Luis Orlando.
meus mortos vivem em mim
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... mas sei, também, que choro pelos cadáveres adiados que procriam...
.
A dor em mim derrama-se em lágrimas
Chorei muito pelo Luís Orlando.
Chorei inocente como criança inocente.
Acho que renasci um pouco!!
Estou chorando agora - de frente para o computador.
Ele é insubstituível onde esteve!!
Só isso: sem explicação.
Sem tese.
Sem ideologia.
Sem comparação.
Aliás, não tenho argumentos para sua morte que vi chegando.
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Dias atrás, ao entrar na Sala Valter da Silveira,
Chorei de saudade do guerreiro tão perto que eu podia tocá-lo.
Uma fortaleza, assim, ao meu lado na passagem do meio.
E eu fiquei meio só em alguns quesitos!
Precisando recompor minha lateralidade.
Sei que, realmente, amo-o muito.
Só depois descobri que, na realidade, ele não era um irmão para mim.
Ele sabia que era um meu ancestral presente.
Agora sei que vivi com meu mestre sem saber e sem hierarquias!!
Mestre também em saber ser invisível na hora certa.
Em conspirar na doçura.
Em triturar com sorrisos.
Em brilhar intensamente com luz baixa.
Em aquilombar-se feroz mesmo nas oficialidades.
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Chorei de saudade do guerreiro tão perto que eu podia tocá-lo.
Uma fortaleza, assim, ao meu lado na passagem do meio.
E eu fiquei meio só em alguns quesitos!
Precisando recompor minha lateralidade.
Sei que, realmente, amo-o muito.
Só depois descobri que, na realidade, ele não era um irmão para mim.
Ele sabia que era um meu ancestral presente.
Agora sei que vivi com meu mestre sem saber e sem hierarquias!!
Mestre também em saber ser invisível na hora certa.
Em conspirar na doçura.
Em triturar com sorrisos.
Em brilhar intensamente com luz baixa.
Em aquilombar-se feroz mesmo nas oficialidades.
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E como me disse um cineasta preto de fato
Ainda falta às homenagens incompletas
Lembrar que Luís Orlando era Negro.
Que era Rasta.
E, como Negro, e como Rasta,
Viveu para seu povo.
E, como Negro, e como Rasta,
Quase deixam-no morrer num corredor de hospital público.
Mas lá estavam seres humanos da envergadura de Paulo James e Lu Cachoeira.
Que deram ao epílogo do nosso mestre um resquício de dignidade.
E, pasmem!, sorrimos ao vê-lo entrando numa UTI.
Deixei para chorar em casa.
Não tínhamos quase esperança,
Mas vimos nosso homem tomado banho, num leito limpo e cercado de cuidados.
No mais, a vida segue.
Ainda falta às homenagens incompletas
Lembrar que Luís Orlando era Negro.
Que era Rasta.
E, como Negro, e como Rasta,
Viveu para seu povo.
E, como Negro, e como Rasta,
Quase deixam-no morrer num corredor de hospital público.
Mas lá estavam seres humanos da envergadura de Paulo James e Lu Cachoeira.
Que deram ao epílogo do nosso mestre um resquício de dignidade.
E, pasmem!, sorrimos ao vê-lo entrando numa UTI.
Deixei para chorar em casa.
Não tínhamos quase esperança,
Mas vimos nosso homem tomado banho, num leito limpo e cercado de cuidados.
No mais, a vida segue.
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Com Saudade, Admiração e Lágrimas nos Olhos,
Nelson Maca
Nelson Maca
São realmente fortes os que morrem cedo, os que usam sua energia para anos em um dia, os que cumprem sua missão antes do tempo, espero ter cumprido a minha antes dos 50, espero ter um plano de saúde pra tomar uma boa dose de morfina e ir na lombra ao outro lado da vitória.
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