancos, de suas palavras sobre nossa dispersão e reunião. Diz ele:

Parece suficientemente óbvio que o racismo corresponde a uma forma específica de ódio; um ódio peculiar dirigido especificamente contra toda uma parte da humanidade, identificada a partir de seu fenótipo. É o fenótipo dos povos denominados ‘negros’ que suscita o ódio – um ódio profundo, extenso, duradouro, cujas raízes se perdem na memória esquecida da humanidade e que remetem a insolúveis conflitos longínquos.

Depois disso tudo voltei a pensar:
também temos algo para falar! Sempre há algo a ser dito! Mas não é fácil lançarmos nossos textos ao mundo.

Embora descontextualizado, no último livro que li (ontem), o personagem diz:

quando um livro é publicado, a satisfação do escritor – se ele é um artista de verdade, e não um mero comerciante – é frustrante por um monte de coisas que nada têm a ver com os pilares em que se sustenta o universo. Para mim, os livros são pilares do universo. Se um livro é verdadeiramente seu, dói-lhe o coração e a alma pensar em enviá-lo a um editor.

Ou, Caros Senhores e Senhoras, simplesmente ouçam isso:

Daniel Beaty - "Knock Knock"




Confederação dos Nagôs

Guerra Preta Estratégia Quilombola


Nneka - From Nigeria! One Love!

Nneka - Africans

Veja você mais esta menina de África, depois me diga!!
Eu fico aqui, curtindo fazer parte disso tudo em pele e osso!
- Nelson Maca


POÉTICAS DIVERGENTES DA BAHIA


Os seis poetas do afro-colapso



Derruba, Hamilton Borges Walê,

Tu sabes abater nossas múmias
Lançar o teu risco opaco sem brumas
Demolir a muralha de pedras de espumas
Apagar finalmente o papel de parede
Sangrar o farsante detrás do elegante




Decapita, José Carlos Limeira,

Tu expões a velha mentira na tua bandeja
A cabeça antiquada cantante eloquente
Impedes não permites aos menos que seja
Um só somente um dente da pálida doente
Da musa que brota só da mesma semente



Avança tua lança, Landê Onawale,

Tu atacas no atacado o letrado insistente
O legado do ponto de vista senil atrasado
Destacas o varejo sempre igual no mercado
O produto atual do padrão da velha metragem
O pão amoral do patrão da nova embalagem



Atormenta essa gente, Giovane,

Tu sabes que a vaidade não vai parar em vão
O ritmo retorcido que vem que vai pau a pique
O corpo crescente vai que vem com voz de revide
Alagas choves desabas nesse fiel piquenique
Pedras de água, tormenta de raio, metal de trovão

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Corta fundo, Geraldo Cristal,

Tu desatas o fio do rosário dessas viúvas vadias
Cordão de ouro replay velhas verdades vazias
Correntes institutos fundações portais de agonias
Rompes o tecido dos mantos cerzidos no altar
Sacralizados dejetos dos gestos dos templos coloniais




Eu enveneno a pena
Dissemino nas falhas, fissuras, brechas, fadigas
Nas austeras academias dos egos erguidas
Nas sempre belas pedrarias das jóias polidas
Inoculo estrofes blindadas métricas primordiais
Parecidas caras semelhantes traços semblantes letais




Bahia Preta Sem o Véu da Farsa
(Abril.2008 - Lendo Cruz e Souza)

Confederação dos Nagôs!
Desemparedando a Ira!

Foto1 - Hamilton Borges walê
Foto2 - José Carlos Limeira
Foto3 - Landê Onawale
Foto4 - Giovane
Foto5 - Geraldo Cristal
Foto6 - Nelson Maca

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Blackitude Literária

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Nelson Maca bate um papo sobre literatura no C.R.I.A.

O Robson Poeta convidou e eu não poderia deixar de aceitar. Vai ser na sexta-feira agora lá na sede do C.R.I.A - Pelourinho. Vamos conversar com os jovens do projeto sobre a literatura na minha vida, quando tive os primeiros contatos, por que resolvi ser professor e, logicamente, com quem ando e por que escrevo. Vai ser legal!

Além de ser sempre gratificante falar de literatura em si, será um prazer estar participando de um evento num espaço que recebe o nome de Biblioteca Zeca de Magalhães em homenagem a um grande irmão nosso que, polêmico e surpreendente como sempre, partiu de maneira tão prematura e inesperada, deixando-nos a ver navios fantasmas e carentes de inspirações reais.

Mas vamos lá, então, falar das literaturas oficiais e divergentes, destacando aquela vertente na qual me sinto mais confortável e adaptado: literatura negra.

Com certeza, vamos improvisar um recital.

Ficha:
O que: Conversa espontânea sobre literatura com Nelson Maca
Local: Sede do C.R.I.A. – Pelourinho
Quando: Sexta-feira / 25-04-2008
Horário: 15h
Público: Jovens do Projeto e quem mais chegar!

C.R.I.A. - Centro de Referência Integral do Adolescente
http://www.criando.org.br/
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Graffiti: Peace e Limpo
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Tão Longe Tão Perto


Blackitude + Suburbano Convicto
=
Confederação dos Nagôs!!
.Segue a Saga Sagaz!!

terça-feira, 22 de abril de 2008

Confederação dos Nagôs. A saga segue!

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Dias de Tridente e Tambor

Acabo de ler o livro da Cidinha (autografado!): Você me deixa, viu? Eu vou bater meu tambor. Muito legal, ágil, tematicamente divergente.... Depois darei mais impressões de leitura aqui. Estou deglutindo e ainda pretendo repetir algumas porções de Sobremesa.

Mas depois... tá!?

Porque já comecei a ler Cada tridente em seu lugar. Também dela! Vou ficar em dia com o lado ficcional da Negona! Cada tridente é Louco! Parece que vou curtir mais que o primeiro!

Vamos ver...

As crônicas são de uma experiência profunda de africanidade brasileira, nosso substrato comum: o rico petróleo que, enfim, começa a jorrar imponente e preto em nosso dia-a-dia e de maneira mais intensa, abrangente e coletiva.

Ah!, também tô curtindo horas no blog da moça preta paulistana de Minas Gerais: uma lição de crítica e atualidade negra.

É o http://www.cidinhadasilva.blogspot.com/.

Laroyê!!
Nelson Maca - Blackitude.Ba
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Griots or not Griots??


Griots Or Not Griots?

That´s Our Question!



LAA
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LigA.AfricanA.AtuaL



Blackitude
:
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Vozes Negras da Bahia


Digam Negrozzzzzzzzzzzzzzzzzzz!
Digam Negrazzzzzzzzzzzzzzzzzzz!


Foto1- Banda Ba Cissoko (Guiné)
Foto2 : DJ Binho Porradão do Reggae (Bahia)

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segunda-feira, 21 de abril de 2008

Buzo: 7 vidas ao mesmo tempo agora!


Alessandro Buzo a Mil em 2008
. Nelson Maca e Alessandro Buzo na Univ. Est. da Bahia

1- Encontro com o Autor > Loja Suburbano Convicto
2- 15 Favela Toma Conta > Itaim Paulista
3- Quadro: Buzão Circular - Perifétrico > TV Cultura
4- Favela toma conta - Editora Aeroplano > RJ

DJ J.o.e - Buzo - Maca - DJ Edilson -Penga / Pelourinho

5- Loja Suburbano Convicto I - Itaim Paulista / SP
6- Loja Suburbano Convicto II - Espaço Enraizados / RJ
7- Suburbano no Centro - vários locais

+ Blogs, livros novos e muito mais...

Lucinha Black Power - Alessandro Buzo - Luiza Gata / Barra

Buzo: Força aí, cara, o seu sucesso é o nosso sucesso!!
Nelson Maca - Blackitude.Ba
Fotos: Marilda Borges (todas)
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sábado, 19 de abril de 2008

Vamos bater Tambor?


Ó!.Bata-Lá.o.teu.qu’eu.Bato-Cá.o.meu!


Luiza Bairros, mulher negra que dispensa comentários, mandou um e-mail, falando de uma encomenda que chegara de São Paulo para mim: dois livros de Cidinha da Silva! Caramba!, faz tempo que tô curioso para lê-los – tenho acompanhado sua trajetória de lançamentos e comentários nos blogs de alguns parceiros (ou não), principalmente os “periféricos” e “marginais” de Sampa.

Fique ligeiro, sistema, estamos nos confederando!

Confesso que já havia sondado um ou dois contatos, para adquiri-los, mas não surtiram resultado. Agora estão aqui em minha frente, olhando nos meus olhos.

- Cada Tridente em seu lugar e outras crônicas
(Mazza Edições)


- Você me deixa, viu? Eu vou bater meu tambor!
(Mazza Edições)


Acabo de pegá-los. Começarei a lê-los em minutos!

O que eu gostaria de dizer por ora, a Cidinha antecipou nas dedicatórias:
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os amigos dizem muito de quem somos e temos no nosso caminho, Luiza, Hamilton, Valéria e o pessoal da Cooperifa...”

“ainda não nos cruzamos, mas nossos caminhos estão cruzados, não estão?”

Cidinha, obrigado pela lembrança, pela consideração, pelo respeito, pelos presentes e pela oferta da partilha literária, pela aliança na luta e pela pré-disposição da amizade.

"Confedaração dos Nagôs!"

Conforme não combinamos,
Acabou acontecendo o encontro que não marcamos!


Sim, Cidinha,
Nossos Caminhos Estão Encruzilhados!

Nelson Maca - Blackitude.Ba
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quinta-feira, 17 de abril de 2008

Um sonho chamado Asa (Asha)

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Asa - Fire On The Montain!
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Não quero comentar, apenas ouvir:

(Antes de apertar o Play, dê uma pausa na Mzbel lá embaixo, pra não embolar o meio de campo)

Confederação dos Nagôs

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Aspri e Negra Iris (RBF) no I Blackitude: Hip Hop na Praça

Recebi um comentário da parceira Luciana Matias de Belo Horizonte. Mulher Negra Linda, consciente e ativista, é arte–educadora e tem dado uns rolê por Salvador ultimamente. Coisas da mente, do corpo e da ancestralidade. Uma daquelas negonas que não passam em branco na luta. Conheci a moça justamente no Fora de Órbita Rap, evento capitaneado pelos parceiros Bléquimobil, Coscarque, Sereno... Além de tudo, essas ações culturais nos confederam, nos re-únem! Digo sempre: a família é grande, mas Mãe só temos uma: África!; a dispersão nos reúne em diásporas: One People!; e precisamos ser uns pelos outros One Love!!
A Luciana comentou uma minha postagem do dia 14 de março, ou seja, Cabeleira, um poema de Maramarina da Aracaju. Um comentário muito louco para um Poema que gosto muito. Ela aproveitou para linkar a temática do poema ao acontecido (postagem abaixo) com Aspri do RBF, grupo de rap local do hit Cabelo da Desgraça, também conhecida como Blackão!
Resolvi postá-lo, pois julguei este comentário de utilidade afro-pública. E para ilustrar melhor a idéia da irmã, segue abaixo a letra de Cabelo da Desgraça do RBF.

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"Salve companheiro Maca!

Conheci este poema (Cabeleira) o ano passado na performance da Negra Íris (RBF), No União dos Man@s 2007. De lá p/k corri horrores atrás desta lindeza de poema e ei-lo aqui, fantástico. Fantástico e oportuno, pois vem de encontro com a rima do Cabelo da Desgraça e com o fato ocorrido com "meu Companheiro" e seu companheiro ASPRI, em um 1º dia de emprego. É companheiro, a cultura se expressa em nosso corpo e a mesma escolhe algumas partes dele para ser mais contundente, o cabelo é uma delas, quiçá, a mais contundente. Leio o poema Cabeleira e como trilha sonora, Cabelo da Desgraça, relembro uma infância onde não me permitiram gostar da minha cabeleira, lembro da dor e da quentura como se fossem chamas, talvez, para queimar mesmo qualquer resquício da minha ancestralidade africana. Hoje, a cabeça não dói mais, me tornei sem dúvida uma mulher negra, a dor é outra, é consciente, essa dói! Dói por ver meninos e meninas negarem sua pele preta, sua Cabeleira, pq não lhes dão a opção de conhecerem sua história. Dói por que o cabelo é passaporte para o desemprego... Mas fortalece também, a dor fortalece, pois é este cabelo q faz os contrários a ele se movimentarem na covardia q lhes é própria de tentarem nos exterminar, pobres mortais... Estamos fortes e nas nossas tranças do conhecimento, acabamos com qualquer boi lambeu, escovas progressivas com sabor de um péssimo chocolate (risos). Estamos fortes, estranhamente fortes, naturalmente fortes, transgressoramente fortes...
Obrigada pela oportunidade, é mais uma conexão Bahia- Minas Gerais (risos).
Axé!

Luciana Matias
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Bahia - Minas Gerais - Sergipe
Igual
Confederação dos Nagôs!


África: One People! One Love!!

Sistema Trema!!


Nelson Maca - Blackitude.BA/Cooperifa.BA

Black Pau!!

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Cabelo da desgraça - Rap

(RBF - Rapaziada da baixa fria)


É daquele jeito, mantenho o respeito,
O cabelo é crespo, o corpo é preto.
Ouviu direito, então por que passa?
Alisante, escova, chapa.
Se envolver nessa farsa renegando a nossa raça.
Só porque inventaram que é duro?
À verdade eu te juro,
Esse é o passado, o presente o futuro de quem tem o corpo escuro.
Mas ainda acham normal. Passar alisante, ficar legal.
Prefiro o meu crespo, natural, trançado, enrolado ou black pow.
Quem é nunca se humilha. Cabelo crespo, o olho brilha.
Só em saber e ver minha filha com uma boneca preta que nem a família.
Quem alisa parece que esquece que o crespo sempre cresce.
É isso que merece saber que a raça prevalece.

Sou blackão! Eu sou blackão! Cabelo da desgraça! Cabelo da desgraça
Sou blackão! Eu sou blackão! Cabelo da desgraça! Cabelo da desgraça
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Puxa, estica, assim não vai dar.
Temos que cortar o cabelo para poder trabalhar.
- Lá vai ele passando, que cabelo da desgraça!
Corta essa porra, rapaz, deixa de palhaçada. "
- Ham! Ham! Deus é mais já se olhou no espelho?
Você ate é bonitinho, mas o que mata é o seu cabelo.
- Há! Há! Há! Há! Ta engraçado pra caralho.
Não chega perto de mim que pra sair vai dar trabalho.
Se não me esquivar acaba furando o meu olho.
Em seu cabelo tem insetos carrapatos e piolhos.
Isso é coisa de preto, de ladrão, de maconheiro.
Que anda todo largado e diz que temos pré-conceito.
- Olhe-se num espelho!
- Não vejo nada.
- Veja o seu reflexo que é bonito e inteligente.
Saquei vejo auto-estima um mano sem complexos.
Um preto, assumido, fazendo o seu protesto.
Só quem é louco se identifica!
Pode vir um, dois, três. Tô chamando pra briga.
E aí? Qual que é? Então, vai encarar?
Pode vir, chegue mais perto, mas, chegue pra soltar.
Quer dizer, se puder, se não eu arregaço.
O único jeito de me derrotar é fazer melhor o que eu faço.
Que dominar alguém, destrua sua cultura.
Se arme de artifício e construa sua estrutura.
Demonstre que comanda e que merece obediência.
Se não tiver resultados, meu irmão, paciência!
Arma psicológica que ofereço para ti.
Se errou. volta pro início pede pra repetir
Desistir não vamos não faz parte do plano.
Foram séculos e séculos estudando e observando.
(...) Esta chegando à hora e hora de partir (...)
Vamos bater de frente estamos aqui pra competir.
Minha cultura é baseada em quatro elementos.
Cabeça é apoio junte-a aos demais membros.
Pôxa me desculpa se está confundindo a sua.
O que me fortalece é a auto-estima da revolução das ruas.
Que nem os black powers, cinco mil soldados.
Ou melhor, panteras negras, injuriados revoltados.
Vou até trazer pra nóis, convocar meu porta voz,
Seu Zumbi dos Palmares e os irmãos Nagôs.
Quem assumiu a cabeça? em Palmares 30 mil
Foram tranças na raiz e o resultado camuflado.
Todo mundo igual, pelo menos na aparência.
O ideal é um único e a liberdade é a sentença.
E eu acho que é isso que faz repercutir.
Meu cabelo solto ou trançado vai ser crespo, vai ser crespo até cair, até cair.

Sou blackão! Eu sou blackão! Cabelo da desgraça! Cabelo da desgraça.
Sou blackão! Eu sou blackão! Cabelo da desgraça! Cabelo da desgraça.
.Sou e sou filho da mãe África
Sinto falta do meu blackão, do cabelo da desgraça.
Agora que estou aqui com o meu já trançadinho,
Cabelo duro de responsa pronto para o desafio.
Junto aos meus parceiros para a guerra no empenho,
Enfrentar todo o racista do território brasileiro.
Armados da mente aos dentes, guerreiros afro descendentes.
Televisão o primeiro alvo o segundo alvo o presidente.
Na seqüência dos nossos ataques vem às igrejas evangélicas,
Usufruindo o dízimo e prometendo a vida eterna.
Jogando o preto contra o preto é você sabe como é:
Pastores são os próprios demônios falando mal do candomblé.
A guerra está só no começo, o racismo é o pior dos vírus.
Dentro de algumas músicas que merecem o extermínio.
(...) nega do cabelo duro que não gosta de pentear,
quando passa na Baixa doTtubo o negão começa a gritar:
Escova, escova, escova (...).
Espere aí, não faça isso!
Manda tomar no cú, o Luis Caldas e o Psirico.
Invista nas suas tranças, nos tratamentos naturais.
Valorize a negritude herança de nossos ancestrais.
Colete à prova de balas, racistas: estamos usando.
Curando e chamando pra guerra todas as minas e todos os manos.
Vamos enfrentar agora a educação racista,
Não dê boneca branca para sua filha.
Não deixe as crianças se viciarem em televisão.
Porque o bicho mal e feio que aparece sempre é o negão
Eles vão querer ser brancos, não vão se achar bonitos.
Porque não são vistos na propaganda da Sorriso.
Assim nóis prosseguimos na nossa luta muito árdua.
Cidadania e consciência negra são as nossas armas.
Da matriarca nação do mundo surgiu a matemática,
Geometria, medicina e escrita lá também as praticava.
Se você insistir em dizer que o preto é burro,
Vai ter que alguém me segurar se não irei te dar um murro.
Sofremos a exploração daqueles branquelos imundos,
Que pintaram em um quadro um branco com o cabelo liso.
Colocaram olhos azuis oh, Jesus Cristo!
Branquelo, azedo, daquele jeito? Não acredito.
Isso muito importa agora irei pintar o meu quadro.
Jesus Cristo para mim é Zumbi reencarnado.
A nossa imagem e semelhança com o nariz amassado,
Cabelo bom, crespo, dread, trançado ou ouriçado.
Agora estou empolgado, Zumbi parece comigo.
Nosso espelho está na África, somos negros lindos.
Temos a mais bela estética, ouviu racista? Vê se pensa.
Esses são os nossos traços, foda-se o seu padrão de beleza.
Reveja os seus conceitos seus adjetivos já são em vão
Quando nos chamam de macaco, de preto feio do beição,
Não sentimos vergonha isso aumenta a nossa auto-estima.
Características resistentes ao tempo e ao clima.
Orgulhosos somos assim no toque de nossos lábios carnudos.
Negros com negras fazem filhos negros formando o exército maior do mundo.

Sou blackão! Eu sou blackão! Cabelo da desgraça! Cabelo da desgraça
Sou blackão! Eu sou blackão! Cabelo da desgraça! Cabelo da desgraça
Sou blackão! Eu sou blackão! Cabelo da desgraça! Cabelo da desgraça
Sou blackão! Eu sou blackão! Cabelo da desgraça! Cabelo da desgraça
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Heider Santos Gonzaga,
Joseilson Silva Oliveira
& Roni Érico Castro da Silva.



domingo, 13 de abril de 2008

Mzbel - (Gana) / African boy

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Para minhas Irmãs:

Dj Quênia - Anastácias - POA-RJ

Iaracira - Coletivo Kizumba - SSA
Negra Íris Mc - RBF - SSA
B.Girl Thina - Independente de Rua - SSA


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Antes de qualquer coisa, Hip Hop Feminino é linguagem que revoluciona por si mesma. Tal qualquer expressão divergente, vai além das bandeiras oportunistas que não pisam o solo minado da ação inaugural, mas depois se querem estandartes da batalha alheia quando visível!
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Blackitude.BA: Amando os Pretos em Praça Pública!
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Nelson Maca
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sexta-feira, 11 de abril de 2008

Blackitude na Guerrilha


Blackitude: Vozes Negras da Bahia

Gramática da Ira
Pedagogia da Amizade




Robson Véio após semana de atividades com GOG, SérgioVaz, Léo Cabral e convidados
Blackitude : Conexão Salvador - Brasília



MC Kiko e aluna de Rap (professora de escola municipal)
Projeto Rua Real Grandeza: O hip hop vai à escola
Projeto Salvador - Faculdade de Educação da UFBA



Alunos da II Oficina de Formação de Jovens DJs
Consórcio Social da Juventude
Ministério do Trabalho




Neuro e alunas de Graffiti (professoras de escola municipal)
Rua Real Grandeza: O hip hop vai à escola

Projeto Salvador - Faculdade de Educação da UFBA



Lee 27 e alunas de Beak (professoras de escola municipal)
Rua Real Grandeza: O hip hop vai à escola
Projeto Salvador - Faculdade de Educação da UFBA




Nelson Maca e alunos das oficinas (4 elementos)
Eventos de aniversário da Fundação Palmares




DJ Edilson e alunos da I Oficina de Formação de Jovens DJs
Consórcio Social da Juventude
Ministério do Trabalho



Ananias - Lee - Neuro - Jorge - Edilson - Kiko
Rua Real Grandeza: O hip hop vai à escola
Projeto Salvador - Faculdade de Educação da UFBA



Bahia Preta sem Ilustração Elegante!!


Boa Aparência = Gente Bonita


Eu faço contos e poemas falando da Bahia Preta!
O Aspri faz rap, falando da Bahia Preta !
Sou da Blackitude: Vozes Negras da Bahia
Aspri é do RBF - Rapaziada da Baixa Fria
A Blackitude e o RBF são parceiros de arte e de ativismo.
Acima de tudo, transitamos na condição de negros sobre o solo na Bahia Preta!!

No último domindo, 06/04/2008, o Aspri apareceu aqui em casa de surpresa.
Veio me ver, mostrar conquistas e dizer que começaria a trampar, já tava tudo certo.
Perguntou também que perfil é esse que a Blackitude quer articular e que, sempre digo, ainda falta muito pra chegar perto.
Enfim, pediu também informações sobre a Liga Africana Atual...
Cara, como é louca a vida. O que mais me marcou quando ele deu tchau, foi o abraço apertado. Fiquei meio sem jeito, pois não esperava, ele é sempre sério, centrado...
Depois falei pra Ana C, ele veio me ver, gosta mesmo de mim... e tá alegre, com planos, arranjou trabalho!

Estamos nos confederando, negrada!!
Fiquem ligeiros!

Pois é...
3 dias atrás recebi o texto abaixo e pensei: que Rap daria, que conto, que poema!!
A inspiração não veio, a vida real da Bahia Preta não está nada nada para Belas Artes e Cultos da Forma.

A cada dia mais admiro as explosões íntimas e os vaticínios sangrentos do meu irmão Hamilton Borges Walê!!

"Olá Dr. Samuel [Vida]!
Olá todos.
leia e analise a causa.
Por favor, Queria uma ajuda.
Esse caso aconteceu comigo hj (07/04/2008).

Através de um cadastro feito pelo Sine Bahia, fui chamado para participar de um processo seletivo para poder trabalhar como Auxiliar de deposito na empresa Super Z Atacado, que terá inauguração dia 14/04/2008. Passei pelas etapas e tbm fiz o exame médico. Apito para o trabalho fui chamando pelo RH da Super Z para poder agilizar os documentos para contratação, dia 06 de março entreguei todos os documento exigidos. E fiquei no aguardo da convocação para o 1º dia de trabalho.
Essa convocação aconteceu, o rh me ligou no sábado dia 5/04/2008 pedindo para que eu me apresentasse na segunda feira hj (07/04/2008) as 7 horas da manhã para dar início na minha atividade na empresa. Chegando lá me juntei ao grupo de selecionados (uns 12 mais ou menos) e ficamos esperando o chamado.
Durante a Espera entrou pelos portões da empresa em um carro o Empresário Zenildo Rodrigues acompanhado de algumas pessoas. Em direção a nós ele começou a chamar um por um e falar sobre a estética que ele quer (sem barba, costeletas, etc...) como funcionário dele e depois resolveu mandar os selecionados responder contas de multiplicar.

Chegando minha vez ele, perguntou:
- vc mora aonde, Filho?
- eu moro no cabula.
- por que vc veio pra cá com esse cabelo desse jeito?
- por que é o padrão que eu já uso há muito tempo eu não tenho problemas com ele?
- então vc gosta de seu cabelo assim né? Então me responda 32x5
(Nervosamente demorei de responder devido a sentir a antipatia dele comigo)

E depois me perguntou outra conta que com nº maiores que não me recordo.
Imediatamente ele me mandou ir embora, alegando eu não ter o perfil da empresa dele, por não responder a conta.
O Detalhe é que aos outros selecionado ele mandou pensar e responder em quanto perguntava a outro e comigo ele me eliminou logo.
Eu aleguei a ele que o RH já tinha me selecionado e eu tenho experiência comprovada em carteira na área de atuação, e o que ele tava fazendo era anti ético. Ele respondeu
–“Filho pode ligar pra quem vc quiser aí, a Empresa é minha eu que to selecionado hj aqui” "e pode se retirar".
O sangue veio aos olhos meus e não consegui raciocinar direito, pois sei que se eu tivesse raciocinado eu iria agredir ele fisicamente. Mas Meus ancestrais e Deus não me deram esse Flash. Respeito eles sabem o que fazem.
Passei dia com sangue nos olhos e sentir febre e sei pelos tons olhares e gestos (coisa que só nós Afros sabemos) o racismo estava estampado no Demônio daquele empresário.
Sei que vai ser difícil provar a atitude racista que sofri.

Meus documentos estão todos lá ainda, carteira de trabalho etc, etc....

E foi isso!
O que vc´s acham?
Aspri! Salvador 07/04/2008"



Que tal, irmãos?

Um tempo atrás, porém, eu já tinha escrito isso na minha Gramática da Ira:

Poema tirado da pele negra

- Olha, um negro!

(Meu rosto exposto
Meus traços recuperados
Minha invisibilidade demolida)

- O negro é animal!!
- O negro é ruim!!
- O negro é malvado!!
- O negro é feio!!

- Olhe,
Eu não disse
É mesmo um negro

Faz frio
O negro treme
O negro treme porque sente frio
O menino treme porque tem medo do negro
O negro treme de frio
Este frio que dói nos ossos
O menino treme porque pensa que
O negro treme de raiva
(Eu tremo de raiva)
O menino branco se joga nos braços da mãe:
- Mamãe, o negro vai me comer!

Em torno tudo branco
Dia branco
Mães brancas
Crianças brancas

Tudo é tristeza neste dia branco
O sol desponta com violência
A terra range sob meus pés
... música branca ao longe.
De repente
Toda essa brancura me anoitece...

Cai a noite
Caio em mim
As estrelas se tornaram agressivas...

Sento-me ao lado do fogo
E aqueço a minha pele coberta de escuridão
Não tinha percebido
É, de fato, feia!

De repente nomeado
De repente renuncio a esta família
De repente renuncio a este mundo

Quem mais poderia me dizer o que é um negro?
Quem mais poderia me dizer o que é a beleza?

...................................

Escrevi este poemas enquanto lia Sartre e Frantz Fanon!
- Pra que ler, não é?... É só olhar bem ao lado!!

Ainda esta semana, em comunicação com Eleilson, GOG e SérgioVaz, eu digitei:

"Antes de ser escritor, sou um ativista da Negritude Rebelada, da Periferia Abandonada e da Literatura Divergente. Meu texto não começa onde pára minha vida. Por isso minha dificuldade de conviver pacificamente com situações que tenho combatido durante minha vida quase inteira! Desde meus treze-catorze anos, minha literatura tem sido meu único e possível refúgio de identidade positiva e alforria mental. Além de fronte bélico e retaguarda ecológia de prazer!"

Amo os meus: África! One People!! One Love!!!
Mas, cada dia mais, tenho odiado este país nojento do jeito que é!
.

Evolução Hip Hop + Fernando Conceição = Como?

.

O último e-mail que recebi do CMA hip hop entre outras coisas diz:


"O Jornalista e Prof. Dr. Fernando Conceição do Grupo de Pesquisa Permanecer Milton Santos, da Faculdade de Comunicação/UFBA, marca presença no programa Evolução Hip Hop..."

"Com produção da Comunicação Militância e Atitude - CMA HIPHOP e co-produção da Rádio Educadora FM 107,5, o EVOLUÇÃO HIP-HOP tem caráter educativo, informativo e de entretenimento, com 100% Rap Nacional priorizando a produção do eixo norte-nordeste. Não perca !!!"


Fiquei com vontade de postar um breve questionamento, que, de certa forma, já enviei como resposta ao e-mail recebido!

Antes do questionamento, veja o que já disse Fernando Conceição sobre o Hip Hop, mais especificamente o Rap, no Jornal A Tarde em artigo com o sugestivo título de O rap também diz amém!:

"A 'mensagem' política do rap, se há alguma, é tão ou mais conservadora quanto a da axé-music contemporânea"
- Fernando Conceição

O referido artigo de Conceição polemizava com um texto meu publicado, anteriormente, no mesmo veículo. Por isso respondi no mesmo jornal através do artigo Rapper: nem anjo nem réu!


“60% dos jovens da periferia sem antecedentes criminais já sofreram violência policial. A cada quatro pessoas mortas pela polícia três são negros. Nas universidades brasileiras, apenas 2% dos alunos são negros. A cada quatro horas, um jovem negro morre violentamente em São Paulo.”
- Racionais MC’s


I
niciei com essa epígrafe mesmo sabendo que tudo que eu viesse a escrever depois não se aproximaria da tensão deste trecho contexto de um cd de Rap brasileiro (Sobrevivendo no Inferno dos Racionais MCs).

Isso exposto, faço duas perguntas, a primeira ao Conceição.

Primeira: Você ainda sustenta sua opinião sobre o Rap e a Axé Music?

Não, não se trata de caça às bruxas nem de separar o jôio e o jogo do hip hop BA e nem mesmo de discutir uma questão esgotada.

Apenas gostaria de colabarar para a entrevista do programa e colocar as coisas em termos de atualidade já que tenho recebido inúmeros e-mails do CMA Hip Hop - muitas vezes divulgando produtos, eventos e pessoas aparentemente contraditórias ao que se propõe a sigla. Com informações sobre Fernando Conceição, por exemplo, já recebi uns três.

A segunda pergunta direciono aos ativistas do hip hop soteropolitano envolvidos organicamente no programa (que julgo, importante, necessário e urgente para todos nós) e também a CMA Hip Hop.

Segunda: De que lado vocês sambam?


Ah, só para não esquecer: é amanhã, viu?
Às 17 horas, na Educadora FM 107.5
É ao vivo: 107,5 ou pelo

Nelson Maca - Blackitude.Ba

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Não, não me venhas com bananas!


Você conhece Carlos Moore?
...
......


Você já leu Racismo e Sociedade?
...

......


Você sabe o que diz

Sheikh Anta Diop?
...

......


Você já ouviu - já sentiu

Fela Kuti?
...


...

"te direi com quem ando
e saberás quem sou"
.....


Vocês
sempre prontos a reacender nossa rebeldia
que não se dobrou ainda

Vocês
agora expostos pescoço a um palmo
do fio da navalha da Gramática
de nossa Ira


Gramática da Ira
- mais indócil que ontem -


sábado, 5 de abril de 2008

ENTREVISTA / Escritor Rodrigo Ciríaco

.
Rodrigo Ciríaco
é daquele jeito, nêgo: fala de mansinho, sorriso sempre no rosto. Com cara de bandido bom, vai, simplesmente, bombardeando nossas convicções, nos colocando no paredão sócio-educacional desta vida sem dó nem piedade. Se duvida, nêga, leia a entrevista, o conto, o poema postados abaixo e depois me diga. Adivinhe aonde conheci o cara pessoalmente? Em pleno Sarau da Cooperifa, e logo no dia da entrega do II Prêmio do coletivo. Cruz Credo! Muito louco tudo lá!! Nos apresentamos e, apesar da rapidez que exigia o fantástico momento festivo periférico, lá mesmo percebi que ele era forte. Uma daquelas possibilidades de amizade que a gente sabe que não pode deixar escapar. Questão de vivência, clarividência e malandragem, tudo junto. Nos encontramos novamente no lançamento do livro “Suburbano Convicto: pelas periferias do Brasil” organizado pelo Maquinista-Condutor Alessandro Buzo. Antes, durante e depois desses rolés todos, tenho acompanhado o Rodrigo nos Blogs de outros parceiros além, é claro, de acessar diariamente o Blog Efeito-Colateral – do próprio. Então, vamo que vamo... siga aí as idéias do Irmão!

Gramática da Ira (GI) - E aí, Rodrigo Gente Boa Ciríaco, como vão as coisas? Como você gostaria de se apresentar aos leitores do Gramática da Ira?

Rodrigo Ciríaco (RC) - Salve Nelson Maca, leitoras e leitores do blog. Para mim não é só uma satisfação muito grande aparecer por aqui, mas principalmente uma honra. Meu nome é Rodrigo Ciríaco, professor de História na rede pública estadual de Sampa, 26 anos, integrante da Cooperifa – Cooperativa Cultural da Periferia. Sou um cara chato, inconformado com muitas coisas que as pessoas acham normais. Basicamente é isso.

GI - Como você vê a cena Cultural periférica de São Paulo? Por onde você circula normalmente? Por quê?

RC- Acho que a cena Cultural da Periferia em Sampa está em expansão. Não que antes as coisas não aconteciam, pelo contrário. A Cultura da Periferia – Cultura Popular – ferve não é de hoje. Mas, o que acho que está em expansão é a divulgação, o (re)conhecimento de quem está fora destas áreas. E claro, uma valorização da Cultura Periférica.
São Paulo é muito grande. Alguns bairros são verdadeiras cidades dentro das cidades. Eu normalmente circulo mais entre as regiões Leste (onde trabalho – Escola) e Sul (Cooperifa). Mas tenho vários parceiros em outras regiões da cidade, que eu não estou presente, somando, com a frequência que eu gostaria, mas que lembro sempre: Sacola em Suzano, Buzo no Itaim, Dinha e Maloca no Bristol, Michel em Pirituba, Canto e Fanti em Pilões, Mafê e Binho na Sul também, e por aí vai...
Periferia é o meu lugar. Gosto das pessoas, elas me respeitam pelo o que eu sou. E a recíproca é verdadeira.

GI - Fale um pouco de seu blog. Qual a principal função do Efeito-Colateral além de pegar no pé do sistema educacional da Paulicéia Desalmada?

RC- “Efeito Colateral que o teu sistema fez...” O final da letra do Racionais, Capítulo IV, Versículo 3 é o que deu o nome ao Blog. Efeito Colateral que o teu sistema fez. É uma resposta ao Sistema. Não gosto de dizer que ele tem uma função, a não se a de eu extravasar, desabafar, para não enlouquecer – literalmente. Mas o blog segue uma linha, que eu desenvolvi no caminho, nada pensado, de falar sobre Educação, Cultura, Literatura, Política e divulgar as idéias que eu cultivo, acredito, e quem soma – ou não – comigo.

GI - Como é o cotidiano de uma escola pública aí, no “Sul Maravilha”, é verdade que sai iogurte dos bebedouros e tem pé de “pão de ló” entre roseirais no pátio?

RC- Olha, se fôssemos falar sobre alguns Colégios Particulares, diria que é verdade. Eles provocam tanto a gente, são tão sem-noção da realidade do país em que vivem que é capaz de alguém ter essa idéia sim.
Mas na Escola Pública a realidade é diferente. Principalmente as do Estado de São Paulo, cujo Governo do PSDB está há 14(!) anos, tem casos bem complicados. Vou falar da minha Escola: infiltrações, goteiras, paredes emboloradas; ausência de quadras para a prática de esporte, falta de sala de aula, sala de vídeo, laboratórios, falta de computador, falta de cadeira, carteira. Tem dias que falta até giz. Além da falta de Direção, que na maioria das escolas são cargos Figurativos e da falta de professores, educadores. Tanto no sentido físico – eles faltam muito – quanto na questão de falta de Ética, respeito aos alunos, etecetera. Eu sei que isto é consequência da desvalorização do Profissional da Educação, a começar pelo salário mas, os professores também são culpados. Não somos Unidos. A solução é sempre individual. E ruim. “Ah, eu arrumo outro emprego.” “Ah, eu troco de escola.” “Ah, se acha que dá tempo de preparar a aula”. Ou seja, o boicote é sempre ao aluno. E quem a gente deveria atingir, quem a gente deveria se unir para lutar pela Educação, por nossos direitos, vira o jogo e devolve um tiro de argumentos na nossa testa, com a nossa munição: tá vendo, a escola está assim por causa dos professores.
É muito difícil trabalhar na Escola Pública. Mas eu, enquanto profissional, escolhi este ambiente para ser o meu lugar de trabalho. E Educação, para mim, tem que ser Pública, Gratuita e de Qualidade. A não ser que me tirem, eu não largo a rede Pública de Ensino.
Muitas vezes conhecidos, amigos, acham que estou no ensino público por falta de opção. Por conta das dificuldades acima citadas, baixos salários. Vêm me oferecer emprego em colégios particulares. Eu digo: Não. Algumas não entendem, ficam ofendidas: - Como você pode negar? Aí eu explico: Educação Pública não é falta de opção, pelo contrário: é uma Opção Pedagógica, Política e Ideológica. Além do mais, apesar dos problemas, a Escola Pública tem uma coisa que todas as outras não tem: a diversidade, a pluralidade. De opiniões, cores, religião, condição social. Os alunos. Os filhos e filhas dos trabalhadores da periferia, das classes populares. Eles são a MELHOR coisa que há na Escola Pública. É por eles que eu fico.

GI - Em que consiste o seu projeto de levar a literatura periférica para sua escola além da possibilidade de arranjar encrenca com os colegas e com a direção e do perigo de incentivar mais a literatura que os professores de...?

RC- O projeto Literatura (é) Possível na verdade não é restrito à literatura periférica. A Literatura Periférica é o carro-chefe, tem uma força, expressão, muito grande dentro do projeto, mas ele é um projeto Literário. Aberto a toda manifestação artística, inclusive não só literária. Este ano eu vou trabalhar, junto com os textos, poemas, algumas músicas, peças de teatro, técnicas teatrais – para ajudá-los nos momentos do Sarau, entre outras coisas. Mas, voltando: O Literatura (é) Possível consiste em ser um projeto de incentivo à Leitura e a Produção Escrita dos alunos e alunas, dentro da escola. Eu não quero tomar o lugar do professor de português. Eu não tenho qualificação para isso. Mas eu sou um apaixonado pela Literatura. E eu quero que os alunos se aproximem da Literatura de uma maneira prazerosa. Menos traumática. Porque Literatura para mim é Arte. Ponto. E para o professor de português, muitas vezes, é um “corpo” - objeto -, a ser dissecado, estudado. E ele muitas vezes nem se dá conta de que aquele “corpo” está vivo. O texto literário tem vida. Ele não pode ser só uma pedida para provas e análises gramaticais. Há a necessidade de saboreá-lo. Então, o projeto consiste nisso: saborear a literatura. Semanalmente nós armamos o banquete e nos deliciamos. Uma vez por mês, paramos a aula e fazemos um Sarau, dentro da sala, nos moldes do Sarau da Cooperifa: apresentação, silêncio, aplausos. Nada de vaias. E, uma vez por mês, um escritor, poeta é convidado a comparecer na escola, no front, e se embater com os meus soldados: os alunos.

GI - Que escritores têm colado com você? O cachê deles é quantos mil reais? De onde vem tanto dinheiro para o projeto?

RC- Sérgio Vaz, Marcelino Freire, Dinha, Allan da Rosa, Sacolinha são aqueles que já vieram e voltarão, ainda neste ano. Carlos Galdino, Alessandro Buzo, Eliane Brum, Akins Kinte, Elizandra são outros que somarão ao time. E há muita gente, em off, que comparecerá ao projeto este ano. Você eu já posso anunciar que será um deles (risos).
Tenho a felicidade de ser amigo, conhecido, de todos estes escritores. Todos não querem cobrar nada para ir a escola. Mas eu faço questão de bancar. Por dois motivos: primeiro, acho que temos que valorizar o trabalho do poeta, do escritor. Valorizar, não profissionalizar. Porque para mim a produção do texto é um Trabalho, árduo, cansativo e muito sério. E acho que é justo as pessoas receberem, serem valorizadas pelo seu trabalho. O outro motivo é que, sempre que o escritor vai, eu aprecio que ele deixe alguns livros para a Biblioteca da Escola e para os alunos. Então, seria demais, além dele ir de graça, levar livros, de graça. Não acho justo. E eu quero Justiça. Social, Educacional, Econômica e Literária. Então, apesar das dificuldades, temos que ser exemplo.
O “cachê” equivale a compra de três, quatro livros. Dá em torno de R$ 60,00, normalmente. E o dinheiro sai do meu bolso.
Aliás, gosto de deixar isso bem claro. Não para me vangloriar, mas para dar a “César o que é de César”. O Governo do Estado de São Paulo não colabora em nada. A Secretaria de Educação, Diretoria de Ensino, que tem conhecimento do projeto, não colabora em nada. A Direção da Escola não colabora em nada, a não ser em ceder o espaço. Mas aí o faz porque há interesse. O projeto sai do meu bolso. E poderia estar fazendo-o em outro lugar, estou em contato com a Associação dos Moradores do bairro mas, o faço na escola porque ele está dentro de uma visão que eu tenho da Escola, como ponto de cultura: oferecendo além das atividades curriculares obrigatórias, outras atividades “livres”. A pivetada da periferia precisa ter opções de lazer, cultura, educação não-formal. E este espaço tem que ser, também, o da Escola.
Ah, o dinheiro sai do meu salário. E sairá do meu próximo livro.

GI - Quando sai seu livro? Vai ser como: conto, poesia, crônica? Ou vai, primeiro, lançar “Confesso que vivi: diário de Recife”?

RC- Acredito que o meu livro, o primeiro “mesmo” - já participei de algumas Antologias -, sairá em Junho, mais provável Julho. Será um livro de contos, e a temática central será... a Escola.
“Confesso que Vivi: Diário de Recife” vai levar mais um tempo. Na verdade o nome dele será “Confesso que Vivi: Diário de Recife, Salvador, João Pessoa, Florianópolis, Porto Alegre, Manaus,...” e por aí vai. Porque eu sou um brasileiro, apaixonado pelo meu país, e quero conhecer o meu povo, onde quer que ele esteja.

GI - Que relação você estabelece entre suas narrativas e seu cotidiano em sala de aula? É tudo verdade ou você se permite mentir para o bem de seus textos?

RC- É tudo verdade. Mentira. É tudo verdade e é imaginação, criação. Não posso dizer que os personagens dos meus textos são reais, não são. Às vezes eu leio alguns contos em sala e é curioso observar a reação dos alunos. Eles não identificam um, ou outra pessoa, mas vários deles dizem: “Nossa, sou eu. Não, sou eu. Sou, eu!. Não, não, sou eu.” Ou seja, a personagem não é real, mas as situações são. As coisas que eu conto acontecem, com muitos deles.
Aliás, no livro, gostaria que as pessoas ao invés de buscar identificar quem são os alunos, se eles são reais, procurassem identificar quem são os responsáveis por colocá-los naquele tipo de situação, de vida. Isso seria a riqueza e contribuição maior desta minha obra que, espero, não seja apenas literária: descobrir não só quem sofre, mas quem nos faz sofrer. E rebatê-los. Com força, veemência. E Justiça.

GI - Por que você escreveu um poema tão “simpático” sobre as ONGS? Quase eu choro. Como a crítica foi recebida pelos “ongueiros” que infestam seus caminhos?

RC- Conheço o universo das Ong's. Trabalhei durante três anos como voluntário em uma delas, a Revista Ocas” e fui funcionário durante sete meses de outra, a Fundação Projeto Travessia. Ambos trabalham com a população de rua, aqui em Sampa. A primeira com adultos, a segunda com crianças e adolescentes.
Em relação à primeira, nenhum problema. É uma ong “pobre”. Então, quem está lá está por que acredita: na justiça, na transformação. Segura a ong nos dentes, na raça.
O problema está nas ongs “ricas”, que tem bastante dinheiro, seja da iniciativa privada ou dos cofres públicos. E isto não se restringe apenas ao Travessia. As Ongs são verdadeiras Indústrias da miséria. Uma adequação do Sistema Capitalista, que concentra a Renda e exclui, e se apropria desta Exclusão, transformando-a em Mercadoria. Uma coisa escrota, repulsiva e que dá raiva só de pensar. Muitas Ongs, diria a maioria, não são Responsabilidade Social. São Empresas, seguem a lógica empresarial, e muitas vezes colocam o LUCRO, a garantia do recebimento de recursos, ACIMA da vida das pessoas a quem elas dizem ajudar, proteger. São Lucro Social.
Aliás, nos quase quatro anos que estive ligado às Ongs, descobri que elas não resolvem nada. Ajuda, minimiza um pouco, mas não resolve. Não será transformação. É tampar o sol com a peneira, cuidar da hemorragia com um curativo. A única solução que eu vi plausível, que eu confio e acredito é muito simples. E difícil. Distribuição de Renda. Ponto.
Sobre o poema, poucos comentaram. Muitas pessoas agem com indiferença à Literatura, em geral, o que é um erro. Na História, podemos observar que muitos Movimentos Culturais, Movimentos das Idéias, antecederam as transformações. Então, estou “suave”. A (R)Evolução não será televisionada.

GI - Fica aí o espaço, para suas considerações finais.

RC- Muito se fala de Educação hoje em dia. Há um consenso que, um dos pilares, caminhos para a transformação deste nosso país chamado Brasil é a Educação. Concordo. Mas tem muita gente dizendo bobagem, falando da boca pra fora. Ou querendo lucrar por cima.
Eu digo: não acredite em tudo o que você lê, vê. Não acredite em mim. Pesquise, se informe. Vá saber por conta própria. E se quer fazer alguma coisa pela Educação, realmente, MATRICULE O SEU FILHO NUMA ESCOLA PÚBLICA. Garanta que ele, e todas as crianças e adolescentes tenham uma boa qualidade de ensino. Participe dos Conselhos de Escola, Conselhos de Classe, Associação de Pais e Mestres (APM). Incentive a formação de Grêmios. Não será o Governo, Secretarias, Diretores ou mesmo os professores que transformaram a Escola. A Comunidade Escolar precisa estar envolvida, ativa, participante. Se tivessem mais gente verdadeiramente preocupada com a escola, ela não estaria do jeito que está.
Matricule o seu filho numa Escola Pública. Acompanhe a sua vida escolar. É um slogan, mas Cidadania é um Direito. EDUCAÇÃO NÃO É MERCADORIA!
Queria agradecer também o convite, o espaço. A entrevista ficou longa, mas tentei fazê-la com seriedade e clareza, em respeito à sua pessoa, Maca, que admiro e aos leitores e leitoras do seu blog. E convido os amigos e amigas a acessar o meu blog, discutir, trocar umas idéias: http://www.efeito-colateral.blogspot.com/
Aquele abraço,
Rodrigo Ciríaco

..............................

Então, não vá se esquecer, hein!, é


www.efeito-colateral.blogspot.com

Fotos: todas do blog Efeito-Colateral de Rodrigo Ciríaco
Na primeira: ele mesmo.
Na sexta: Marcelino Freire

Valeu, Rodrigo,
Nelson Maca - Blackitude.BA